Por que algumas pessoas se suicidam?
Postado por Prof. Gilson Medeiros
Neste fim-de-semana fiquei sabendo que uma jovem mãe, membro de uma de nossas igrejas no interior da Paraíba, cometeu suicídio. Como esta moça deu à luz recentemente (cerca de 4 meses), as suspeitas dos médicos é de que ela tenha sofrido de DEPRESSÃO PÓS-PARTO.
Um outro caso de suicídio que repercutiu grandemente nestes últimos dias aqui em João Pessoa foi o de um conhecido político paraibano, ex-Deputado e atualmente prefeito de uma cidade do interior do Estado. Os amigos diziam que ele era uma pessoa alegre, altruísta, bondosa e que nunca deu sinais de que estava pensando em tirar a própria vida. Em sua "carta de despedida", ele disse que não suportava mais viver, pois tinha feito o bem para tanta gente mas tinha esquecido de si mesmo e da família. Este foi o motivo que ele apresentou para explicar seu ATO EXTREMO.
Mas, por que pessoas assim se suicidam? Por que membros da Igreja, que assistem aos cultos a cada semana e são aparentemente felizes e participativos, chegam a cometer um ato tão desesperado? O que nós podemos aprender sobre o suicídio, que nos ajude a detectar quando alguém (talvez até nós mesmos) esteja pensando em tirar a própria vida?
O Suicídio e a Bíblia
Por Angel Manuel Rodriguez
O suicídio é normalmente definido como o ato de tirar a própria vida. As cicatrizes emocionais deixadas na família e amigos são profundas e produzem não apenas sentimentos de solidão, mas particularmente senso de culpa e desnorteamento. No provimento de uma resposta, terei de limitar meus comentários a algumas sucintas observações.
Temos primeiro de distinguir entre suicídio e martírio, que é a disposição de dar a própria vida por convicções fundamentais consideradas inegociáveis, e atos heróicos de auto-sacrifício que resultam na preservação de outras vidas (por exemplo, um soldado lançando-se sobre uma granada para salvar outros). Conquanto o suicídio seja essencialmente uma negação do valor da vida presente e a solução extrema para uma existência tida como insuportável, os demais casos são expressões de respeito e amor à vida.
Vou relacionar os casos ou tentativas de suicídio registrados na Bíblia, extrair algumas conclusões e então fazer comentários gerais.
1. Casos de suicídio na Bíblia: Abimeleque, ferido mortalmente por uma pedra de moinho lançada contra ele por uma mulher, pediu ao seu escudeiro que o matasse para evitar a vergonha (Juízes 9:54). Saul, depois de haver sido gravemente ferido em batalha, tirou a própria vida (I Samuel 31:4). Vendo o que o rei fizera, seu escudeiro "jogou-se também sobre sua espada e morreu com ele" (verso 5, NVI). Essas mortes foram motivadas pelo temor daquilo que o inimigo lhes poderia fazer. Aitofel, um dos conselheiros de Absalão, enforcou-se depois de saber que o rei rejeitara seu conselho (II Samuel 17:23). Zinri tornou-se rei depois de um golpe de Estado, mas ao perceber que o povo não o apoiava, foi "à cidadela do palácio real e incendiou o palácio em torno de si e morreu" (I Reis 16:18, NVI). Judas ficou tão desorientado emocionalmente depois de haver traído Jesus, que acabou se enforcando (Mateus 27:5). Sansão tirou a própria vida e a de muitos proeminentes inimigos ao fazer com que um edifício todo ruísse (Juízes 16:29-30). Depois do terremoto, o carcereiro de Filipos pensou que os prisioneiros haviam fugido e tentou se matar por temor, mas Paulo convenceu-o a não fazê-lo (Atos 16:26-28).
2. Conclusões sobre os incidentes bíblicos: Nos incidentes mencionados acima, notamos muitas coisas. Primeiro, a maioria dos suicídios aconteceu no contexto de guerra, no qual tirar a própria vida foi o resultado de temor ou vergonha.
Segundo, os outros casos são mais pessoais e, além do medo, refletem uma auto-imagem demasiadamente pobre ou baixa auto-estima. Todas as mortes tiveram lugar quando o indivíduo estava num estado mental altamente emocional.
Terceiro, o suicídio é mencionado sem que haja qualquer juízo quanto à moralidade da ação. Isso não significa que ele seja moralmente correto; apenas indica que o escritor bíblico está simplesmente descrevendo o que aconteceu.
O impacto moral do suicídio deve ser avaliado segundo a compreensão bíblica da vida humana: Deus criou a vida, e nós não a possuímos para usá-la e descartá-la como bem entendermos. O sexto mandamento também tem alguma coisa a dizer sobre o assunto. Um cristão, portanto, não deveria considerar o suicídio como solução moralmente válida para o infortúnio de viver num mundo onde existe dor física e moral.
3. Comentários e sugestões: Como devemos reagir diante do suicídio de alguém a quem amamos?
- Primeiro, a psicologia e a psiquiatria têm revelado que o suicídio geralmente é o resultado de um profundo transtorno emocional ou desequilíbrio bioquímico associado a um profundo estado de depressão e medo. Não deveríamos julgar as pessoas que optaram pelo suicídio sob tais circunstâncias.
- Segundo, a perfeita justiça de Deus leva em consideração o impacto que nossa mente perturbada tenha eventualmente sobre nós; Ele nos compreende melhor que do que qualquer ser. Devemos colocar o futuro de nossos queridos em Suas mãos de amor.
- Terceiro, com a ajuda de Deus, podemos encarar a culpa de uma maneira construtiva, tendo em mente que muitas vezes aqueles que cometeram suicídio necessitavam de ajuda profissional que nós mesmos fomos incapazes de proporcionar.
- Finalmente, se você alguma vez for tentado a cometer suicídio, saiba que há profissionais disponíveis, medicamentos que podem ajudá-lo a superar a depressão, amigos que o amam e fariam todo o possível para ampará-lo, e um Deus que está disposto a trabalhar por você e, por meio de outros, dar-lhe forças quando caminhar pelo vale da sombra da morte. Nunca perca a esperança!
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