sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Fogo Estranho X Fogo do Senhor

Fogo Estranho X Fogo do Senhor

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Estaríamos introduzindo música profana no culto Adventista?

Música continua sendo um assunto "quente" nas comunidades Adventistas. Cada novidade em estilo ou instrumentos musicais traz consigo um corolário de questões e possibilidades. Enquanto isso, as diferentes opiniões continuam a se polarizar no que tange à verdadeira música Adventista.

Este artigo analisa um episódio bíblico em que a adoração se tornou inaceitável bem como suas implicações para a música sacra.


Nadabe e Abiú

O termo "fogo estranho" extraído da história de Nadabe e Abiú é frequentemente citado em críticas contra a música Adventista. Aqui vai a história brevemente relatada em Lev. 10:1-2:

"Nadabe e Abiú, filhos de Arão, pegaram cada um o seu incensário, nos quais acenderam fogo, acrescentaram incenso, e trouxeram fogo profano perante o SENHOR, sem que tivessem sido autorizados. Então saiu fogo da presença do SENHOR e os consumiu. Morreram perante o SENHOR." (NVI).

Vamos procurar estabelecer se há fundamento exegético para se aplicar a frase "fogo estranho" à música sacra de maneira indiscriminada.

O verso 1 diz que o fogo era "estranho" ou "profano" e que eles não estavam autorizados a apresentá-lo. Não está claro nesses versos iniciais o que tornou este fogo "estranho". Algumas traduções trazem "fogo não autorizado". Note que Moisés ateou fogo comum ao altar do incenso (Êxo. 40:27) assim como Arão fez para iniciar o sacrifício em Lev. 9. Em aprovação ao holocausto, Deus então manda fogo do céu em Lev. 9:24, que deveria ser mantido perpetuamente (Lev. 6:8-13).

Orientações de como atear fogo ao incensário aparecem somente em Lev. 16:1, 12: "O SENHOR falou com Moisés depois que morreram os dois filhos de Arão, por haverem se proximado do SENHOR ... "Diga a seu irmão Arão que não entre a toda hora no Lugar Santíssimo, atrás do véu, diante da tampa da arca, para que não morra ... Pegará o incensário cheio de brasas do altar que está perante o SENHOR e dois punhados de incenso aromático em pó, e os levará para trás do véu." Essa maneira de queimar o incenso com brasas do altar se refere ao Dia da Expiação, o único dia em que Arão deveria entrar no lugar Santíssimo, e também parece ter servido para expiações de "emergência" (Núm. 16:46). Essa exigência quanto à origem do fogo a ser apresentado perante o propiciatório parece indicar uma possível tentativa por parte dos dois de entrar no próprio Santíssimo com fogo que não era do altar, pois era fogo "não autorizado". Sem dúvida, essa hipótese merece ser explorada mais a fundo em outro estudo.

Lev. 10:9 traz outras peças do quebra cabeça ao revelar que Nadabe e Abiú estavam embriagados ao servirem no Templo: "Você e seus filhos não devem beber vinho nem outra bebida fermentada antes de entrar na Tenda do Encontro, senão vocês morrerão." (Veja Eze. 44:21). A tradição judaica aponta sua ambição pessoal de se apresentarem perante Yahweh por si mesmos a fim de se exaltarem perante o povo sem terem consultado Arão e Moisés, talvez até como tentativa de substituí-los como líderes do povo. [1]

Parece então que o "fogo estranho" era um conjunto de erros: Nadabe e Abiú estavam embriagados o que os levou a se apressarem com fogo que não fora santificado ou 'autorizado', seu coração não estava reto perante Deus.

É importante também ressaltar que a condenação deste "fogo estranho" veio "do Senhor" e não de Moisés ou do povo. Somente Ele pôde discernir o sacrifício inaceitável.

Certamente uma leitura sob a perspectiva de um "pacote estranho" expande suas implicações e começa a enfraquecer o uso da passagem contra a música.[2] Vejamos por quê.


Existe Música Inerentemente Santa?

Tendo em vista que Deus procura estabelecer o princípio de separação entre santo e profano no ritual do Santuário, poderíamos aplicar este princípio à música sacra hoje?

A condenação de certos estilos de música como "fogo estranho" fundamenta-se na premissa de que há uma música não-estranha ou "santa". Mas existe mesmo um estilo de música inerentemente 'santa', que se opõe à música inerentemente 'profana'?

Em Êxodo e Levítico lemos que Deus deixou instruções específicas para o ritual do Santuário e ordenou que algumas coisas fossem consideradas santas: e.g., "O incenso lhes será santíssimo" (Êxo. 30:36); "Vocês têm que fazer separação entre o santo e o profano, entre o puro e o impuro." (Lev. 10:10). Música porém, não fazia parte das instruções.

Já para o Templo de Salomão, Davi estabelece um sacerdócio musical (1 Crô. 15, 16) mas novamente, a Bíblia não traz instruções para uma música que poderia ser considerada santa. E embora o uso de utensílios no Santuário os tornava santos (Lev. 16:38), as "harpas, alaúdes, címbalos, trombetas e shofares" (2 Crô. 29:25) do Primeiro Templo em nenhum momento são chamados de santos, tampouco o é a música que eles produziam. O que fazia da sua música sacra era o seu uso no culto a Yahweh, haja vista que estes instrumentos eram usados também para o culto a Baal, Dagom e festas pagãs (Isa. 5:11-12; 23:16; Dan. 3:5, 7, 15). Sem dúvida a música do Templo tinha propósitos sagrados mas em aspectos técnicos, ela não era santa. Nem mesmo a música instrumental do culto à estátua de Nabucodonosor é chamada de profana na Bíblia, embora o objetivo ali tenha sido acompanhar a idolatria.

A única vez que vemos Deus rejeitando a música de adoração do Seu povo foi quando o coração dos adoradores não estava reto: "Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras. Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!" (Amós 5:23-24). Esse capítulo inteiro lança luz sobre o que Deus espera do povo que se achega para adorá-Lo: um coração reto acima de "ornamentos musicais".

Portanto, a despeito das repetidas tentativas de se estabelecer uma música biblicamente santa, não temos instruções específicas sobre como compor essa música supostamente santa. O que temos abundantemente são princípios de adoração, mas não de técnica musical.

Então se a música do povo era usada para fins sagrados, por que o estilo de música bíblico não é chamado de 'santo'? Pela mesma razão pela qual Deus não estabeleceu o hebraico como língua santa meramente porque foi nessa língua que Ele escreveu os Dez Mandamentos.

Música é como a linguagem, ela evolui como fruto da criatividade humana.[1] Termos mudam de significado, palavras caem do vocabulário, novas palavras surgem. A linguagem musical da Palestina dos tempos bíblicos seria inapropriada hoje enquanto nossa música sacra, mesmo a tradicional do século 17-19, seria estranha ao ouvido judaico primitivo.[4]

A música étnica de uma cultura pode ser irrelevante para outra e Deus não ordenou uma espécie de "limpeza etno-musical" estabelecendo um só estilo de música sacra para todos os povos. Condenar o gosto pessoal, que é fruto da cultura como incompatível com o culto é um equívoco, pois Deus nunca exigiu que o louvássemos com música da qual não gostamos. Portanto, a ausência de um estilo musical 'santo' na Bíblia é intencional.

A história da música revela que sempre houve um intercâmbio de influência entre a música sacra e a secular. Cito alguns exemplos: o canto secular do século 12 trouxe a harmonia para a música sacra que até então era proibida; o rock de Elvis Presley sofreu fortes influências do gospel americano; na história Adventista, Urias Smith e Tiago White puseram letra "Adventista" em canções populares da época.[5]

Deus não nos instituiu como Seus "bombeiros" para sairmos igrejas a fora apagando a música que achamos que é "fogo estranho".

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Música na Bíblia é secundária e subserviente à adoração a Yahweh. Por isso, é necessário primeiramente estabelecer os princípios bíblicos de adoração e fazer a música se alinhar a eles em cada comunidade e contexto cultural local.

Quais seriam alguns desses princípios de adoração? As festas religiosas de Israel eram de "alegria solene" (PP 706), espontâneas, com tamborins, dança religiosa e outros instrumentos musicais. Esse espírito exultante é patente na adoração "com júbilo" dos Salmos, sendo o 150 o que melhor expressa a totalidade da adoração celebrativa do povo. Enquanto a música dos Salmos era no estilo da Palestina primitiva, ela era sagrada porque tinha a temática dos atos de Deus: "Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas." (Sal. 98:1). Deus estava "entronizado sobre os louvores de Israel" (Sal. 22:3) e se "agrada-se de Seu povo" (Sal. 149:4).

Os Salmos tornaram-se parte central da música do Templo de Salomão e do Segundo Templo, por isso, a música ali segue o mesmo estilo da adoração do povo descritas nos Salmos.[6] Enquanto os Salmos descrevem a adoração corporativa "com júbilo", "com brados fortes" (Sal. 98), o Novo Testamento expande esse conceito ao dizer que ela deve ser "em espírito e em verdade" (João 4:24), humilde e penitente (Lucas 18:9-14) e "racional" (Rom. 12:1). A música do culto Adventista portanto, deve auxiliar no alcance desses objetivos para ser completa.

A ausência de detalhes técnicos da música sacra juntamente com esses princípios gerais de adoração nos impedem de estabelecer um único estilo de música supostamente santo que melhor alcança a adoração verdadeira. Isso automaticamente invalida chamar certos estilos de música como "fogo estranho". Como vimos acima, é mais apropriado considerá-los ineficazes ou irrelevantes para certas ocasiões, culturas e comunidades do que "profanos". Por mais que tentemos, não temos autoridade bíblica para isso.

Em outras palavras, não há um número de "sapato" que serve em todas igrejas e, como bem concluiu Ellen White, nem todas as mentes são atingidas "pelos mesmos métodos" (T 6:616); e isso inclui estilo de música sacra.

E se buscamos perfeição no louvor Jesus indicou que o das crianças é um modelo: "Da boca de pequeninos e de criancinhas de peito tiraste perfeito louvor." (Mat. 21:16). Para Ele, perfeição na adoração tem a ver com as qualidades infantis de pureza, confiança, simplicidade e humildade, não com estilo de música. Isso é claro também na parábola do Fariseu e do Publicano. (Lucas 18:9-14). "O SENHOR não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o SENHOR vê o coração." (1 Sam. 16:7). O que está no coração do adorador tem mais peso do que ornamentos na liturgia (Amós 5:23-24).

Música Expiatória

Uma implicação ainda mais problemática de música como "fogo estranho" é a tendência sutil de conferir a ela qualidades quase que expiatórias no culto. Explico: a preocupação desmedida em se oferecer "música aceitável" acaba levando ao extremo de considerá-la como peça central no culto, como um "sacrifício perfeito", tornando-a crucial para se chegar ao culto 'verdadeiro'.

Prova disso é a prática de singularizar a música enquanto outros elementos deficientes da liturgia não são chamados de "fogo estranho": o que dizer de um sermão mal pesquisado e mal pregado, de uma lição de Escola Sabatina sofrível, de uma leitura bíblica aos trancos e barrancos, das notas amassadas de R$1 que damos como oferta? Afinal, qualquer desses elementos da liturgia oferecido em espírito de mediocridade ou soberba pode se tornar em "fogo estranho". Por que só a música recebe a condenação? Não é isso parte do conceito errôneo de música como "sacrifício perfeito"?

Veja como Ellen White aplicou a simbologia do fogo do Santuário à música de adoração: "... a obediência, penitência, louvor e ações de graças, tudo tem que ser colocado sobre o ardente fogo da justiça de Cristo! A fragrância desta justiça ascende qual nuvem em torno do propiciatório." (ME 1:344).

Não há então maior "fogo estranho" do que música sacra "de qualidade" para que o culto seja aceito mas, que ao mesmo tempo não tenha sido queimada no fogo santo da justiça de Cristo. Estilo e qualidade musical são irrelevantes sem esse processo purificador.


Igreja: Lugar Santíssimo?

Quando tratamos da música na Igreja, é imprescindível confrontar o equívoco do paralelo Templo-Igreja que tem fomentado o extremismo em questões de liturgia Adventista recentemente.

Segundo os testemunhos, "Da santidade atribuída ao santuário terrestre, os cristãos devem aprender como considerar o lugar onde o Senhor Se propõe encontrar-Se com Seu povo." (TS 2:193). Mas note que não há aqui um paralelo exato entre o compartimentos do Santuário e a Igreja atual para considerarmos certos lugares desta mais santos do que outros. O episódio da sarça ardente mostra que onde Deus está é lugar santo, seja no Shekinah do Santíssimo, ou num arbusto insignificante no meio do deserto.[7]

Embora os princípios de reverência e santidade da adoração a Yahweh no Santuário permaneçam, a adoração na Igreja serve uma função diferenciada daquela, que era formada de rituais sacrificais para expiação de pecados e seguia estritamente a lei cerimonial. A adoração no Novo Concerto por sua vez deve ser uma celebração confiante dos sacrifícios superiores de Jesus (Heb. 4:16; 10:1-18).


Choque aos Sentidos

Um exemplo da história Adventista que cabe relembrar sempre que estudamos música sacra é a música do movimento da Carne Santa de Indiana em 1900 que Ellen White condenou como sendo um "choque aos sentidos" e um "laço nas mãos de Satanás".[8] Embora ela recomendasse o uso de instrumentos musicais na adoração (Ev 507) e não tenha condenado nenhum instrumento como incompatível na adoração, ela reconhece que seu uso poderia ser pervertido: "É melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos musicais para fazer a obra que, foi-me apresentado em Janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões campais. Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção." (ME 2:36)

Sua preocupação era a de, em vez de auxiliar no culto racional, que a música Adventista fosse usada justamente para criar o contrário: um torpor mental que levasse ao emocionalismo superficial e a manifestações estranhas no culto e ser confundida com obra do Espírito Santo.

Os modelos Pentecostal e Carismático de música extremamente repetitiva e ensurdecedora como estopim do "fogo fátuo" da teologia emocionalista não se encaixa no modelo Adventista de adoração. Devemos ser criteriosos ao incorporar essas composições no culto. Acima de tudo, o diferencial histórico da música Adventista deveria ser a temática do Segundo Advento.

Por outro lado, não podemos negar que as emoções são parte importante do culto Adventista e a música deve acioná-las de maneira saudável, mas elas não são o centro. A adoração Adventista é fundamentada nas verdades eternas das Escrituras e seu princípios de adoração. Por isso, deve ser "racional" e em "espírito e em verdade".


Conclusões

Do ponto de vista exegético, é incoerente usar o "fogo estranho" de Nadabe e Abiú para criticar a música Adventista "não-tradicional". A santidade dos elementos do Santuário envolvia instruções específicas dadas por Deus (e.g., incenso) bem como elementos intangíveis, como o pecado do sacerdote ou do povo. O 'fogo estranho' de Nadabe e Abiú foi um conjunto de fatores.

Não há maior "fogo estranho" do que oferecer música sacra "de qualidade" para que o culto seja aceito mas que, ao mesmo tempo, não tenha sido queimada no fogo santo da justiça de Cristo. Estilo e qualidade musical são irrelevantes sem esse processo purificador.

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E, ao contrário do ritual do Santuário, não há instruções detalhadas sobre técnica musical na Bíblia que nos permitam considerar um estilo de música como santo. Apesar de todas as questões sobre associação da música e instrumentos musicais com o paganismo, a Bíblia intencionalmente não faz distinção entre música santa e profana: a sua finalidade e temática é que definem sua santidade ou profanidade. Aspectos intrínsecos do adorador tais como a pureza das intenções, o orgulho, a soberba, o pecado encoberto ou o exibicionismo cabe a Deus julgar, não a nós. Afinal, o episódio mostra que a condenação veio "do Senhor", não dos outros adoradores.

A música deve facilitar o culto celebrativo e ao mesmo tempo racional. Qualquer estilo musical que interrompa esse processo deve ser considerado inapropriado, embora não seja "profano" em si. E isso pode variar em diferentes culturas e ocasiões.

E embora seja importante oferecer música bem cantada e tocada, temática e teologicamente apropriada, precisamos ter cuidado para que uma busca desmedida pela excelência musical não a torne um fim em si mesma e faça da música "sacrifício expiatório" pela sua qualidade.

Deus não nos instituiu como Seus "bombeiros" para sairmos igrejas a fora apagando a música que achamos que é "fogo estranho" só porque não gostamos dela ou porque ela não nos toca. Nossas sensibilidades e preferências pessoais quanto ao estilo da música são secundárias à "união" na adoração (Sal. 133:1) e ao não-julgamento (Mat. 7:1).

Gostaria de terminar sugerindo duas orações que expressam bem o espírito de humildade e desprendimenteo que deveríamos trazer à adoração corporativa. A primeira é a oração face à música familiar:

"Poderoso Deus, aqui estou novamente no mesmo lugar, ouvindo a mesma música. Eu amo essa música; ela significa muito pra mim, eu me sinto perto de Ti e sei que estás perto de mim. Ajuda-me a entender que eu não deveria repeti-la descuidadamente, por pensar que estás perto só porque tudo aqui me é familiar. Em vez disso, torna essas coisas novas pra mim, como somente um Deus de mistérios pode fazê-lo. Leva-me ao primeiro dia da Criação quando tudo era novo; derrama sobre mim o dom de oferecer tudo a Ti como nunca antes."

A outra é a oração face à música nova:

"Poderoso Deus, o que eu estou presenciando agora não faz qualquer sentido. Não é o que eu gosto ou o que eu estava esperando. Mesmo assim, estou aqui; Tu estás aqui. Há muitos aqui que Te amam profundamente e têm Te oferecido isso, mesmo que eu não possa entender o que significa. No entanto, eu me uno a eles pela fé; eu me uno com uma oferta que pra mim é um mistério. Eu ofereço o que não compreendo a Ti, a Quem eu nunca poderei entender completamente. Uno minha língua ao meu repertório de louvor falível e limitado. Oro para que quando esta novidade que eu agora experimento se tornar familiar, eu me lembre da primeira vez, da novidade, da surpresa. E também oro para que quando o que é novo se tornar familiar, eu fique em santa expectativa esperando ainda uma nova revelação de Ti nos louvores do Teu povo. Eu me retiro do que já conheço rumo ao que eu preciso conhecer. Eu Te adoro pela fé somente."[9]

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[1] Esse episódio tem um paralelo com o dos levitas simpatizantes de Coré, Datã e Abirão que também foram consumidos por insurgência contra Moisés enquanto apresentavam seus incensários perante o Senhor (Núm. 16).

[2] Ellen White usa o termo 'fogo estranho' de maneira bem abrangente, inclusive para a guarda do Domingo. (ST 03/31/1898).

[3] Um análise muito apropriada da evolução da música sacra pode ser lida no artigo Música Através dos Tempos de Joêzer Mendonça (http://notanapauta.blogspot.com/2008/12/msica-sacra-atravs-dos-tempos.html) Veja também de Joêzer "O gospel é pop: música e religião na cultura pós-moderna" disponível aqui:

http://www.ia.unesp.br/pos/stricto/musica/pos_dissertacoes_musica2009.php

[4] A Dra. Haik-Ventoura propõe que a acentuação da língua hebraica servia de notação musical, pois o Torah era lido em forma de canto na sinagoga. Para escutar o resultado de suas "partituras bíblicas", acesse no youtube.com "Music of The Bible Revealed". Poucos eruditos concordam com ela pois além da falta de evidências, a sua interpretação musical quase sempre em tom menor passa inevitavelmente pelo filtro cognitivo da música moderna.

[5] A melodia de Stephen Foster de 1851, "Way Down Upon the Suwanee River" tornou-se "Da Linda Pátria Estou Mui Longe"; no Hinário Adventista, "Há Um País" é uma melodia popular irlandesa.

[6] Salmos cantados durante a semana no Segundo Templo: Salmo 24 no domingo; 48 na segunda-feira; 82 na terça-feira; 94 na quarta-feira; 81 na quinta-feira; 93 na sexta-feira e no sábado, o "canto composto para o sábado, para o futuro, quando tudo será descanso e repouso pela vida eterna". Talmude, Tratado 13; 7:4.

[7] Para uma análise dos instrumentos do Templo, leia Tamborins e os Instrumentos do Senhor disponível em

http://www.adventismorelevante.com/2009/08/tambores-versus-instrumentos-do-senhor.html

[8] Veja também "Ellen White Era Contra a Bateria na Música Sacra?" disponível em http://www.adventismorelevante.com/2009/05/ellen-white-era-contra-bateria.html

[9] Best, Harold. Music Through the Eyes of Faith. (Harper San Francisco; 1993); 154-155. Adaptada por André Reis.