quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Algumas Sérias Reflexões Sobre o "Credo dos Apóstolos"

Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra.

E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos; foi crucificado, morto e sepultado.

Desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; na vida eterna. Amém.

 

Está aí uma oração tradicional que expressa integralmente uma genuína teologia cristã. Não sei de quando se originou, nem quem a formulou, mas imagino ser bem antiga e aproximar-se dos tempos em que os cristãos ainda se mantinham na fé herdada dos santos apóstolos de Cristo, a doutrina do cristianismo original antes de ter-se maculado por influências de gnósticos, nicolaítas, ebionitas e pagãos de toda ordem, como foi antecipado pelo apóstolo Paulo ao dizer: "Eu sei que, depois de minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho, e que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles" (Atos 20:29, 30). O mesmo apóstolo, em sua epístola aos tessalonicenses, falou da vinda da apostasia, de um "homem da iniqüidade", acentuando que "o mistério da iniqüidade já opera" (2 Tess. 2:1-7).

 

O apóstolo João se queixa que os cristãos de Éfeso haviam abandonado o "primeiro amor" e a "prática das primeiras obras" (Apoc. 2:4,5). Aos crentes de Esmirna ele menciona os que são "da sinagoga de Satanás" atuando em seu meio (vs. 9), para Pérgamo menciona "os que sustentam a doutrina de Balaão" (vs. 14), e a Tiatira condena o tolerarem que uma "Jezabel . . . falsa profetisa" seduzisse a muitos com doutrinas pervertidas (vs. 20), e assim por diante.

 

Portanto, os desvios da verdadeira fé tiveram início bem cedo na história do povo de Deus.

 

Este, pois, é um fator que os católicos em geral passam por alto: a corrupção da fé original segundo foi prevista para pouco após a partida de Paulo. Logo, o suposto "depósito" de verdades que a Igreja manteria em suas tradições nos parecerá muito suspeito. Quanta contaminação não haveria nesses ensinos e práticas não respaldados por um "assim diz o Senhor" das Escrituras, mas, antes, por um "vox populi, vox Dei", dito popular altamente discutível?! Já no Velho Testamento a recomendação de Moisés, por ordem divina, era: "Não seguirás a multidão para fazeres mal" (Êxo. 23:2).

 

Analisemos sucintamente as várias partes componentes dessa oração:

 

"Creio em Deus Pai todo-poderoso,

criador do céu e da terra."

 

Esse Deus criador deseja que Suas criaturas Dele se lembrem sempre e O tenham em primeiro lugar. "Amar a Deus SOBRE TODAS AS COISAS e ao próximo como a nós mesmos" é a base da chamada "lei áurea" .

 

Uma forma em que esse Deus deve ser lembrado como criador, Aquele em Quem "vivemos, e nos movemos, e existimos" é mantendo sempre vívido o ensino bíblico do que tem a ver com o Criador, ou seja, a Sua criação.

 

O autor do Apocalipse mostra que das três mensagens angélicas no tempo do fim, uma delas ressalta exatamente esse Criador de todas as coisas a ser lembrado como tal: "Temei a Deus e dai-lhe glória . . . e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas". Apo. 14:7.

 

As obras de Deus são dignas de serem recordadas: "Em suas obras há glória e majestade e a sua justiça permanece para sempre. Ele fez memoráveis as Suas maravilhas" Salmo 111: 3 e 4.

 

Na lei estipulada pelo Todo-Poderoso há um mandamento que trata especificamente dessa honra especial ao Criador: "Lembra-te do dia do sábado para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus . . .   porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado, e o santificou" . Este dia, então, é o "memorial da criação" .

 

Se toda a humanidade tivesse respeito por tal mandamento, sem dúvida o materialismo, o ateísmo e todas as formas de desprezo pelo Deus Criador do céu, da terra, do mar e de tudo quanto neles há seria eficazmente reduzido.

 

Mas o que fez a Igreja Católica? Primeiro, aceitou a prática da celebração da adoração especial a Deus no domingo, de origem pagã, sob o pretexto de honrar a ressurreição de Cristo fazendo-o, porém, desautorizadamente.

 

Conquanto a Ressurreição seja um evento excepcional que merece ser recordado para sempre pelo cristão grato e reconhecido por sua Redenção, na verdade o próprio sacrifício expiatório de Cristo é outro evento excepcional e não menos relevante. Aliás, sem a morte não haveria ressurreição, obviamente. Então, temos dois eventos igualmente excepcionais, extraordinários, fundamentais para a fé cristã: a morte de Cristo, e a ressurreição de Cristo. Qual deles mereceria um dia semanal como recordativo? Talvez ambos. Por que, então, uma dessas datas mereceria especial lembrança com um dia semanal assim designado, e não a outra? Não parece um critério lógico e justo.

 

Qual desses eventos justificaria uma alteração na lei de Deus para cumprir tal propósito recordativo? Sendo que Deus não muda, Sua lei não pode também mudar, e nenhum evento histórico posterior à criação poderia superá-la como memorial determinado por Deus.

 

O cristão celebra a morte de Cristo através da comunhão, de sua participação nos emblemas da "Santa Ceia" , e tanto a morte quanto o evento da ressurreição são recordados numa maneira muito especial pelo batismo nas águas: "Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque se formos unidos com Ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da Sua ressurreição" Romanos 6: 3-5. A própria linguagem apostólica deixa claro que o batismo que corretamente simbolizaria isso é o de imersão, não o de aspersão adotado pela Igreja Católica e algumas igrejas protestantes.

 

Falando em "Santa Ceia", os católicos gostam de nos lembrar as palavras de João 6:53, "Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o Seu sangue, não tendes vida em vós mesmos" para acentuar que a carne e o sangue de Cristo são literalmente a hóstia e o vinho. Contudo, estranhamente, não tornam o "sangue" disponível a TODOS os fiéis, como as palavras de Cristo pressupõem, eis que somente o sacerdote dele participa por, digamos, "conveniência logística".

 

É difícil oferecer a toda uma congregação esse essencial elemento, então a Igreja Católica, a despeito de condenar os protestantes por não acatarem seu dogma da Transubstanciação, contradiz-se e à sua própria interpretação bíblica não disponibilizando esse "sangue literal" de Cristo a todos os comungantes.

 

Numa discussão pela Internet entre católicos, tratando exatamente dessa questão, alguém indicou que há congregações católicas onde o sacerdote molha a hóstia no vinho e assim o comungante teria participação nos dois elementos. Mas isto é problemático, à luz do texto bíblico: o evangelho de João 13:26 diz que aquele que recebeu o pão molhado foi o traidor, Judas!

 

Estamos, porém, nos desviando de nossa reflexão. Voltemos ao tema em lide.

 

A teoria da evolução surgiu no seio da intelectualidade ocidental para negar esse Criador e Sua obra de criação com desígnio. O quarto mandamento da divina lei, a observância do sábado, serve como uma refutação às idéias de evolução das espécies, de suposta comprovação científica, o que não é verdade como inúmeros pesquisadores sérios, que não venderam a alma para o 'sistema', o têm demonstrado.

 

Contudo, além de desprezar o mandamento que constitui uma contrafação a esse engano sutil, o líder máximo da Igreja Católica em ano recente fez declaração oficial de reconhecimento da teoria da evolução como fato comprovado!

 

Sendo assim, a Igreja Católica associa-se aos que defendem a patética idéia de que o homem não foi criado especialmente por Deus para tê-lo como um ser feito "à sua imagem e semelhança", como descrito no Gênesis (1:26), mas derivou de uma evolução de milhões de anos em múltiplas eras, a partir de uma ameba numa poça d'água barrenta, passando por estágios de bestas irracionais, matando e morrendo em carnificinas colossais até destacar-se como um ser superior que, após outras tantas eras de vida sub-humana, desenvolveu-se tardiamente como homo sapiens, chegando, enfim, à crença num Ser divino originador de tudo.

 

Em lugar do quadro bíblico de que "Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias" (Ecl. 7:29), crê oficialmente a Igreja Católica o contrário disso, como advogam intelectuais e cientistas de vários campos de pesquisa quanto ao evolucionismo, fonte de descrença, agnosticismo e todo tipo de visão materialista que se possa imaginar. Destarte, a Igreja Católica preferiu acatar as teorias dos negadores da criação especial com desígnio, preferindo adotar as teses discutíveis e disputadas dos pregadores da mentira de não ser o homem senão mero animal que por algum feliz acidente desenvolveu-se mentalmente para poder aspirar ao domínio dos demais seres que não tiveram idêntica sorte.

 

Paulo bem profetizou que "haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas primeiras cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas" (2 Tim. 4:3, 4).  Isso ele disse após recomendar a seu discípulo Timóteo: "Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina" (vs. 2).

 

Tivessem os cristãos sempre mantido o memorial da criação, honrando o mandamento do sábado que ressalta a figura desse Criador, não teríamos mergulhado na condição de generalizada descrença, indiferença às coisas do Alto e despreparo para a eternidade que se tem observado na maior parte do mundo ocidental.

 

 

"[Creio] em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor;

que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;

nasceu da Virgem Maria;

padeceu sob Pôncio Pilatos;

foi crucificado, morto e sepultado".

 

A mensagem do evangelho, que os apóstolos proclamavam com o poder do Espírito Santo, é assim sintetizado por Paulo em 1 Cor. 15:1-4: "Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" .

 

Simples, cristocêntrica, objetiva deve ser a mensagem cristã. As tantas práticas, teorias, tradições que se adicionaram a essa mensagem, com elementos a ela estranhos, exaltando uma estrutura hierárquica ou organizacional sobre essa simplicidade original, devem ser desprezadas e rejeitadas pelo genuíno seguidor de Cristo.

 

Evangelho significa boas novas, não de que haja uma organização detentora dos meios de salvação, pois esta está disponível a todos pela fé no que significa essa crucifixão sob Pôncio Pilatos - a morte expiatória de Cristo. Esta era a ênfase dos apóstolos: "Tudo nos provém de Deus que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação" (2 Cor. 5:19).

 

Neste contexto, lembro-me da Vera Lúcia, amiga de Minas Gerais, fiel católica que não perdia uma só missa aos sábados à noite (significativamente, já valendo como o domingo). Em conversa com ela, comentávamos problemas humanos e conseqüências de atos condenáveis da parte de alguns. "Tudo quanto se faz de errado nesta vida tem de ser pago aqui mesmo" , comentou-me ela. Estranhei sua linguagem, tipicamente espírita, e indaguei-lhe o que realmente queria dizer. Foi quando me revelou opiniões particulares exatamente nessa linha do raciocínio espírita, falando em reencarnação, retorno à vida noutra ocasião para compensar os malfeitos e aprimorar-se para vidas futuras.

 

"Como pode pensar assim sendo uma cristã católica?", indaguei-lhe.

 

"Ora, minha mãe e meus irmãos, praticamente todos em minha família tradicionalmente católica, sempre creram assim!", explicou-me ela.

 

Aí está uma séria constatação. Alguém dizia que o Brasil, tido como "o maior país católico do mundo" na verdade não pode mais ser assim caracterizado. Seria, isto sim, o maior país espírita do mundo! Que se observe a multiplicação de centros de baixo espiritismo, a difusão de literatura e adeptos do kardecismo por todo o país, o crescente prestígio de líderes do "baixo" e "alto" espiritismo por toda a nação e o quase completo silêncio das autoridades católicas ante tais avanços.

 

Lembro-me até de ter visto pela TV uns anos atrás uma "missa aculturada" em que o som de atabaques e mulheres de longas saias trazendo jarros de barro com água serviam de pano de fundo para o ritual católico administrado pelo arcebispo de São Paulo, Dom Evaristo Arns, num dos maiores templos católicos da capital paulista, em sincretismo extremamente revelador de como o catolicismo se ajusta e se adapta à religiosidade popular segundo suas conveniências, uma evidência contemporânea de outros ajustes semelhantes ocorridos ao longo de sua história.

 

Isso se comprova na análise da historiadora Martha dos Reis, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) ao analisar a devoção a Nossa Senhora Aparecida, oficialmente considerada a Padroeira do Brasil. Lembra ela que "desde o início, quando a imagem de  Aparecida foi encontrada, em 1717, houve conflitos entre a fé popular e o catolicismo oficial. Aos poucos, porém, ocorreu a síntese entre as duas coisas: o povo incorporou parte dos ritos oficiais e a Igreja aceitou parte das manifestações populares, como soltar rojões em homenagem à santa, tocar a imagem, divulgar milagres não reconhecidos oficialmente. Na tese de doutorado intitulada O Culto à Senhora Aparecida - Síntese entre o Catolicismo Oficial e o Popular no Brasil, Martha assegura que o sagrado e o profano se uniram" . Citado pelo cronista católico Roldão Arruda, de O Estado de S. Paulo). 

 

Retornando à Vera Lúcia, lembro-me de ter-lhe ponderado seriamente sobre as idéias que me expunha e como contradiziam o pensamento cristão e bíblico:

 

"Vera, veja bem. Não temos que pagar pelos erros nesta vida. Tal teoria é anticristã. Não precisamos pagar nada, porque já foi pago!"

 

"Como assim?" indagou ela intrigada.

 

"Sim, para quem tem conhecimento da verdade do evangelho e a aceita, já foi tudo pago. Nossos pecados e erros foram pagos por Cristo. O que significa a cruz para você? Pense bem, o que foi operado naquela cruz? Não foi o pagamento pelas dívidas humanas? Não é esse o sentido do evangelho?"

 

Vera ficou pensativa, e demonstrando real surpresa confessou: "Eu nunca havia pensado nisso!" A fiel católica de anos e anos de assistência regular à missa nunca havia pensado no real sentido do evangelho, as boas novas de salvação! Não admira ter acatado a visão espírita, aparentemente tão lógica e justa.

 

E assim pensam multidões de católicos romanos, ignorando o plano de salvação por ignorarem a Bíblia e sua mensagem básica. A Igreja Católica não oferece o incentivo para tal, exaltando suas tradições, convencendo os seus membros a confiarem cegamente no magistério da Igreja para a correta interpretação da mensagem da Palavra de Deus, conquanto Paulo haja instado a seu discípulo Timóteo: "procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" . Antes, Paulo o havia elogiado porque "desde a infância sabes as sagradas letras" (1 Tim. 2:15 e 3: 15).  O exemplo dos bereanos, que fielmente conferiam os ensinos que aprendiam dos apóstolos nas Escrituras foi elogiado em Atos 17:11, numa maravilhosa evidência de que o "livre exame" da Bíblia está em perfeita harmonia com a vontade de Deus.

 

Sabe-se, porém, como a Igreja jamais se empenhou em fazer da Bíblia um livro popular. Ao contrário, quanta perseguição, quanta objeção, quanta desinformação não prevaleceram ao longo de séculos da parte dessa poderosa instituição, que pretende ser o meio de iluminação da verdade aos homens.

 

Os frutos disso são por demais conhecidos ao longo da história. A era de trevas medievais, quando os homens viviam sob a opressão da igreja dominante, acatando as mais estranhas idéias supersticiosas por desconhecerem a mensagem libertadora do evangelho.

 

O Dr. James Kennedy, que mantém um bem sucedido ministério evangelístico, com sede em Fort Lauderdale, Flórida, além de uma apreciada programação pela TV, apresentou um estudo em que compara países de formação protestante, católica e não-cristãs na virada do século XIX para o XX em termos de alfabetização.

 

Diz ele a certa altura: "Se examinarmos os vários países do mundo descobrimos que caem em três categorias: as nações pagãs, as nações predominantemente católicas, e as nações predominantemente protestantes. Qual é a diferença no que tange a alfabetização e falta dela? Permita-me apresentar-lhes alguns dados sobre índices de alfabetização nas nações na virada do século [XX] em países dessas três categorias.

 

Nações pagãs:

 

China  80% de analfabetismo

Egito   92% de analfabetismo

Índia   93% de analfabetismo

 

Se prosseguíssemos veríamos que a maiorias das nações pagãs caem num índice de 80 a 90 por cento de analfabetismo. As igrejas católicas começaram a levar a luz do evangelho a países abaixo alistados, mas não deram a ênfase peculiar de leitura da Palavra de Deus tão distintiva do protestantismo. Não obstante, algumas mudanças foram feitas.

 

Analfabetismo em países predominantemente católicos:

 

Espanha 46%

Portugal 69%

México 70%

Argentina 54%

Romênia 61%

Grécia 57%

Itália 38%

 

Basicamente, o índice de analfabetismo nos países católicos se estendem de 40 a 70 por cento.

Há países predominantemente protestantes com seus hábitos distintivos de leitura da Palavra de Deus. Lembrem-se que os Peregrinos no Mayflower declararam, ao atingirem a costa americana naquela pequena embarcação, antes de pisarem terra firme, que ensinariam seus filhos a ler. Por quê? A fim de que lessem a Palavra de Deus! O resultado:

 

Índices de analfabetismo em países protestantes na virada do século XX:

 

Estados Unidos 6%

Canadá 6%

Inglaterra 6%

Holanda 4%

Suíça 0,3%

Alemanha 0,1%

 

Com base na alfabetização e educação que fluíram disso, ocorreram todos os tremendos progressos tecnológicos e científicos que elevaram o padrão de vida no mundo hoje. É por isso que enquanto a renda média de uma pessoa nos Estados Unidos atinge dezenas de milhares de dólares, na China a renda pessoal anual é de U$ 44,00 por ano [dados do princípio dos anos 80, talvez não mais válidos hoje em dia]. A diferença é Cristo! . . .

 

No que concerne a educação, é bem sabido que os primeiros 120 faculdades e universidades estabelecidas nos EUA tiveram o objetivo de promover o avanço do Evangelho de Jesus Cristo para a glória de Deus.

 

Lembro-me de uma comparação entre dois países que na década de 50 tinham aproximadamente a mesma população e o mesmo PIB [produto interno bruto]: as Filipinas e a Coréia do Sul. Enquanto o último recebeu grande influxo de missionários protestantes, inclusive possuindo a maior igreja evangélica do mundo, liderada pelo Rev. Paul Cho, as Filipinas confirmaram-se como o maior país católico da Ásia.

 

O que se deu após essas cinco décadas? Enquanto a Coréia, grandemente protestante, tornou-se um dos "tigres" asiáticos, fabricando e exportando equipamentos eletrônicos sofisticados e automóveis, as Filipinas enfrentam os mesmos problemas sócio-econômicos que bem conhecemos na América Latina! Teria a formação religiosa a ver com isso?

 

Lembro-me de meus tempos de Ginásio (que atualmente corresponde aos 4 anos de estudo, da 5a. à 8a. séries) quando um professor de História, analisando alguns problemas contemporâneos à luz de fatos passados, comentou em classe: "Eu sou católico de família inteiramente católica, mas digo-lhes uma coisa: os países protestantes desenvolveram-se muito mais do que os católicos, e a razão disso é a preocupação dos pais protestantes com a alfabetização dos filhos logo cedo para que aprendam a ler, a fim de lerem a Bíblia. E com essa alfabetização, logicamente as perspectivas de progresso em todos os campos se desenvolverão. . ."

 

 Parece indubitável. Comparando-se os frutos de culturas com forte ênfase sobre a leitura da Bíblia, com aquelas que, embora apresentando-se como cristãs, preferem as tradições e a autoridade eclesiástica como fonte de luz e verdade, podem-se perceber os resultados. Jesus falou de como "pelos frutos" se conhece a árvore, se é boa ou má.

 

"[Creio que Jesus] Desceu à mansão dos mortos;

ressuscitou ao terceiro dia;

subiu aos céus;

está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,

donde há de vir a julgar os vivos e os mortos".

 

Cristo subiu aos céus 40 dias após Sua morte. Neste período instruiu os discípulos sobre muita coisa pertinente às atividades da nascente igreja, especialmente a missão fundamental daquela comunidade de humildes seguidores: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" .

 

Entre as mais maravilhosas promessas que Cristo deixou a Seus discípulos acha-se a que estaria com os Seus filhos "até a consumação dos séculos" . E assim se deu. Apesar da apostasia de grande parcela de Seus seguidores, que admitiram as mais variadas práticas do paganismo, sobretudo prevalecente entre os súditos do dominante Império Romano, sempre houve um remanescente fiel preservando as verdades fundamentais das Escrituras.

 

Uma edição recente da conhecida revista National Geographic Magazine falava de como na Etiópia, certos aspectos da religião praticada por cristãos de antiqüíssima tradição, demonstram o afastamento daquela sociedade da corrente principal da religião como praticada na Europa e Ásia Menor, onde as autoridades religiosas impunham sua interpretação do cristianismo maculado por esses acréscimos desautorizados.

 

O referido artigo cita inicialmente o historiador Edward Gibbon, que escreveu O Declínio e Queda do Império Romano, segundo o qual "os etíopes dormiram quase mil anos, alheios ao mundo pelo qual foram esquecidos". Mais adiante prossegue a reportagem: "Duzentos anos se passaram para o cristianismo tomar pé em Aksum, mas hoje mais da metade de todos os etíopes são cristãos, cerca de 30 milhões de pessoas. Sua fé, por ter sobrevivido aqui por mil anos, é uma singular fusão de ensinos do Velho e Novo Testamento. Grande devoção é revelada pela Virgem Maria, por exemplo, contudo, até hoje os costumes dos ortodoxos etíopes fazem eco à lei judaica, requerendo que as igrejas circuncidem suas crianças do sexo masculino no oitavo dia, descansem no sábado, e se abstenham de carne de porco" .-- "Keepers of the Faith-The Living Legacy of Aksum", por Candice S. Millard, Op. Cit., julho de 2001, pp. 115 e 122.

 

Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; na vida eterna. Amém.

 

O Espírito Santo promove a comunhão dos santos (- - -) propiciada pela igreja universal. A palavra "católica" tem exatamente este sentido de universal. Aliás, percebe-se logo aí uma contradição no nome da Igreja Católica Romana. O adjetivo "romana" entra claramente em choque com "católica" , pois se este primeiro termo significa algo universal, o último, ao contrário, expressa uma limitação espacial óbvia. Como algo pode ser "universal" e "romano" ao mesmo tempo?

 

O evangelho deve ser pregado a todo o mundo, sem barreiras lingüísticas, étnicas ou territoriais. A mensagem do Cristo devia ser transmitida por Seus seguidores que receberem a divina instrução de que deviam ensinar "todas as coisas que vos tenho ensinado" , disse Jesus.

 

Então, convém buscar conhecer devidamente estas coisas TODAS que Jesus ensinou para transmiti-las ao mundo, pois "quando este evangelho do Reino for pregado em todo o mundo, em testemunho de todas as nações, então virá o fim" (Mat. 24:14).

 

Um ponto central desse "evangelho do Reino" é acentuado numa das últimas cláusulas desta oração tradicional: "creio na remissão dos pecados" . Essa remissão dá-se pelo sacrifício expiatório de Cristo sobre a cruz do Calvário. Nenhum ato humano, rito religioso intermediado por algum homem, pode substituir o sacrifício de Cristo. "-  - -

 

Certas versões dessa oração tratam da "ressurreição do corpo" , em lugar de ser ". . . da carne" , o que é muito melhor. A ressurreição é apresentada nas Escrituras como a grande esperança de retorno à vida dos que "dormem" . Isto é deixado bem claro por Paulo em 1 Cor. 15:16-18: "- - -"-

 

Abraço a todos

 Prof. Azenilto G. Brito

Ministério Sola Scriptura

Bessemer, AL, EUA

Visite o site: www.azenilto.com

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