Maçã podre
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti. Ezequiel 28:15
Uma maçã podre numa caixa estraga todas as outras. Mas quando Deus criou o mundo, tudo era perfeito. Não havia germes nocivos, morte ou lágrimas. Infelizmente, nesse mundo perfeito apareceu uma maçã podre que estragou a criação de Deus.
E a pergunta que surge é a seguinte: Se Deus é bom e todo-poderoso, por que não pegou essa maçã e a jogou no lixo, para evitar que ela estragasse as outras? Você não faria isso? Obviamente, estamos falando de Satanás.
Deus sabia que se Satanás continuasse vivendo, sua influência perniciosa se espalharia pela terra e resultaria em Hitler, Idi Amin, Stalin, Saddam Hussein e outros tiranos. Resultaria também em males como o câncer, AIDS, depressão, solidão, defeitos congênitos, alcoolismo, dependência de drogas, acidentes, crimes e divórcios. Em resumo: resultaria num mundo cheio de miséria e dor. Foi justo da parte de Deus deixar que toda essa miséria se espalhasse quando poderia ter cortado o mal pela raiz?
Vejamos a seguinte ilustração: Uma empresa tinha um diretor que era amado por seus gerentes e funcionários. O seu assistente o ajudava em tudo. Mas então esse assistente começou a espalhar o boato de que o diretor estava fraudando a empresa. Foi um golpe devastador num líder que sempre havia procurado ser honesto e leal. Pior ainda foi o fato de que entre os gerentes e funcionários houve quem acreditasse no boato.
O assistente havia preparado o terreno e conquistado simpatizantes. E quando ele fez essa denúncia, muitos acreditaram nele. Alguns até sugeriram que o conselho dos diretores deveria colocá-lo no lugar do diretor.
O diretor poderia tê-lo despedido. Mas pensou: "Mesmo os funcionários que confiam em mim podem desconfiar que eu tenha algo a esconder, pois demito quem discorda de mim. E funcionários que não confiam em seu líder, trabalham mal." Assim, o diretor permitiu que o seu assistente continuasse trabalhando. Mais cedo ou mais tarde a verdade apareceria.
E foi o que aconteceu. A empresa passou por um período difícil, todos perceberam que a acusação do assistente era falsa, e ele acabou pedindo demissão.
Tal e qual aquele presidente, Deus deu a Satanás tempo para que surgissem os frutos de sua obra. E ao derramar "o sangue do Filho de Deus, desarraigou-se Satanás das simpatias dos seres celestiais" (O Desejado de Todas as Nações, p. 761).
No seu devido tempo a maçã podre será, finalmente, jogada fora.
Deus Se antecipa à necessidade
E será que, antes que clamem, Eu responderei; estando eles ainda falando, Eu os ouvirei. Isaías 65:24
Ao se aposentar, Josué Ezaledo decidiu com a esposa mudar-se de Santo André, SP, para alguma cidade do interior paulista. Vendeu seu apartamento em abril de 2007, e tinha três meses para desocupá-lo. Seu desejo era ir para Hortolândia, onde tinha muitos amigos, mas descobriu que o dinheiro que havia sobrado da venda de seu apartamento não seria suficiente para comprar uma casa ali.
Nessa ocasião um pastor lhe falou a respeito da cidade de Pilar do Sul, o que o entusiasmou. Os três meses de prazo passaram rapidamente e eles tiveram de desocupar o apartamento. Ao término de um culto, outro pastor, sabendo de suas intenções e dificuldades os aconselhou dizendo: "Por que vocês não vão para Pilar do Sul? É uma cidade calma e boa para quem está aposentado, tem uma igreja pequena e muitas oportunidades de trabalhar para Cristo."
Devido à urgência, desta vez eles ouviram o conselho e decidiram visitar a cidade. Gostaram muito e encontraram uma casa com preço ao seu alcance. Pagaram uma parte e ficaram devendo o restante, que deveria ser pago em dez vezes.
Mas tiveram despesas extraordinárias e, após um mês, se defrontaram com o seguinte dilema: ou devolviam o dízimo ou pagavam a primeira prestação. Oraram a Deus, apresentando suas necessidades, e optaram por devolver o dízimo.
Aproximava-se o dia de pagar a prestação e ele não tinha o dinheiro. Em desespero, ajoelhou-se e clamou a Deus por auxílio. E após dez minutos começou a resposta de Deus. Recebeu um telegrama de sua irmã, que morava em São Paulo, dizendo ter recebido um telefonema da gerente do Banco em que era cliente, pedindo que ele entrasse em contato urgente com a agência. Seu coração bateu forte, pensando que teria mais alguma dívida para pagar. Mas ao telefonar, a gerente lhe disse que ao fazer uma revisão no seu Fundo de Garantia, notou que em 1970 ele havia deixado de receber uma pequena quantia, que agora já havia se transformado num bom dinheiro, o qual poderia ser retirado em qualquer agência da região, bastando para isso apresentar os seus documentos.
Ao desligar, algumas pessoas o viram chorando, por este milagre de Deus. Com o dinheiro recebido, ele não só pagou a primeira prestação, mas todas as dez, e ainda comprou alimentos e tudo o que necessitava.
Trinta e sete anos antes Deus havia retido aquele dinheiro, e o liberou na hora certa, como recompensa pela fidelidade do irmão Josué.
No corredor da morte
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará. Mateus 6:14
Michael Ross foi preso no Estado de Connecticut, EUA, e condenado à morte por violentar e matar oito mulheres. Enquanto aguardava a execução, escreveu algumas interessantes Reflexões Sobre o Perdão. Diz ele:
"Sou o pior dentre os piores em minha unidade. Matei mais pessoas do que o restante dos prisioneiros juntos, no corredor da morte. No entanto, pela graça de Deus, eu hoje tenho mais paz mental e mais liberdade do que os demais prisioneiros.
Não estou falando de liberdade física. A minha liberdade transcende o mundo físico. É uma liberdade que poucos compreendem; na verdade, muitas pessoas aqui na prisão zombam de mim quando falo sobre isso. A liberdade que experimento só pode ser alcançada através da graça de Deus.
Sou grato a Deus por ter-me perdoado os crimes que cometi contra a humanidade. Se as famílias de minhas vítimas algum dia serão capazes de me perdoar, eu não sei, embora eu ore para que elas consigam. O que sei é que Deus me ensinou a perdoar aqueles que me feriram, e aí reside grande parte da liberdade que desfruto" (Signs of the Times, julho, 1998, p. 18-22).
Ele descreve também o abuso mental e físico que sofreu de sua mãe, quando criança, e o ódio que dela sentia. Mas gradualmente, na prisão, descobriu que esse ódio o estava destruindo. Então um amigo lhe enviou alguns livros sobre o perdão, nos quais aprendeu que "o ressentimento é comparado a segurar uma brasa viva nas mãos, com a intenção de jogá-la no seu ofensor, enquanto você próprio se queima".
Após anos de apoio de seu conselheiro espiritual e de seus amigos, ele pôde finalmente dizer: "Eu a perdoo, mãe!" Não foi fácil enfrentar seu passado doloroso, mas durante esse período ele descobriu uma das grandes verdades da vida: Podemos encontrar paz interior somente quando nos convencemos de que precisamos mudar a nós próprios e não as pessoas que nos feriram.
Michael Ross foi executado no dia 13 de maio de 2005, após passar 18 anos no corredor da morte.
O perdão é um dos pontos básicos do cristianismo. Deus está disposto a nos perdoar, não importa quão longe tenhamos ido no pecado. Em troca, Ele nos pede que perdoemos aos nossos devedores.
Pode não ser fácil, mas o perdão é o caminho para a paz.
Deus é fiel
O Senhor é fiel em todas as Suas palavras e santo em todas as Suas obras. Salmo 145:13
José Ferraz de Almeida trabalhou por mais de 30 anos na colportagem. Em 1955 visitava clientes na zona rural de Bauru, SP, e região, pilotando sua reluzente moto vermelha, que viera substituir a velha bicicleta, companheira de trabalho por vários anos.
Certo dia entregou uma coleção de livros para um pequeno agricultor, mas este não tinha dinheiro para pagá-los. "O senhor pode confiar em mim", pediu o homem. "Dê-me seu endereço, e assim que receber o dinheiro de minha colheita irei até sua casa para fazer o pagamento." Contrariando seu costume, José Ferraz acabou deixando os livros com o cliente.
Algum tempo depois José sofreu um grave acidente com sua moto, fraturando o joelho direito. Por isso, precisou interromper seu trabalho por diversos meses. Como vivia exclusivamente da colportagem, a crise financeira logo bateu às portas.
Certo dia, ainda bem cedo, ele constatou que não havia mais alimento em casa, nem mesmo para o desjejum daquela manhã. Dirigindo-se ao quarto, pediu a providência divina, citando o Salmo 37:25: "Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão."
Minutos depois alguém bateu palmas no portão. Para sua surpresa, logo reconheceu o agricultor, que viera pagar os livros entregues meses antes. Deus enviara provisão, não apenas para um simples desjejum, mas para muitos dias.
Esse episódio foi relatado ao seu filho, Wilson Ferraz de Almeida, quando José estava com 89 anos, alguns meses antes de seu falecimento. Com emoção, ele concluiu: "Sabe, filho, tenho aprendido ao longo de todos esses anos que Deus começa a agir em nosso favor mesmo antes de lhe pedirmos. Posso imaginar que aquele homem se levantou bem de madrugada para caminhar cerca de uma hora até a estação de Pederneiras, onde tomou o trem das seis. Chegou a Bauru meia hora depois e caminhou mais uns dois quilômetros para chegar até nossa casa às sete da manhã e trazer a resposta imediata do Senhor ao meu pedido de socorro. Filho, como Deus é fiel! Em toda a minha vida tenho comprovado essa fidelidade!"
Por ocasião de seu funeral, a família se despediu dele cantando o hino 35 do Hinário Adventista, "Tu és Fiel, Senhor", um de seus hinos prediletos, na certeza de que Deus mais uma vez será fiel para resgatá-lo da morte na ocasião da ressurreição.
Ponte ou parede de separação?
Porque guardaste a palavra da Minha perseverança, também Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro. Apocalipse 3:10
Em nossa infância, eu e meus irmãos tivemos vários amigos de outras religiões, especialmente judeus, católicos, metodistas e luteranos.
De um modo geral, todos respeitávamos as crenças alheias.
Lembro-me, entretanto, de um incidente que mudou nosso relacionamento com os metodistas da cidade de Cachoeira do Sul, RS. Um garoto metodista, nosso amigo, costumava ir ao salão de jovens da igreja adventista local para jogar pingue-pongue.
Um dia, o pastor adventista o abordou dizendo: "Fulano, já que você vem sempre aqui para jogar, por que não se torna logo adventista?" E em seguida começou a dar-lhe estudos bíblicos, mostrando os pontos doutrinários em que os adventistas divergem dos metodistas.
O menino foi para casa e contou tudo aos pais, os quais ficaram furiosos e convocaram o pastor adventista à sua casa para um debate com o pastor metodista.
O encontro, que deveria ser amigável, degenerou em bate-boca e quase acabou na polícia. O garoto continuou nosso amigo, mas os pais adquiriram antipatia, não só pelo nosso pastor, mas também pela igreja adventista. E quando duas de nossas irmãs apareceram em sua loja para recoltar, foram postas a correr de lá.
Este incidente teve ainda um desdobramento secundário: alguns irmãos adventistas apoiaram a atitude do nosso pastor, dizendo que ele estava certo em "chamar o pecado pelo seu nome exato", e que não deveria mesmo haver aproximação com outras igrejas, pois não aceitamos o ecumenismo. E que, se a perseguição tiver que vir, que venha logo.
Outros, porém, entenderam que o pastor criou um antagonismo desnecessário com uma igreja cujos membros eram cidadãos amáveis e educados.
Jesus, em Seu sermão profético, disse aos discípulos que eles seriam entregues aos tribunais e às sinagogas, e açoitados e odiados por causa de Seu nome (Mc 13:9, 13). "Advertiu-os, porém, a que não se expusessem desnecessariamente à perseguição" (O Desejado de Todas as Nações, p. 355).
A perseguição virá. Mas não nos compete antecipá-la. Agora é o tempo de construir pontes de acesso ao evangelho e não paredes de separação, muitas vezes erigidas por orgulho, preconceito e exclusivismo.
Herança doutrinária
Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade. João 17:17
Os adventistas creem ter a verdade, pois baseiam inteiramente suas crenças nas Escrituras Sagradas, e não em uma mistura de Bíblia com tradição. Entretanto, temos uma grande dívida de gratidão para com muitos cristãos que nos precederam e descobriram verdades bíblicas que hoje também partilhamos.
Cremos, por exemplo, que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática. De quem herdamos esse conceito? De Lutero e Wycliffe. O mesmo temos de admitir quanto à doutrina da justificação pela fé. Lutero descobriu na Bíblia que os pecadores não são salvos pelas obras, mas pela fé em Cristo (Rm 5:1, 2; Ef 2:8, 9).
O nome de João Calvino se acha associado à doutrina da predestinação, na qual não cremos. Mas os adventistas e outros cristãos de fala inglesa devem aos seguidores de Calvino – os puritanos – a famosa versão bíblica King James. Em 1603, os puritanos solicitaram ao rei Jaime I, da Inglaterra, uma nova tradução da Bíblia, para ser usada nos cultos. E o rei designou 47 eruditos para executar essa tarefa.
Quem poderá avaliar os benefícios espirituais dessa tradução?
Os adventistas creem no batismo por imersão, mas não o inventaram. Os anabatistas e batistas o adotaram antes de nós, ao perceberem que Paulo considera o batismo um sepultamento (Rm 6:4), e que Jesus "saiu da água" após ter sido batizado (Mt 3:16, NTLH). Alguns deles, ao prosseguirem seu estudo da Bíblia, descobriram o sábado como dia santificado, e passaram a observá-lo.
No século 18 milhões de crentes temiam que Deus os houvesse predestinado para a perdição. Então John Wesley descobriu que a salvação é para todo aquele que crê (Jo 3:16). Hoje, os adventistas pregam que a graça de Deus é gratuitamente concedida aos homens. Graças a Deus pela contribuição de John Wesley e dos metodistas.
Wycliffe acreditava no sono inconsciente entre a morte e a ressurreição. Lutero ensinava que a morte em Cristo é um sono doce e breve. Os adventistas são gratos a eles e a muitos outros por essa mesma compreensão.
Pioneiros, como Hiram Edson, Frederick Wheeler (através da batista do sétimo dia, Rachel Oakes), Ellen Harmon, José Bates, Tiago White e muitos outros trouxeram de suas igrejas de origem muitas verdades que hoje fazem parte de nosso corpo doutrinário. Em troca, oferecemos a todos os cristãos uma nova compreensão da obra de Cristo no santuário celestial.
Devemos ser gratos a todos por sua contribuição à verdade.
Satanás tirou-lhe a vida...
Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Efésios 6:12
Em outubro de 1979, quando o Pastor Malton Braff era presidente da Missão da África Ocidental, com sede em Dacar, no Senegal, ocorreu um fato extraordinário na cidade de Zinguinchor, interior daquele país. O ocorrido é totalmente digno de crédito, porque foi presenciado por inúmeras pessoas e acompanhado pelo Pastor Albert Sadio, homem consagrado e experiente.
Kinta era uma moça natural da Guiné-Bissau. Um dia resolveu fixar residência no Senegal, onde conheceu um rapaz chamado Orlando, de quem se tornou namorada. Ambos entraram em contato com os adventistas e passaram a receber estudos bíblicos do Pastor Sadio.
Quando ainda morava na Guiné-Bissau, Kinta convivera com um homem, o qual abandonara ao vir para o Senegal. O ex-amante, inconformado com a situação, sabendo que Kinta estava noiva e aceitara o cristianismo, contratou o maior feiticeiro da Guiné-Bissau para matá-la.
O feiticeiro localizou a jovem, que estava hospedada em uma residência familiar na cidade de Zinguinchor, e apresentando-se como tio de Kinta, foi logo recebido com muita alegria. Na África as famílias são muito numerosas e, por essa razão, o feiticeiro se fez passar por tio de Kinta sem despertar qualquer suspeita. Poucos minutos depois, parentes e amigos da jovem, moradores das redondezas, estavam reunidos naquela casa para comemorar a chegada do suposto parente.
Por volta das onze horas da noite, o feiticeiro, que por diversas vezes tentara ficar a sós com a moça e não conseguira, convidou-a para entrar (estavam no quintal, em virtude do calor), dizendo-lhe que trazia uma encomenda especial para ela. Os demais também a acompanharam para dentro da casa.
O feiticeiro chamou Kinta a um canto e olhou fixamente nos olhos dela. A moça caiu imediatamente para trás. Seguiu-se uma grande confusão, o que permitiu a fuga do feiticeiro. Ninguém teve dúvida de que aquilo era obra de feitiçaria.
Orlando e os demais tentaram, por todos os meios conhecidos, reanimar a jovem, que, no entanto, permanecia imóvel, pálida, sem respirar e sem pulso. Logo seus músculos se enrijeceram, indicando que nada mais havia a ser feito por ela senão prepará-la para o sepultamento.
Leia amanhã o final eletrizante dessa história.