Um Missionário Itinerante – 1
Após si, deixa uma vereda luminosa. Jó 41:32, TB
A passagem acima e as seguintes falam do crocodilo, da sua força e poder. "Na terra, não tem ele igual, pois foi feito para nunca ter medo" (Jó 41:33). Nessas declarações, vejo uma ilustração apropriada dos pioneiros que foram preparados para não ter medo e que, por onde passaram, deixaram após si um caminho iluminado pelo evangelho que pregaram.
Assim foi com Domingos Costa, um jovem que, em 1915, saiu de Alagoinhas, Bahia, rumo ao antigo Colégio Adventista Brasileiro, onde foi batizado segundo informações de seu filho, o pastor Emerson de Souza Costa.
Estudou até o terceiro ano de Teologia, deixando o CAB para ser colportor e professor itinerante, ocasião em que chegou à fazenda do senhor Oliveira, no município de Extrema, MG, próximo da divisa com o estado de S. Paulo. Ali lecionou para as crianças da fazenda. A família toda aceitou a Cristo. Daquela fazenda, saiu para o Colégio, o rapazinho Geraldo Gomes de Oliveira, que se tornou um poderoso evangelista da Igreja Adventista, conhecido como o pastor GG.
Em 1925, Domingos Costa foi para Niquelândia, GO, depois para Uruaçu e Fazenda Riachão, onde se casou com Guilhermina, em 1931. No Riachão, GO, levou para Jesus muitas famílias tradicionais que se tornaram baluartes do evangelho na região Norte do Estado.
Entre 1937 a 1939, Domingos Costa esteve na Fazenda Palmital, no município de Jaraguá, a convite do irmão Otávio Alves da Costa, recém-batizado pelo pastor A. N. Allen. Domingos Costa lecionou para os filhos mais velhos da família Alves da Costa. Como não havia escola na região, os moradores da localidade mandavam seus filhos para estudar na escola adventista da Fazenda Palmital.
O irmão Otávio Costa, dono da fazenda, construiu um galpão que, durante a semana, servia de escola e aos sábados, de igreja. Como resultado do trabalho e do testemunho do irmão Domingos Costa, mais de uma centena de pessoas foram alcançadas para Cristo naquela região. E assim, por onde passava, ele deixava após si um caminho iluminado pela luz do evangelho. Muitos foram convertidos e grupos de crentes foram estabelecidos entre os moradores do sertão.
REFLEXÃO: "Para os que foram chamados [...] pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus" (1Co 1:24).
Um Missionário Itinerante – 2
Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar. 1 Coríntios 1:17, ARC
Como colportor e professor itinerante, Domingos Costa não foi enviado para batizar, mas ajudou a fundar grupos de crentes em vários lugares do estado de Goiás. Escreveu o Pastor A. N. Allen: "Deus está continuamente ajuntando outros ao número de crentes nesse campo [...] O irmão Domingos Costa, o único a colportar em Goiás, já por três anos tem vendido nossa literatura com bom êxito. Precisamos de mais homens fiéis como este."
A Revista Adventista, de julho de 1931, informa que, nesse ano, Domingos Costa colportou em Rio Verde, Sudoeste do Estado. E nessa ocasião ele declarou : "Em meu trabalho da colportagem tenho observado como o povo está sedento pela verdade [...] Tenho grande sentimento em não poder permanecer por mais algum tempo com estas pessoas." Conversando com o pastor Dimas Artiaga, que é neto de Domingos Costa, ele me informou que, quando foi presidente da Associação Brasil Central, encontrou ali crentes naquelas regiões cujos ancestrais conheceram o evangelho por intermédio de seu avô.
Em 1946, o irmão Domingos Costa foi convidado pela sede da Missão para trabalhar como obreiro assalariado na cidade de Monte Alegre de Minas, no Triângulo Mineiro. Em 1948, voltou para o Riachão, GO. Num congresso realizado ali, o pregador perguntou ao público, quantos dos presentes conheceram a mensagem através de Domingos Costa. Centenas de pessoas levantaram a mão.
Conheci o irmão Domingues, e a sua esposa, irmã Guilhermina de Souza Costa, no ano de 1963, numa reunião na Fazenda Riachão. Fotografei-o em frente ao antigo templo da fazenda, onde, no último sábado de dezembro de 1931, foi organizada a primeira igreja adventista no estado de Goiás, ocasião em que ele foi eleito ancião dessa igreja pelo pastor A. N. Allen.
Domingos Costa faleceu em 1970 e está sepultado no cemitério dos pioneiros, na Fazenda Riachão. Esta é a história resumida de um missionário itinerante, quase anônimo, que não era perfeito, mas que, na sua humildade, realizou uma grande obra para Deus em Goiás. Nunca nos esqueçamos de que, antes de nós, outros prepararam o caminho para que pudéssemos passar por ele com mais facilidade; que o dia de hoje é uma projeção do dia de ontem, e que os chamados na primeira hora do dia como os chamados na hora undécima receberão o mesmo galardão.
REFLEXÃO: "Faze o trabalho de um evangelista, cumpre... o teu ministério" (2Tm 4:5).
Confissão de Pecados
Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 1 João 1:9
Um pai sentiu-se injustiçado pela diretora da escola em que seu filho estudava. Falando a um amigo sobre o que havia acontecido, disse: "Ela terá que me pedir perdão!" Comentando o incidente, a professora declarou: "Ele não sabe o quanto isso é fácil para mim."
Para essa professora era fácil pedir perdão, mas para outros, nem tanto. O orgulho e o amor-próprio não admitem o reconhecimento das próprias faltas.
Na Bíblia temos três tipos de confissão. A primeira é a confissão daquilo que não se pode negar, porque já é notório; então, o único jeito é admitir a falta. Foi o caso de Acã, que só confessou depois de Deus haver indicado a sua tribo, sua família e, finalmente, o próprio Acã, como o culpado pela derrota dos israelitas na conquista da cidade de Ai.
A segunda é a confissão por remorso. Foi o caso de Judas que traiu e entregou Jesus aos sacerdotes em represália por Ele ter dito que não molestassem Maria, pois ela havia feito uma boa ação ao derramar perfume caríssimo em Seus pés. Ele, que vira tantos milagres feitos por Cristo esperava que, no momento da prisão, Jesus reagisse e realizasse um milagre como aconteceu na Galiléia, quando Ele passou oculto entre Seus algozes, retirando-Se a salvo do meio deles. Mas ao ver que o Mestre Se entregou, suportando todo o escárnio e açoite, e que fatalmente seria crucificado, não mais agüentou o peso da consciência. Suas esperanças se foram e tomado de remorso, mas não de arrependimento, lançou as moedas ao chão, dizendo: "Pequei, traindo sangue inocente!"
A terceira, a confissão sincera, é produto de um arrependimento profundo. Pedro também traiu a Jesus negando-O vergonhosamente, mas se arrependeu ao pairar sobre ele o olhar terno e misericordioso de Cristo. Saiu da sala de julgamento e chorou amargamente. Cristo aceitou o arrependimento de Pedro e o perdoou.
O mesmo pode acontecer conosco. Quando, arrependidos, reconhecemos nossos pecados e buscamos o Senhor em busca de perdão, Jesus Se aproxima de nós e vê em nossas necessidades a grande oportunidade de demonstrar Seu amor e Seu perdão. Quando sentimos necessidade espiritual, Ele chega perto de nós, ao nosso lado. Ele surge como nosso Redentor e nos diz: "Os seus pecados já estão perdoados!" – EGS
REFLEXÃO: "O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará; mas o que confessa e deixa, alcançará misericórdia" (Pv 28:13).
Animais, Criaturas de Deus
O homem de bem se importa até com o bem-estar dos seus animais, mas no coração do perverso só há lugar para a maldade. Provérbios 12:10, BV
Deus criou os animais para trazer alegria e felicidade para a nossa vida e também para nos ser de utilidade. São criaturas de Deus, pois, foi Ele quem disse: "Que a terra produza os animais. Animais domésticos, répteis e animais do mato. E assim foi" (Gn 1:24, BV). E Deus os colocou sob os cuidados do homem.
Veja que Deus menciona animais domésticos e animais do mato. Pelos animais domésticos, o homem é responsável pela sua alimentação, pela sua saúde e por todos os demais cuidados. Pelos "animais do mato", ou seja, os animais que vivem nas florestas, o homem é responsável pela manutenção e preservação do meio-ambiente, das matas, das águas, não agredindo a natureza, pois é dali que eles tiram alimento.
Diz Ellen White: "O homem foi posto como representante de Deus sobre as ordens inferiores de seres. Estes não podem compreender nem reconhecer a soberania de Deus, todavia foram feitos com capacidade de amar e servir ao homem" (Patriarcas e Profetas, p. 45).
Diretamente (os animais domésticos) ou indiretamente (os animais da selva), todos foram colocados sob os cuidados do homem. "Deste ao homem", diz o salmista, "o domínio de toda a criação, autoridade sobre todas as criaturas: o gado e as ovelhas, os animais do campo e da floresta, as aves do céu e os peixes do mar, sim, tudo que vive mos mares" (Sl 8:6-8, BV). Que privilégio! Que responsabilidade!
Está, realmente, o homem assumindo com seriedade essa função que Deus lhe outorgou? Muitos animais selvagens são tirados das florestas e levados para grandes centros de lazer. Ali, sob chicotadas e ferroadas, são treinados para realizar coisas não próprias da sua natureza, para divertimento de milhares de pessoas, inclusive crianças, que desconhecem o quanto esses animais sofreram para poder executar esses espetáculos.
Faço-lhes um apelo: nem por curiosidade, vão ou levem seus filhos para assistir a esses espetáculos. Se o fizermos, estaremos sendo coniventes com essas práticas abomináveis. Diz ainda Ellen White: "Os animais foram criados para servirem ao homem, mas este não tem direito de causar-lhes dor com tratamento rude, ou cruel exigência" (Patriarcas e Profetas, p. 443).
REFLEXÃO: "No Teu cuidado, proteges a vida dos homens e dos animais" (Sl 36:6, BV).
Tratar Bem os Animais
Salomão [...] tinha muito interesse nos animais, nos pássaros, nas serpentes, nos peixes e nas árvores. 1 Reis 4:29, 33, BV
Além dos nossos animaizinhos de estimação, que às vezes chegam a nos ensinar boas lições de vida, Deus também criou certos animais de grande porte para nos servir, como o boi, o cavalo, o jumento e o camelo.
É bom levarmos em conta que, em assunto de vida, eles são iguais a nós: nascem, crescem, alimentam-se, ficam doentes. Amamos nossos filhos, eles também seus filhotes; sentimos dor, eles também; nós morremos, eles também. Todos os animais devem ser amados e bem cuidados pelo seu possuidor, sem exceção.
Eu estava viajando de ônibus de Bagdá para Damasco, em pleno coração do deserto. Eram umas três horas da tarde e o calor chegava à beira dos quarenta e cinco graus. De repente, em meio aquele "fim de mundo", o ônibus parou. Então, pude ver uma cena que nunca mais saiu da minha lembrança. Ao lado do caminho, um camelo agonizava e, ao redor dele, alguns beduínos o acariciavam e choravam. Vários árabes desceram do ônibus para ajudar a socorrê-lo, mas foi inútil. O animal acabava de morrer. Pude ver o quanto esses orientais querem bem a esses animais de tanta utilidade para eles. Aquela criatura morreu em pleno deserto, e Deus estava atento. Mesmo um simples pardal não cai sem o Seu conhecimento, quanto mais um camelo.
E nós, como estamos tratando nossos animais? Quantas vezes, ao tirar o leite de uma vaca, ou utilizar um animal de tração, eles são tratados com crueldade, chicotadas e pauladas? Estou falando de coisas que já presenciei.
"Aquele que maltrata os animais porque os tem em seu poder, é tão covarde quanto tirano. A disposição para causar dor, quer seja ao nosso semelhante quer aos seres irracionais, é satânica. [...] Se os olhos desses homens pudessem abrir-se como os de Balaão, veriam um anjo de Deus, em pé, como testemunha, para atestar contra eles no tribunal celestial. Um relatório sobe ao Céu, e aproxima-se o dia em que se pronunciará juízo contra os que maltratam as criaturas de Deus" (Patriarcas e Profetas, p. 443).
Rogo às pessoas do campo e das cidades: amemos os nossos animais, cuidemos deles, pois, são criaturas de Deus.
REFLEXÃO: "Deste-lhe domínio sobre as obras de Tua mão [...]: ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo, as aves do céu e os peixes do mar" (Sl 8:6-8).
Olhem as Aves do Céu
Olhem os passarinhos! Eles não se preocupam com a comida [...] – pois o Pai celeste [...] os alimenta. Mateus 6:26, BV
Num determinado sábado, no sermão do culto de adoração, na igreja em que assisto, o pastor José Carlos de Lima, num dado momento, perguntou: "Vocês já viram um passarinho morrer de fome?" Confesso que eu nunca havia pensado nisso, mas respondi para mim mesmo: "Não, eu nunca vi." Por que será que eles não morrem de fome? A resposta é óbvia: "Porque o Pai celeste [...] os alimenta."
Será que, em algum momento, você e eu, já paramos para pensar em quanto vale um passarinho? Um pardal, por exemplo? Nos tempos bíblicos, o pardal era tão barato que dois deles não valiam mais que dois ceitil, moeda de menor valor nos dias de Cristo. Mas foi exatamente a respeito desse insignificante pardal, que Jesus proferiu essa linda declaração: "Nenhum deles está esquecido diante de Deus."
"Oh, que preciosa verdade há nessas palavras! O Deus do cosmos é também o Deus do pequeno pardal." Ele "será sempre lembrado como objeto dos cuidados divinos", escreveu o pastor Enoch de Oliveira. Disse Ellen White: "Aquele cuja palavra poderosa sustinha os mundos, detinha-Se para aliviar um pássaro ferido" (O Desejado de Todas as Nações, p. 74).
Ouvi, certa vez, que as autoridades de uma cidade do interior de São Paulo queriam exterminar todos os pardais, pois faziam muita sujeira quando vinham dormir à noite, nas árvores da praça principal. Os fazendeiros e sitiantes das regiões próximas, conhecedores dessas intenções, se uniram para impedir esse desastre ambiental. Acontecia que, durante o dia, os pardais iam se alimentar nas fazendas e sítios num raio de aproximadamente cinco quilômetros, ao redor da cidade, fazendo uma verdadeira limpeza, devorando as pragas e os insetos daninhos prejudiciais às lavouras e animais.
"Nem mesmo um passarinho cai por terra sem o conhecimento do Pai [...] Ele não os esquece, nem aos menores passarinhos" (O Desejado de Todas as Nações, p. 356, 357). Todas as aves são Suas criaturas, todas têm seu valor e utilidade, até o pardal.
A lição aqui é óbvia: o Deus que sustenta esse Universo sem fim é o mesmo que atenta para as pequenas criaturas de Suas mãos, inclusive o pardal. Que Deus maravilhoso!
REFLEXÃO: "Nenhum pardal (Quanto custam eles? Dois por um centavo?) pode cair ao chão sem que o Pai de vocês saiba disso" (Mt 10:29, BV).
O Toque Final
Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. Gênesis 2:18
Em todas as obras de arte sempre há o toque final. É o arremate, a última pincelada. Assim também aconteceu na criação da Terra. Tudo parecia estar acabado, mas Deus ainda não estava satisfeito, e disse: "Não é bom que o homem esteja só." Faltava o toque final – a mulher! Então, Ele a criou. Esse foi o ato culminante da Criação, a mais bela e a mais engenhosamente desenhada de todas as Suas criaturas.
Como foi que isso aconteceu? Deus fez Adão cair num profundo sono para realizar uma "cirurgia" e extrair dele um pedaço de sua costela, criando a partir dela sua companheira. Foi assim que Deus fez a mulher: uma criatura igual, porém, diferente; igual em seus elementos, mas diferente em sua estrutura e personalidade.
Deus também fez uma surpresa para o homem. Ao acordar, Adão viu diante de si a linda e deslumbrante mulher que seria sua esposa. Admirou sua beleza, seu sorriso contagiante, e se apaixonou por ela. Numa demonstração de profunda felicidade, ele fez sua declaração de amor em um verdadeiro poema lírico que extravasou todos os seus sentimentos e emoções:
"Isto sim! Ela é parte dos meus ossos e da minha carne!
Pode-se dizer que ela é varoa, porque foi tirada do varão!"
Então, Deus realizou o primeiro casamento e estabeleceu o primeiro lar. O mundo, agora, estava completo, e tudo era "muito bom"!
Infelizmente, a família que teve um início tão lindo, está sendo vulgarizada em nossos dias, não apenas no mundo em geral, mas também entre os cristãos. Por tão pouco se desfaz aquilo que Deus considerou "muito bom"! O primeiro casamento quase foi desfeito, lá no Éden. Se Adão se recusasse a comer do fruto proibido, Deus teria providenciado outra esposa para ele. Mas Adão não abandonou Eva. Ele continuou amando-a, preferindo ficar com ela apesar das conseqüências. Hoje, por muito menos, por motivos mais banais, um abandona o outro, inclusive nos arraiais da igreja.
Submissão entre os cônjuges significa suportar um ao outro em amor. O casal é composto de companheiros e sócios em partes iguais: no amor, no afeto, nas alegrias, nas tristezas, na saúde, na doença, nos fracassos, no sucesso, na mocidade, na velhice, no conforto, no desconforto, na vitória e na recompensa final!
REFLEXÃO: "Criou Deus [...] o homem e a mulher e Deus os abençoou" (Gn 1:27, 28).
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