As causas da atual crise das bolsas
No início dessa década, até por volta do ano de 2004, nos EUA sobrava dinheiro nos bancos. Mas banco não vive de dinheiro parado, precisa emprestar cobrando juros. Preste atenção, os bancos emprestam dinheiro que não é deles, e sim, daqueles que ali fizeram depósitos ou outros investimentos.
Mas emprestar para quem, se sobrava dinheiro? Os bons pagadores já haviam feito seus empréstimos e não precisavam de mais dinheiro. Ora, nesse caso inventaram linhas de crédito para pagadores de poucas garantias, para não dizer maus pagadores. É o tal do "suprime", ou seja, crédito de alto risco. Um exemplo pesado foi o financiamento de casa própria para pessoas de baixo poder aquisitivo comprometendo alto percentual de seus rendimentos mensais. É o alto endividamento de pessoas que não tinham capital ou bens de sobra para se socorrer caso o contexto mudasse para pior. Mas parecia não haver problemas, pois o juro anual era de apenas 1%.
No entanto, entre 2004 e 2005 esse juro subiu para mais de 5%, quase a 6% ao ano. E o custo de vida também subiu. E as pessoas foram se endividando para comprar de tudo. Assim como os bancos, as empresas também queriam vender bens, principalmente eletrônicos. Faziam isso em longas prestações mensais de baixo valor, mas a juro bem alto. Bom negócio para quem vende, péssimo para quem compra. Aliás, o negócio para quem vende é bom se receber os pagamentos mensais. Assim as parcelas da dívida dos consumidores subiram, e muito. E eles começaram a ter problemas cada vez maiores com pagamentos. E milhões de famílias americanas foram gradativamente quebrando. E os bancos não recebiam.
Para piorar a situação, os bancos haviam vendido os títulos (hipotecas) de seus devedores a outros bancos. Isso era para colocarem dinheiro no caixa mais rapidamente. Ou seja, em vez de esperar para receber mensalmente os pagamentos de seus devedores, vendiam esses títulos com um certo desconto a outros bancos, e assim conseguiam mais dinheiro para fazer novos empréstimos. E muitos deles, outra vez, do tipo "suprime".
Quando uma multidão de devedores não pôde mais pagar, os bancos também não receberam. E o que acontece com seus títulos e hipotecas? Os tais títulos perdem valor, passam a valer bem pouco. Afinal, quanto pode valer um papel que não é dinheiro, no qual está escrito que vai receber uma certa quantia, mas que o devedor já disse que não pode pagar? Não vale mais nada!
Então agora imagine, o que fazer com aqueles títulos que o banco vendeu a outros bancos. Esses também perderam o valor. Portanto, todos os bancos que possuem esses títulos, chamados "títulos podres", ou seja, "não recebíveis" ficam em situação complicada. Eles estão tendo prejuízos. E isso aparece nos balanços, todo mundo fica sabendo.
E o que fazem os acionistas, esses que compraram ações de propriedade desses bancos que estão tendo prejuízos? Tratam de vender essas ações, antes que esses bancos tenham prejuízos maiores e antes que os valores delas caiam. Mas todos os acionistas pensam da mesma forma, aí que os valores das ações dos bancos em dificuldades caem de vez. Os acionistas perdem dinheiro com isso.
E os correntistas desses bancos o que fazem? Tentam tirar seus depósitos desses bancos. Aí a situação dos bancos piora ainda mais, pois ficam sem dinheiro. Dinheiro, aliás, que emprestaram a pessoas que não podem mais pagar. Então, de onde conseguirão dinheiro para devolver aos correntistas que querem seu dinheiro depositado de volta? Ninguém sabe! Esse dinheiro já era. Só se os governos colocarem de alguma maneira dinheiro nesses bancos, caso contrário eles vão a falência e seus correntistas e outros credores vão junto, pelo mesmo caminho. Todos perdem. Esse é o tal efeito sistêmico, que assusta os investidores de todo o mundo. É um típico cenário da crise final. Temos o privilégio de ter uma amostra do que será a crise quando vier o decreto dominical. Naqueles tempos o mundo vai falir, e quem não estiver preparado para viver pela fé, sabe-se lá como irá fazer para sobreviver. Nesses tempos muitos desejarão ouvir a mensagem da segunda vinda de CRISTO, mas muitos outros a detestarão. Serão os dias do Alto Clamor, que antecedem o fechamento da porta da graça. Estamos nos aproximando desse cenário.
Mais do que nunca, hoje é tempo de fazer depósitos no banco celeste. Ali só se pode depositar pessoas que foram salvas para a vida eterna. Essas pessoas são tesouros que DEUS não permitirá que traça ou ferrugem deteriorem e que percam o valor, pois elas viverão eternamente. Outro tipo de investimento hoje em dia não faz mais sentido.
Só um conselho: por favor, não se endivide justo agora. É o pior tempo de fazer dívidas. Mas faça investimentos junto ao trono de DEUS.
Prof. Sikberto R. Marks
Postado em: 16-10-08