|
1) QUANTO AO SACERDÓCIO DE CRISTO E O ÚLTIMO APELO CELESTIAL
No livro de Daniel o tempo do fim não é o fim do tempo, como se tratasse de um momento no tempo em que todas as coisas chegam a seu término. Ao contrário, o tempo do fim no livro de Daniel é um período de tempo. Ocorrem eventos nesse período de tempo. Podemos inferir, portanto, da passagem citada (Dn 11:33-35), que "o tempo do fim" começou em 1798, com o término dos 1.260 anos estipulados para o chifre pequeno realizar suas perseguições.
Seria natural esperar que esse intervalo de tempo designado como "o tempo do fim se estendesse desde seu ponto de partida até o fim do tempo de graça. Assim, com base em princípios historicistas de interpretação, as profecias de Daniel nos alertam para a verdade de que, desde 1798, o planeta ingressou na era final da história humana: "o tempo do fim".
Do ponto de vista da profecia bíblica, o que podemos aguardar durante essa última parte do período humano de graça? Chamamos a atenção para três importantes atividades.
a) Ocorreria um renovado interesse pelo estudo das profecias de Daniel.
b) Começou em 1844 a segunda fase do ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial, a fase pré-advento do juízo final.
c) O último apelo do céu às pessoas deste mundo seria dado enquanto Cristo estivesse ministrando no juízo pré-advento.
Em Ap 14 os anjos voam durante o tempo do fim, os movimentos cristãos que compartilham as boas novas da salvação em todo o mundo.
Também está claro que, uma vez que o primeiro anjo leva consigo o "evangelho eterno", ele continua a "voar" até o fim do período humano de graça. Sendo assim, os outros dois anjos, por sua vez, finalmente se unirão ao primeiro, para que os três venham a formar, na hora certa, uma única mensagem final: o evangelho eterno com determinada ênfase escatológica na queda de babilônia e na marca da besta.
Perceba que na mensagem do primeiro anjo, ele anuncia o evangelho mesmo quando já está acontecendo o juízo "é chegada a hora do seu juízo", mas o anjo continua a anunciar dizendo "adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas". O evangelho está sendo pregado em todo o mundo, com ênfase escatológica, chamando a humanidade a voltar para o criador ao mesmo tempo em que o juízo final está em sessão!
A solução do paradoxo é que a mensagem do primeiro anjo está se referindo ao começo da fase pré-advento do juízo no santuário celestial iniciado em 1844, segundo Dn 7-9. Em outras palavras, a primeira mensagem, que começou a ser proclamada historicamente pouco antes de 1844, anuncia, na verdade, a inauguração da segunda fase do ministério sumo sacerdotal de Cristo.
Enquanto Jesus julga a humanidade, na terra o apelo evangélico a "toda tribo, nação, língua e povo" ainda continua, ou seja, ainda há oportunidade de salvação.
Voltando um pouco ao ritual do santuário entendemos que durante o dia do juízo para eles, quando o sumo-sacerdote oficiava dentro do santíssimo, durante a cerimônia de julgamento, a salvação continuava disponível - prefigurada pelo sacrifício diário, pois no dia do perdão, Yon Kipur, ainda havia sacrifício diário e pelo incenso sempre queimando.
Como podem juízo final e salvação andar lado a lado? A resposta está nas próprias escrituras. A fase do juízo centraliza-se nos professos seguidores de Deus, cujos nomes se acham registrados no "livro da vida". Jesus é juiz de vivos e mortos At 10:42. Embora a mensagem tenha começado a ser proclamada através do mundo às vastas populações de vivos em meados do século 19 (1844), o juízo sacerdotal de Cristo começou com as gerações dos mortos que haviam em algum momento da vida professado ser seguidores de Deus, provavelmente a partir de Abel, o primeiro a morrer, segundo consta.
Por que o tribunal celeste leva tanto tempo para realizar essa tarefa no juízo pré-advento?
Devemos primeiro lembrar que o tempo na eternidade para Deus não existe, é inexistente, não significa nada. Jesus falou "não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade" At 1:7. O fato de que a humanidade será julgada nos basta. (At 17:31).
No céu, a fase pré-advento do juízo final avança, inocentando a Deus e seu verdadeiro povo, condenando Satanás e seus planos de ação e removendo do "livro da vida" os elementos falsos, a começar da primeira geração de mortos. Na terra, o povo remanescente de Deus está ativamente empenhado em proclamar o "evangelho eterno" com ênfase escatológica a todas as pessoas. Quando ambas as fases forem concluídas então virá o fim.
2) O PROCESSO DE JULGAMENTO NA CORTE CELESTIAL
De que forma irei comparecer diante do tribunal? Pois cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus (Rm 14:12). Embora as escrituras façam muita referência ao juízo final, elas guardam silêncio em dizer como ele ocorrerá. O foco fica apenas sobre seu início e o fim.
Não vemos o profeta Daniel fazendo referências a pessoas esperando em fila para comparecer diante de um Juiz. Assim, os pensamentos, motivos, ações, tudo está nos registros e respondendo pela pessoa. Ninguém estará presente. Como saberemos se nosso nome foi ou não apresentado? Ninguém saberá, pois sobre esse ponto, bem faremos em relembrar a admoestação: "considerai... o Sumo sacerdote da nossa confissão, Jesus" Hb 3:1.
O sumo-sacerdote representava o povo diante de Deus, sobre o seu coração. Jesus representa-nos diante do Pai, independente de quando seja isso, ele estará a disposição em apresentar diante Deus seus méritos justificativos. A única coisa que Jesus pede é que permaneçamos nele, assim como um ramo permanece em união com a videira (Jo 15:1-11).
Pode uma pessoa viva ter seu nome apresentado hoje diante do tribunal?
Mais uma vez as escrituras guardam silêncio, mas tirando conclusões dos ensinos e exemplos rejeita-se a idéia sugerida por alguns de que Deus julgará a pessoa com base em sua onisciência. Como se o Senhor desse uma espiada no final da vida do camarada e pudesse perceber se ele ficará contra ou a favor, e com base nisso o julga. Isso seria uma forma de "predestinação" não acha? Pois fica caracterizado o julgamento divino antes da decisão humana.
O dilúvio e a destruição de Sodoma e Gomorra vieram depois da rejeição.
O mais provável é que o julgamento dos vivos ocorra simultaneamente, quando a última geração viva enfrentar a questão determinadora do destino. É o conflito final a respeito da Lei de Deus, que se centraliza na imposição da "marca da besta". A última geração terrena terá de decidir.
3) O JUÍZO PRÉ-ADVENTO E A ÚLTIMA GERAÇÃO
Alguns tem argumentado que a purificação do santuário celestial depende diretamente da purificação dos crentes na terra. Isso, com base em apocalipse nos 144 mil, pois são uma geração viva em que na sua boca não se achou engano algum.
Teologicamente isso torna a divindade sujeita a humanidade, ninguém pode amarrar as mãos de Deus. O juízo começou quando ele determinou e terminará quando ele achar que deve terminar.
A falta de preparo do povo de Deus não pode por si mesma atrasar a terminação do juízo pré-advento.
É como se a afirmação parecesse criar dois diferentes planos de salvação. O fato de serem declarados irrepreensíveis significa que atingiram um estado de santidade maior do que todo o restante da inumerável multidão de redimidos? Todos os salvos recebem ordem de santificação, sem a qual ninguém verá a Deus (Hb 12:14)
A última geração será salva na mesma base que a primeira geração de verdadeiros crentes. Nenhum filho de Deus é salvo com base em determinado nível de caráter que alcançou, mas com base na graça. O que irá valer na hora do juízo é se o crente está ligado a videira e ele está em desenvolvimento, pois a tesoura divina irá cortar o ramo morto.
Nota-se também que alguns remidos terão desenvolvido muito pouco sua experiência com Cristo, um exemplo é o ladrão da cruz.
A última geração é especial no sentido de que enfrentarão duras e difíceis provas, e ainda assim permanecerão firmes, ainda que isso custe-lhes a própria vida. Amém!
Deus instituiu o ritual do dia da expiação como um dia de santa convocação. Devemos humilharmos e arrependermos de nossos atos vis pois estamos vivendo esse momento escatológico.
Deus seja louvado acima de tudo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário