Subsídios Para a Lição da Escola Sabatina |
Lição 9 – A ternura de Seu amor |
Rodrigo P. Silva
O Dr. Rodrigo P. Silva é professor de Teologia do SALT
Unasp Campus II.
I – Como Jesus tratou as pessoas comuns
II – Como Jesus tratou os inimigos
III – Como Jesus tratou Seu povo escolhido
Introdução
É interessante observar que a vida de Jesus vai muito além de Sua expiação na cruz do Calvário. A princípio, Sua missão era apenas morrer pelo homem. Para isso, bastaria vir à Terra, morrer e voltar para o Céu. Ou quem sabe, nem vir, apenas ser imolado de algum modo no próprio Céu (talvez dentro do santuário celestial). Quanto ao amor do Pai e a divulgação de Sua morte, Jesus poderia simplesmente ter comissionado anjos para avisar à humanidade do que havia sido feito em seu favor ou dado visões aos profetas do que havia ocorrido no Céu. Feito isto, aparentemente, o sacrifício estava pago.
Mas Ele preferiu Se envolver mais no processo. Ser um pastor, como disse um professor de teologia aplicada, "com cheiro de ovelha". Por isso, em vez de vir apenas para morrer – e, portanto, encarnar somente na sexta-feira da Páscoa de 31 d.C. – Ele revolveu vir ao mundo cerca de trinta e poucos anos antes e iniciar um ministério com três anos e meio de antecedência ao Calvário. A impressão que temos é de que, embora Jesus fosse onisciente, e obviamente não precisasse "conhecer" nada, pois já sabia tudo, Ele quis, de alguma forma, "conhecer mais intimamente" aqueles pelos quais haveria de morrer. Desejou comer com eles, sentir seu cheiro, rir com suas histórias, chorar com suas angústias, enfim, ser um entre aqueles que haveria de redimir.
Isso me faz lembrar um provérbio que ouvi no Oriente Médio: "Se você quer realmente conhecer alguém, ser íntimo e amigo dele, aceite comer com ele". Aliás, na cultura oriental, comer com alguém é algo muito sério e especial. Daí a importância de Jesus providenciar comida para a multidão que O acompanhava. Não era somente uma questão de operar um milagre para matar a fome de estranhos. Sua ação foi além disso: foi uma forma messiânica de lhes dizer: "Vocês são Meus amigos!"
I – Como Jesus tratou pessoas comuns
Em Israel, nos dias de Cristo, mulheres e crianças não tinham as mesmas prerrogativas sociais de nosso tempo (embora em muitos lugares até hoje elas ainda não sejam tratadas como gente). Vejamos a situação social desses grupos para entender o tratamento que Jesus dispensou a cada um deles em especial (à mulher apanhada em adultério, Marta e as crianças que o Mestre abençoou – para isso, vamos tomar a liberdade de alterar a ordem das lições de segunda e terça-feira apenas para facilitar a didática do comentário, mas o professor pode seguir conforme está na lição).
Começando pelas mulheres, é difícil ser detalhista ou dogmático em relação ao seu papel social nos dias de Cristo, porque as informações que temos, ou são de fontes greco-romanas (nem sempre seguidas em Jerusalém), ou de fontes rabínicas tardias. Ao que parece, houve um forte antifeminismo no decurso do segundo século depois de Cristo. Embora a Mishná, um compêndio judaico de diretrizes legais do segundo século, seja, às vezes, inconsistente quanto ao status da mulher, chegam a ser dantescas algumas menções rabínicas à situação ou consideração das mulheres (embora, como dissemos, alguns poucos rabinos tivessem tentado minimizar a situação). Resta saber se no primeiro século, isto é, na época de Cristo, também era exatamente assim. Seja como for, o fato é que a mulher não tinha, evidentemente, os direitos de igualdade que a lei lhe concede em nossos tempos. Afinal, como diz o Talmude babilônico, diferente dos homens adultos e livres, "as mulheres são uma classe separada" (Shabbat 62 a).
Só para ilustrar algumas dessas antigas citações rabínicas acerca das mulheres, veja o que escreveu certo rabino do segundo século: "Compra-se a mulher por dinheiro, contrato e relações sexuais. Compra-se um escravo gentio por dinheiro, contrato e tomada de posse. Há, então, alguma diferença entre adquirir uma mulher ou um escravo? É claro que não!"
Os rabinos listavam nove maldições para a mulher (devido ao pecado de Eva): 1 – o fardo da menstruação, 2 – o fardo da virgindade; 3 – o fardo da gravidez, 4 – o fardo do parto, 5 – o fardo de carregar uma criança; 6 – ter a cabeça coberta como em constante lamento, 7 – ouvir (i.e, obedecer) sempre, como um escravo que atende ao mestre ou criança que atende ao adulto; 8 – não ter o direito de ser ouvida como testemunha, 9 e depois de tudo isso, o fardo da morte.
Talvez, isso explique por que uma das orações judaicas feitas pelos homens daquele tempo era o agradecimento a Deus por não ter nascido gentio, ignorante ou mulher. Ao passo que a respectiva oração feminina era agradecer a Deus por tê-la feito de acordo com Sua vontade inquestionável.
Como se vê, ainda que essas sejam visões posteriores (embora, a meu ver não havia por que ter grandes diferenças num hiato de apenas 100 anos), a atitude de Jesus para com as mulheres foi simplesmente revolucionária em termos de respeito e dignidade concedida a elas.
No caso da mulher apanhada em adultério, que claramente foi induzida àquele ato (conforme lemos no DTN, p. 445), a discrepância social entendia que se um homem casado dormisse com uma mulher solteira ou viúva, isso não era considerado crime. Apenas o contrário era considerado adultério, ou seja, se a mulher casada dormisse com outro homem que não seu marido. No caso do homem, ele só seria considerado adúltero se dormisse com a mulher de outro homem (veja Dt 22:22). Neste caso, tanto aquela mulher quanto o homem que dormiu com ela deveriam, segundo a norma, ser apedrejados. Mas no episódio, curiosamente, só a mulher foi acusada!
Como nem seu testemunho tinha validade, nada mais lhe restava a não ser chorar. Suas perspectivas eram as piores possíveis e a morte até representava certo alívio. Mas, aparentemente, existe a possibilidade de que aqueles homens não intentassem a morte da mulher. Podemos deduzir isso de alguns aspectos: primeiro que, como já dissemos, tudo aquilo era uma armadilha para Cristo: eles a induziram ao pecado. O alvo deles era o Mestre e não a mulher. Ela, pobre coitada, era apenas uma "coisa" um instrumento nas mãos de homens que não tinham nenhum respeito pela dignidade humana.
Naqueles dias, os judeus não tinham o direito de praticar a pena de morte contra ninguém. Apenas uma autoridade romana poderia sancionar pena de morte a uma pessoa (Jo 18:31). É claro que a fúria de uma multidão agitada e insana podia fazer com que o grupo apanhasse pedras para apedrejar uma pessoa como intentaram certa vez fazer com Jesus (Jo 8:59), mas isso era agitação popular e não uma atitude legal. Seria como em nossos dias, um grupo tentando linchar um assaltante, embora a legislação do Brasil não aceite a pena de morte, muito menos a justiça praticada por uma turba. No caso de Estevão, note que ele foi julgado no Sinédrio de forma ilegal (pois arrolaram até testemunhas falsas contra ele). Nisto é até possível que o julgamento tenha sido às escondidas ou à noite, como foi no caso de Jesus. Depois, o arrastaram para fora da cidade e o apedrejaram. Essa execução certamente ocorreu "por debaixo dos panos", pois o Sinédrio, como dissemos, não poderia sancionar a pena capital para ninguém.
Assim, a armadilha para Jesus consistia em obrigá-Lo a praticar algum erro legal. Aqueles homens, fingindo considerá-Lo um rabino, levaram o caso para Ele julgar (como era comum nos dias do Antigo Testamento).
Curiosamente, esses julgamentos eram feitos no portão da cidade. Eles, no entanto, levaram a acusada para o Templo – uma atitude, em si, mais que provocativa e contraditória, pois ninguém contaminado ou em pecado poderia estar ali. Talvez Jesus estivesse numa das escadarias laterais onde comumente ensinava. Muitos estavam ali, simpatizantes, curiosos, oponentes, seguidores. Se Jesus ordenasse que soltassem a mulher (Ele poderia fazê-lo, pois O buscaram como juiz da questão), estaria indo frontalmente contra a lei de Moisés. Com isso, O acusariam de ser contrário à tradição judaica (o que faria muitos se decepcionarem com Ele). Se, por outro lado, ordenasse a execução, estaria agindo contra a lei romana que não permitia tal procedimento. Ora, ao Seu comando, pelo menos Seus seguidores avançariam sobre ela e os soldados romanos que a tudo vigiavam da Fortaleza Antônia (uma permanente torre de vigia ao lado do Templo) entrariam em ação prendendo Jesus e levando-O ao tribunal.
Aparentemente, o Mestre não tinha saída. Mas Sua resposta foi a melhor e a menos esperada: "Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra". Note que a preocupação com a pessoa (no caso, a mulher) foi a solução para um conflito moral envolvendo a lei. Neste caso, lembro-me de um velho professor que dizia: "O problema não está com a gravata, mas em cortar do pescoço por causa dela. A gravata não é mais importante que o pescoço que ela reveste." O mesmo se dá com a lei. Contudo, para que não se incorra no erro existencialista, é importante observar que, após a declaração "Eu também não te condeno", houve o complemento igualmente importante: "Vai e não peques mais" (Jo 8:11).
Essa informação é relevante, pois ,infelizmente, existe hoje uma exacerbação sobre o indivíduo que usa um distorcido discurso do amor para colocar aquele que peca como um anulador natural da lei ou de suas conseqüências. "A graça é de graça", dizia Bonhoeffer, "mas não é barata. Cuidado com o mito da graça barata". Está ficando cada vez mais difícil para algumas igrejas disciplinar membros que cometem pecados de opróbrio (adultério, fornicação, roubo, etc.). Isso ocorre porque os simpatizantes da "graça barata" julgam ser um legalismo desumano da igreja não permitir, por exemplo, que um jovem apresente um solo ou passe a lição apenas porque se descobriu que ele bebe e dorme com a namorada. O que temos de fazer, assim continua o raciocínio errôneo, é amá-lo e não permitir que ele se aborreça e acabe saindo de vez da igreja. Ora, neste exercício até fica parecendo que o erro foi da igreja e não do referido jovem. Sua permanência na igreja deixa de ser uma questão de conservação para se tornar um caso de chantagem: ou agimos contrariamente aos princípios ou ele ficará aborrecido e nos deixará.
O exemplo de Jesus no trato com as pessoas que erram deveria servir de modelo para nós. Ele, de fato, não permitiu o apedrejamento dessa mulher porque as circunstâncias eram completamente malévolas e o interesse dos homens não era redimi-la nem discipliná-la (eles nem estavam se importando com ela), mas dar um xeque-mate em Jesus. Contudo, devemos lembrar que o mesmo Jesus que a perdoou, foi o que no Antigo Testamento investiu de autoridade divina os que mataram os idólatras no acampamento de Israel (Patriarcas e Profetas, p. 324 e 380). E será Ele mesmo o juiz que virá nas nuvens e ordenará, depois do milênio, a chuva de fogo sobre os ímpios impenitentes. Segundo o Apocalipse, Ele é um cordeiro, mas com a capacidade de se irar!
Sobre Marta, Maria e Lázaro
É provável, porém não categórico, o fato de que os três fossem realmente solteiros. Marta poderia ser viúva, ou, como aventou um comentarista, casada com Simão, pois era a que servia em sua casa (Jo 12:2). Seja como for, é difícil ser dogmático a respeito do estado civil dessas três pessoas, muito menos que fossem realmente três jovens. A Bíblia nos oferece possibilidades a esse respeito, mas nenhuma certeza conclusiva. Muito menos provável é a afirmação de alguns de que Maria, irmã de Lázaro, seria a mesma mulher apanhada em adultério (Jo 8) ou que eles eram sobrinhos de Simão.
Seja como for, o fato que nos interessa é o modo com que Jesus atendeu à inquieta Marta, constantemente preocupada com o serviço da casa. A tônica daquele episódio é que Marta estava ocupada demais para aprender de Jesus, como estava fazendo Maria. Longe de premiar a ociosidade e condenar o serviço, o Senhor quis dizer que cada coisa deve ter seu momento e sua medida, conforme já vimos numa lição anterior. Ela não poderia perder isso de vista.
Contudo, longe de ter sido rude, a atitude de Jesus foi, na verdade, uma forma de ter Maria em alta conta, pois a maioria dos rabinos jamais permitiria uma mulher em seu círculo de aprendizes. Isso se compreende pelo fato de Ele ter aceitado uma discípula aprendendo a Seus pés e convidar Marta a que parasse um pouco e escolhesse a boa parte (como fizera sua irmã), ou seja, que se detivesse para ouvir um pouco também.
Por fim, temos as crianças. Hoje, em nossa cultura ocidental, é bonito ver um homem importante cercado de crianças. Até alguns políticos exploram bem essa cena em sua campanha ao exibir fotos em que estão cercados de crianças felizes e sorridentes. Mas nos tempos de Cristo, não era bem assim que as coisas funcionavam. Ninguém tinha tempo para crianças naquela época. Quando pequenas, elas ficavam sob a tutela da mãe, mas ao crescerem eram cuidadas por um escravo, professor (às vezes o escravo era um professor) ou, no caso dos mais pobres, por um irmão mais velho.
Se as crianças perturbassem os adultos, era só bater nelas com uma vara. Seria perda de tempo amá-las ou dar-lhes qualquer atenção. Os discípulos seguiam o costume da época ao afastá-las de Cristo (Mc 10:13). Alguém poderia questionar a cultura dos gregos que gostavam muito de crianças. Basta dar uma olhadela na história da Pedagogia Grega para verificar a infâmia ligada a essa afeição que, aliás, é condenada por Paulo em Romanos 1.
Jesus, porém, tinha uma afeição genuína pelos pequeninos e surpreendeu a todos quando lhes deu atenção. Afinal, crianças, pecadores, mulheres, escravos e pobres eram pessoas que não mereciam a atenção de um nobre, segundo os parâmetros da época. O escritor romano Orácio, que viveu alguns anos antes do nascimento de Jesus, escreveu uma música na qual dizia "Odi profanum vulgus et arceo" – odeio a população simples e a conservo longe de mim".
Mas Jesus não era assim, pois Sua opção pelos desvalidos ecoava Sua própria opção pelo nosso Planeta, o mais desvalido lugar do Universo. Mas é claro que isso não significava uma opção pelos rejeitados que excluísse os mais bem sucedidos. Todos tinham participação no amor e nas afeições de Cristo. Qualquer tipo de discriminação de pessoas (por serem ricas ou pobres, amadas ou rejeitadas) é contrária à regra do reino dos Céus.
II – Como Jesus tratou os inimigos
O próprio fato de que Jesus tinha inimigos e ensinava como lidar com eles já é um dado que desmistifica a idéia de que o cristão deve se relacionar bem com todo o mundo ou que o cristão não tem inimigos. Por mais edificadores da paz que sejamos, sempre há alguém contrário às nossas idéias, que fala mal de nós ou se ofende com nossos atos. O que devemos ter é a consciência de que a ofensa não surgiu por nossa culpa.
Nisto há uma boa regra a se seguir. Se uma pessoa estiver contra você, isso se chama antipatia (nem todos "vão com a sua cara"). Se duas pessoas estiverem contra você, isso se chama oposição (nem todos concordam com suas idéias). Se três pessoas estiverem contra você, cuidado! O problema pode estar com você e não com elas.
Há pessoas que são especialistas em arrumar inimizades em todos os lugares por onde passam. Estão em desacordo ou estremecidos com o vizinho e o porteiro do prédio em que moram; não gostam do colega de trabalho, nem do namorado da filha; têm certeza de que o chefe de setor os persegue e, se são da igreja, ainda apregoam que a comissão e os irmãos têm preconceitos contra sua pessoa. Parecem não perceber que a inimizade e a antipatia não é algo eventual, mas uma companhia permanente aonde quer que eles forem. Ora, essas pessoas dificilmente conseguem perceber que eles são o único elemento em comum em todos esses ambientes em que a inimizade é levantada. Precisam verificar no recôndito do coração o que acontece para que sempre haja um número maior de oposição onde quer que estejam. Em alguns casos assim é recomendável a ajuda de um psicólogo ou psiquiatra cristão.
Em Mateus 5:44, Jesus está fazendo um comentário sobre a lei do Antigo Testamento. De acordo com Levítico 19:18 e Deuteronômio 10:18-19, o amor ao próximo se estendia tanto aos concidadãos israelitas quanto aos estrangeiros gentios que residissem dentro de terras israelitas. A lei não mandava "odiar o inimigo", mas alguns textos sapienciais, como Salmo 139:21-22 recomendavam isso.
De fato, amar os inimigos é uma das temáticas mais complexas da Bíblia Sagrada. Mas ela é importante e merece ser analisada e vivida pelos cristãos. Quanto Deus nos pede que perdoemos, não estaria premiando a injustiça do outro? Poderíamos pensar: "Ora, ele me machucou, roubou o que era meu, saiu vencedor às minhas custas e ainda tenho de tratá-lo como um herói, como se tivesse me feito um favor?" Embora seja esse o sentimento de muitos, devemos saber que, quando Deus pede que não odiemos, está pensando primariamente em nós mesmos. Como já foi dito na lição 4, rancor traz doenças e falta de paz; é um veneno que alguém toma desejando a morte do outro.
Curiosamente, Jesus nos manda amar nossos inimigos, mas não necessariamente gostar deles. Podemos erroneamente acreditar que "amar" e "gostar" neste texto significam a mesma coisa, mas não é bem assim. Exemplifiquemos: você acharia que Jesus ama Lúcifer? A resposta deve ser sim, doutra forma, como Jesus poderia nos pedir que amemos nossos inimigos se Ele mesmo não conseguia amar Seu arquiinimigo? Mas, a seguir perguntamos: Jesus gosta de Lúcifer? Aprecia-lhe o caráter e os gestos? É claro que não, pois isso equivaleria a dizer que Ele gosta do Diabo e do mal que ele representa. Em Mateus 8:44, o amor que Jesus pede que tenhamos não é aquele amor do tipo phylos que obrigatoriamente envolve intimidade, afeição e amizade. O que Ele pede é um amor-princípio, no sentido de não odiar, não devolver na mesma moeda o mal que o outro nos fez e não, necessariamente, torná-lo seu amigo íntimo.
Jesus seria um carrasco se pedisse a uma moça que tivesse sido violentada por um rapaz embriagado que se tornasse amiga íntima dele e lhe desse o primeiro pedaço de bolo em sua festa de aniversário!
Dando mais um exemplo, neste caso, positivo, eu posso amar uma criança da Etiópia que esteja faminta e até orar por ela, mesmo sem conhecer seu nome ou perder um dia de trabalho ao saber pelos jornais que ela morreu na noite passada. É diferente do amor que teria por um sobrinho, filho ou alguém intimamente mais relacionado a mim.
Amar um inimigo não significa apoiar o que ele fez nem concordar com seu comportamento. Significa entregá-lo a Jesus e deixar Deus ser Deus. Se o inimigo se arrepender, Deus tem o direito de levá-lo ao Céu e, se eu for realmente submisso ao Senhor, aceitarei isso. Por outro lado, se ele não se arrepender, Deus mesmo o punirá, e novamente eu terei que aceitar isso, pois a vingança pertence ao Senhor e não a mim mesmo. Assim, amar o inimigo é, antes de tudo, uma questão de ser ou não submisso à soberania de Deus.
III – Como Jesus tratou Seu povo escolhido
Um episódio não mencionado na lição, mas que mereceria ser pelo menos citado para os irmãos na classe é a maldição de Cristo à figueira (Mt 21:18-19). Notemos que Jesus não a amaldiçoou porque ela não tinha fruto, mas sim porque aparentava ter e não tinha. Aquela figueira representava Israel e serve de alerta para o povo de Deus no presente, além de descrever a relação de Cristo com Seus escolhidos (veja DTN p. 558 e 559).
Jesus chegou faminto à figueira; como também esperava encontrar em Israel frutos de justiça, mas encontrou apenas aridez. Não seria o momento de entendermos que alguns ensinos de Cristo, como nas bem-aventuranças, seriam mais que lições práticas ao Seu povo: um auto-retrato de Si mesmo? Quando disse: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça...", era Ele mesmo o faminto por ver em Sua igreja a justiça que Ele mesmo lha outorgou.
Esse comentário adicional retirado de O Desejado de Todas as Nações, p. 561 e 562 é simplesmente fantástico e merece ser lido para os irmãos:
"A nação judaica era um símbolo do povo de todos os séculos, que desdenha os rogos do Infinito Amor. As lágrimas de Cristo, ao chorar sobre Jerusalém, foram derramadas pelos pecados de todos os tempos. Nos juízos proferidos contra Israel, os que rejeitam as reprovações e advertências do Santo Espírito de Deus podem ler sua própria condenação.
"Há nesta geração muitos que estão trilhando o mesmo caminho dos incrédulos judeus. Testemunharam as manifestações do poder de Deus; o Espírito Santo lhes falou ao coração; apegam-se, porém, a sua incredulidade e resistência. Deus lhes envia advertências e repreensões, mas não querem confessar seus erros, e rejeitam-Lhe a mensagem e o mensageiro. Os próprios meios que Ele emprega para sua restauração, tornam-se para eles em pedra de tropeço.
"Os profetas de Deus eram aborrecidos pelo apóstata Israel porque, por intermédio deles se revelavam seus pecados ocultos. Acabe considerava Elias inimigo, porque o profeta era fiel em repreender as secretas iniqüidades do rei. Assim hoje o servo de Cristo, o reprovador do pecado, encontra desdém e repulsas. A verdade bíblica, a religião de Cristo, luta contra uma forte corrente de impureza moral. O preconceito é mesmo mais forte no coração dos homens agora do que nos dias de Jesus. Ele, Cristo, não realizou as expectações dos homens; Sua vida foi uma repreensão aos pecados deles, e O rejeitaram. Assim hoje a verdade da Palavra de Deus não se harmoniza com as práticas dos homens, com sua inclinação natural, e milhares lhe rejeitam a luz. Os homens, instigados por Satanás, lançam dúvidas sobre a Palavra de Deus e procuram exercer seu independente juízo. Preferem as trevas à luz, mas fazem-no com perigo para a própria alma. Os que sofismavam às palavras de Cristo, encontravam cada vez mais motivo para sofismar, até que se desviaram da Verdade e da Vida. Assim é agora. Deus não Se propõe a remover toda objeção que o coração carnal possa trazer contra Sua verdade. Aos que recusam os preciosos raios da luz que haviam de iluminar as trevas, os mistérios da Palavra de Deus permanecerão para sempre mistérios. Deles é oculta a verdade. Caminham cegamente, e ignoram a ruína que se acha perante eles.
"Do alto do Olivete, Cristo contemplou o mundo em todos os séculos, e Suas palavras são aplicáveis a toda a alma que desdenha as súplicas da divina misericórdia. Desdenhador de Seu amor, Ele hoje Se dirige a você. Sim, você mesmo que deve conhecer as coisas que pertencem à sua paz. Cristo está vertendo amargas lágrimas por você que não tem lágrimas para verter por si mesmo. Já se manifesta em você aquela fatal dureza de coração que destruiu os fariseus. E toda prova da graça divina, todo raio de divina luz, ou está abrandando e subjugando a pessoa, ou confirmando-a em sua desesperada impenitência."
Essas e outras informações podem ser encontradas nestes excelentes trabalhos acadêmicos sobre a posição da mulher no judaísmo: Judith Romney Wegner, Chattel or Person, the status of Women in the Mishnah (Oxford: Oxford University press, 1992); Leonard J. Swidler, Women in Judaism: the Status of Women in Formative Judaism (Metuchen, N.J: Scarecrow Press, 1976) e Thena Kendath, 'Memories of an Orthodox youth' in Susannah Heschel, ed. On being a Jewish Feminist (New York: Schocken Books, 1983), pp. 96-97.
O Desejado de Todas as Nações segue a edição de 1988, portanto, pode apresentar diferenças de paginação.
Você quer acompanhar o estudo completo em questão? Então, não perca mais tempo e acesse o link agora mesmo: http://www.cpb.com.br/ no setor de "Serviços".
Não deixe de conhecer o material da Casa Publicadora Brasileira, vale a pena; então vá ao setor de serviços acesse todos os temas até agora estudado.
Você ainda pode acompanhar um comentário excelente da lição com os autores:
Bruce Cameron - http://www.portal.netium.com.br/iasdsf/noticias1.htm
Escola no Ar - http://www.escolanoar.org.br/
Gilson Nery - http://www.oestadio.com/escola_NCCcomentario.shtml
Sickberto Marks - http://www.cristovoltara.com.br/
Boas compras e bons estudos!
Conheça já o Windows Live Spaces, o site de relacionamentos do Messenger! Crie já o seu!