sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Lição 10 – A “loucura” do profeta - Lição da Escola Sabatina - Casa Publicadora Brasileira

Lição 10
28 de novembro a 5 de dezembro

A "loucura" do profeta

Lição 1042009


Sábado à tarde

Ano Bíblico: 2Co 8–10


VERSO PARA MEMORIZAR: "Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos" (1 Timóteo 6:10, NVI).

Leituras da semana: Nm 22–24; Dt 1:30; 20:4; Mt 15:14; 1Co 2:14; 2Pe 2:14-16; Ap 3:17

A história de Balaão é bem conhecida e costuma ser alvo de frequentes piadas, como: "Bem, se Deus pôde falar através da jumenta de Balaão, certamente Ele pode falar através de fulano".

No entanto, em certo sentido, não há nada realmente engraçado nessa história. Embora possa ser lida sob diferentes ângulos, o encontro de Balaão com o Senhor pode ser considerado outro exemplo de como o pecado, se não for vencido, se não o enfrentarmos pelo poder de Deus, pode nos levar ao caminho da destruição.

No Novo Testamento, Balaão é mencionado três vezes (2Pe 2:15, 16; Jd 11; Ap 2:14), e nenhuma das referências é lisonjeira. Ao contrário, ele é um protótipo, um símbolo, do pecado.

Pedro fala sobre a "loucura" de Balaão. Mas não foi a "loucura" dos mentalmente prejudicados; ao contrário, foi a loucura de alguém tão dominado pela cobiça que estava pronto a fazer tudo o que Balaque pedisse, e tudo por dinheiro, não importando quão errado fosse.

Se alguém como Balaão, um profeta, pode ter sido tão "louco", quanto mais loucos seríamos em fazer algo semelhante, especialmente com seu triste exemplo diante de nós?


Domingo

Ano Bíblico: 2Co 11–13

Um rei temeroso e iludido

Tente colocar-se na posição de Balaque, rei de Moabe. Diante de suas fronteiras estava aquela compacta multidão que saíra da grande nação do Egito, e que só por milagre havia sobrevivido no deserto por quatro décadas. E agora estava acampada "nas campinas de Moabe" (Nm 22:1), não longe de seu reino.

Embora a nação não tivesse feito nenhuma ameaça contra ele e não estivesse planejando invadir suas terras, compreensivelmente, Balaque, estava inquieto. Afinal, vejamos o que eles haviam acabado de fazer ao rei Ogue de Basã e ao rei Seom, dos amorreus – cuja nação já havia derrotado Moabe (Nm 21:26). Isso sem mencionar o que eles haviam feito aos cananeus (v. 1-3). Era motivo de sobra para estar com medo.

1. Por que o rei tinha tanto medo dos israelitas? Nm 22:1-6

2. Em realidade, se Israel representava uma ameaça, de que Balaque deveria realmente ter medo? Veja Gn 48:21; Êx 15:1; Dt 1:30; 20:4

É um tanto irônico que Balaque, enfrentando o que acreditava ser um inimigo invencível, buscasse a ajuda de um profeta do Deus do próprio povo que ele queria ver amaldiçoado e derrotado. Se ele percebeu o que estava fazendo, não sabemos; mas, sob nossa perspectiva, é evidente que, desde o começo, os planos de Balaque estavam condenados ao fracasso. Também se pode pensar por que ele não buscou um de seus próprios homens santos locais para implorar aos deuses moabitas que os defendessem contra Israel. Em vez disso, ele chamou um profeta do Deus verdadeiro. Talvez a chave para isto seja encontrada em Números 22:6: "Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois é mais poderoso do que eu; para ver se o poderei ferir e lançar fora da terra, porque sei que a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado."

Pergunte a si mesmo quanto você realmente procura depender de Deus, e quanto você confia em si mesmo, seu dinheiro, seu emprego, seus talentos ou outra coisa qualquer. Como você pode afastar os olhos dessas coisas e pô-los no Senhor? Por que isso é naturalmente difícil de fazer? Veja 1Co 2:14.


Segunda

Ano Bíblico: Gl 1–3

Balaão

Quem era esse Balaão? "Balaão já havia sido um bom homem e profeta de Deus; mas havia caído em apostasia e se entregara à cobiça; todavia professava ainda ser servo do Altíssimo. Não ignorava a obra de Deus em prol de Israel; e quando os enviados comunicaram sua mensagem, bem sabia que era seu dever recusar as recompensas de Balaque e despedir os embaixadores. Mas se arriscou a contemporizar com a tentação" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 439).

3. Aparentemente, Balaão estava se mantendo firme ao lado do Senhor. Porém, se lermos cuidadosamente, que sugestões temos de que ele estava brincando com a tentação? Nm 22:7-21

Balaão insistiu com os mensageiros para que permanecessem com ele naquela noite, declarando que não daria nenhuma resposta decisiva até pedir o conselho do Senhor. Balaão deve ter percebido que suas maldições não atingiriam Israel, pois ele conhecia ou, pelo menos, havia conhecido, o Senhor. Ele realmente não precisava pedir ao Senhor; talvez ele tenha feito isso esperando que houvesse outra resposta. De toda maneira, pedindo que eles ficassem quando devia tê-los despedido imediatamente, ele se abriu para a tentação.

Note o que aconteceu no segundo convite, quando os homens lhe prometeram ainda mais recompensas. Deus havia dito: "Se aqueles homens vieram chamar-te" ele poderia ir, desde que falasse só o que Deus dissesse (v. 20). Mas de manhã cedo – antes que os príncipes pudessem dizer qualquer coisa – Balaão selou sua jumenta e se foi com o embaixadores de Moabe. Em outras palavras, apesar de toda a pretensão de fidelidade e suas alegações de não poder ser comprado por preço nenhum, ele estava ansioso para conseguir todo o dinheiro que lhe era oferecido.


Terça

Ano Bíblico: Gl 4–6

Confronto sobrenatural

Determinado em seu coração a conseguir as recompensas que o rei lhe oferecia, Balaão partiu com os homens em direção a Moabe. Apesar de toda profissão de fidelidade de Balaão, em que ele até poderia ter acreditado, o Senhor sabia o que estava acontecendo no coração do homem e correspondeu a ele.

4. Leia Números 22:22-34 e responda às seguintes perguntas:

a. Que significado simbólico existe no fato de que o animal mudo podia ver o anjo do Senhor e Balaão, suposto profeta de Deus, não podia? Veja Sf 1:17; Mt 15:14; Ap 3:17

b. Leia a primeira resposta de Balaão à jumenta depois que esta falou com ele. Pense no que estava acontecendo. Que resposta irracional de Balaão revela a verdadeira natureza de seu coração e seu desejo de obter riqueza? Afinal, o que a maioria das pessoas faria se um animal começasse a conversar com elas?

c. Como esta história revela a graça de Deus, mesmo para Balaão, apesar de seu curso de ação?

Muito já se escreveu ao longo dos séculos a respeito dessa história, uma das mais estranhas da Bíblia. Diferentes comentaristas oferecem diferentes interpretações. No entanto, um ponto parece claro: Balaão tinha uma ligação especial com o Senhor. Afinal, o Senhor falava com ele de maneira íntima. Mas, apesar desse relacionamento, Balaão estava determinado a fazer o que ele próprio queria.

Você se acha lutando contra o Senhor, mesmo que seja da maneira mais sutil? Isto é, você está determinado a fazer o que quer, embora saiba que não é o que Deus quer? Como você pode vencer essa atitude perigosa?


Quarta

Ano Bíblico: Ef 1–3

"A morte dos justos"

Depois do incidente com a jumenta, Balaão foi à presença de Balaque. É interessante notar que Balaque levou Balaão "aos altos de Baal" (Nm 22:41, ARC). Ao que parece, os pagãos do Oriente Médio construíam seus santuários no topo das montanhas para estar mais próximos aos deuses a quem desejavam influenciar. Balaão pediu que o rei construísse ali sete altares e sobre eles oferecesse sete bois e sete carneiros.

5. Leia as palavras que Balaão, controlado por Deus, falou sobre os filhos de Israel. Que poderosa mensagem e promessa é encontrada nessa profecia? Que esperança nelas é também oferecida a nós todos? Nm 23:5-10; veja também 1Co 15.

"Viu-os amparados pelo Seu braço, ao entrarem no escuro vale da sombra da morte. E viu-os saírem de seus túmulos, coroados de glória, honra e imortalidade. Contemplou os resgatados se regozijando nas glórias imarcescíveis da Terra renovada. Olhando para esta cena, exclamou: 'Quem contará o pó de Jacó, e o número da quarta parte de Israel?' E, ao ver a coroa de glória em cada fronte, a alegria irradiando de cada semblante, e olhando para aquela vida intérmina de pura felicidade, proferiu a solene oração: 'A minha alma morra a morte do justo, e seja o meu fim como o seu'" (Nm 23:10; Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 447).

6. Que significa morrer a morte "dos justos"? Qual é a única forma em que podemos morrer assim? Rm 3:20-24

De certo modo, estas palavras pronunciadas por Deus sobre Seu antigo povo refletem a promessa evangélica a todo o povo de Deus em todas as eras, a promessa da vida eterna por causa da justiça de Jesus. Nenhum de nós é justo; nenhum de nós vive ou morre por si mesmo com justiça suficiente para nos livrar da sepultura. Só a justiça de Jesus, atribuída pela fé, pode fazer isso. Aqui, no livro de Números, com a história de Balaão, Deus nos revela a promessa de salvação por meio de Jesus.


Quinta

Ano Bíblico: Ef 4–6

Estrela e cetro

Imagine a surpresa do rei quando Balaão começou a abençoar Israel! Embora zangado, o rei ainda não estava pronto para desistir. Levou o profeta ao cimo de outra montanha, de onde ele pudesse ver só uma pequena parte de Israel, edificou outros sete altares e ofereceu novamente bois e carneiros. Balaão "não foi esta vez, como antes, ao encontro de agouros" (Nm 24:1). Mas, novamente, em vez de Balaque obter a maldição pela qual estava disposto a pagar, Balaão – sob o controle de Deus – pronunciou outra bênção sobre Israel. Uma terceira vez, Balaque providenciou sete altares e seus sacrifícios em outro cume, mas Balaão sabia que era inútil pedir permissão a Deus para usar magia sobre Israel. Observando o acampamento de Israel desse terceiro ângulo, ele novamente abençoou a nação (Nm 23:27-30; Nm 24:1-10), e Balaque o enviou de volta envergonhado por ser incapaz de amaldiçoar Israel.

7. Leia a profecia de Balaão em Números 24:15-17. De que tratava essa profecia, e como se cumpriu? Gn 49:10; Mt 2:1, 2

"Buscando mais claro entendimento, [os sábios] se voltaram para as Escrituras dos hebreus. ... Balaão pertencia aos magos, conquanto fosse em tempos profeta de Deus; pelo Espírito Santo predissera a prosperidade de Israel, e o aparecimento do Messias; ... A profecia de Balaão declarara: 'Uma Estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel' (Nm 24:17) ... Teria acaso sido enviada essa singular estrela como precursora do Prometido?'" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 59, 60).

Por muito tempo, os estudiosos da Bíblia viram nestas palavras uma predição messiânica, referindo-se ao Redentor vindouro, Jesus. A imagem de um cetro (poder) e de uma estrela (luz) são símbolos apropriados de Jesus. Embora, no momento da profecia em si, o Senhor tenha usado símbolos locais, que teriam significado para aqueles que a ouviram naquele tempo, o princípio por trás da profecia – de poder e da vitória de Cristo – se aplicam ao mundo todo. Jesus é a luz do mundo e seu proprietário legítimo, e não importa quais sejam os planos humanos, no fim, o mundo inteiro O verá prevalecer (Veja Is 45:23; Rm 14:11; Fp 2:10).

Embora no mundo haja muita injustiça, temos a promessa de que Deus prevalecerá, e que o mesmo ocorrerá também com a justiça. Como essa promessa o ajuda a lidar com toda a injustiça que vê agora?


Sexta

Ano Bíblico: Filipenses

Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 438-452: "Balaão"; O Maior Discurso de Cristo, p. 17-44: "As Bem-aventuranças"; p. 45-58: "A Espiritualidade da Lei".

"Aquele que maltrata os animais porque os tem em seu poder é tão covarde quanto tirano. A disposição para causar dor, quer seja ao nosso semelhante quer aos seres irracionais, é satânica. Muitos não compreendem que sua crueldade haja de ser conhecida, porque os pobres animais mudos não a podem revelar. Mas, se os olhos desses homens pudessem se abrir como os de Balaão, veriam um anjo de Deus, em pé, como testemunha, para atestar contra eles no tribunal celestial. Um relatório sobe ao Céu, e aproxima-se o dia em que se pronunciará juízo contra os que maltratam as criaturas de Deus" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 443).

Perguntas para reflexão
1. Que outras lições espirituais podemos tirar da história de Balaão? Por exemplo: O que ela ensina sobre a soberania de Deus, sobre o livre-arbítrio humano e a providência de Deus, ou sobre a pecaminosidade humana?
2. Pense mais nessa ideia da "morte dos justos". Se você morresse hoje, seria uma "morte de justo"? Justifique sua resposta.
4. Leia Judas 11 e Apocalipse 2:14, que, além dos versos que já vimos em 2 Pedro, são as únicas outras referências do Novo Testamento a Balaão. O que podemos aprender deles para melhor entender onde Balaão se perdeu?

Resumo: O relato da tentativa de Balaão de amaldiçoar Israel em troca de riquezas e honra destaca sua cobiça e desmesurada ganância. O décimo mandamento nos adverte contra esta característica humana pecaminosa. Nenhum de nós é imune a essa tendência nem de outras inclinações ao pecado, que, se não forem vencidas, podem levar à ruína final. É importante aprender dos enganos de Balaão.

Respostas Sugestivas:

Pergunta 1: Pelas maravilhas que Deus havia feito em seu favor.
Pergunta 2: De chamar um profeta israelita para amaldiçoar seu povo e, mais que isto, de afrontar o seu Deus.
Pergunta 3: Não rejeitou de pronto o suborno dos enviados moabitas.
Pergunta 4: a. Balaão era vidente, mas via menos que sua jumenta...; b. Deus estava tentando mostrar a Balão que havia algo maior que a razão humana naquele negócio; c. Sentiu-se zombado pela jumenta a ponto de desejar matá-la.
Pergunta 5: Deus estava no controle em favor de Seu povo. Encantamentos e feitiços não são maiores que a vontade de Deus.
Pergunta 6: Ter os pecados perdoados e estar em plena confiança na justiça de Cristo.
Pergunta 7: Da vinda do Messias e Seu nascimento.