sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Estudo nº 05 – A inspiração dos profetas - Comentário Prof Sikberto Marks

Estudos da Bíblia: Primeiro Trimestre de 2009

Tema geral:  O Dom Profético nas Escrituras e na história adventista

Estudo nº 05   A inspiração dos profetas

Semana de   24 a 31/01/2009

Comentário auxiliar elaborado pelo prof. Sikberto Renaldo Marks

marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (0xx55) 3332.4868

Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

 

Atenção: CRISTO está muito próximo de voltar

Veja comentários sobre fatos proféticos em www.cristovoltara.com.br

 

Verso para memorizar: "Toda a Escritura é inspirada por DEUS e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2 Tim. 3:16).

 

  1. Introdução – santo sábado, dia da aliança entre criaturas e o Criador

O que significa inspiração? O que significa iluminação? O que significa revelação?

Nós podemos ter revelações de DEUS? Ou só os profetas é que as tem? Nós podemos ser inspirados? Podemos ser iluminados? Ou só os profetas? O que disso tudo compete aos profetas e o que compete ao povo de DEUS, mas que não é profeta?

Quando alguém prega com poder, é certo dizer que ele estava inspirado? Ou o correto é dizer que estava iluminado? Ou que teve revelação especial?

Vamos estudar esse assunto nesta semana, para não termos mais dúvidas sobre esses conceitos.

 

  1. Primeiro dia: Revelação-inspiração

Vamos ao que a Bíblia nos revela sobre "revelação" e "inspiração". Ela diz que:

ð  toda Escritura é inspirada por DEUS (II Tim. 3:16);

ð  que nenhuma profecia vem de particular elucidação (isto é, todas elas vem de DEUS e não de homem) (II Pedro 1:20);

ð  jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana (II Ped. 1:20);

ð  mas que homens falaram da parte de DEUS, movidos (orientados) pelo ESPÍRITO SANTO (II Ped. 1:21).

Em primeiro lugar, tudo o que está escrito na Bíblia vem por meio da inspiração de DEUS. Há, na verdade, uma exceção: são os Dez Mandamentos, que Ele mesmo escreveu. Precisamos saber então o que é inspiração.

            Ellen G. White declara "O apóstolo Paulo, escrevendo por inspiração do Espírito Santo..." (Parábolas de JESUS, 98) que Paulo escrevia guiado pelo ESPÍRITO SANTO. A inspiração aqui significa redigir o texto de tal maneira que a idéia dada ao profeta permaneça fiel no texto. Veja mais um texto de EGW: "A solene incumbência dada a Paulo por ocasião de seu encontro com Ananias, pesou-lhe mais e mais sobre o coração. Quando, em resposta à declaração: "Irmão Saulo, o Senhor Jesus... me enviou, para que tornes a ver", Paulo olhou pela primeira vez a face deste devoto homem, Ananias, sob a inspiração do Espírito Santo, disse-lhe: "O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças a Sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz de Sua boca. Porque hás de ser Sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido. E agora por que te deténs? Levanta-te, e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor." Atos 22:14-16" (Atos dos Apóstolos, 126, grifo acrescentado). Nesse texto o ESPÍRITO SANTO inspirou Ananias para falar algo, ou seja, dar uma mensagem fiel a Saulo.

            A lição explica que inspiração é como um sopro de idéias dadas por DEUS aos profetas, para que a mensagem que receberam d'Ele (e isto é revelação) fossem ditas ou escritas de modo fiel ao que fora revelado. Então, inspiração é a transmissão da verdade revelada a outros, seja por forma falada, seja por forma escrita, para que os outros entendam com exatidão aquilo que DEUS, por meio de sonhos e visões havia revelado ao profeta.

Assim, por meio da inspiração, a Bíblia é a fiel palavra de DEUS. Podemos confiar nela. E isso está coerente com o último texto da bíblia, em Apoc. 20:18 e 19, sobre o que acontecerá a quem tirar ou acrescentar algo a texto inspirado por DEUS. Acréscimos e cortes já foram feitos, isto é verdade. Mas, deve ficar bem claro que ninguém precisa por isso ser enganado. De tantas cópias fiéis que existem do texto sagrado, pela tão grande facilidade de comprovar a originalidade do texto bíblico, fica muito fácil identificar o que foi acrescentado e o que foi tirado. O que foi suprimido é texto inspirado, o que foi acrescentado não é texto inspirado. Depois de muitos séculos de Bíblia sendo disseminada pelo mundo, ela mesma se identifica se a respectiva cópia é fiel aos originais ou se não é.

E o que é "revelação"? Essa palavra é bem fácil entender. É a transmissão de novo conhecimento da parte de DEUS a um profeta escolhido por Ele. É uma informação que aqui na Terra não se possuía. Por exemplo, Daniel teve uma revelação de DEUS quando por meio de sonhos soube sobre o futuro da humanidade. Então, ao escrever, ele o fez por meio da inspiração, para que aquilo que lhe fora revelado fosse transmitido de modo que nós outros o entendêssemos como Daniel o havia entendido.

 

  1. Segunda-feira: Inspiração verbal ou do pensamento

Há duas correntes de possível explicação de como ocorre a inspiração: a inspiração verbal e a inspiração do pensamento. Na primeira, DEUS ditaria palavra por palavra ao profeta, e este escreve o texto. Nesse caso, o autor do texto não é o profeta, e sim, DEUS. Na segunda, DEUS fornece ao profeta o conhecimento por meio de visões e sonhos e depois cuida para que ele escreva tudo direitinho. Como é que DEUS faz esse cuidado. Simples, dando condições a que o profeta entenda bem a mensagem, que não esqueça o que viu e que tenha capacidades de redação fiel.

A segunda forma de inspiração é a aceita pelos Adventistas do Sétimo Dia. É a mais lógica. Por exemplo, se a primeira maneira fosse a real, então o estilo literário da Bíblia deveria ser sempre o mesmo. Mas não é assim, Paulo, por exemplo, tem um estilo bem truncado, difícil de entender, digamos, um tanto enrolado. Já o apóstolo João é de uma fluência impressionante. Apesar de João ter de escrever em figuras e símbolos o livro do Apocalipse, ele é de leitura fácil. Você já imaginou esse livro escrito por Paulo? Ninguém o entenderia.

Portanto, a Bíblia é um produto vindo de DEUS, escrito por homens, em linguagem humana, por meio de estilos de redação diferentes, conforme cada escritor. Há poetas, historiadores, guerreiros, e muitas outras profissões, escrevendo partes desse livro, e cada um tem seu modo de redigir. Quando uma professora dita um texto para os alunos da quinta série, qual é o estilo? O da professora, não os dos alunos. Mas a Bíblia foi escrita por homens, e o que escreveram foi revelado por DEUS, e quando escreveram eram inspirados por DEUS.

Por outro lado, percebemos que os livros da bíblia não tem contradição, não se conflitam, mas são harmoniosos entre si. Isso é sinal de que há uma fonte comum entre os escritos. Vamos então falar em co-autoria (DEUS deu o conhecimento e depois garantiu que ele fosse escrito com fidelidade ao que foi pelo profeta recebido). Ou seja, junto com cada redator desses livros sempre esteve uma mesma pessoa. Ela forneceu o conhecimento e capacitou as pessoas a escreverem. Então essas pessoas escreveram o que DEUS lhes comunicou, e o fizeram com fidelidade acima de qualquer possibilidade na iniciativa humana.

Por sua vez, iluminação é ter a capacidade, dada por DEUS, de ler esses escritos e de entendê-los conforme originalmente foram revelados. Assim as revelações de DEUS saem d'Ele, passam pelos profetas e chegam até nós sem distorções.

 

  1. Terça-feira: Visões e fenômenos físicos

Como ficavam os profetas ao terem visões? A Bíblia e EGW nos relatam a experiência. Daniel disse, relatando uma de suas visões, que havia ficado sem força alguma, e sem fôlego. Caiu ao chão, rosto em terra, sem sentidos. Os demais que ali estavam, apavorados, fugiram. Só Daniel via a visão. João disse que caiu aos pés de JESUS, aquele que estava entre os sete candeeiros. João ficara como morto, mas via a visão. Saulo caiu de sua montaria ao chão, e assim JESUS falou com ele. Depois ao se levantar, estava cego, permanecendo cego por três dias.

De Ellen White é que temos mais detalhes como ela ficava ao estar em visão. Ela é uma profetiza bem recente, e os circunstantes a descreveram. Ela nada percebia ao seu redor, estava focada na visão. Não respirava, ficava totalmente rígida. Nada ao seu redor podia interferir no que se passava, ficava totalmente absorta na visão. Quando saía da visão, ela permanecia totalmente cega por uns momentos, voltando a visão gradualmente.

O que podemos aprender dessas descrições? Ou, antes o que isso não significava? As visões não eram para fazer cena, show, chamar atenção para o profeta. Quando DEUS da uma visão, ou Se revela por meio de um sonho, Ele requer, do profeta, toda atenção. O profeta fica num estado tal que nada ao seu redor tira nem mesmo parte de sua atenção. Outros não conseguem interferir na visão, nem no que se passa com o profeta.

Também podemos aprender que DEUS requer do profeta inteira submissão. Aqui vemos que DEUS é DEUS, e o ser humano apenas um pecador que precisa de misericórdia e ser transformado. Pode-se também perceber que é DEUS quem dá a mensagem, não o homem, e que a mensagem não deve ter nenhum adicionamento ou retirada da parte do homem. Quando DEUS fala, o homem se cala, e ouve, e se submete, e depois obedece.

Ora, se DEUS requer tal postura dos profetas, será que Ele requer menos de nós. O que estamos nós fazendo com as mensagens dadas com tal solenidade por parte de DEUS aos Seus profetas? Eles são santos mensageiros de DEUS, e se no passado foram perseguidos e mortos, que não seja hoje, assim, conosco. Pode-se agir pior do que perseguir e matar um profeta, pode-se desprezar a sua mensagem, que veio de DEUS. Se DEUS cuidava em distinguir de modo sobrenatural a transmissão de Suas mensagens, também nós devemos atentar para elas, e sermos por elas transformados. Esses nossos dias requerem toda atenção ao que escreveram os profetas. Estamos nos piores dias de todos os tempos para desprezar os profetas. Hoje as conseqüências disso serão mais dramáticas para as pessoas que em todos os tempos anteriores.

 

  1. Quarta-feira: Inspiração e assistentes literários

Assistentes literários são bem comuns entre grandes e importantes escritores, esses que produzem muitos textos. E entre os profetas, em alguns casos, também eram utilizados assistentes literários. Nos casos dos profetas, essas eram pessoas consagradas a DEUS, mas não eram profetas, e não eram pessoas inspiradas por DEUS. Elas eram pessoas fiéis aos profetas e escreviam o que os profetas ditavam. Podiam também servir para revisar os escritos dos profetas, reorganizar o que já foi escrito, fazer cópias a mão nos tempos em que não havia outras alternativas de se copiar textos, e tomar outras providências que se faziam necessárias. Modernamente Ellen G. White usou assistentes. Ela escrevia muito, dezenas de livros e assistentes revisavam seus escritos, faziam compilações, sugeriam melhorias, escreviam textos que ela ditava e assim por diante. Mas uma observação é necessária, os assistentes nunca foram os autores, e nunca tiveram a palavra final sobre os textos, e sim a profetiza. Esse ponto é importante, os assistentes não eram os autores, mas eram auxiliares, e nada mais. Tudo sempre era cuidadosamente revisado por ela antes de ser publicado, embora os assistentes dela fossem pessoas da mais alta confiança e íntegros cristãos.

 

  1. Quinta-feira: Inspiração e o livro de Lucas

Como podemos classificar o livro de Lucas, cujo autor não foi profeta nem recebeu informações da parte de DEUS por sonhos e visões? Como classificar as citações de alguns autores da Bíblia de trechos escritos por outros autores, até de pagãos? Como classificar, por exemplo, o trecho que Moisés usou da "lei de talião", do Código de Hamurábi, "olho por olho, dente por dente"? Como classificar as citações de Ellen G. White, copiadas de outros autores, e registradas em seus livros?

Lucas diz que investigou bem os fatos para só então escrever. Paulo usou algumas citações de outros autores em seus textos. Moisés citou o Código de Hamurábi. Ellen G. White citou diversos autores e também usou pensamentos deles em suas palavras. Esses trechos são inspirados?

A rigor esses trechos não são diretamente inspirados, mas autorizados por DEUS, ou seja, Ele concordou com o profeta que os usasse. Afinal, foram escritos por autores não profetas, que não recebiam suas mensagens de DEUS. Mas aqui podemos aprender algo importante: esses textos ganham credibilidade tal como os inspirados por várias razões:

ð       esses textos não contradizem os textos inspirados, mas os complementam, os tornam mais claros e ricos;

ð       no caso de Lucas, ele se baseou diretamente das fontes inspiradas, e criou um texto bem organizado sobre os fatos relacionados com JESUS;

ð       na compilação da Bíblia, DEUS permitiu que esses textos permanecessem na coleção de livros sagrados, assim como cuidou para que outros ficassem fora, portanto, DEUS, que cuida de Sua Palavra, confirmou esses textos como dignos de confiança, portanto, tais como os inspirados, portanto, se tornaram inspirados;

ð       significa, portanto, que outros textos escritos por autores que não são profetas, podem ser confiáveis, uma vez que estejam de acordo com os princípios dos textos inspirados, porém, esses outros textos, não podem ser classificados oficialmente como inspirados;

ð       e, por outro lado, que textos que tenham conflitos com os inspirados devem ser examinados com cuidado, pois podem causar confusão – nessa categoria temos o Al Corão, o Catecismo, a Cabala e outros.

As citações utilizadas pelos autores inspirados também ganham credibilidade de inspiração, uma vez que o autor inspirado os selecionou para enriquecer seu texto – o profeta tem liberdade de escrever com suas próprias palavras, portanto, pode recorrer a trechos escritos por outros – e tornar o seu texto mais claro ao leitor. A prática da citação de outros autores é bem antiga e em nossos dias é muito utilizada por quase todos os autores. É inclusive uma boa recomendação científica em textos que desejem grande credibilidade e seriedade. Como o texto bíblico não foi ditado, e como o profeta pode usar suas palavras, também pode recorrer a palavras de outros autores, fazendo-as suas palavras.

O que podemos deduzir do estudo de hoje? Mais uma vez, que não foram as palavras que DEUS inspirou, e sim, as idéias. Que DEUS teve cuidado com o texto sagrado, e permitiu que fossem nele inserido trechos de autores não inspirados, e lhe deu a mesma credibilidade e prestígio como os inspirados, portanto, assim se tornaram. E que DEUS validou o livro de Lucas pela sua incorporação à Bíblia, como inspirado, embora ele não fosse profeta nem tivesse revelação profética. Podemos ter certeza de que DEUS cuidou e cuida de Seu livro sagrado, quanto o que nele está escrito e quanto ao que foi compilado para formar as sagradas escrituras. Por exemplo, em algumas Bíblias houve modificações em trechos vitais, como quando se refere ao dia santificado por DEUS. Pois bem, essas modificações se auto-denunciam e incriminam os seres humanos que os fizeram, uma vez que já existem tantas cópias fiéis aos originais que qualquer pessoa sincera poderia perceber a intenção das alterações. Hoje, em nossos dias, é totalmente ineficaz alterar a Bíblia, fica fácil identificar o erro. O próprio erro se auto-condena. Ou seja, na verdade, hoje é impossível, na prática, adulterar o texto das sagradas escrituras sem que isso seja imperceptível.

 

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

É impressionante o quanto nesses últimos anos os escritos de Ellen G. White são menosprezados em nosso meio. Muitos hoje, na igreja de CRISTO perecem por falta de conhecimento (Oséias 4:6). Nas pregações de exortação na igreja, pouco se ouve sobre os escritos de EGW. E quando são lidos, são cuidadosamente escolhidos para não conflitarem com a prática de vida do pregador ou de membros de sua família, ou de membros de sua igreja. Enquanto lá fora, no mundo, nas igrejas de babilônia, multidões correm atrás de falsos pregadores, falsos profetas, falsos mestres, aqui, que temos o verdadeiro dom de profecia. No entanto, muitos, inclusive que fazem parte da liderança, já não lêem e já não praticam o que a profetisa escreveu. Nos tempos dela isso já acontecia, então, é óbvio que nos dias da batalha final, os que sucedem a grande sacudidura na igreja verdadeira, isso certamente aconteceria em maior intensidade. Já muitos não se importam com o mundanismo na igreja. Outros inclusive o justificam por meio de várias desculpas esfarrapadas e pouco criativas, tais como, vem da cultura, temos que progredir, precisamos atrair o povo para a igreja, precisamos manter as pessoas na igreja. Mas tem-se notado algo no mínimo curioso, ou se citam essas desculpas e não se fala no poder do ESPÍRITO SANTO, ou se fala nele, e não se citam essas coisas. Bem, a igreja está dividida, isto é, preparada para ser sacudida. Afinal a sacudidura deve vir quando estiverem bem distintos o joio do trigo, frontalmente posicionados em lados opostos, e dentro da igreja de CRISTO.

A lição cita um trecho do livro Mensagens Escolhidas. É um trecho muito importante para o nosso estudo. Resolvemos ampliar o recorte, para trechos de todo o sub-título "A integridade dos testemunhos, da p. 26 a 29.

 

"A Integridade dos Testemunhos

"Acham-se em perfeita harmonia com isto minhas declarações encontradas no artigo "Os Testemunhos Menosprezados", escrito a 20 de junho de 1882, publicado em Testimonies for the Church, vol. 5, nº 31, págs. 62-84. Cito daí vários parágrafos para vossa consideração:

"Muitos estão atentando complacentemente para os longos anos durante os quais têm advogado a verdade. Sentem achar-se agora com direito a uma recompensa por suas passadas provações e obediência. Esta genuína experiência nas coisas de Deus, no passado, porém, torna-os mais culpados diante dEle por não conservarem sua integridade e não avançarem rumo à perfeição. A fidelidade dos anos passados jamais expiará a negligência do ano atual. A fidelidade de um homem ontem não lhe expiará a falsidade de hoje.

"Muitos desculparam seu menosprezo dos testemunhos, dizendo: 'A irmã White é influenciada por seu marido; os testemunhos são moldados pelo espírito e o juízo dele.' Outros estavam à procura de obter de mim algo que eles pudessem interpretar de modo a justificar sua conduta ou conseguir influência. Foi então que decidi que não sairia mais coisa alguma de minha pena enquanto o poder convertedor de Deus não se manifestasse na Igreja. Mas o Senhor pôs em minha alma a responsabilidade. Trabalhei por vós fervorosamente. Quanto custou isso tanto a meu marido como a mim, di-lo-á a eternidade. Não tenho eu conhecimento do estado da Igreja, quando o Senhor me tem repetidamente apresentado seus casos durante anos? Repetidas advertências têm sido dadas, no entanto não tem havido nenhuma decidida mudança...

"Não obstante, quando vos mando um testemunho de advertência e reprovação muitos de vós declarais ser simplesmente a opinião da irmã White. Tendes assim insultado o Espírito de Deus. Sabeis como o Senhor Se tem manifestado por meio do Espírito de Profecia. O passado, o presente e o futuro têm passado perante mim. Têm-se-me mostrado rostos que nunca vira, e anos depois os reconheci ao vê-los. Tenho-me despertado do sono com um vivo sentimento de assuntos anteriormente apresentados a meu espírito, e escrito, à meia-noite, cartas que atravessaram o continente e, chegando em uma crise, pouparam à causa de Deus grande revés. Essa tem sido minha obra por muitos anos. Um poder tem-me impelido a reprovar e censurar erros em que eu não pensara. É esta obra, dos últimos trinta e seis anos, de cima ou de baixo? ...

"Quando fui ao Colorado me achava tão preocupada por vós que, em minha fraqueza, escrevi muitas páginas para serem lidas na reunião campal. Fraca e tremente, ergui-me às três horas da madrugada para vos escrever. Deus falava por intermédio da argila. Poderíeis dizer que esta comunicação era apenas uma carta. Sim, era uma carta, mas sugerida pelo Espírito de Deus, para trazer perante vosso espírito coisas que me haviam sido mostradas. Nessas cartas que escrevi, nos testemunhos de que sou portadora, apresento-vos aquilo que o Senhor me tem apresentado a mim. Não escrevo nenhum artigo expressando meramente minhas próprias idéias. Eles são o que Deus me expôs em visão - os preciosos raios de luz que brilham do trono. ...

"Que voz reconhecereis como sendo a voz de Deus? Que poder tem o Senhor em reserva para corrigir vossos erros e mostrar-vos a direção que seguis tal como é? Que poder para operar na Igreja? Se vos recusais a crer enquanto não for removida toda sombra de incerteza e toda possibilidade de dúvida, jamais crereis. A dúvida que requer perfeito conhecimento jamais cederá à fé. A fé repousa na evidência, não na demonstração. O Senhor requer que obedeçamos à voz do dever, quando há outras vozes em torno de nós estimulando-nos a seguir uma direção oposta. Demanda sincera atenção de nossa parte distinguir a voz que provém de Deus. Precisamos resistir à inclinação e vencê-la, e obedecer à voz da consciência sem discutir nem transigir, para que suas inspirações não cessem, e sejamos dominados pela inclinação e o impulso.

"A palavra do Senhor vem a todos nós que não resistimos a Seu Espírito mediante determinação de não ouvir nem obedecer. Esta voz é ouvida em advertências, em conselhos, em reprovações. É a mensagem de luz do Senhor a Seu povo. Se esperarmos por mais altos chamados ou melhores oportunidades, a luz poderá ser retirada, e nós deixados em trevas. ...

"Dói-me dizer, meus irmãos, que vossa pecaminosa negligência de andar na luz vos tem circundado de trevas. Talvez sejais agora sinceros em não reconhecer e obedecer à luz; as dúvidas que tendes entretido, vossa negligência em dar ouvidos às reivindicações de Deus, têm-vos cegado a percepção, de maneira que a treva é agora para nós luz, e a luz é treva. Deus vos tem ordenado que vades avante à perfeição. O cristianismo é uma religião de progresso. A luz de Deus é plena e ampla, aguardando nosso pedido. Sejam quais forem as bênçãos que o Senhor dê, Ele possui ainda infinita provisão, inesgotável reserva, da qual podemos sacar. O ceticismo poderá tratar as sagradas reivindicações do evangelho com gracejos, zombarias e negações. O espírito de mundanismo pode contaminar a muitos e dominar a poucos; a causa de Deus só pode manter o terreno mediante grande esforço e contínuo sacrifício; todavia ela triunfará afinal.

"A palavra é: Avante; desempenhai-vos de vosso dever individual, e deixai todas as conseqüências nas mãos de Deus. Caso avancemos segundo a direção de Jesus, veremos Seu triunfo, partilharemos de Sua glória. Precisamos partilhar os conflitos se havemos de cingir a coroa da vitória. Como Jesus, precisamos ser aperfeiçoados mediante o sofrimento. Houvesse a vida de Cristo sido uma vida cômoda, poderíamos com segurança entregar-nos à indolência. Uma vez que Sua vida foi assinalada por contínua abnegação, sofrimento e sacrifício, não nos queixaremos se com Ele os partilharmos. Podemos andar com segurança na mais escura senda, caso tenhamos a Luz do mundo por nosso guia. ...

"Quando o Senhor me apresentou pela última vez o vosso caso, e deu-me a conhecer que não havíeis atendido à luz que vos fora dada, foi-me mandado falar-vos claramente em Seu nome, pois Sua ira se acendera contra vós. Estas palavras me foram ditas: 'Tua obra te é indicada por Deus. Muitos não te darão ouvidos, pois se recusaram a ouvir ao grande Mestre; muitos não são corrigidos, pois seus caminhos são retos a seus próprios olhos. Todavia leva-lhes as reprovações e advertências que te darei, quer as ouçam quer deixem de ouvir.'"

Em ligação com essas citações, estudai outra vez o artigo "A Natureza e Influência dos Testemunhos", em Testimonies, vol. 5, págs. 654-691.

A declaração que citais do Testemunho nº 31 [Testimonies, vol. 5, pág. 67] é correta: "Nestas cartas que escrevo, nos testemunhos que dou, estou vos apresentando aquilo que o Senhor me tem apresentado. Não escrevo nenhum artigo expressando meramente minhas próprias idéias. Eles são o que Deus me expôs em visão - os preciosos raios de luz que brilham do trono." Isto é verdade quanto aos artigos de nossas revistas e aos muitos volumes de meus livros. Tenho sido instruída em harmonia com a Palavra nos preceitos da lei de Deus. Tenho sido instruída em escolher das lições de Cristo. Não são as atitudes tomadas em meus escritos em harmonia com os ensinos de Jesus Cristo?" (Mensagens Escolhidas, p. 26 a 29, ênfases acrescentadas).

 

escrito entre:   14/12/2008 a 26/12/008 - corrigido em   26/12/2008

 

Declaração do professor Sikberto R. Marks

O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.

 

FONTE: www.cristovoltara.com.br