sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Lição 09 - A integridade do dom profético - Lição da Escola Sabatina - Casa Publicadora Brasileira

Lição 9
21 a 28 de fevereiro


A integridade do dom profético

Lição 912009


Sábado à tarde

Ano Bíblico: Nm 28–30


VERSO PARA MEMORIZAR: "Tão certo como vive o Senhor, o que meu Deus me disser, isso falarei" (2 Crônicas 18:13).

Leituras da semana: 2Sm 7:1-7; 1Rs 22:10-18; Jr 43:2-4; Dn 8:27

Se alguma vez você ler as críticas modernas contra a Bíblia, vai notar uma coisa: Os ataques dirigidos contra a Bíblia são semelhantes aos ataques dirigidos contra Ellen White. E um dos ataques contra Ellen White é de que ela usou outras fontes, não sendo, portanto, confiável ou honesta.

Mas Ellen White explicou em forma impressa como e por que usava os escritos de outros. Ela até recomendou que as pessoas lessem certos livros que ela usara para escrever seus próprios trabalhos. Dificilmente, isso soaria como se estivesse tentando esconder o uso de outras fontes.

Nesta semana, vamos examinar um pouco mais a forma de operação da inspiração, tanto pelos escritores da Bíblia como por Ellen White.

Prévia da semana: O que sabemos sobre a integridade dos profetas bíblicos? Se tanto as Escrituras como os escritos de Ellen G. White são inspirados pelo mesmo Espírito, qual é a relação entre eles? Qual é o perigo de considerar infalíveis os profetas? Os profetas podem dar conselhos errados?


Domingo

Ano Bíblico: Nm 31, 32

A integridade do profeta

Era o ano 853 a.C. O rei Acabe, de Israel, havia convidado o rei Josafá, de Judá, a ir com ele para a batalha contra os arameus, e Josafá concordou. Porém, antes de irem à batalha, ele pediu que perguntassem pela palavra do Senhor. Quando Josafá recusou aceitar a palavra dos quatrocentos profetas de Acabe, Micaías, profeta do Senhor, foi chamado.

1. Como o oficial de Acabe tentou influenciar Micaías, e o que o profeta fez, apesar das circunstâncias? 1Rs 22:10-18

A mensagem de Micaías foi desagradável ao rei e, por isso, ele foi enviado para a prisão (1Rs 22:27). Apesar da advertência do profeta, Acabe foi para a batalha e foi morto; e o rei Josafá, que em um momento de fraqueza concordou em apoiar o rei Acabe, escapou por pouco de perder a vida.

Embora os profetas, como todos os seres humanos, tenham seus momentos de fraqueza, neste caso, Micaías estava determinado a dizer a verdade, não importando quão desagradável fosse diante das autoridades. Ao longo da história, os profetas de Deus suportaram muito sofrimento porque recusaram mudar seu testemunho para adaptá-lo aos interesses de seus contemporâneos.

Durante a vida de Ellen White, os críticos questionaram sua integridade e continuam a fazer isso desde sua morte. Ela foi acusada de engano, falsidade e mentira. Um motivo importante para essas acusações foram os pressupostos pessoais de como deve ser o ministério dos profetas. Por exemplo, alguns críticos creem que os "profetas 'devem ter pleno conhecimento' desde o início de seu ministério; suas predições devem ser inalteráveis, seus escritos devem ser isentos de erros, discrepâncias e equívocos, e jamais incluir fontes não inspiradas. Para eles, os profetas nunca expressam opiniões meramente pessoais em seus escritos" (Herbert E. Douglass, Mensageira do Senhor, p. 468). Como vimos em nosso estudo dos profetas bíblicos, esses pressupostos assumem um conceito de inspiração verbal que os adventistas do sétimo dia não defendem. Se não a defendemos para a própria Bíblia, por que deveríamos defendê-la para Ellen White?

Você já teve que transmitir uma mensagem desagradável? Que tipo de pressões você enfrentou? Como você tentou encontrar desculpas para não dar a mensagem? O que você aprendeu dessa experiência?


Segunda

Ano Bíblico: Nm 33, 34

A integridade da mensagem

Poucos meses depois da queda de Jerusalém, em 586 a.C., foi assassinado Gedalias, governador nomeado por Nabucodonosor. Os líderes e o povo deixado na terra temiam as represálias dos babilônios e decidiram buscar segurança no Egito; mas quiseram ter certeza de que Deus estava do seu lado. Então, pediram que Jeremias inquirisse o Senhor a respeito do seu plano.

2. Qual foi a mensagem de Jeremias, e como o povo respondeu a ela? De que eles acusaram Jeremias, e quem disseram que dera origem ao conselho que Jeremias declarava ser do Senhor? Jr 42:22–43:4

Alguns não gostaram das claras instruções que Deus lhes dera e alegaram que a mensagem de Jeremias realmente havia se originado com Baruque, seu assistente literário, e não com o Senhor.

O interessante é que, milhares de anos depois, a Sra. White (à semelhança de Jeremias) às vezes tem sido alvo de alegações de que seus assistentes literários escreveram seus livros, ou que ela plagiou (copiou ilegalmente de outras fontes) a maior parte do que escreveu. Mas, na introdução de O Grande Conflito, ela declarou que usava outros livros: "Em alguns casos em que algum historiador agrupou os fatos de tal modo a proporcionar, em síntese, uma visão abrangente do assunto, ou resumiu convenientemente os pormenores, suas palavras foram citadas... Narrando a experiência e perspectivas dos que levam avante a obra da Reforma em nosso próprio tempo, fez-se uso semelhante de suas obras publicadas" (p. 13, 14).

Isso justifica a acusação de plágio? Em 1981, a Associação Geral pediu a um advogado de direitos autorais não-adventista que estudasse o assunto. Depois de passar mais de trezentas horas pesquisando, ele concluiu que "Ellen White não foi plagiadora, e suas obras não constituíram uma infração dos direitos autorais ou pirataria" (Adventist Review, 17 de setembro de 1981). Entre as razões dadas incluem-se: Primeiro, o fato de que os livros que Ellen White usou não estavam cobertos por direitos autorais; e segundo, ainda que estivessem cobertos assim, o uso de frases e sentenças não constituía infração a esses direitos.

Por que sempre houve hostilidade entre o professo povo de Deus às mensagens dos profetas? Examine seu próprio coração; você pode achar, pelo menos em parte, a resposta a essa questão? Explique.


Terça

Ano Bíblico: Nm 35, 36

"Assim diz o Senhor"

3. O que os profetas frequentemente mencionavam como fonte de suas mensagens? Jr 1:4; Ez 7:1; Os 1:1. Por que isso era tão importante para o que eles tinham a dizer?

Os profetas assinalavam repetidamente que suas mensagens vinham de Deus. Sua posição pode ser comparada à dos embaixadores terrestres enviados por um governante terrestre e que são comissionados para representar seu soberano. Naquela função, eles devem manter-se próximos às instruções que recebem. A expressão "Veio a Palavra do Senhor a..." significa que (a) suas mensagens levam a autoridade divina; (b) eles as receberam por comunicação direta do Senhor; e (c) essas mensagens estavam em sua mente, prontas para ser apresentadas.

A expressão "assim diz o Senhor" aparece mais de quatrocentas vezes no Antigo Testamento – um testemunho poderoso do fato de que, nas Escrituras, Deus estava falando diretamente ao leitor. A responsabilidade do profeta era levar essas mensagens diante do povo e aplicá-las à situação do público.
Ellen White enfatizava fortemente a inspiração das Escrituras. "Tomo a Bíblia tal como ela é, como a Palavra Inspirada" ela disse. (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 17). Ao mesmo tempo, ela também afirmou a inspiração divina em seus escritos: "Nestas cartas que escrevo, nos testemunhos que dou, estou apresentando aquilo que o Senhor me tem apresentado. ... Isto é verdade quanto aos artigos de nossas revistas e aos muitos volumes de meus livros" (p. 29).

Ellen White designava seus escritos como a luz menor que guiava homens e mulheres para a luz maior – a Bíblia. (Veja O Colportor Evangelista, p. 125.) Embora ambos sejam luz, suas funções são diferentes: 1. A Bíblia é a mensagem de Deus em todo tempo e para todos. Os escritos de Ellen G. White são a mensagem de Deus a um tempo particular, o tempo do fim, e a um povo particular, a igreja remanescente. 2. Seus escritos não são um padrão de doutrina novo ou adicional, mas uma ajuda para a igreja no tempo do fim. Seus escritos chamam a atenção do leitor para as Escrituras. Eles não substituem as Escrituras.


Quarta

Ano Bíblico: Dt 1–3

Crescimento na compreensão

Aos profetas não era dada toda a luz de Deus de uma só vez. Conforme serviam fielmente como servos do Senhor, eles recebiam mais luz e cresciam em compreensão.

4. O que os textos seguintes dizem sobre a experiência do crescimento espiritual dos profetas bíblicos? Dn 8:27; 9:2; Gl 2:11-16; 1Pe 1:10

Nos tempos bíblicos, a posse do dom profético não significava que alguém tinha conhecimento imediato, pleno e completo de questões espirituais e outras. Os profetas recebiam maior luz com o desdobramento da história e de sua compreensão. Eles também tinham que estudar as Escrituras, como ilustra o caso de Daniel (Dn 9:2). Em Daniel 8:27, o profeta disse: "Fiquei preocupado com a visão e não a entendia" (RSV). Cerca de dez anos mais tarde, o anjo Gabriel lhe explicou todo o significado da visão (Dn 9:20-23).

Os profetas só sabiam o que Deus lhes revelava, e só a esse respeito lhes era permitido estabelecer um "Assim diz o Senhor". Visto que as mensagens dadas a um profeta frequentemente complementavam as mensagens dadas a outros, era necessário estudar e comparar as várias revelações a fim de obter uma visão equilibrada e abrangente das mensagens do Céu.

O mesmo se dava com Ellen White: "Por sessenta anos tenho estado em comunicação com mensageiros celestiais, aprendendo constantemente algo a respeito das coisas divinas e da maneira pela qual Deus está constantemente operando, a fim de conduzir as pessoas do erro de seus caminhos para a luz de Deus" (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 71).

Consequentemente, quando comparamos os antigos escritos de Ellen G. White com suas obras posteriores, às vezes achamos que seus últimos escritos modificam ou expandem seus escritos anteriores, refletindo uma compreensão mais profunda das mensagens de Deus.

Ellen White não era perita em teologia sistemática, mas evangelista e comunicadora do que Deus lhe mostrava. No entanto, sua compreensão da teologia estava fundada nas Escrituras e, aumentada por suas visões, cresceu ao longo dos anos conforme estudava as Escrituras e os escritos de outros, e se mantinha receptiva à direção do Espírito Santo.

Devemos ser cuidadosos em não colocar os atributos de Deus, como onisciência (conhecer todas as coisas), sobre Seus mensageiros. Qual é o perigo de achar que os profetas devem ter conhecimento infalível e pleno de todas as áreas da vida?


Quinta

Ano Bíblico: Dt 4–7

Quando os profetas entendem errado

5. Qual foi o conselho de Natã a Davi, e por que estava errado? 2Sm 7:1-7. Por que Davi não deveria construir o templo? 1Cr 22:8

O profeta Natã era homem sábio, cuidadoso e temente a Deus, mas nem tudo o que um profeta diz ou faz é feito sob inspiração. Ao dar sua aprovação ao plano de Davi, Natã falou como amigo do rei, e não em seu ofício de profeta. Uma habitação permanente para o Deus de Israel era provavelmente algo que os mais piedosos desejavam. Em uma visão de noite (2Sm 7:4-17), porém, Deus disse a Natã que o que ele dissera a Davi estava errado e que ele deveria dizer isso a Davi.

Ellen White não era infalível, e nunca alegou possuir infalibilidade. Muitas vezes, ela mudava de ideia e estava constantemente aberta para receber mais luz.

Em um caso, em particular, quando a casa publicadora do Sul dos Estados Unidos estava mal financeiramente, ela apoiou sua transformação em um depósito da Review and Herald, apenas. "Vão em frente", ela disse, "a causa de Deus não deve ser deixada à mercê de repreensão, não importa quem fique triste para que a organização seja posta em uma base certa. Edson deve dedicar-se ao ministério e a escrever. ... As finanças não são mesmo seu forte" (Manuscript Releases, v. 17, p. 270). Mas, dentro de vinte e quatro horas, Ellen G. White recebeu uma visão que a fez mudar de ideia. "Que o campo do Sul tenha seus próprios livros publicados em casa", ela disse à Associação Geral (Arthur L. White, Ellen G. White: The Early Elmshaven Years, p. 193).

Devemos nos lembrar de que os profetas não estão sempre a trabalho – isto é, eles não estão constantemente falando em nome de Deus. "Há vezes... em que devem ser declaradas coisas comuns, pensamentos comuns precisam ocupar a mente, cartas comuns precisam ser escritas e informações dadas, as quais passaram de um a outro dos obreiros. Tais palavras, tais informações, não são dadas sob a inspiração especial do Espírito de Deus" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 58).

Mas, como a história mostrou, se for dado algum conselho equivocado por um profeta, Deus intervirá para corrigir o engano.

Algumas pessoas gostam de se demorar em cada erro percebido na Bíblia ou na luz menor, que são os escritos de Ellen White. Por que é tão perigoso e prejudicial esse tipo de atitude? Como você pode se proteger de cair nessa armadilha?


Sexta

Ano Bíblico: Dt 8–10

Estudo adicional

Leia Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 62-67: "A Questão da Influência".

"Ellen White fez afirmações sobre seu ministério que não deixam espaço para meio-termo nem ambiguidade. Ela afirmava ter visto coisas que só podiam ter vindo sob inspiração sobrenatural. Ou suas reivindicações eram verdadeiras ou ela era maníaca e/ou poderosa enganadora que disseminava seus insanos delírios ou surpreendentes enganos da metade do século 19 até a segunda década do século 20.

"Que opções racionais existem para alguém que afirmava ter visto, em visão, o que ela afirmava ter visto? Ela dizia ter visto Jesus levar os remidos para a Cidade Santa. Ela afirmava ter visto pessoas vivendo em outros planetas e anjos protegendo o povo de Deus. Ela afirmava ter visto, em visão, Jesus no santuário celestial ou como se parecia Satanás no Céu antes de pecar. Ela afirmava ter visto os anjos em visita a Adão e Eva no Éden. Dizia ter visto o olhar de Adão quando ele percebeu que Eva havia pecado. Declarava ter visto Jesus em visão, e como era Seu rosto depois do jejum no deserto. Afirmava ter visto a ressurreição de Jesus, bem como um anjo libertar Paulo e Silas da prisão. Ela afirmava ter visto Satanás guiar multidões de perdidos na rebelião final contra Deus, depois da segunda ressurreição. Declarava ter visto, em visão, a vida na Nova Terra, e muito mais.

"Que fazer com essas afirmações? Os que colocam seu ministério no nível, por exemplo, de Martinho Lutero estão vivendo em um mundo de fantasia lógica. Ou a consideramos pelo que ela afirmava sobre si mesma (o que, evidentemente, deixa aberto um grupo inteiro de questões que, como igreja, nem sempre respondemos da maneira mais clara), ou temos que rejeitá-la como mentirosa, maluca ou alguém inspirado pelo demônio. Essas são as únicas duas opções lógicas" (Clifford Goldstein, Graffiti in the Holy of Holies, p. 172, 173).

Respostas sugestivas:

Pergunta 1: O mensageiro tentou convencer o profeta a dar boas notícias ao rei, mas este declarou que só diria o que o Senhor lhe revelasse.
Pergunta 2: Que o povo seria destruído. Os líderes afirmaram que sua mensagem era proveniente de Baruque, a fim de entregá-los aos caldeus.
Pergunta 3: Sua mensagem provinha do Senhor.
Pergunta 4: Nem sempre compreendiam as mensagens que recebiam, mas, ainda assim, procuravam transmiti-las exatamente como as haviam recebido do Senhor.
Pergunta 5: Que Davi devia construir o templo do Senhor. Deus lhe mandou corrigir-se, dizendo que Davi, por ser homem de sangue, deveria deixar a tarefa para seu filho, Salomão.


FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic912009.html