Num estudo que me enviaram pela Internet, intitulado "20 Razões Por Que Não Sou Protestante" (temos também um arquivo eletrônico analisando e respondendo devidamente cada uma das supostas razões oferecidas, disponível a qualquer interessado), um apologista católico, se não me engano Dom Estevão Bittencourt, apresenta o seguinte pensamento:
Não sou protestante porque a doutrina não tem unidade, as igrejas não são infalíveis em questões de moral e fé. Suas hierarquias não são rígidas, os preceitos são secundários. A salvação está em somente crer em Cristo, mas sabemos que não basta somente crer, pois, é preciso viver a fé, e vivê-la em santidade. Daí os Mandamentos. Daí a moral que a Igreja ensina. Dizer que a salvação vem somente do crer em Cristo, é continuar vivendo vida injusta ou dissoluta, é mentir à própria consciência.
Creio que diante da terrível situação de conduta moral de tantos sacerdotes abusadores de crianças nos EUA e outros lugares, além do escândalo quase maior dos bispos que, sabedores da situação, transferiam tais sacerdotes imorais de paróquia em paróquia, com novos episódios lamentáveis se repetindo, além de, nesse contexto, vir à tona algo talvez desconhecido por muitos católicos--o enorme contingente de sacerdotes homossexuais, como se tem descoberto ultimamente, com estimativas variando de 15% a mais de 50% nos EUA!--e, ultimamente, mulheres em várias partes do país também queixando-se de condutas irregulares de sacerdotes para com elas, esse tipo de alegação desmoraliza-se por si só.
Contudo, não vamos querer mexer mais nessa ferida dolorosa para os católicos, apenas analisar que tais ocorrências seriam sintomas de uma causa mais profunda. Tem que ver com aspectos doutrinários. Fizemos um breve estudo da situação e rogamos que nossos amigos católicos avaliem devidamente a questão e vejam se não é necessário mudar, não os sacerdotes imorais de uma paróquia a outra, nem, necessariamente, o dogma do celibato sacerdotal, mas a base doutrinária que dá margem a tais condutas. Eis nossa análise franca, sincera e firmada na Palavra de Deus, onde se devem buscar os paradigmas para a prática da religião cristã (como a Igreja alega fazer):
"Ensina a Igreja Católica que o celebrante da missa ou outras cerimônias importantes da Igreja não age em seu próprio nome, mas no do próprio Cristo ('in persona Christi'). Seria Cristo mesmo presente junto a Seus fiéis, representado naquele momento pelo sacerdote. Contudo, a Igreja ainda ensina que o rito realizado por tal religioso independe de sua condição moral ou espiritual. Em outras palavras, não importa quão materialista, espiritualmente debilitado ou moralmente corrupto seja um sacerdote, o ato religioso praticado por ele vale da mesma forma, pois este não lhe pertence, e sim à Igreja.
"Se estudarmos as Escrituras com atenção perceberemos o evidente contraste entre tal ensino e prática católicos com o ritual do santuário israelita. A lei requeria que o sacerdote fosse puro e santo, e antes de realizar as cerimônias prescritas nos livros sagrados, o sumo sacerdote devia sacrificar um animal em seu próprio benefício. 'O sacerdote é santo ao seu Deus', declara Levítico 21:7.
"Em Hebreus se contrasta o culto israelita quanto ao sumo sacerdote terreno com o sacerdócio de Cristo: 'Com efeito nos convinha um sumo sacerdote, assim como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores, e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro por seus próprios pecados, depois pelos do povo. . .' (Heb. 7:26, 27, cf. Lev. 9:7). No capítulo 5, vs. 2 e 3 lemos que o autor bíblico diz que o sumo sacerdote terreno está 'ele mesmo . . . rodeado de fraquezas. E, por esta razão, deve oferecer sacrifícios pelos pecados, assim do povo, como de si mesmo'.
"Analisemos agora a situação do que se passa no catolicismo. Jesus recomendou a Seus discípulos: 'Vigiai e orai, para que não entreis em tentação' (Mat. 26:41). Ora, todos sabemos por experiência própria que 'a carne é fraca', como acentuou o Cristo no mesmo verso. Homens moralmente fracos, sujeitos a um regime desnatural de celibato forçado, certamente veriam nesse ensino religioso antibíblico de sua igreja uma possível saída para acobertar seus escorregões morais. A Psicologia explica esses mecanismos de escape. O raciocínio seria—'bem, eu sou falho, tenho minhas tendências para práticas reprováveis, mas se o faço secretamente, não causarei escândalo. Como os ritos que eu pratico diante do povo pertencem ao depósito de fé da Igreja, não importa o que se passa na minha mente e corpo. Os meus pecados não alterarão a natureza santa do rito'.
"No artigo nº 11 de nosso 'Catálogo' de artigos que oferecemos a todos gratuitamente consta um Adendo que cita Charlie Isola, um assistente social e psicoterapeuta de Nova York que dá assistência a religiosos católicos, ao este dizer: 'Em minha experiência, os sacerdotes que fazem o voto [sacerdotal] em sua maioria não estão suficientemente desenvolvidos psico-sexualmente. Durante o seminário, perguntas sobre homossexualismo ou sentimentos sexuais são em geral tratados por instrutores que lhes dizem: "Você reza missa todo dia e cumpre o rosário, o resto se resolverá por si". Só que para muitos isso simplesmente não funciona'.
"A mensagem bíblica é: 'Eu sou o Senhor vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque Eu sou santo' (Lev. 11:44; cf. 1 Ped. 1: 15, 16). Se esse elevado alvo é o padrão para todos os membros comuns da igreja, quanto maior não seria para os instrutores religiosos e dirigentes dos atos de culto a Deus!
"O ensino católico de que o celebrante dos atos religiosos pode ser um grande pecador que isso não altera a sacralidade de seu rito sem dúvida explicaria as graves faltas em que lamentavelmente têm incorrido tantos sacerdotes que traem tão devastadoramente a confiança do rebanho a ele confiado.
"Essa filosofia, pelos frutos que tem demonstrado, certamente destoa do ensino de Cristo, o Bom Pastor que deu a vida pelas ovelhas. Os atos de abuso sexual, sobretudo envolvendo criancinhas, é uma terrível contradição do sublime exemplo do Sumo Pastor, pois em vez de representar Seu ato de altruísmo supremo em ministração—de corpos e mentes curados, de nobres exemplos deixados, de vidas salvas—revela a mais ignóbil atitude de insensibilidade e egoísmo, conducentes à destruição de corpos e almas de seres criados à imagem e semelhança de Deus. 'Quando o padre roubou o meu corpo, ele roubou minha infância', queixou-se alguém que foi abusado quando criança por um sacerdote.
"Disse Jesus: 'É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado ao mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos' (Lucas 17: 1 e 2).
Admitimos, claro, que em sua grande maioria os sacerdotes e bispos não são indivíduos desse naipe e merecem nosso respeito e admiração. Mas essa "banda podre" da liderança católica fez com que, segundo recente enquete da CBS, somente 25 por cento dos americanos revele opinião favorável do papa!
Também há a "banda podre" no meio evangélico, que, aliás, o Prof. Ramalhete explorou tão pormenorizadamente quanto quis, num lamentável exercício de tomar a parte pelo todo. Não obstante, o fato é que os evangélicos conscienciosos reprovam inteiramente as atitudes desses supostos crentes. Na verdade, em grande parte tais atitudes estão limitadas a certa denominação que não goza de grande prestígio nos arraiais protestantes. Aqueles evangélicos que buscam pautar sua vida pelas determinações divinas sabem muito bem que uma das regras bíblicas é: "não ameis o mundo nem as coisas que no mundo há" (1 João 2:15). Exploração da fé simples do povo, mau testemunho de programações de TV repletas de sexo e violência como qualquer outra, atitudes de misticismo sem fundamentação bíblica, tudo isso é deplorado pelos cristãos atentos ao que a palavra de Deus ensina. Assim, as palavras de Cristo são aplicáveis também a esses: "É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado ao mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos" (Lucas 17: 1 e 2).
Abraço a todos
Prof. Azenilto G. Brito
Ministério Sola Scriptura
Bessemer, AL, EUA
Visite o site: www.azenilto.com
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