Há uma diferença entre impor uma lei cerimonial sobre os gentios – os não-judeus - e recusar deixar os judeus expressarem sua fé dentro da moldura de sua herança cultural. Muitos cristãos judeus do primeiro século expressavam a sua fé de modo tradicional observando os feriados religiosos do Antigo Testamento e seguindo os antigos costumes. Assim como o iniciante cristianismo não exigia dos gentios adotarem um estilo de vida judaico, também não requeria dos crentes judeus adotar um estilo de vida gentílico. Paulo, como judeu, tinha todo o direito de adotar um estilo de vida judaico quando em meio aos judeus e um estilo de vida gentílico quando entre os gentios. Mas note que quando um conflito direto levantou-se entre adaptar-se a uma cultura diferente e seguir as verdades cristãs básicas, Paulo sempre colocou as verdades Bíblicas num pedestal mais elevado que a cultura. Gálatas 2:3, registra: "Contudo, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se." A atitude firme de Paulo em separar o que era tradição do que era básico e imutável no evangelho é um exemplo digno de seguirmos hoje em nossos dias. Veja, por exemplo, que Paulo observava todos os mandamentos de Deus inclusive o Sábado. Atos 13:42 conta: "Ao saírem eles, rogaram-lhes que, no sábado seguinte, lhes falassem estas mesmas palavras." Mesmo em lugares onde não havia sinagoga para congregar ele se retirava para um lugar adequado onde pudesse orar e ler a Bíblia neste santo dia. Atos 16:13: "No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido." Sendo assim compreendemos perfeitamente o conselho de Paulo. Apenas não permitir que costumes nacionais e tradições tomem o lugar daquilo que não pode ser mudado, o evangelho em sua pureza: Cristo Jesus morreu por nossos pecados para nos libertar de uma vida de pecado.
FONTE: http://www.novotempo.org.br/radio/interno.asp?ARS=vocepergunta_perguntasok&VCP_Codigo=00000464