sexta-feira, 6 de março de 2009

Estudo nº 11 – Interpretando os escritos proféticos - Comentário auxiliar elaborado pelo prof. Sikberto Renaldo Marks

Sikberto Marks

 

 

Estudos da Bíblia: Primeiro Trimestre de 2009

Tema geral:  O Dom Profético nas Escrituras e na história adventista

Estudo nº 11  Interpretando os escritos proféticos

Semana de   07 a 14/03/2009

Comentário auxiliar elaborado pelo prof. Sikberto Renaldo Marks

marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (0xx55) 3332.4868

Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

 

CRISTO está muito próximo de voltar

Veja comentários sobre fatos proféticos em www.cristovoltara.com.br

 

Verso para memorizar: "Por isso, também pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a DEUS, vivendo sempre para interceder por eles" (Heb. 7:25).

 

  1. Introdução – santo sábado, dia da aliança entre criaturas e o Criador

A lição hoje retorna a um ponto importante: qual o status dos escritos de Ellen G. White e qual o status da Bíblia? Já havíamos debatido sobre isso, mas a lição permite hoje um esclarecimento simples, porém, definitivo. O modo como EGW foi inspirada é o mesmo modo como os profetas bíblicos foram. A origem da inspiração também é a mesma, ou seja, é DEUS. Portanto, a credibilidade também é a mesma. Contudo, a autoridade da Bíblia é superior ao de EGW. Ou seja, todos os escritos de EGW são para que possamos entender melhor os escritos da Bíblia. Por isso tem idêntica credibilidade, e nem poderia ser diferente. No entanto, a Bíblia é a referência básica a todos os povos, chamada a Palavra de DEUS.

Vamos ilustrar isso. Pense na Constituição brasileira. Ela é a lei maior em nosso país. E temos as leis complementares à Constituição. Essas leis não fazem parte da Constituição, e são muitas. São leis elaboradas pelo congresso que completam a Constituição permitindo que ela seja aplicada na prática. Essas leis não tem igual autoridade como da Constituição, mas são respeitadas como ela é respeitada.

Pois bem, devemos aqui identificar o princípio geral importantíssimo. A Bíblia é o modelo geral. Os demais escritos de profeta devem ser coerentes com a Bíblia. E todas as pessoas que se dizem cristãs devem ser coerentes com a Bíblia. E se assim for, estaremos ilustrando ao mundo o poder que está na Bíblia de transformar vidas pecadoras em vidas santificadas e transformadas. Isto quer dizer: sejam escritos, sejam pessoas, todos devem conformar-se de acordo com o referencial geral que é a Bíblia.

 

  1. Primeiro dia: Exegese

Pelo que lembro, é a primeira vez que na Lição da Escola Sabatina se estuda esse assunto de exegese e homilética. Vai ser importante para podermos aprender como se estuda a Bíblia. São regras bem simples mas vitais para evitarmos erros bobos na leitura da Bíblia.

Vamos a um exemplo de possível erro. Jacó teve quatro mulheres, duas esposas e duas concubinas. Se lermos essa história, e sabendo que Jacó é um dos patriarcas, podemos facilmente chegar a conclusão, como muitos chegam, que se pode praticar a poligamia.

Ou, se estudarmos Abraão, e estudarmos a ordem de DEUS para que Abraão sacrificasse seu único filho, podemos facilmente chegar a conclusão que DEUS é cruel e sanguinário, e Abraão é um cego obediente a ordens cruéis.

No entanto, nesses dois casos é exatamente o contrário do que se poderia concluir numa leitura superficial: não se deve casar com mais de uma mulher, ou mais de um marido, e não se deve matar as pessoas para serem oferecidas a DEUS. Mas como se pode concluir isso? Estudando a Bíblia como um todo.

Então, o que é exegese (uma palavra um tanto estranha)? A enciclopédia eletrônica Wikipédia diz assim: "Exegese é a interpretação profunda de um texto bíblico, jurídico ou literário. (...) . A tarefa da exegese dos textos sagrados da Bíblia tem uma prioridade e anterioridade em relação a outros textos. Isto é, os textos sagrados são os primeiros dos quais se ocuparam os exegetas na tarefa de interpretar e dar seu significado. A palavra exegese deriva do grego exegeomai, exegesis; ex tem o sentido de ex-trair, ex-ternar, ex-teriorizar, ex-por; quer dizer, no caso, conduzir, guiar. Por isso, o termo exegese significa, como interpretação, revelar o sentido de algo ligado ao mundo do humano, mas a prática se orientou no sentido de reservar a palavra para a interpretação dos textos bíblicos. Exegese, portanto, é a denominação que se confere à interpretação das Sagradas Escrituras desde o século II da Era Cristã. (...) Ser exegeta é aplicar o texto no contexto cultural da época do texto lido [seria escrito] e extrair os princípios morais e culturais para o tempo presente." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Exegese).

Portanto, na Bíblia não pode acontecer que cada um procura o que deseja e sempre encontra o que quer. Ela não pode ser interpretada conforme o senso particular de cada leitor. Devemos todos ser fundamentalistas, buscarmos entender seus escritos conforme queriam dizer os que a escreveram, a então, aplicar para os nossos dias, com os mesmos criérios e princípios usados pelos escritores para serem aplicados naqueles tempos.

Vamos ao exemplo que a lição traz. A base do estudo está em Rom. 2:14 a 16; Ezeq. 3:17 a 19 e Roma. 10:12 a 17. Em resumo, relata o caso complexo de como DEUS vai agir para julgar certos casos curiosos, tais como, de pessoas que nunca obtiveram conhecimento direto da verdade bíblica.

Antes disso, DEUS dá uma adverêcia com relação ao perverso. Veja bem, a palavra aqui é "perverso". Trata-se de uma pessoa de má índole, que pratica maldades muito flagrantes. Pois bem, esse aí, para ser salvo, precisa mudar de vida. Assim como está, não pode fazer parte num reino de amor. Portanto, se ninguém avisar o perverso de sua perversidade, ele se perderá, mas o sangue dele será requerido de quem sabia de sua condição, possuía o conhecimento da verdade, o deveria avisar, mas não o fez.

A outra situação é a do perverso que foi avisado, mas não mudou de vida. Aí a responsabilidade pela vida dele não recai sobre outra pessoa, mas sobre ele mesmo. Ele se perderá e ninguém será responsabilizado.

E uma terceira situação é a do perverso que foi avisado e mudou de vida. Esse se salvou.

Aí vem a pergunta: como as pessoas que estão no mundo crerão se ninguém pregar a elas? E como se arrependerão se nada sabem quanto ao certo e o errado? É em Romanos 10:12 a 17 que está a lógica dessas perguntas. Para que as pessoas más tenham a oportunidde de se arrepender precisam crer em DEUS; para crer precisam ouvir sobre DEUS; e para ouvir precisa haver quem fale a elas

Mas, aí, em Romanos 2:14 a 16 parece que dizgo diferente. Ali parece que a Bíblia diz que os ímpios serão julgados pela sua consciência de como seguiam e aplciavam as suas próprias leis. A lição explcia que no juízo aqueles que conhecem a lei de DEUS serão julgados por ela, mas os que não a conhecem, serão julgados pela "lei gravada em seus corações". Eles, de alguma forma aprenderam princípios importantes que estão de acordo com os Dez Madamentos, e os utilizavam, segundo as suas consciências. E poderão ser salvos se seguiram esses princípios.

Como entender tudo isso? Isso não quer dizer que a consciência é uma orientação segura, mas sim, que todos nós devemos segui-la. Sabe por quê? Sim porque se não seguimos nem mesmoas nossas conciências, estamos totalmente confusos.

A consciência forma-se a partir de nosso caráter. É o nosso senso de julgamento que fazemos pelo que conhecemos, e então decidimos: isso está correto, aquilo está errado. É vital que sejamos coerentes a nossa consiência, e, mais vital ainda é que, quando obtivermos novo conhecimento, que muda nossos princípios de caráter, também a nossa conciência se atualize e passe a julgar com esses novos conhecimentos. Logo, uma pessoa assim, que não conhece a Bíblia, mas que segue a sua consciência segundo o que já aprendeu de bom, ela certamente adotará o conhecimento bíblico se tiver a oportunidade. Pois bem, essa oportunidade, para muitos, pode ocorrer apenas a partir do dia da sgunda vinda. Aí vem uma pergunta importante: deve uma pessoa assim perder a vida eterna?

Situações compexas assim podemos entender atrávez das orientações da exegese, ou seja, estudando profundamente o significado do que DEUS disse, do que foi escrito, segundo o original, e depois, com maior sgurança, aplicar para as situações atuais.

 

  1. Segunda-feira: Homilética

E o que é homilética? "Em teologia, Homilética (Grego Homiletikos, de homilos - montar em conjunto), é a aplicação dos princípios gerais da retórica para o fim específico da pregação pública." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Homil%C3%A9tica). Retórica é a arte de persuadir as pessoas por meio da oratória, o discurso falado.

Então, a homilética é a criação de novas aplicações do texto, mas que não desrespeitem a interpretação original. Ou seja, o que aprendemos por meio dos cuidados da exegese podemos, então, reinterpretar fazendo novas aplicações, evidentemente, para os dias de hoje, mas não podemos, jamais, iventar novas aplicações em desacordo com o que o texto originalmente queria dizer.

A Bíblia se presta para muitas dessas aplicaçõe atualizadas. Por exemplo, leia em Lucas 19:28 a 40, sobre a entrada triunfal de JESUS, em Jerusalém. Exegeticamente se refere ao tempo de JESUS, entrando humildemente em Jerusalém, montado sobre um jumento, acompanhado por um povo humilde, que tributava a Ele sua admiração. Contudo, podemos aplicar para hoje. Podemos com esse exemplo de JESUS, enteder que, também devemos ser humildes, e quando promovidos, ou se nos dermos bem de vida, ou se nos elogiarem, ou se chegarmos ao topo da carreira bem sucedida como dirigentes de alguma grande empresa, e assim por diante, sempre devemos ser humildes, como JESUS foi ali na entrada triunfal. E muitas outras aplicações poderiamos fazer, e isso é homilética. No entanto, devemos respeitar a exegese. Ou seja, jamais poderíamos dizer que, quem fizer isso, está salvo, pois isso ferriria o que o texto diz no original, e fere o restante da Bíblia.

  1. Terça-feira: Tempo e lugar

Passagens bíblicas, principalmente proféticas, podem se repetir no futuro. Quanto a isso, há que se ter algum cuidado, pois, por exemplo, é certo que a vinda de JESUS para morrer numa cruz não vai acontecer outra vez. Porém, as conseqüências da desobediência podem se repetir várias vezes. É o caso de Israel, sempre que desobedecia, havia um afastamento desse povo de DEUS, e sempre inimigos os perturbavam, a em algumas ocasiões foram conquistados e dominados pelos inimigos. Essas conseqüências acontecem toda vez que nos rebelamos e nos afastamos de DEUS. Veja bem, assim como o salário do pecado é a morte para todos os pecadores, as crises sempre serão as conseqüências para os povos que se tornam rebeldes em relação aos bons princípios da Lei de DEUS. Logo, profecias do passado podem servir de exemplo do que possivelmente irá acontecer no futuro, dadas a ocorrência de condições semelhantes. Servem de exemplo mesmo que sejam apenas profecias do passado.

Vamos a uma ilustração? Tomemos o exemplo da lição mesmo, de Jeremias 4:23 a 26. Lá fala de uma terra sem forma e vazia, os montes tremiam, a terra fértil virou um deserto, todas as cidades foram derribadas. Refere-se a Jerusalém nos tempos em que Babilônia tomou e destruiu a cidade e o templo.

A invasão por parte de Babilônia não aconteceu num tempo em que os líderes do povo e o próprio povo eram fiéis a DEUS, mas num tempo em que, após várias advertências por parte dos profetas, sem resultado positivo, perderam a proteção de DEUS, e foram destruídos e deportados.

Isso pode se repetir? Sim, é claro, porém, não em Jerusalém, não exatamente como foi daquela vez. Mas por analogia, ocorrendo condições parecidas, ocorrem conseqüências parecidas. Por exemplo, os Estados Unidos, o Brasil, a Argentina, aqui na América, são países bastante abençoados, pois neles muita gente obedece aos princípios divinos. Os EUA mais que todos, pois nele até a constituição permite a liberdade de culto, e a Bíblia foi, no passado, um livro básico para a nação.

Contudo, no presente, esses países se afastam de DEUS, permitem legalmente a imoralidade (no Brasil se distribui camisinha no carnaval), e se rebelam contra DEUS, contra a Sua Palavra, e contra os seus princípios. Assim sendo, ao esses países decretarem a impossibilidade dos servos ainda fiéis a DEUS continuarem sendo fiéis, DEUS abandonará esses países, e eles enfrentarão, como diz EGW, uma ruína nacional. Ou seja, se repetirá o que aconteceu com Jerusalém: destruição e caos.

Portanto, se estudarmos as profecias do passado e quais foram as condições que elas foram dadas e as condições em que se cumpriram, ou que deixaram de se cumprir (no caso de profecias condicionais), então teremos grande conhecimento para poder entender as conseqüências da ação dos homens em nosso tempo. Aliadas com as profecias específicas para hoje, mais ainda, teremos uma riqueza de detalhes sobre como serão as coisas para o fim dos tempos. E se nos dermos o trabalho de analisar os fatos que estão ocorrendo, teremos compreensão bem rica da relação entre o pecado e suas conseqüências.

 

  1. Quarta-feira: Contexto estrito

O contexto estrito refere-se especificamente ao tempo e local de uma certa passagem. Precisamos, então, entender esse texto em tal situação, caso contrário, teremos problemas e criaremos confusão.

Vamos ao exemplo da lição. Está em Isaías 65:17, ali diz assim: "Eis que crio novos céus e nova terra, e não haverá mais lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas." Lendo esse versículo, é mais que óbvio que se trata do Céu e da Terra após o milênio. Veja, está escrito assim: "Eis que crio..." depois, "novos céus e nova terra" e fala que não haverá mais lembrança nem memória das coisas passadas. O que se pode interpretar dessa passagem, senão que se refere ao que ainda não chegou?

Mas vamos adiante. No verso 20 se refere a criança que falece cedo, ou velho que falece antes do tempo. E agora? O que significa tudo isso?

Não é difícil de resolver. É evidente que essa parte não se refere à Nova Terra celestial, mas a algum momento e lugar aqui na Terra, pois fala em morte. Na Nova Terra no entanto não haverá mais morte, todos viverão eternamente.

A palavra chave aqui, que cria toda a confusão é "crio". Se estivesse escrito assim: "eis que vos levo..." ficaria fácil de entender não é? Mas está escrito "eis que crio". Criar significa fazer do nada, algo novo, que não existia antes.

O que DEUS, por meio do profeta quis dizer com essas palavras (seria bom ler calmamente Isaías 65:17 a 24). Aqui DEUS estava prometendo uma terra em Canaã, uma pátria aqui na Terra. Deveria ser algo tão diferente, tão bom, que mesmo ainda eles sendo mortais, seria um lugar para uma vida excelente. Eles viveriam ali muito bem. Teriam tudo de bom. Crianças não morreriam. As pessoas viveriam até a máxima velhice, com saúde e qualidade de vida. Construiriam casas, plantariam vinhas e comeriam do seu fruto. Edificariam para si mesmo, não para outros, como no Egito. Elas ali não teriam mais lembrança dos tempos de escravidão no Egito. Não trabalhariam debalde, como no Egito, para após a exaustão, ainda serem escravos e não terem nada. Enfim, mesmo aqui na Terra, o que DEUS estava querendo fazer por eles seria tão bom que o profeta escreveu como tendo sido criado tudo novo.

Mas como se pode chegar a tal conclusão? É só ler os versos anteriores do mesmo capítulo, e notar que se refere a entrada em Canaã. Nesses versos anteriores fala de povos que são desobedientes, e que não terão a felicidade que Israel deverá ter. Veja por exemplo no verso 10, onde se refere a Sarom e ao vale de Acor. São locais aqui na Terra, não no Céu.

Portanto, é importante verificar o contexto a que uma passagem se refere. Para isto, geralmente basta ler uns versos antes e outros depois.

 

  1. Quinta-feira: O contexto amplo

Ontem estudamos sobre o contexto estrito, ou seja, aquilo que está escrito próximo ao texto em foco, e que se refere especificamente ao fato ocorrido. Hoje examinaremos o contexto amplo, ou seja, o que está escrito mais distante do texto.

Vamos aos princípios da boa literatura. Em primeiro lugar, já havíamos dito isto, nenhum autor pode, jamais, se contradizer no mesmo livro. Isso vale também para a Bíblia, e quer dizer o seguinte: a Bíblia jamais pode dizer uma coisa num lugar e contradizer-se noutro. Portanto, se ficamos em dúvida sobre algo que lemos, que parece estranho, primeiro devemos ler ao redor desse texto. Esse é o seu contexto estrito, que gira em torno do fato. Se a dúvida permanecer, ou se quisermos aprofundar, deveremos examinar também o contexto amplo, que pode ser todo o capítulo; capítulos próximos; todo o livro; diferentes partes da Bíblia e outros livros dela ou até mesmo a Bíblia toda. Veja bem, se nem mesmo os autores humanos devem contradizer-se em seus livros, imagine DEUS na Sua Palavra, Ele que não muda. Aliás, DEUS não pode Se contradizer em nenhum pronunciamento de profeta Seu, ou escritos posteriores a Bíblia (já que anteriores não houve). Porque DEUS não falha nem n'Ele há variação de mudança. Logo, essa regrinha do contexto estrito e contexto amplo são imprescindíveis para o estudo e pesquisa das verdades contidas na Bíblia.

Perceba outra coisa. Se na Bíblia houvesse contradições, ela não seria mais a Palavra de DEUS, ou DEUS não seria infalível. Mas, como DEUS é infinito em Seus atributos, jamais devemos esperar que tenha cometido uma gafe no que disse.

Outro ponto que nos exige examinarmos o contexto dos textos é a linguagem humana, cheia de falhas. E a Bíblia está escrita em linguagem humana, senão, quem de nós a poderia ler? Isso quer dizer que nela há palavras e expressões que podem gerar dúvidas de interpretação e confusão. Nela há estilos e formas de escrever que criam os mesmos problemas. Mas se examinarmos os contextos, então obteremos os esclarecimentos necessários. Por essa via a Bíblia se torna infalível, mas um texto fora de contexto permite se criar as maiores confusões. Dá até para criar várias igrejas e formas de adoração não verdadeiras. Mais um motivo para a importância do assunto dessa semana.

Vamos a um exemplo. Temos o da lição. Esse já está bem esmiuçado, portanto tomemos outro exemplo. Vamos ao polêmico verso de Mateus 16:18 e 19, que diz assim: "Também te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que desligares na terra, terá sido desligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus."

Esses dois versos são a base do sistema papal. Se eles forem entendidos como a Igreja Católica os entende, ela tem a sucessão papal. Mas se não for assim, toda a Igreja Católica e seu sistema papal caem por terra.

As perguntas básicas aqui são duas: 1ª) A quem Ele Se referia ao dizer que sobre esta pedra construiria a Sua igreja? 2ª) E que chaves eram estas que JESUS disse ter dado a Pedro?

Vamos ao contexto estrito. No verso 16 Pedro respondeu a JESUS que Ele era o CRISTO, o Filho do DEUS vivo. Eles estavam falando sobre JESUS, não sobre Pedro. No verso 17 JESUS afirmou que foi o Pai celeste que revelou a Pedro quem era JESUS. Então Ele continua dizendo que "tu és Pedro", isto é, um ser humano, e sobre esta pedra seria edificada a igreja. Bem, agora a pergunta é: quem é esta pedra? Isso o contexto amplo responde. Em diversos lugares na Bíblia JESUS é a pedra. Quer ver? Examine então alguns desses versos:

I Cor. 3:11 – JESUS o único fundamento

Efésios 1:22 – JESUS o cabeça da igreja

Deut. 32:15, JESUS a rocha da salvação

Salmos 31:3  Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza

Salmos 144:1 Bendito seja o SENHOR, rocha minha 

Isaías 26:4  o SENHOR Deus é uma rocha eterna

Isaías 44:8  Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça.

Romanos 9:33 Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido.

No contexto estrito, naquela mesma ocasião JESUS repreendeu a Pedro, e o comparou a satanás, ver isso em Mat. 16:22 e 23. Um homem assim seria o fundamento e o líder máximo de uma igreja?

E sobre as chaves, o que temos no contexto amplo?

Apoc. 11:3 a 6 as chaves são as duas testemunhas, o novo e o velho testamento, que devem ser obedecidas – ver ainda em Zac. 4:3 e 11 a 4; João 5:39.

Apoc. 3:7 diz que JESUS tem as chaves e ver em Mat. 28:18.

Há ainda muitos versículos. Esses só são para ilustrar. Mas temos ainda o contexto mais amplo da história, que nada relata sobre Pedro ter sido papa. Não há o menor registro disso.

 

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

 

A lição na sexta-feira apresenta mais outras 8 diretrizes para estudar a Bíblia. São muito boas, precisam ser consideradas na lição. Queremos nesse comentário apenas acrescentar que, ao se estudar qualquer assunto, mas não se estiver disposto a colocá-lo em prática, não se consegue avançar muito na obtenção de conhecimento transformador. E no caso do estudo da Bíblia essa questão é ainda mais dramática. Sabe por quê? A Bíblia foi escrita para por meio dela ocorrer a mudança em nossa vida. Contudo, se a estudarmos e não estivermos interessados na mudança, paramos de aprender coisas novas nela. E isso ocorre por duas razões. Primeira, porque nós mesmos perdemos ainda mais interesse nela para nossa transformação. Segunda, O ESPÍRITO SANTO não vai ensinar novos conceitos se nem os que já deveríamos estar obedecendo não colocamos em prática. Então, aos poucos, tudo para de se esclarecer. Até podemos continuar estudando a Bíblia, mas será com outros objetivos, não a salvação própria ou a de outra pessoa. Poderá ser para obter um conhecimento meramente acadêmico, ou até para encontrar como criticar as pessoas, a igreja, os líderes ou mesmo a própria Bíblia.

Outro erro a evitar é estudar a Bíblia para mostrar o quanto temos conhecimento. Isso se torna em arrogância, uma pessoa que se levanta a qualquer momento para demonstrar a todos que conhece mais da Bíblia que as outras pessoas. Na verdade o que lhe falta é aprender o essencial e que se encontra na Bíblia: humildade. Aliás, se em nossos estudos não nos tornarmos humildes, pessoas simples, pessoas verdadeiras, que fogem das coisas do mundo, então não estamos sabendo buscar conhecimento na Bíblia. Então as leituras nela são meramente cumprimento de metas ou de exigências.

Mais uma vez quero destacar um erro que se comete. É o da leitura do ano bíblico. Essa tem sido uma maneira de não ler a Bíblia. Todos devem iniciar o ano bíblico no dia 1º de janeiro de cada ano, certo? Errado! Sabe o que deve fazer? Comece a ler a sua bíblia agora mesmo? Quantos capítulos por dia para a ler num ano? Mas desde quando DEUS requer que se leia a Bíblia num ano? Pode ler ela em mais tempo que isso, ou em menos tempo. O que interessa é que a leia diariamente.

Faça o seguinte: leia-a a partir de agora, e não se importe em quanto vai ler toda ela. Se num dia só conseguir ler um capítulo, está tudo bem. Se puder ler dois, tudo bem e se ler dez, tudo bem. Sabe o que importa ao ler sua Bíblia? Que o faça como aqui estudamos: busque nela algo para a sua vida. Aliás, soube de um homem que lia da seguinte maneira: às vezes ele ficava num trecho por mais de um dia. Ou porque gostava desse trecho, ou porque queria compreendê-lo melhor, ou por outra razão. Mas ele lia a sua Bíblia com interesse de nela encontrar DEUS e a vontade d'Ele para a sua vida. E sabe qual é o melhor dia para iniciar a leitura da Bíblia, se ainda não a estiver lendo? O dia de hoje.

Faça isso, comece agora mesmo, nem que seja apenas um versículo por dia. Logo, logo vai sentir desejo de ler mais. E se num dia estiver em situação que dificulta a leitura, leia ao menos um versículo, a unidade mínima de leitura diária da Bíblia. E qual é a quantidade máxima recomendada para ler a Bíblia num só dia? Não há limite.

Outra coisa, começar no Gênesis, ou em Mateus, ou em outro livro, também é interessante. Faça como quiser, mas leia a sua bíblia, de preferência na primeira hora do dia. Leia como se estudou nesta semana, e verá a sua vida se modificar gradativamente. Vai ser gostoso e se tornará cada vez mais atraente na medida em que puder ver sua vida sendo transformada.

 

escrito entre:   02/02/2009 a 06/02/009

corrigido em   06/02/2009

 

Declaração do professor Sikberto R. Marks

O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.

 

FONTE: WWW.ADVIR.COM.BR