Ano Bíblico: 2Rs 22, 23 |
O motivo por trás disso (Mt 4:23-25)
Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curou. E da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e dalém do Jordão numerosas multidões o seguiam. (Mat. 4:23-25)
Na década de 80, investigadores furtivos conduziram uma operação secreta sobre alguns tele-evangelistas americanos. Notando que esses pregadores convidavam as pessoas a enviar pedidos de oração pessoais para a radiodifusão, com o apelo para que incluíssem uma oferta para "manter o programa no ar", os investigadores quiseram saber o que acontecia aos pedidos de oferta e oração. O que eles descobriram os chocou. Membros da equipe dos tele-evangelistas iam ao correio, recolhiam as cartas enviadas pelos ouvintes, abriam naquele mesmo lugar, retiravam as doações e jogavam os pedidos de oração ali mesmo nas caixas de lixo do correio.
Na passagem-chave acima, lemos que Jesus atravessou toda a Galiléia, tendo a segui-Lo enormes multidões de toda a região. E quando Mateus volta ao mesmo tema do capítulo 9, acrescenta um aspecto importante que faz a diferença entre os motivos de Jesus e os motivos desses charlatões da TV.
4. Qual era o motivo a impulsionar o ministério de Jesus? Mt 9:35-36
E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. (Mat. 9:35-36)
A palavra compadecer-se, compaixão, é a tradução de uma palavra grega (splagchnon) que se refere às "partes internas", "os intestinos", considerados o centro das emoções no mundo antigo. A compaixão vai além da simpatia (que pode ser apenas intelectual). A compaixão vem de dentro, do coração e até mesmo dos intestinos.
Era isso que Jesus sentia. Para Ele, o ato de tomar dinheiro do povo e jogar seus urgentes pedidos de oração na caixa de lixo do correio teria sido inconcebível. Nos Evangelhos, vez após outra, a qualidade da compaixão descreve Sua atitude para com as pessoas. Um leproso Lhe implorou: "Se quiseres, podes purificar-me." Jesus, "profundamente compadecido" lhe estendeu a mão: "Quero, fica limpo!" (Mc 1:40-41; cf. Mt 20:29-34; Mc 10:46-52).
Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me. Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo! (Mar. 1:40-41)
Saindo eles de Jericó, uma grande multidão o acompanhava. E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós! Mas a multidão os repreendia para que se calassem; eles, porém, gritavam cada vez mais: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós! Então, parando Jesus, chamou-os e perguntou: Que quereis que eu vos faça? Responderam: Senhor, que se nos abram os olhos. Condoído, Jesus tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista e o foram seguindo. (Mat. 20:29-34)
E foram para Jericó. Quando ele saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho de Timeu, estava assentado à beira do caminho e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Parou Jesus e disse: Chamai-o. Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama. Lançando de si a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver. Então, Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver e seguia a Jesus estrada fora. (Mar. 10:46-52)
Se você pode imaginar alguém fazendo tudo isso sem um único pensamento de proveito pessoal, sem um único pensamento de que isso poderia aparecer na imprensa, ou pelo menos pareceria bom no currículo – absolutamente sem nenhum pensamento de qualquer lucro pessoal, você está pensando em Jesus. A única força que O movia era o amor, amor "da barriga", amor "das entranhas". Os Evangelhos chamam isso de compaixão. Até que ponto uma compaixão como essa motiva seus sentimentos e ações em favor aos outros? |