Lição 6 | 31 de julho a 6 de agosto |
Expondo a fé

Sábado à tarde | Ano Bíblico: Is 30–33 |
Verso para Memorizar: "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus" (Romanos 5:1, 2).
Leituras da semana: Romanos 5
Paulo demonstrou que a justificação, ou a aceitação diante de Deus, só vem pela fé em Jesus Cristo, pois unicamente Sua justiça é suficiente para nos dar a correta posição diante do Senhor. Construindo sobre essa grande verdade, Paulo expõe algo mais sobre esse tema. Após demonstrar que a salvação precisa ser pela fé e não pelas obras, nem mesmo de alguém que seja tão justo quanto Abraão, de certo modo Paulo retorna um pouco, olha para o grande quadro – o que provocou o pecado, sofrimento e morte e como a solução pode ser achada em Cristo e no que Ele fez pela humanidade.
Pela queda de um homem, Adão, toda a humanidade enfrentou condenação, alienação e morte; pela vitória de um homem, Jesus, todo o mundo foi colocado sobre um novo fundamento diante de Deus. E agora, pela fé em Jesus, o registro de seus pecados, e o castigo devido a esses pecados, pode ser resgatado, pode ser perdoado e esquecido para sempre.
Paulo contrasta Adão e Jesus, mostrando que Cristo veio ao mundo para desfazer o que Adão havia feito e que, pela fé, as vítimas do pecado de Adão podem ser salvas por Jesus, o Salvador. O fundamento disso tudo é a cruz de Cristo e Sua morte substituinte sobre ela – que abre o caminho para que todo ser humano, judeu ou gentio, seja salvo por Jesus, que, com Seu sangue, trouxe justificação a todo aquele que O aceitar.
Seguramente, este é um tema digno de ser desenvolvido, pois é o fundamento de toda a nossa esperança.
Domingo | Ano Bíblico: Is 34–37 |
Justificados, pois...
1. Qual é o resultado de termos sido justificados? Rm 5:1-5. Que sentimentos tomam conta daquele que alcança essa condição?
A declaração "justificados" significa literalmente "tendo sido justificados". O verbo grego representa a ação completa. Fomos declarados, ou considerados, justos não por qualquer ato da lei mas por havermos aceitado Jesus Cristo. A vida perfeita de Jesus aqui na Terra, Sua perfeita observância da lei, foi creditada a nós.
Ao mesmo tempo, todos os nossos pecados foram lançados sobre Jesus. Deus considerou que foi Jesus que cometeu esses pecados, não nós, e, assim, podemos ser poupados do castigo que merecíamos. Aquele castigo caiu sobre Cristo, para que nós mesmos nunca tivéssemos que sofrê-lo. Que notícia mais gloriosa pode haver para o pecador?
O verbo grego traduzido como "nos gloriamos" no verso 3 é o mesmo traduzido como "gloriamo-nos" no verso 2. Assim, existe uma clara conexão entre os versos 2 e 3. Os que são justificados podem se gloriar na tribulação porque depositaram fé e confiança em Jesus Cristo. Têm confiança de que Deus conduzirá todas as coisas para o bem. Consideram uma honra sofrer pela causa de Cristo (Veja 1Pe 4:13).
Note, também, a progressão dos versos 3 a 5:
1. Perseverança. A palavra grega traduzida dessa forma é hupomone, que significa "firme resistência". Esse é o tipo de resistência que a tribulação desenvolve naquele que guarda a fé e não perde de vista a esperança que tem em Cristo, mesmo em meio a tentações e sofrimentos que, às vezes, podem tornar tão difícil a vida.
2. Experiência. A palavra grega assim traduzida é dokime, e significa literalmente "qualidade de ser aprovado", e daí, "caráter", ou, mais especificamente, "caráter aprovado". Aquele que suporta pacientemente as provações pode desenvolver um caráter aprovado.
3. Esperança. Naturalmente, perseverança e experiência ocasionam esperança, aquela encontrada em Jesus e em Sua promessa de salvação. Ao nos apegarmos a Jesus pela fé, arrependimento e obediência, temos tudo para manter esperança.
Em sua vida, qual é sua maior esperança, maior que qualquer outra coisa? Como essa esperança pode ser cumprida em Jesus? E pode mesmo? Se não, de onde vem nossa esperança?
Segunda | Ano Bíblico: Is 38–40 |
Deus em busca do homem
2. Qual era nossa condição quando Cristo nos buscou? Rm 5:6-8. O que esses versos nos dizem sobre o caráter de Deus? Por que eles são tão cheios de esperança?
Quando Adão e Eva transgrediram vergonhosamente e de maneira indesculpável o mandamento divino, Deus deu os primeiros passos em direção à reconciliação. Desde então, Deus tomou a iniciativa para prover um meio de salvação e convidar homens e mulheres para aceitá-la. "Vindo... a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho" (Gl 4:4).
3. Romanos 5:9 diz que podemos ser salvos da ira de Deus por meio de Jesus. O que significa isso?
Como o sangue nas ombreiras das portas dos israelitas no Egito, na véspera de sua partida, protegia os primogênitos da ira que cairia sobre os primogênitos do Egito, o sangue de Jesus Cristo garante que aqueles que foram justificados e retêm essa condição serão protegidos quando, finalmente, a ira de Deus destruir o pecado no fim dos tempos.
Alguns têm dificuldades com a ideia de que um Deus amoroso Se ire. Mas é justamente por causa de Seu amor que existe essa ira. Como poderia Deus, que ama o mundo, não ter ira contra o pecado? Se Ele fosse indiferente para conosco, não Se importaria com o que acontece aqui. Olhe a seu redor e veja o que o pecado fez à Sua criação. Como poderia Deus não Se encolerizar contra tanto mal e devastação?
4. Que outras razões nos são dadas para nos regozijar? Rm 5:10, 11
Alguns comentaristas veem no verso 10 uma referência à vida de Cristo neste mundo, durante a qual Ele manteve um caráter perfeito e que agora Se oferece para creditar a nós. Embora certamente seja isso que a vida perfeita de Cristo realizou, Paulo parece ter enfatizado o fato de que, visto que Cristo morreu, Ele ressuscitou e está vivo para sempre (veja Hb 7:25). Porque Ele vive, nós somos salvos. Se Ele houvesse permanecido na sepultura, nossas esperanças teriam perecido com Ele. O verso 11 continua com as razões que temos para nos regozijar no Senhor, por causa do que Jesus realizou por nós.
Terça | Ano Bíblico: Is 41–44 |
A morte tragada
A morte é um inimigo, o último. Quando Deus criou a família humana, Seu propósito era que seus membros vivessem para sempre. Com poucas exceções, as pessoas não querem morrer; e os que desejam, só o desejam depois da maior angústia e sofrimento pessoal. A morte é contrária à nossa natureza mais básica.
E isso porque, desde o começo, fomos criados para viver para sempre. A morte deveria ser desconhecida para nós.
5. Qual foi o resultado mais funesto do pecado? Rm 5:12. O que isso explica?
Essa passagem das Escrituras tem levado os comentaristas a maiores discussões do que sobre a maioria das outras. Talvez a razão seja que, como notou o The SDA Bible Commentary, v. 6, p. 529, esses comentaristas "tentam usar a passagem para propósitos diferentes do que Paulo pretendia".
Um ponto sobre que discutem é: como o pecado de Adão passou para sua posteridade? Os descendentes de Adão compartilham a culpa do pecado dele, ou são culpados diante de Deus por seus próprios pecados? Embora as pessoas tentem obter a resposta a essa pergunta nesse texto, não é esse o assunto que Paulo está tratando. Ele teve em mente um objeto inteiramente diferente. Ele estava enfatizando o que já havia declarado: "Pois todos pecaram" (Rm 3:23). Precisamos reconhecer que somos pecadores, porque só assim sentiremos a necessidade de um Salvador. Aqui, Paulo tenta levar os leitores a perceber quão mau é o pecado e o ele que trouxe ao mundo por meio de Adão. Então, mostra o que Deus nos oferece em Jesus como único remédio para a tragédia trazida sobre nosso mundo pelo pecado de Adão.
Mas este texto só trata do problema, a morte em Adão – não da solução, a vida em Cristo. Um dos aspectos mais gloriosos do evangelho é que a morte foi tragada pela vida. Jesus passou pelos portais da sepultura e rompeu suas cadeias. Ele diz: "[Eu sou] aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno" (Ap 1:18). Porque Jesus tem as chaves, o inimigo não mais pode segurar suas vítimas na sepultura.
Qual foi sua experiência com a realidade e a tragédia da morte? Por que, em face de um inimigo tão inexorável, devemos ter nossa esperança em algo maior que nós mesmos ou maior que qualquer coisa que este mundo possa oferecer?
Quarta | Ano Bíblico: Is 45–48 |
A lei desperta a necessidade
Antes de ser dada a lei, o pecado já estava no mundo. Mas o pecado não é levado em conta quando não existe lei. Todavia, a morte reinou desde o tempo de Adão até o de Moisés, mesmo sobre aqueles que não cometeram pecado semelhante à transgressão de Adão, o qual era um tipo daquele que haveria de vir" (Rm 5:13, 14, NVI).
Sobre quê Paulo está falando aqui? A frase "antes de ser dada a lei" é paralela com a declaração "desde o tempo de Adão até o de Moisés". Ele fala do tempo no mundo desde a criação até o Sinai, antes da introdução formal dos estatutos e leis do sistema israelita, que incluíam, evidentemente, os Dez Mandamentos.
"Antes de ser dada a lei" significa até o detalhamento dos requisitos de Deus nas várias leis dadas a Israel no Sinai. O pecado existia antes do Sinai. Como não haveria de ser? Mentir, matar, adulterar e adorar ídolos não eram pecado antes disso? Evidentemente, sim!
6. Que outros textos revelam a realidade do pecado antes do Sinai?
É verdade que, antes do Sinai, a humanidade geralmente só tinha uma revelação limitada de Deus, mas obviamente conhecia o suficiente para ser considerada responsável. Deus é justo, e não vai punir ninguém incorretamente. No mundo anterior ao Sinai, as pessoas morriam, como Paulo assinala aqui. A morte passou a todos os homens. Embora não tivessem pecado contra um mandamento expressamente revelado, ainda assim, eles haviam pecado. Eles tinham as revelações de Deus por meio da natureza, às quais não haviam atendido e, deste modo, eram considerados culpados. "Desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus... têm sido vistos claramente...; de forma que tais homens são indesculpáveis" (Rm 1:20).
7. Com que propósito Deus Se revela mais completamente na lei? Rm 5:20, 21
A instrução dada no Sinai incluía a lei moral, embora ela existisse antes disso. Porém, de acordo com a Bíblia, essa foi a primeira vez que a lei foi escrita e extensamente proclamada.
Quando os israelitas começaram a se comparar com os requisitos divinos, descobriram que estavam muito aquém. Em outras palavras, "a ofensa" era demasiada. De repente, perceberam a extensão de suas transgressões. O propósito dessa revelação era ajudá-los a ver sua necessidade de um Salvador e induzi-los a aceitar a graça livremente oferecida por Deus. Como já destacamos, a verdadeira versão da fé no Antigo Testamento não era legalista.
Quinta | Ano Bíblico: Is 49–51 |
O segundo Adão
Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos" (Rm 5:18, 19).
8. Que contraste nos é apresentado no texto acima? Que esperança nos é oferecida em Cristo?
Como seres humanos, não recebemos de Adão nada a não ser a sentença de morte. Mas Cristo Se adiantou e passou pelo terreno em que Adão caiu, superando cada prova em lugar do ser humano. Ele redimiu o vergonhoso fracasso e a queda de Adão e, assim, como nosso substituto, nos apresentou em condições vantajosas diante de Deus. Consequentemente, Jesus é o "segundo Adão".
"O segundo Adão era um agente moral livre, responsável por Sua conduta. Cercado por influências intensamente sutis e enganosas, a fim de viver sem pecado, Ele Se encontrava em condições muito menos favoráveis que o primeiro Adão. Mas, entre os pecadores, Ele resistiu a cada tentação de pecar e manteve a inocência. Ele viveu sem pecado" (Comentários de Ellen G. White, The SDA Bible
Commentary, v. 6, p. 1.074).
9. Como são contrastados os atos de Adão e de Cristo em Romanos 5:15-19?
Veja as ideias antagônicas aqui: morte e vida; desobediência e obediência; condenação e justificação; pecado e justiça. Jesus veio e desfez tudo o que Adão havia feito!
É igualmente fascinante que a palavra dom ocorre quatro vezes nos versos 15 a 17 (a palavra dádiva ocorre 5 vezes na NVI). Quatro vezes! A lição é simples: Paulo enfatiza que a justificação não é comprada; ela vem como um presente. É algo que não merecemos, de que não somos dignos. Como todos os presentes, temos que aceitá-la e, no caso deste dom, nós o buscamos pela fé.
Qual foi o melhor presente que você já recebeu? Por que foi tão bom, tão especial? Como o fato de que foi um presente, e não algo que você comprou, faz você apreciá-lo ainda mais? Como esse presente pode começar a se comparar com o que temos em Jesus?
Sexta | Ano Bíblico: Is 52–55 |
Estudo adicional
Leia Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 470-472: "Auxílio na Vida Diária"; Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 383, 384: "Cristo, o Centro da Mensagem"; Patriarcas e Profetas, p. 60-62: "A Tentação e a Queda".
Muitos se enganam acerca do estado de seu coração. Não entendem que o coração natural é enganoso mais que todas as coisas, e perverso. Envolvem-se em sua própria justiça e se satisfazem em alcançar sua própria norma humana de caráter" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 320).
"Há grande necessidade de que Cristo seja pregado como única esperança e salvação. Quando a doutrina da justificação pela fé foi apresentada..., ela foi para muitos como água ao viajante cansado. O pensamento de que a justiça de Cristo nos é imputada, não por causa de qualquer mérito de nossa parte, mas como dom gratuito de Deus, afigurava-se um pensamento precioso" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 360).
"As provas são parte da educação recebida na escola de Cristo, para purificar os filhos de Deus da escória do que é terreno. É porque Deus está guiando Seus filhos que lhes sobrevêm experiências decisivas. Provas e obstáculos são Seus métodos escolhidos de disciplina e as condições por Ele indicadas para o êxito. Aquele que lê os corações humanos conhece suas fraquezas melhor do que eles mesmos as poderiam conhecer. Ele vê que alguns têm qualificações que, se apropriadamente dirigidas, poderiam ser usadas no avanço de Sua obra" (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 524).
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2010/li632010.html