quinta-feira, 5 de junho de 2008

Comentário da Lição 10 - O significado de Sua morte - ESCOLA NO AR

2º Trimestre de 2008 - Maravilhoso Jesus

Comentário da Lição 10 - O significado de Sua morte

Sábado, 31/5/2008

› Introdução

Quando era criança (nos meus tempos de católico), sempre que via o padre erguer a hóstia e pronunciar as palavras: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, ficava um tanto confuso, imaginando por que o sacerdote estava chamando aquele pedaço de pão branco, fininho e circular de “cordeiro”. Somente quando estudei a doutrina do santuário com os adventistas, anos depois, é que fui compreender o significado profundo daquelas palavras.

O poeta John Done descreveu assim a encarnação do Filho de Deus: “A imensidão enclausurada em teu [de Maria] amado ventre.” O que ele diria sobre a crucifixão? Você já parou para pensar que foi Deus quem morreu pregado àquele degradante instrumento de tortura?

A lição desta semana propõe algumas perguntas importantes: Por que Jesus morreu, que propósito se cumpriu por Sua morte, e o que ela significa para nós, tantos séculos depois? Como alguns afirmam, Cristo morreu somente para nos mostrar o amor de Deus, e assim mudar nossos sentimentos a respeito de Deus? Ou a morte de Cristo, de fato, fez algo que mudou o relacionamento entre Deus e nós?

Desafio: Que tal dedicar algum tempo nesta semana para meditar na “imensidão enclausurada” e no Cordeiro de Deus que derramou Seu sangue porque amou demais?

Domingo, 1/6/2008

Escolhendo morrer

A lição de domingo começa com a leitura de Lucas 2:29-35. Interessante notar as palavras de Simeão ao tomar nos braços o menino-Deus: “Os meus olhos já viram a Tua salvação.” Por meio de revelação divina, o ancião consegue ver além da “capa tenra de carne” que envolvia o Filho de Deus. Simeão diz ainda que Jesus seria alvo de contradição (falarei um pouco sobre isso no comentário de amanhã). E ao dizer que uma espada iria transpassar a alma de Maria, Simeão estava prenunciando a dor que a mãe de Jesus experimentaria dali a três décadas.

Dizem que para morrer basta estar vivo. No caso dos mortais, é assim mesmo. Mas Jesus, mesmo tendo assumido a forma humana sujeita às fraquezas que lhe são naturais (fome, cansaço, etc.), não deveria ter morrido porque não tinha nada a ver com o pecado. Assim, podemos dizer que Jesus nasceu para morrer e escolheu morrer por nós, a fim de que tenhamos acesso à vida eterna. Que troca, não? Ele morreu a morte que merecíamos morrer para que possamos ter a vida que Lhe pertence por direito.

Pense: Você já pensou por que se fala em “paixão” de Cristo? Bem, você também já deve ter ouvido a expressão “morrer de paixão”. No caso de Jesus, não se trata de figura de linguagem.

Ele morreu mesmo de paixão. De paixão por você.

Desafio: Como você tem correspondido a esse amor?

Segunda-feira, 2/6/2008

› Morrendo para viver

Ontem analisamos brevemente as palavras proféticas de Simeão que disse que Jesus seria alvo de contradição. Em seu livro O Jesus que Eu Nunca Conheci (Vida), o jornalista e escritor cristão Philip Yancey defende a tese de que o cristianismo acabou “domesticando Jesus”, e justifica com as seguintes palavras: “Ele falou pouco sobre a ocupação romana, o assunto principal das conversas de Seus conterrâneos, mas pegou um chicote para expulsar do templo judeu os pequenos aproveitadores. Insistia na obediência à lei de Moisés, enquanto adquiria a reputação de transgressor da lei.

Poderia ser tomado de simpatia por um estrangeiro, mas afastou o melhor amigo com a dura repreensão: ‘Para trás de Mim, Satanás!’ Tinha opiniões inflexíveis sobre os homens ricos e as mulheres de vida fácil, mas ambos os tipos desfrutavam de Sua companhia.”

Sem dúvida, Jesus foi alvo de contradição. Quem ouvia Suas palavras e as colocava em prática, não podia continuar vivendo da mesma maneira. Ele causava uma verdadeira revolução na vida de Seus seguidores, que passavam a viver, também, em contradição com o mundo. Muitas das frases de Jesus eram verdadeiros (e aparentes) contra-sensos.

Ele disse, por exemplo, que era necessário morrer para nascer, à semelhança da semente. Depois de Sua morte é que os discípulos foram compreender o sentido dessa frase “contraditória”.

Pense: E você, compreende realmente o que significa morrer para este mundo e renascer para a vida plena que Jesus oferece? Olhe para a cruz, para o sacrifício gigantesco oferecido por Jesus, o Cordeiro de Deus. Somente assim você terá uma noção mais aproximada da seriedade do pecado e da sua necessidade de salvação. Isso deve lhe fazer olhar para dentro do seu coração e sentir o vazio. Em seguida, olhando para fora, para o alto, você notará que Jesus lhe sorri, de braços abertos, oferecendo salvação.

Terça-feira, 3/6/2008

› A tripla morte de Cristo

Se Jesus morreu para nos dar a vida, por que ainda morremos?” – alguns perguntam. Infelizmente, muitos de nós ainda terão (ou, espero que não, “teremos”) que experimentar a primeira morte, antes de Jesus voltar. Mas, mesmo que isso aconteça, a promessa de Deus em Cristo é de que não precisaremos passar pelos horrores da segunda morte, a morte eterna precedida pelo lago de fogo. Jesus morreu exatamente para nos livrar dessa morte. Mas é preciso que antes disso experimentemos outro tipo de morte – em vida. É o tipo de morte à qual Paulo se refere em Gálatas 6:14 e outros textos mais: a morte para o mundo e a morte para o eu. Jesus experimentou essas três mortes para que nós apenas precisemos passar por duas delas (ou, quem sabe, somente uma...).

Se mantemos comunhão íntima como a Fonte da vida, a vida eterna já é nossa por antecipação, afinal, “quem tem o Filho, tem a vida”. É como se recebêssemos uma soma elevada em dinheiro, mas em cheque pré-datado. A riqueza já nos pertence (e temos que guardá-la bem). Apenas aguardamos o momento de descontar o cheque. E falta pouco!

Quarta-feira, 4/6/2008

› Ele os perdoou

“Quando Jesus enfrentou o sofrimento, reagiu como eu. Ele não orou no jardim: ‘Ah, Senhor, sinto-Me tão grato por Me teres escolhido para sofrer por Ti. Regozijo-Me nesse privilégio!’ Não, Ele experimentou tristeza, medo, abandono e algo parecido até mesmo com o desespero.

Contudo, Ele suportou porque sabia que no centro do Universo vivia Seu Pai, um Deus de amor no qual Ele podia confiar, apesar de como as coisas parecessem na ocasião”, escreveu Philip Yancey.

Em Romanos 5:10, Paulo diz que mediante Jesus fomos reconciliados com Deus. Paulo também afirma no livro de Hebreus que Jesus é nosso perfeito mediador pelo fato de ter sido tentado em tudo à nossa semelhança, mas sem pecado. Jesus compreende nossas fraquezas, nossas lutas e nossa situação desesperadora. Ele já passou por aqui e mostrou na prática o quanto Se compadece dos sofredores e pecadores.

Conforme escreveu Ellen White: “Quando estudamos o caráter divino à luz da cruz, vemos a misericórdia, a compaixão e o perdão, misturados à eqüidade e à justiça. Vemos no trono Alguém tendo nas mãos, nos pés e no lado as marcas do sofrimento suportado para reconciliar o homem com Deus. Vemos um Pai, infinito, habitando na luz inacessível e todavia recebendo-nos para Si através dos méritos de Seu Filho. A nuvem de vingança que ameaçava apenas miséria e desespero, à luz da cruz refletida revela as palavras de Deus: Vive, pecador, vive! Arrependido e crente, vive! Eu já paguei o resgate!” (Atos dos Apóstolos, p. 333).

Pense: Como é bom saber que, nesse processo de reconciliação, foi Deus quem tomou a iniciativa!

Quinta-feira, 5/6/2008

› Como viver para sempre

O pesquisador Aubrey de Grey, que trabalha em Cambridge, na Inglaterra, afirma que o envelhecimento e a morte têm sete componentes: perda de células, resistência a apoptose (a tendência das células de se “recusarem” a morrer quando devem), mutações genéticas no núcleo, mutação dos genes na mitocôndria, acumulação de resíduos intracelulares e acumulação de resíduos fora delas e acúmulo de ligações químicas dentro do material que carrega as células. Um dos grandes objetivos de muitos cientistas é tentar deter e, quem sabe, reverter os efeitos disso tudo. Infelizmente, essa é uma luta inglória e inútil, mas que revela o inconformismo humano diante de seu último e maior inimigo: a morte.

A boa notícia é que, por causa de Sua morte na cruz, Jesus nos promete vida eterna – mesmo que venhamos a morrer. Mas será que Ele se importa mesmo conosco? Ou morreu, fez Sua parte no grande conflito e foi embora? Com a palavra, novamente, Philip Yancey:

“‘Deus Se importa?’ Sei de apenas um jeito de responder a essa pergunta, e essa resposta veio no meu estudo acerca da vida de Jesus. Em Jesus, Deus nos mostrou um rosto, e posso ver diretamente nesse rosto como Deus Se sente acerca das pessoas.”

Olhe para Jesus. Medite nas atitudes dEle com os pecadores e nas últimas horas que Ele viveu aqui na Terra, antes de ser crucificado. Ao fazer isso, você se encherá de esperança e terá confirmada a certeza de que terá a vida eterna ao lado do seu Salvador.

Pense: Vida eterna (e de paz)! Você consegue imaginar o que será isso?

Sexta-feira, 6/6/2008

› O significado de Sua morte

Certa vez, li uma notícia que me chamou a atenção: “Um soldado americano que servia no Iraque conseguiu voltar para casa antes do previsto e surpreendeu as filhas ao sair de uma caixa de presente na escola onde estudam, na véspera do Dia de São Valentim ou Dia dos Namorados nos Estados Unidos. Kelsey Bowen, 11 anos, viu seu pai sair da caixa gigante na frente de seus colegas, no auditório cheio da escola Sleepy Hollow, na cidade de West Amarillo, no Estado do Texas.

A mulher de Charles Bowen, sargento da artilharia da Guarda Nacional, leciona na escola e recebeu ajuda de outros professores para preparar a surpresa para Kelsey e Landi, 7 anos. A família aguardava o retorno de Bowen apenas em março. As duas irmãs foram selecionadas ao acaso para abrir um ‘grande presente’ que havia sido deixado na escola. Elas ficaram sem fala ao encontrar o pai, que não viam há 16 meses. ‘Quando ele saiu foi incrível. Não havia nada a dizer porque foi tão surpreendente’, disse Kelsey com lágrimas.”

Se Jesus “apenas” tivesse morrido como mártir e “apenas” nos deixado um exemplo de amor perdoador, isso seria bastante frustrante – outros fizeram isso. Diferentemente de outros mártires e bons homens e mulheres do passado, quando esteve aqui, Jesus fez promessas grandiosas, como aquela registrada em João 14:1-3 (talvez você até saiba de memória). A ressurreição de Cristo é a prova de que Ele pode cumprir essa promessa. Logo Ele estará aqui de volta, quem sabe até antes do que esperamos (como aconteceu com Bowen), com um presente especial: a vida eterna.

As filhas do soldado ficaram sem fala quando o pai delas saiu da caixa de presente. E você, fica sem fala quando pensa no grande presente enviado pelo Céu há dois mil anos?

Comentário por: Michelson Borges

Jornalista, editor da Casa Publicadora Brasileira, mestrando em Teologia pelo Unasp e membro da Sociedade Criacionista Brasileira. Casado com Débora Tatiane, tem duas filhas.