Lição 7 | 9 a 16 de maio |
Graça |
Sábado à tarde | Ano Bíblico: 1Cr 28, 29 |
VERSO PARA MEMORIZAR: "Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8). |
LEITURAS PARA ESTA SEMANA: Êx 25:8; Is 53; Rm 5:18, 19; 2Co 3:16-18; Ef 2:4-10; Tt 2:11-14
"Durante uma conferência britânica sobre religiões comparativas, os estudiosos de todo o mundo estavam debatendo se haveria alguma crença da fé cristã que seria singular, ou sem igual. Eles começaram a eliminar possibilidades. Encarnação? Outras religiões tinham versões diferentes de deuses que aparecem em forma humana. Ressurreição? Novamente, outras religiões tinham relatos de retornos da morte. O debate continuou por algum tempo até que [o escritor cristão] C.S. Lewis entrou na sala. 'O que vocês estão discutindo?', ele perguntou, e ouviu em resposta que seus colegas estavam discutindo a contribuição singular do cristianismo entre as religiões mundiais. Lewis respondeu: 'Ah, isso é fácil. É a graça'" (Philip Yancey, What's So Amazing About Grace? [O Que Há de Tão Surpreendente com a Graça?], p. 45).
Na semana passada, fomos confrontados com o fenômeno terrível do pecado, o "poder secreto da iniquidade" (2Ts 2:7, NIV). Na parte final, vimos que, pela intervenção divina, foi providenciada uma solução. O que foi essa intervenção, e o que ela realizou por nós, será o enfoque do estudo desta semana.
A semana em resumo: Quais são algumas das imagens que Deus usa para nos ensinar o plano da salvação? Que é expiação? Qual é a importância do conceito de substituição para nossa compreensão da cruz?
Domingo | Ano Bíblico: 2Cr 1–4 |
Deus provê salvação
A história da prova da lealdade de Abraão é bem conhecida. Deus lhe pediu que sacrificasse seu filho Isaque. Não sabendo o que Deus havia pedido que seu pai fizesse, e achando que iriam oferecer simplesmente um sacrifício em algum lugar, Isque perguntava por que não levavam consigo um animal. Então, Abraão respondia com as palavras proféticas que ecoaram ao longo das páginas do Antigo Testamento, bem como do Novo: "Deus proverá para Si, meu filho, o cordeiro para o holocausto" (Gn 22:8).1. Qual foi o significado profético das palavras de Abraão a seu filho?
2. Que outros textos do Antigo Testamento apontam para a redenção que deveria ser oferecida por Cristo? Quais são esses textos, e o que eles dizem? Veja, por exemplo, Gn 3:15; Êx 25:8; Is 53
Jesus Cristo é o centro do Antigo Testamento. Realmente, todo o propósito do serviço do santuário terrestre era apontar para a vinda do Messias (veja Hb 8, 9). Tudo o que foi feito antes de Sua vinda ao mundo foi um mero prelúdio da cruz. Deus esperou até o momento certo. Então, quando veio "a plenitude do tempo" (Gl 4:4), Cristo veio para viver entre nós.
"Através de todos os séculos, de todas as horas, o amor de Deus havia sido revelado à humanidade caída. Não obstante a perversidade dos homens, os sinais da misericórdia tinham sido constantemente manifestados. E, ao chegar a plenitude dos tempos, a Divindade foi glorificada derramando sobre o mundo um dilúvio de graça vivificadora, o qual nunca seria impedido nem retido enquanto o plano da salvação não se houvesse consumado" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 37).
Pense em quantos séculos se passaram entre a promessa da vinda do Messias e seu cumprimento. Para nós, que, na melhor das hipóteses, normalmente só vivemos oitenta breves anos – o que nos deve dizer esse longo período sobre paciência, sobre a confiança em Deus embora as coisas pareçam demorar tanto? |
Segunda | Ano Bíblico: 2Cr 5–7 |
Imagens do milagre da graça
Como você explicaria a uma criança de três anos o que é eletricidade? Como você explicaria a alguém que vivesse no meio da selva, que nunca viajou mais de trinta quilômetros de onde vive, o que são os semáforos e como funciona um elevador? Como um físico poderia explicar a teoria da relatividade de Einstein a alguém cuja educação se limitou aos primeiros anos do curso fundamental? Deus enfrentou um abismo de comunicação muito maior que esses exemplos de barreiras da comunicação humana. O amor divino, demonstrado na vida e na morte de Jesus Cristo, não pode ser completamente entendido em palavras humanas. Mas Deus quer que tenhamos uma ideia adequada do que está envolvido em Seu plano de salvação. Deus inspirou os autores das Escrituras a usar várias imagens diferentes, cada uma das quais nos oferece uma ideia melhor do mistério de Sua graça. Nenhuma dessas imagens deveria ser usada à parte das outras. Tomadas juntas, porém, elas nos deixam com o senso de maravilha e imensa gratidão.3. Qual foi uma das palavras mais preeminentes que Deus usou para nos ajudar a entender alguns vislumbres profundos do mistério da graça? Is 53:7; Jo 1:29
4. Que outro simbolismo é usado para ilustrar uma dimensão adicional da verdade da expiação? Mt 20:28; At 20:28; 1Co 6:20
Devemos ser cuidadosos em não usar um símbolo particular excluindo as outras palavras descritivas. Quando combinamos tudo o que é dito sobre a expiação, chegamos a um quadro tão completo quanto nossa mente finita pode absorver. Não obstante, é poderosa a imagem de um resgate, de um preço elevado pago por nós. "Cristo nos redimiu do pecado, isto é, resgatou-nos de volta do pecado. ... O que essa metáfora pretende é que (a) o meio de nossa salvação é custoso e que (b) passamos de um estado para outro – do estado de escravidão para o estado de proximidade de Deus. Redenção significa transferir a propriedade mediante um preço" (Edward W. H. Vick, Let Me Assure You, p. 33).
Pense nas implicações da ideia de que o Criador do Universo, aquele que fez tudo o que existe (Jo 1:1) caminhou voluntariamente para a cruz como o único meio de nos salvar da ruína eterna. Por que a realidade dessa verdade deve influenciar fortemente nossa maneira de viver? Imagine como seria tolo deixar que qualquer coisa terrestre nos afastasse da cruz. |
Terça | Ano Bíblico: 2Cr 8, 9 |
O que aconteceu no Calvário?
Entre os teólogos, existe muita discussão sobre a doutrina da expiação. Dois conceitos principais estão em destaque. Alguns optam por uma visão objetiva da expiação, enquanto outros defendem uma visão subjetiva. O que significa isso? A primeira escola de pensamento enfatiza que realmente aconteceu algo em um ponto histórico do tempo em uma colina fora de Jerusalém, um evento histórico, concreto, que forneceu a base para nossa salvação. Outros teólogos sublinham o fato de que nossa resposta à demonstração de amor e abnegação de Jesus na cruz é o ponto crucial: somos transformados quando contemplamos um amor tão grande! As duas perspectivas são verdadeiras e, entendidas juntas, se complementam.5. Como a Bíblia explica a relação entre o que Cristo fez por nós e o que nós, pecadores, de fato, merecemos? Is 53:4, 5; Rm 5:18, 19
A ideia de que Jesus Cristo morreu em nosso lugar, de forma que não soframos a morte eterna mas nos tornemos participantes da vida que Ele oferece, é normalmente chamada de conceito de substituição. Para muitos, essa é uma ideia repugnante. Não gostam da linguagem legalística usada frequentemente nem do conceito de ira divina contra o pecado. Mas, gostemos ou não da ideia, a grandiosa verdade é que Deus resolveu o problema do pecado da forma que Ele considerou satisfatória. Sendo justo, Ele não poderia ignorar o pecado; sendo amor, Ele não poderia abandonar o pecador. Nós mesmos deveríamos ter pago a penalidade da morte eterna, porque somos nós os culpados. Mas Jesus Se dispôs a tomar nosso lugar! Foi isso que aconteceu na cruz. Esse evento real, o da Sua morte em nosso lugar, se tornou a base de nossa redenção.
Então, como resultado do que Cristo fez por nós, como resposta à Sua morte em nosso lugar, também somos atraídos a Ele, respondemos a Ele, mudamos a atitude para com Ele e com outros seres humanos. Esse é o lado complementar, subjetivo do plano da salvação (Jo 12:32; Rm 5:1).
Pense em todas as coisas más que você fez e (talvez) pode ainda estar fazendo. Então, perceba que, na cruz, Jesus sofreu o castigo que você merece por essas ações. Como você se sente, sabendo que Ele sofreu em seu lugar? Qual deve ser sua resposta, sabendo o que Jesus passou em seu favor? |
Quarta | Ano Bíblico: 2Cr 10–13 |
Mudança de coração
A manifestação sem paralelo da compaixão e graça divina no Calvário tem transformado milhões de corações. Desde o momento em que Cristo pendendo, morreu na cruz, as pessoas passaram a ser transformadas ao contemplar Seu amor. Um dos criminosos crucificados com Ele notou que Jesus era alguém especial, com um futuro além dessa morte vergonhosa (Lc 23:39-43). E até o centurião romano percebeu que Jesus não era um criminoso (v. 47).6. Como nossa vida deve ser mudada quando contemplamos Jesus e o que Ele fez por nós? 2Co 3:16-18; Hb 12:2, 3
"Que o pecador arrependido fixe os olhos sobre 'o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo' (Jo 1:29); e, contemplando, seja transformado. Seu temor transmuda-se em alegria, suas dúvidas, em esperanças. Surge a gratidão, abranda-se o coração empedernido. Uma onda de amor inunda o ser. Cristo nele Se torna uma fonte que salta para a vida eterna. ... Quando O contemplamos no Getsêmani, suando grandes gotas de sangue, e na cruz, morrendo em agonia – quando vemos isto, não mais o próprio eu clama por atenções. Olhando a Jesus, envergonhamo-nos de nossa frieza, nossa letargia, nosso espírito interesseiro. Tornamo-nos dispostos a ser qualquer coisa e a não ser nada, contanto que façamos um serviço de amor para o Mestre" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 439, 440. Itálicos acrescentados.)
Como as palavras refletem sua experiência com Cristo? O que pode estar impedindo você de voltar a ter a experiência mais profunda com Ele? Quanto tempo você passa contemplando o Calvário?
Os teólogos propõem várias teorias da expiação. Mas, depois de tudo estar dito e feito, não há teoria nem combinação de teorias que faça justiça à maravilha da graça de Deus (veja 1Co 1:20-25). É bom comentar em grupo sobre as passagens das Escrituras que revelam diferentes aspectos do sacrifício de Jesus. O que Jesus fez por nós não deve ser apenas assunto de debate, mas de meditação e oração. Embora haja muito que não possamos entender, temos o suficiente para que nos maravilhemos com o que Deus fez por nós em Cristo.
Quinta | Ano Bíblico: 2Cr 14–16 |
Cristo, nossa salvação
Para os cristãos, é fácil perder o rumo. Para alguns, o foco de sua fé está na Bíblia, na igreja, nas tradições ou nas doutrinas de sua igreja. Embora todos esses aspectos tenham seu papel, se nos afastarem de Jesus, que é a única fonte de nossa salvação, isso pode ser muito problemático.
Como adventistas do sétimo dia, fazemos frequentes referências à "verdade" como o foco de nossa fé. Não existe nada errado nisso, desde que não reduzamos nosso conceito de verdade a uma lista de doutrinas que defendemos intelectualmente. Nossa fé deve ter o centro na verdade como a conhecemos em Jesus. Cremos em quem revelou Deus a nós, que veio ao nosso mundo para nos redimir, que presentemente é nosso mediador celestial e que voltará para nos levar para o lar. Isso deve ser de importância fundamental para nós.
7. Como você definiria a importância de Cristo para nossa fé? Ef 2:4-10; Tt 2:11-14
Efésios 2:4-10 é uma passagem extraordinariamente rica. Destaca vários tempos em que somos salvos pela graça. Essa graça é descrita como "suprema riqueza" (v. 7), que descende do "grande amor com que [Deus] nos amou" (v. 4). Essa graça é gratuita. Não pode ser comprada. Nossas obras não nos trazem vida eterna. Se fosse esse o caso, teríamos razão para nos orgulhar de nossa bondade. É a graça de Deus que traz mudanças visíveis à vida diária e que nos habilita a fazer "boas" obras (v. 10). Mas até mesmo essas boas ações são, essencialmente, obra de Deus em nós.
8. Que descrição magnífica da posição central de Jesus Cristo em nossa fé encontramos nas palavras de Paulo registradas em Atos 17:28? Veja também Gl 2:16-20.
Como as nossas doutrinas nos ajudam a entender melhor o que Cristo fez por nós? Suponha, por exemplo, que você cresse no tormento eterno do inferno. Como isso, ou outros falsos ensinos, afetaria sua compreensão de Cristo? Então, por que as doutrinas corretas são tão importantes para nos ajudar a conhecer melhor Jesus? |
Sexta | Ano Bíblico: 2Cr 17–20 |
Estudo adicional
O livro a que os adventistas do sétimo dia se referem quase automaticamente quando precisam explicar a obra da expiação de Cristo é O Desejado de Todas as Nações, de Ellen White. Os capítulos 78 e 79 (p. 741-768) são particularmente importantes no contexto do estudo desta semana. Note a declaração à página 751: "Como Jesus crucificado com os ladrões foi posto 'no meio', assim foi Sua cruz colocada no meio de um mundo a perecer no pecado. E as perdoadoras palavras dirigidas ao ladrão arrependido fizeram brilhar uma luz que resplandecerá até os remotos cantos da Terra."
Resumo: Os teólogos desenvolveram muitas teorias sobre a expiação. Em sua maioria, elas são deficientes ou, pelo menos, unilaterais. Isso pode ser comparado com as fotos tiradas dos diferentes lados da Cordilheira do Himalaia. Todas mostram as montanhas mas não dão um quadro completo. O milagre da graça não deve ser reduzido a uma fórmula com que concordamos intelectualmente. Trata-se da base de nossa fé. Cristo morreu por nós para que tenhamos a vida eterna. Sem Ele, estamos perdidos. Com Ele como nosso Salvador, nosso futuro está seguro.
Respostas Sugestivas:
Pergunta 1: O Cordeiro de Deus seria Seu próprio Filho.
Pergunta 2: Eles dizem que o Salvador viria a este mundo para morrer pela humanidade.
Pergunta 3: Cordeiro.
Pergunta 4: Resgate.
Pergunta 5: Nós merecemos a morte como resultado do nosso pecado. Cristo assumiu essa morte sobre Si.
Pergunta 6: Somos transformados à semelhança com Ele.
Pergunta 7: Ele é a figura central, insuperável.
Pergunta 8: NEle vivemos, nos movemos e existimos.