sábado, 30 de outubro de 2010

Os Sábados de Colossenses 2:16 – Parte 1

Os Sábados de Colossenses 2:16 – Parte 1

Um internauta tem desafiado este moderador a explicar Colossenses 2:16. Como tenho um material pronto sobre o assunto – e grande – irei disponibilizá-lo em partes. Espero que o amigo de outra confissão religiosa permita ao Espírito Santo guiá-lo, ao invés de se deixar levar pelos artigos do CACP ou do ICP…

Leiamos o texto: "Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber ou por causa dos dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados".

Existem pelo menos três interpretações sobre os "sábados" de Colossenses 2:16:

1) O texto se refere ao sábado semanal e, portanto, indica que o 4º mandamento não tinha mais importância na era cristã, ou seja, foi abolido;

2) O texto se refere ao sábado semanal, mas, Paulo não está dizendo que o mesmo deixou de ser importante. Está apenas condenando a maneira errada que o dia estava sendo observado na igreja de Colossos;

3) O texto está tratando dos chamados "sábados cerimoniais" ou anuais, que faziam parte das festas judaicas que apontavam para o Messias, o Salvador.

Analisaremos os três posicionamentos para vermos qual deve ser descartado. Antes, convém entendermos o contexto interno do livro de Paulo aos Colossenses para sabermos se a questão abordada pelo apóstolo é ou não o dia de guarda.

Breve análise do contexto interno da carta aos Colossenses

Paulo escreveu a carta aos Colossenses por volta do ano 61 d.C e ele começa, já no capítulo 1, defendendo a supremacia de Cristo. Isso indica que um dos problemas enfrentados na igreja era a respeito da Divindade do Salvador. Que haviam alguns hereges questionando se o Salvador era ou não o personagem central da salvação podemos ver no capítulo 2 dos versos 6 à 9:

"Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão. Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo. Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade".

Perceba que o apóstolo recomenda que os cristãos de Colossos tenham cuidado com os falsos ensinos a respeito de Cristo. Havia pessoas na igreja (provavelmente gnósticos) que negavam a supremacia e Divindade do Salvador e que ensinavam outras heresias maléficas. Veja a lista de heresias que Paulo refuta:

a) Cristo não é superior aos anjos, ou seja, a Divindade dEle estava sendo questionada – Colossenses 2:3, 4, 8, 9;

b) O que é material é mau, até mesmo comidas puras e o próprio corpo – Colossenses 2:16; 21 e 23 (atente para a expressão "severidade com o corpo", que se refere a um espécie de auto-penitência, ensinada pelos ascetas);

c) Adoração a anjos e falsas visões – Colossenses 2:18.
Nos demais capítulos (3 e 4), o apóstolo se preocupa em passar instruções à igreja sobre o viver santo, a responsabilidade diante da sociedade e da família e acerca da importância de orar e proceder bem com os de fora da igreja.

Não é coisa simples identificar todos os problemas que Paulo estava enfrentando com a igreja de Colossos, mas, de uma coisa podemos ter certeza: em Colossenses 2:16, ele não está sendo contra a observância de um dia religioso, pois esse não era o problema em questão. Além disso, o Sábadonunca foi uma heresia para que pudesse ser combatido pelo apóstolo. Se guardar o Sábado fizesse parte das heresias de Colossos, então o próprio Deus foi um "herege" ao criar o mandamento (Gênesis 2:1-3; Êxodo 20:8-11), e Paulo foi pior ainda, pois era um fiel guardador do mandamento (veremos adiante). Portanto, seja o que for que Paulo esteja combatendo na carta, não é a observância correta de dias religiosos.

Isso precisa ficar bem claro logo de início para podermos fazer um estudo sério e honesto da Palavra de Deus.

Analisemos os três posicionamentos que os cristãos têm apresentado a respeito de Colossenses 2:16:

FONTE: http://novotempo.com/namiradaverdade/?s=Colossenses+2:16

Os Sábados de Colossenses 2:16 – Parte 2

Os Sábados de Colossenses 2:16 – Parte 2

Primeiro posicionamento: O texto indica que o 4º mandamento foi abolido

Além de Colossenses 2:16, os que assim se posicionam usam textos como Isaías 1:13, Oséias 2:11, Colossenses 2:14-17, etc (poderá solicitar gratuitamente à Escola Bíblica estudos sobre tais versos, entre outros que são mal interpretados), para dizer que o mandamento do sábado não está mais em vigor em nossos dias. Alguns que adotam essa tese são: o Pr. João Flávio Martinez, do Centro Apologético "Cristão" de Pesquisas (CACP) e Natanael Rinaldi, do Instituto "Cristão" de Pesquisas (ICP). Citam mais frequentemente Colossenses 2:14-17 porque a passagem explicitamente fala de haver Cristo "cravado algo na cruz" (verso 14). Na compreensão deles, o que foi "cravado na cruz" foi a Lei.

Eles também argumentam que a palavra "sábado" ocorre aproximadamente 60 vezes no Novo Testamento e, se Colossenses 2:16 não estivesse tratando do Sábado semanal, seria a única vez na Bíblia que a palavra seria empregada de maneira diferente. Os adeptos da segunda teoria que estudaremos logo mais também raciocinam dessa forma, só que defendem a perpetuidade do mandamento.

A interpretação de que Colossenses está anulando a lei do Sábado está errada pelas seguintes razões:

1) A Lei de Deus, mesmo não sendo o meio de salvação (somos salvos pela graça – Efésios 2:8, 9), é o padrão de conduta para todo crente que está sendo santificado pelo Espírito Santo: "Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos". Efésios 2:10.

Claramente o verso de Efésios diz que não somos salvos pelas mas para praticarmos boas obras. É por isso que Jesus diz que o cristão é "o sal da terra" e a "luz do mundo" (Mateus 5:13, 14). Sem obras, não podemos "dar sabor" (propósito do sal) à vida das pessoas e nem "iluminá-las";

2) A Lei é o padrão de julgamento porque indicará se a nossa fé nos transformou ou não: "Eis que venho em breve! A minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez". Apocalipse 22:12. "Falem e ajam como quem vai ser julgado pela lei da liberdade". Tiago 2:12."Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta". Tiago 2:17. "Aquele que diz: 'Eu o conheço', mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele". 1 João 2:4. "Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos". João 14:15. Os anjos não são oniscientes como Deus e, por isso, precisam ver (assim como as pessoas a quem testemunhamos) que realmente aceitamos a Jesus e que vivemos como Ele viveu (1 João 2:6).

3) Sendo o padrão do julgamento divino e um reflexo do caráter amoroso dEle, a Lei é eterna: "Há muito aprendi dos teus testemunhos que tu os estabeleceste para sempre". Salmo 119:152. "Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra". Mateus 5:17, 18 (Palavras de Jesus ). "Anulamos então a Lei pela fé? De maneira nenhuma! Ao contrário, confirmamos a Lei". Romanos 3:31.

Bíblia de Estudo Plenitude (Sociedade Bíblica do Brasil), elaborada por vários estudiosos evangélicos, afirma em sua nota de rodapé a respeito de Romanos 3:31:

"As leis morais de Deus não são abolidas pelo evangelho de Cristo. Ao invés disso, todo o plano de salvação, incluindo a obediência de Cristo à Lei por nós e sua morte para pagar a penalidade por termos violado a Lei, mostra que os padrões morais de Deus são eternamente válidos".

E, de acordo com Êxodo 20:1-17 e Deuteronômio 5:1-21, o mandamento do Sábado é de ordem moral!

4) O livro de Atos foi escrito aproximadamente 62 anos depois da morte de Cristo na cruz e nele podemos ler que o Sábado continuou sendo observado como dia religioso pelos seguidores de Jesus (ver textos no item 5): "De Perge prosseguiram até Antioquia da Pisídia. No sábado, entraram na sinagoga e se assentaram". Atos 13:14. "O povo de Jerusalém e seus governantes não reconheceram Jesus, mas, ao condená-lo, cumpriram as palavras dos profetas, que são lidas todos os sábados". Atos 13:27.

5) Paulo era um observador do Sábado. Era o dia preferido para ele pregar o evangelho. Portanto, não poderia em um lugar guardar Sábado e noutro texto dizer que o mesmo foi "abolido". Seriaincoerente o apóstolo agir de um jeito e ensinar outra coisa"Quando Paulo e Barnabé estavam saindo da sinagoga, o povo os convidou a falar mais a respeito dessas coisas no sábado seguinte. No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra do Senhor". Atos 13:42, 44. "No sábado saímos da cidade e fomos para a beira do rio, onde esperávamos encontrar um lugar de oração. Sentamo-nos e começamos a conversar com as mulheres que haviam se reunido ali". Atos 16:13 (Veja que dica maravilhosa Paulo nos dá para observarmos o Sábado: sairmos da correria da cidade e irmos em meio à natureza, próximo a um rio, para orarmos, descansarmos e louvarmos a Deus!). "Segundo o seu costume, Paulo foi à sinagoga e por três sábados discutiu com eles com base nas Escrituras". Atos 17:2. Veja que Paulo não guardava o Sábado para "agradar os judeus". Era costume dele obedecer ao mandamento. Fazia parte do estilo de vida dele! Mesmo porque, em Atos 16:13, quando guardou o Sábado, ele estava em território Macedônico (a norte da Grécia) e não em território judeu!

"E, uma vez que tinham a mesma profissão, ficou morando e trabalhando com eles, pois eram fabricantes de tendas. Todos os sábados ele debatia na sinagoga, e convencia judeus e gregos".Atos 18:3, 4. Paulo não construía tendas aos Sábados, obedecendo ao mandamento de Êxodo 20:8-11. De acordo com Atos 18:11, o apóstolo ficou um ano e meio em Corinto, o que indica que só nessa cidade ele guardou 78 Sábados! Não há como ter dúvidas de que o dia do Senhor não é (e nunca será) o domingo! (Quando à falsa interpretação de Apocalipse 1:10, solicite à Escola Bíblica – escolabiblica@novotempo.org.br uma resposta sobre o assunto).

6) Deus disse para "lembrarmos" do Sábado. Não haveria necessidade de tal ênfase no mandamento se ele estivesse sendo abolido em Colossenses 2:16. "Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo". Êxodo 20:8.

7) Em Apocalipse 14:6-12 há os Três Últimos Recados de Deus à Humanidade, conhecidos como "Três Mensagens Angélicas". Elas estão no contexto do "evangelho eterno" (Apocalipse 14:6), indicando que fazem parte do mesmo.

A primeira mensagem (ou recado) é uma ordem para guardarmos o Sábado como memorial do Deus Criador e memorial do Deus Salvador: "Ele disse em alta voz: 'Temam a Deus e glorifiquem-no, pois chegou a hora do seu juízo. Adorem aquele que fez os céus, a terra, o mar e as fontes das águas'". Essas palavras em destaque estão parafraseando Êxodo 20:11, que nos dá razão para santificarmos o sétimo dia! "Pois em seis dias o SENHOR fez os céus e a terra, o mar…".

8) Não devemos dizer que a Lei do Senhor foi abolida por que assim estaremos desrespeitando ao Juiz de toda a terra. Davi, o homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22), disse que já nos dias dele a Lei estava sendo ignorada e profetizou que um dia o Justo Juiz (João 5:22) virá para julgar tais pessoas: "Já é tempo de agires, SENHOR, pois a tua lei está sendo desrespeitada." Salmo 119:126.

9) Na Nova Terra iremos observar o sétimo dia (Isaías 66:23) da semana para louvar o Criador e também a Festa de Lua Nova, período mensal em que comeremos da árvore da vida, segundo Apocalipse 22:2.

"'De uma lua nova a outra e de um sábado a outro, toda a humanidade virá e se inclinará diante de mim', diz o SENHOR". Isaías 66:23.

Se o Sábado será celebrado na Nova Terra, precisamos nos acostumar a observá-lo nos dias de hoje, antes da volta de Jesus! (ler Hebreus 3:13).

OBSERVAÇÃO SOBRE O ÍTEM NÚMERO 3, a respeito de Mateus 5:17, 18:

O próprio Cristo tinha por costume guardar o Sábado: Lucas 4:16, 31. Mulheres piedosas como Maria faziam o mesmo (Lucas 23:54-56). Como lemos em Mateus 5:17, 18, Jesus não aboliu a lei; a palavra grega para "cumprir" (pleroo), empregada em Mateus 5:17 significa "completar", "encher". Isso indica que ao curar no Sábado (João 5:1-14) e colher espigas para se alimentar no dia santo (Mateus 12:1-8), Cristo não estava abolindo o mandamento, mas, "completando-o", dando-lhe o verdadeiro significado (que havia sido distorcido pelos líderes judeus da época). Ela tinha poder para isso porque é o "Senhor do Sábado" (Mateus 12:8; Marcos 2:28). Cristo não era contra o mandamento, mas sim contra a maneira errada como era observado naqueles dias.

FONTE: http://novotempo.com/namiradaverdade/?s=Colossenses+2:16

Os Sábados de Colossenses 2:16 – Parte 3

Os Sábados de Colossenses 2:16 – Parte 3

Segundo posicionamento: O Sábado mencionado em Colossenses 2:16 é o semanal. Paulo não está combatendo o mandamento, mas sim uma maneira errada de guardar o dia, ensinada pelos hereges em Colossos.

Essa é a posição de alguns teólogos, inclusive adventistas. Entre eles, se destaca o Dr. Samuelle Bacchiocchi, que foi o único não católico a defender uma tese doutoral na Universidade do Vaticano. Ele diz que o termo "Sábado" não poderia ser um sábado cerimonial por várias razões, entre elas:"Uma outra indicação significativa insurgindo contra os sábados cerimoniais, é o fato de que estes já estão incluídos nas palavras 'dias de festa' e se 'sábado' (grego sabbaton) significasse a mesma coisa, haveria uma repetição desnecessária". (BACCHIOCCHI, Samuelle. Do Sábado para o Domingo, pág. 317. Tradução de Azenilto Brito.)

A série de dias mencionados em Colossenses 2:16: "dias de festa (festividades anuais), lua nova (período mensal) e sábados" (período semanal), quando comparada com outros textos bíblicos, dá a entender que Colossenses trata do sábado semanal. Entretanto, no Antigo Testamento, nem sempre esta ordem de "festividades anuais", "festa mensal" e "festa semanal" aparece. Leia em oração os textos a seguir e veja as diferenças e semelhanças com a construção frasal de Colossenses 2:16:

• 2 Reis 4:23 – Um período mensal (sábado) e outro semanal (Lua Nova);
• Isaías 66:23 – Um período mensal e outro semanal;
• Ezequiel 46:1 – Período semanal e mensal;
• Amós 8:5 – Período mensal e semanal;
• 1 Crônicas 23:31 – Período semanal, mensal e festas fixas anuais (dificilmente ocorreria aqui uma repetição desnecessária, como diz do Dr. Bacchiocchi);
• 2 Crônicas 2:4 – Período semanal, mensal e outro de festividades anuais;
• 2 Crônicas 8:13 – Período semanal, mensal e de festas anuais;
• 2 Crônicas 31:3 – Período semanal, mensal e outro de festividades;
• Neemias 10:33 – Um período Semanal, um mensal e outro de festividades anuais;
• Isaías 1:13 – Período mensal, semanal e de festas anuais.
• Ezequiel 45:17 – Período mensal, semanal e outro de festividades anuais.
• Ezequiel 46:3 Período semanal e outro mensal.
• Oséias 2:11 Período mensal, semanal e festividades anuais.

Perceba que a semelhança das construções das frases dá a entender que Colossenses 2:16 segue a mesma ordem de eventos, culminando com um período semanal.

Ao explicar o porquê de o Sábado estar sendo mencionado na carta aos Colossenses, Bacchiocchi diz: "… podemos estabelecer que o sábado é mencionado na passagem não no contexto de uma discussão direta a respeito da obrigação da lei, mas sim no contexto de crenças e práticas sincretistas (que incorporava elementos do Velho Testamento, indubitavelmente para prover justificativas para seus princípios ascéticos) advogados pelos "filósofos" colossenses. Não somos informados de que tipo de observância de sábado esses mestres promoviam, todavia, na base da ênfase que davam à escrupulosa adesão a "regulamentos", aparentemente o dia devia ser observado de um modo rigoroso e supersticioso". (Ibidem, pág. 307).

Ele continua:

"O fato então que no contexto de Colossenses 2 o "termo "lei" (grego nomos) se encontra ausente . . . da controvérsia" corrobora o que dissemos anteriormente, a saber, que a heresia colossense não se baseava no costumeiro legalismo judaico, mas sim nos incomuns (sincretísticos) tipos de regulamentos ascéticos e cúlticos, que minavam toda a suficiência da redenção de Cristo.

Significado do termo "escrito de dívida" que foi "pregado na cruz"

Aqui voltamos ao argumento dos pastores João Flávio Martinez e Natanael Rinaldi (citei apenas alguns) de que "o que foi cravado na cruz, de acordo com Colossenses 2:14, foi a Lei". Na interpretação de Bacchiocchi e de outros estudiosos, o que foi encravado na cruz não foi a Lei. Isso porque o termo grego para a expressão "escrito de dívida" (cheirographon) não se refere à Lei, mas sim a um "certificado de dívida" (de pecado), resultante de nossas transgressões. Deus removeu na cruz não a Lei, mas a possibilidade de cobrança contra os que foram perdoados por Cristo. Cristo removeu na cruz a possibilidade de condenação do ser humano! Ver Romanos 8:1.

Em sua tese, Bacchiocchi sugere que o Sábado semanal está sendo abordado no texto, só que não a validade do mandamento em si, mas a forma errada como estava sendo guardado e ensinado pelos hereges de Colossos. Logo no início desta carta mencionei as heresias que estavam surgindo na igreja (Cristo é inferior, adoração a anjos, etc.) e que o Sábado jamais poderia fazer parte delas, sendo que o próprio Paulo o respeitava!

Portanto, os teólogos que usam Colossenses 2:14-16 para dizer que a Lei de Deus e o Sábado foram "cravados na cruz", não têm base bíblica e muito menos lingüística para tal afirmação.

Terceiro posicionamento: O texto de Colossenses 2:16 está fazendo menção aos sábados "cerimoniais" ou festas anuais (Levítico 23), que apontavam para Cristo.

Assim como o Dr. Bacchiocchi, o grande apologista e pastor Francis D. Nichol também admite que a palavra Sábado aparece 60 vezes no Novo Testamento. Mas, para ele, as 59 vezes em que aparece se tratam do Sábado semanal e na sexagésima (Colossenses 2:16), é um Sábado cerimonial que está em questão. Esta festa cerimonial estaria apontando para Cristo (Colossenses 2:17) e, na compreensão dele (e de outros estudiosos) é sobre este tipo de "dia de descanso" cerimonial que Paulo está discutindo. A argumentação é que "o sábado jamais poderia ser uma sombra, como afirma Colossenses 2:17, de um evento futuro – a salvação em Cristo – sendo que foi criado no passado, no Édem". Também, que o termo "ordenanças", usado em Colossenses 2:14, se refere às ordenanças e leis cerimoniais do Antigo Testamento e, a expressão "escrito de dívida", poderia ser"uma referência à lei mosaica, especialmente tal como a interpretavam os judeus. A semelhança da linguagem com Efé. 2: 15 e a proximidade entre as duas epístolas, fez pensar que o "escrito de dívida" e a "lei dos mandamentos em forma de ordenanças" são uma mesma coisa…". (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia).

[Finalizo no próximo artigo]

FONTE: http://novotempo.com/namiradaverdade/?s=Colossenses+2:16

Os Sábados de Colossenses 2:16 – Parte 4

Os Sábados de Colossenses 2:16 – Parte 4

Nichol argumenta:

"Nenhuma dessas referências (59 encontradas) sugere que o Sábado havia perdido, estava em processo de perder, ou deveria perder algo da santidade que o havia distinguido até ali. Portanto, se o Novo Testamento ensina a abolição do Sábado, este ensino deve ser encontrado nessa única sexagésima referência" (NICHOL, Francis de. "Respostas a Objeções – Uma defesa bíblica da doutrina adventista", pág. 148).

O mesmo escritor tem um comentário importante sobre a abolição da lei:

"… a alegação de que o Decálogo (Dez Mandamentos) foi abolido na cruz assume um caráter monstruoso e sacrílego. Quando Cristo morreu na cruz, foi mudada a natureza moral de Deus? É um sacrilégio fazer essa pergunta. Enquanto Deus for de natureza imutável, os princípios morais que irradiam de Sua natureza permanecem imutáveis. Enquanto a natureza de Deus abominar a mentira, o furto, o homicídio, o adultério, a cobiça e os falsos deuses, o Universo, até às suas extremidades mais remotas, será controlado por leis morais contra esses maus atos". (Ibidem, pág. 141.)

Outros estudiosos também afirmam que os Sábados mencionados são os cerimoniais, e isso com base em Levítico 23:3, 27 e 38, que fazem distinção entre os aspectos moral e o cerimonial do Sábado:

"Em seis dias realizem os seus trabalhos, mas o sétimo dia é sábado [não o domingo!], dia de descanso e de reunião sagrada. Não realizem trabalho algum; onde quer que morarem, será sábado dedicado ao SENHOR." Levítico 23:3 – Sábado semanal.

"O décimo dia deste sétimo mês é o Dia da Expiação. Façam uma reunião sagrada e humilhem-se, e apresentem ao SENHOR uma oferta preparada no fogo. É um sábado de descanso para vocês, e vocês se humilharão. Desde o entardecer do nono dia do mês até o entardecer do dia seguinte vocês guardarão esse sábado". Levítico 23:27 e 32 – Sábado anual.

"Além dos sábados do Senhor…" Levítico 23:38 – segundo essa linha de estudiosos, aqui é feita uma separação entre os Sábados cerimoniais e morais.

Vejamos a opinião de alguns eruditos evangélicos a respeito de Colossenses 2:16:

Albert Barnes, presbiteriano:

"Não há nenhuma evidência nessa passagem de que Paulo ensinasse que não havia mais obrigação de observar qualquer tempo sagrado, pois não há a mais leve razão para crer que ele quisesse ensinar que um dos Dez Mandamentos havia cessado de ser obrigatório á humanidade. Se ele tivesse escrito a palavra 'o sábado', no singular, então, certamente estaria claro que ele quisesse ensinar que aquele mandamento (o quarto) cessou de ser obrigatório, e que o sábado não mais deveria ser observado. Mas o uso do termo no plural, e a sua conexão, mostram que o apóstolo tinha em vista o grande número de dias que eram observados pelos hebreus como festivais, como uma parte de sua lei cerimonial e típica, e não a lei moral, ou os Dez Mandamentos. Nenhuma parte da lei moral – nenhum dos Dez Mandamentos – poderia ser referido como 'sombra das coisas futuras'. Estes mandamentos são, pela natureza da lei moral, de obrigação perpétua e universal". ("Notes on the Testament". Citado por Arnaldo B. Christianini em Sutilezas do Erro, pág. 125).

Adam Clarke, metodista:

"… O sábado semanal se apóia numa base mais permanente, tendo sido instituído no Éden, para comemorar o término da criação em seis dias. Levítico 23:38 expressamente distingue 'o sábado do Senhor' dos outros sábados. Um preceito positivo é bom porque é ordenado e deixa de ser obrigatório quando ab-rogado; um preceito moral é mandato eterno, por ser eternamente justo".(CLARKE (Comentário Bíblico), Adam. Vol. 6, pág. 524. Ibidem, pág. 70.)

"O que foi dito anteriormente é suficiente para esclarecer que Paulo jamais pretendeu abolir, em Colossenses 2:16 e 17, a obrigatoriedade moral do quarto mandamento, que por ter sido instituído na criação (Gênesis 2:1-3) e fazer parte da lei moral (Êxodo 20:8-11), também é um mandamento 'santo justo e bom'(Romanos 7:12)". (TIM, Alberto Ronald. "O Sábado nas Escrituras", págs. 70, 71).

Jamieson, Fausset e Brown (comentaristas evangélicos muito reconhecidos) dizem que os Sábados anuais "tiveram um fim com os serviços judaicos aos quais pertenciam". E continuam: "O sábado semanal repousa sobre um fundamento mais permanente, tendo sido instituído no Paraíso para comemorar o término da criação em seis dias" . (Citado por Francis D. Nichol em "Resposta a Objeções – Uma defesa bíblica da doutrina adventista", pág. 146. Casa Publicadora Brasileira, 2005.)

Conclusão:

1) O primeiro posicionamento dos teólogos a respeito de Colossenses 2:16 (de que o mandamento foi abolido) precisa ser totalmente descartado pelos cristãos, pois o tema em questão na carta de Paulo (entre os outros já mencionados) não é a observância ou não de um dia, mas a forma herética como os dias eram observados e heresias que se infiltravam na igreja. Isso fica claro no contexto (capítulo 2) onde o apóstolo combate vários ensinamentos errados;

2) A guarda do Sábado nunca foi considerada uma heresia. Mesmo porque (a) Deus a instituiu – Gênesis 2:1-3 e (b) o próprio Paulo guardava o Sábado;

3) O segundo posicionamento a respeito de Colossenses (de que Paulo fala de um sábado semanal que estava carregado dos exageros e heresias dos ascetas de Colossos) pode ser aceito levando-se em conta o contexto e outros versos bíblicos em que a expressão "dias de festa, lua nova ou sábados" indica uma seqüência anualmensal semanal;

4) O terceiro posicionamento sobre Colossenses 2:16 (de que os sábados são os cerimoniais) também é apoiado por alguns textos bíblicos (como, por exemplo, Levítico 23:3 e 27, 28 que distinguem o Sábado semanal do Sábado anual) e pode ser aceito.

Repetindo: a primeira tese que diz ter sido o Sábado abolido não tem base bíblica. As outras duas podem ser aceitas, pois, apesar de usarem "caminhos" diferentes, chegam ao mesmo destino: o Sábado foi e sempre será um memorial da criação e um dia separado para a comunhão com o Criador. É um Sinal de fidelidade entre Deus e os Seus filhos (Ezequiel 20:12, 20 – o contexto do verso 20 deixa claro que o Sábado não é um sinal apenas entre Deus e os povo judeu. É entre o Criador e TODOS os que foram criados por Ele!).

Deixo-lhe alguns textos bíblicos para reflexão:

"Feliz aquele que age assim, o homem que nisso permanece firme, observando o sábado para não profaná-lo, e vigiando sua mão para não cometer nenhum mal". Isaías 56:2.

"Os que amam a tua lei desfrutam paz, e nada há que os faça tropeçar". Salmo 119:165.

NOTA: Espero que os amigos que não observam o sétimo dia escolham um dos dois últimos posicionamentos e jamais o primeiro, por ser uma heresia.

FONTE: http://novotempo.com/namiradaverdade/?s=Colossenses+2:16

Novo estudo sobre Colossenses 2:16 prova que Paulo não era contra o sábado

Novo estudo sobre Colossenses 2:16 prova que Paulo não era contra o sábado

Um novo estudo sobre Colossenses 2:16 demonstrou que o ensino adventista sobre o texto é o baseado na Bíblia.

Se você lê inglês (estou fazendo um curso para aprender o idioma, pois, faz muita falta), recomendo que adquira o livro Judging the Sabbath: Discovering What Can't Be Found in Colossians 2:16("Julgando o Sábado: Descobrindo o que não pode ser encontrado em Colossenses 2:16"). O material é da autoria do Dr. Ron Du Preez e pode ser adquirido no sitehttp://www.andrews.edu/universitypress/catalog.cgi?key=195

O resultado da pesquisa foi mencionado pelo Dr. Alberto R. Timm, reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia em seu livro O Sábado na Bíblia, p. p. 71 e 72. O livro é o mais novo lançamento sobre a doutrina do sábado e pode ser adquirido com a editora Casa Publicadora Brasileira pelo telefone 0800-979 0606 ou pelo site www.cpb.com.br

A seguir, um trecho do livro do Dr. Timm que mostra o estudo realizado por Preez. Espero que goste e sirva de estudo para aqueles que teimam em utilizar de forma indevida Colossenses 2:16 na tentativa de invalidar a Lei eterna (Salmo 119:152) de Deus:

"A maioria dos intérpretes vê a expressão 'dia de festa, ou lua nova, ou sábados' como uma progressão anual/mensal/semanal. Identificando o termo 'sábados' (grego sabbáton) com o sábado do sétimo dia, tais intérpretes sugerem que, com a morte de Cristo na cruz, a observância do sábado perdeu seu significado. Lógica como possa parecer, essa teoria é inaceitável…

"Um dos motivos é o significado da própria expressão 'dia de festa, ou lua nova, ou sábados', à luz do Antigo Testamento. Comentaristas sugerem nove diferentes passagens (ver Nm 28-29; 1Cr 23:29-31; 2Cr 2:4; 8:12, 13; Ne 10:33; Ez 45:13-17; 46:1-15; Os 2:11) como possíveis antecedentes à referida expressão. Mas um estudo exegético, lingüístico, estrutural, sintático e intertextual de Colossenses 2:16 com esses textos, desenvolvidos por Ron Du Preez, constatou que o verdadeiro antecedente dessa expressão está em Oséias 2:11, que diz: 'Farei cessar todo o seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus sábados e todas as suas solenidades'. Enquanto os dias de 'festa' (hebraico hag; grego heorte) dizem respeito às 'três festas de peregrinação da Páscoa, do Pentecostes e dos Tabernáculos, os 'sábados' (hebraico sabbat; grego sábbata) se referem às três celebrações adicionais das Trombetas, da Expiação e dos Anos Sabáticos… Em segundo lugar… Somente os 'sábados' cerimoniais judaicos, instituídos no Sinai (ver Lv 23), podem ser qualificados como 'ordenanças' e 'sombras' (Cl 2:17). O 'sábado' do sétimo dia, instituído na semana da criação (ver Gn 2:2, 3), é de natureza moral e não pode ser qualificado como mera 'sombra das coisas que haviam de vir' [os oponentes precisam entender que o sábado semanal, por ser um memorial de um evento passado – a criação – não pode ser uma "sombra de Cristo". Ler Êxodo 20:8-11]. Assim, de acordo com Ron Du Preez, "o 'sábado' de Colossenses 2:16 deve ser necessariamente entendido como se referindo aos sábados cerimoniais da antiga religião hebraica, e não ao sábado do sétimo dia entesourado explicitamente no Decálogo"".

Espero que esse estudo ajude-o (a) a reforçar sua fé e que ao mesmo tempo cale os críticos que teimam em tirar Colossenses 2:16 de seu contexto. Lembrem-se os oponentes que o texto está no contexto de heresias ensinadas em Colossos (v.v 18, 21 e 23) e que os sábados morais e cerimoniais nunca foram heresias. Do contrário, o próprio Deus que os estabeleceu seria um herege.

Podemos concluir que em Colossenses 2:16, segundo o estudo citado, Paulo está indo contra a observância de três festas (Trombetas, Expiação e Ano Sabático) no contexto da heresia de Colossos. Como judeu, ele não poderia ser contra o sábado bíblico, guardado por ele em um território pagão (Atos 16:13) – provando assim que ele não observava o mandamento "para agradar judeus".

Como é bom termos acesso à informação bíblica de confiança!

FONTE: http://novotempo.com/namiradaverdade/2010/07/16/novo-estudo-sobre-colossenses-216-prova-que-paulo-nao-era-contra-o-sabado/