Bem, o estudo da formação do cânon bíblico é apaixonante e profundo, havendo livros especializados e extensos trabalhos que expõem a questão.
Tais obras são de caráter variado, havendo autores conservadores, que crêem na inspiração bíblica completa, bem como modernistas que entendem ser a Bíblia uma coleção de histórias folclóricas tradicionais de Israel, compostas muitos séculos após terem acontecido os episódios descritos.
Resumindo bastante o que se poderia expor a respeito, diríamos que os livros canônicos do Velho Testamento (ou seja, os escritos considerados inspirados por Deus) foram reunidos por Esdras e Neemias após o retorno do cativeiro babilônico no quinto século antes de Cristo.
Isso é confirmado por Flávio Josefo, historiador judaico que viveu no primeiro século, e pela tradição israelita.
A existência da tradução dos escritos do Velho Testamento na língua grega, conhecida por Septuaginta, que circulava nos dias de Cristo e dos apóstolos, prova que já havia um cânon no Velho Testamento desde o terceiro século antes de Cristo, quando foi produzida.
Quanto ao Novo Testamento, baseado nos relatos dos Evangelhos, dos Atos dos Apóstolos e no texto de várias cartas apostólicas, além do Apocalipse, seu cânon constituiu um desenvolvimento gradual num período de quatro séculos.
Homens dirigidos por Deus reconheciam que certas obras haviam sido inspiradas pelo Alto, enquanto outras eram rejeitadas, ao longo de concílios cristãos e detido exame do conteúdo de cada livro.
Muitos escritos atribuídos a apóstolos ou compostos nos primeiros séculos da Era Cristã foram rejeitados por não darem evidência de inspiração ou não terem sido escritos em período equivalente ao da vida dos apóstolos.
FONTE: http://www.novotempo.org.br/radio/interno.asp?ARS=vocepergunta_perguntasok&VCP_Codigo=00000704