quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A VERDADE SOBRE A FESTIVIDADE DO NATAL E A DATA DE NASCIMENTO DE JESUS CRISTO - E-mail recebido de Dilmar de Oliveira Santos - PARTE 10

Naqueles dias o avanço dos cristãos começou a ameaçar o paganismo. Então, Satanás usou a tática de unir todas as forças na luta contra a Verdade (semelhantemente ao que fez ao instigar a construção da Torre de Babel) - e uniu os pontos em comum das religiões pagãs, para manter os rituais e os segredos das iniciações - consideradas abominações diante de Deus. E, ao invés de atacar frontalmente a igreja do Senhor Jesus, procurou aliciar, enganar e infiltrar as doutrinas de iniciação aos mistérios para dentro da igreja. Um dos resultados disso foi o catolicismo romano.

Concluímos, portanto, que ao se estabelecer essa data comemorativa o objetivo principal não era dar honras e glórias a Jesus e sim aos deuses do paganismo.

Mas para que o plano desse certo, apareceu o Imperador romano Constantino (313-337 d.C.), usando uma nova maneira de abordar os cristãos. Segundo uma lenda, antes da batalha de Mexêncio, ele teve uma visão da cruz contra o sol, e uma mensagem que dizia, "com este sinal vencerás". Constantino era adorador do deus Sol e na sua visão foi o sol que falou com ele (e não Jesus). Conseguindo a vitória, Constantino, aparentemente, apoiou os cristãos e decretou o Édito de Milão em 313, dando liberdade de culto aos cristãos e trocando, dessa forma, a perseguição pela tolerância tão desejada.

Mas também "estava resolvido a recompensar a religião de seu novo patrono de maneira digna de um Imperador Romano". Concedeu privilégios e doou grandes somas de dinheiro às igrejas cristãs de todas as municipalidades.

Constantino "legalizou" o cristianismo perante o mundo pagão e "os sacerdotes cristãos tiveram direito à mesma isenção fiscal concedida aos de outras religiões". Na verdade, ele igualou o "cristianismo" com o paganismo (ecumenismo). E realmente foi uma boa estratégia. Os cristãos, antes cruelmente perseguidos, agora, receberam do imperador a liberdade de culto, e passaram a enfrentar um novo problema: a interferência do Estado na Igreja. Constantino comprou os sacerdotes romanos, conseguiu aliciar, e de fato - governou a igreja de Roma, e introduziu nela os ritos pagãos.

Como adorador do Sol, não resta dúvida a sua influência: ele fez do dia 25 de dezembro uma festa cristã, para que se celebrasse o nascimento de Cristo. Ele fez da festa de Mitra, Baal, Osíris, Apolo e outros deuses abomináveis, a festa do nascimento de Cristo - Uma forma de sincretismo religioso (religião ecumênica).

A New Schaff-herzog Enciclopedia of Religious Knowledge (Enciclopédia de conhecimentos religiosos) registra que atividades pagãs, como a Saturnália, estavam "profundamente arraigadas nos costumes populares para serem abandonadas pela influência cristã". Segundo a Enciclopédia Americana, edição 1944, "o costume cristão, em geral, era celebrar a morte de pessoas importantes, em vez do nascimento". Mesmo hoje, a Igreja Romana considera a morte e ressurreição os momentos determinantes de salvação da humanidade - o sacrifício do Cristo -, e não o natalício. Mas como o costume pagão de festejar o solstício era forte demais para ser debelado, as autoridades religiosas optaram por festejarem o nascimento de Jesus. A maior parte dos historiadores afirma que o primeiro Natal cristão "oficial" foi celebrado no ano 336 d.C. pela Igreja ocidental, à época do imperador romano cristão Flávius Valérius Constantinus (274-337). Mas só depois do século V a Igreja oriental adotou a celebração. Pregadores cristãos do ocidente e do Oriente próximo protestaram contra a irreverência com que se celebrava o nascimento de Cristo e os cristãos da Mesopotâmia acusavam os irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao Sol, por aceitarem como cristã a festividade pagã. Sírios e armênios acreditavam que Jesus teria nascido em 6 de janeiro e que os romanos, idólatras e adoradores do Sol, anteciparam a festa para 25 de dezembro.

Essa data tem a ver com a festividade da brunária pagã (25 de dezembro), que seguia a Saturnália (17-24 de dezembro) celebrando o dia mais curto do ano e o e o nascimento do "Novo Sol"...  Estas festividades pagãs eram acompanhadas de bebedices e orgias...

As civilizações gregas e romanas introduziram nos seus costumes as celebrações saturnais, que consistiam em festejos dedicados ao deus-sol, denominados NATAALIS SOLIS INVICTI, ou seja: "o nascimento do sol invencível".

Celebrado de forma semelhante à dos persas, no solstício do Inverno, este ritual tinha a ver com o fato de o período do dia diminuir em relação ao da noite até 24 de Dezembro (do calendário atual) e daí em diante começa a aumentar até ao mês de Julho.

Os festejos iam do dia 17 de Dezembro até ao dia 24, e neles o povo entregava-se às mais incríveis depravações: grandes orgias, danças, em flagrante loucura, não havendo qualquer respeito humano.

Estas festividades pagãs estavam profundamente amigadas nos costumes populares, para serem abandonadas pela influência "cristã" oficial. Como eram acompanhadas de orgias, agradavam tanto, que os "cristãos oficiais de Roma" viram com agrado uma desculpa para continuarem a celebrá-la sem grandes alterações no espírito e na forma.

Qual seria a data correta do nascimento de Jesus Cristo? A questão não é tão simples, pois nos registros bíblicos consta a contagem de tempo pelo tempo de duração dos mandatos, reinados ou impérios dos imperadores romanos (os quais costumavam aumentar a quantidade de meses e dias do ano para durarem mais tempo no poder), pelos aniversários de fundação das cidades romanas, pela suposta data de nascimento de Cristo, por um calendário diferente do qual usamos atualmente, há, ainda, as implicações das diferenças de início e fim do dia e da noite e das diferenças de quantidade de dias e de meses do ano entre os calendários, ainda mais que estes valores oscilam frequentemente, somando-se ao fato de que a data de inicio do ano é diferente em alguns calendários e, mesmo assim, esta foi modificada várias vezes no decorrer dos séculos, como também mudaram alguns meses de lugar/ordem e ora acrescentaram, ora excluíram alguns meses do calendário,  etc., além do que tivemos o nosso calendário modificado, corrigido, alterado, reformado várias vezes, ora suprimindo, ora aumentando a quantidade de dias; ora alterando o ano para frente, ora para trás; etc. Assim fica-se complicado responder, com convicção e certeza, a simples pergunta: "que dia Jesus Cristo nasceu?" em razão da resposta ser mecânica e condicionada por uma mera presunção convencionada ou imposta pelos governantes; que nem todos os calendários estão padronizados e que em questões históricas a conversão de calendários não é algo relativamente simples. Somente socorrendo-se à astronomia, em razão da estrela que guiou os reis magos, é que se consegue determinar com exatidão a data do nascimento de Jesus Cristo e a data de sua crucificação, em razão do eclipse ocorrido (Mt 27:45, Lc 23:44, Mc 15:33), somando-de, ainda, nesse caso, a questão do terremoto ocorrido (Mt 27:52-53 e 28:1).

Existem vários calendários, os quais foram sendo usados concomitantemente, alternadamente, substituídos e "corrigidos" no decorrer dos séculos.

Em geral os Calendários se baseiam nos ciclos do Sol e/ou da Lua, que são os objetos celestes que mais chamam a atenção do homem. Existem algumas exceções como o Calendário dos Maias (2.000 a 1.500 AC) que além da Lua e do Sol, baseava-se também no planeta Vênus. O caminho diário do Sol no céu muda em ciclos. Esses ciclos também poderiam ter sido observados, pela primeira vez, através do movimento do Sol em relação ás estrelas. Temos aí o "ano".  Seria muito simples (e quem sabe, definitivo!) fazer um Calendário se os ciclos que determinam o ano (translação da Terra em torno do Sol) e o mês lunar (translação da Lua em torno da Terra) compreendessem um número inteiro de dias (rotação da Terra em torno de seu próprio eixo) e fossem perfeitamente comensuráveis entre si. Pra complicar mais as coisas, a duração desses ciclos oscila constantemente em torno de uma média que também varia ao longo dos séculos.

Existem indícios que mesmo em eras pré-históricas, alguns homens já se preocupavam em marcar o tempo. Na Europa, há 20.000 anos, caçadores escavavam pequenos orifícios e riscavam traços em pedaços de ossos e madeira, possivelmente contando os dias entre fases da Lua.

Há 5.000 anos, os Sumérios tinham um Calendário bem parecido com o nosso, com um ano dividido em 12 meses de 30 dias, o dia em 12 períodos e cada um desses períodos em 30 partes.

Há 4.000 anos, na Babilônia, havia um calendário com um ano de 12 meses lunares que se  alternavam em 29 e 30 dias, num total de 354 dias.

Os egípcios inicialmente fizeram um calendário baseado nos ciclos lunares, mas depois notaram que quando o Sol se aproximava da "Estrela do Cão" (Sírius), estava próximo de o Nilo inundar. Notaram que isso acontecia em ciclos de 365 dias. Com base nesse conhecimento eles fizeram um Calendário com um ano de 365 dias, possivelmente inaugurado em 4.236 AC. Essa é a primeira data registrada na história.

Quando Cabral chegou por aqui, encontrou os nossos índios medindo o tempo pelos ciclos lunares.  O Francês Paulmier de Gonneville na sua viagem ao Brasil em 1503-1504 teria levado no seu retorno à França, o filho do chefe dos Carijós, com a promessa de trazê-lo de volta no prazo de 20 Luas (Livro: Vinte Luas; autor: Leyla Perrone-Moisés; editora: Companhia das Letras).

O dia solar, verdadeiro intervalo de tempo entre duas passagens consecutivas do Sol pelo meridiano dum lugar, varia entre 23h59m39s e 24h00m30s. Estas variações, devidas às desigualdades que afetam a ascensão reta do Sol, obrigam-nos a utilizar um dia civil, com a duração de 24 horas. Este dia, definido em função do dia solar médio, começa à meia-noite e termina à meia-noite seguinte.

A lunação, intervalo de tempo entro duas conjunções consecutivas da Lua com o Sol, também não é um valor constante, mas varia entre 29 dias e 6 horas e 29 dias e 20 horas. O seu valor médio, conhecido com grande precisão, é de 29 d 12 h 44 m 02,8 s. A revolução sinódica da Lua está na origem dos calendários lunares, em que os meses têm alternadamente 29 dias e 30 dias. O seu valor médio é, portanto, de 29,5 dias, diferindo 44 m do mês sinódico.

O ano sideral, duração da revolução da Terra em torno do Sol com relação às estrelas, é igual a 365,2564 dias solares médios ou 365 d 06 h 09 m 09,8 s. É este ano que intervém na terceira lei de Kepler da mecânica celeste, ao ligar as durações das revoluções dos planetas com os eixos maiores das órbitas.

O ano tropical, tempo decorrido entre duas passagens consecutivas do Sol médio pelo ponto vernal (com relação ao Equinócio Vernal, isto é, com relação ao início das estações), é atualmente de 365,2422 dias solares médios ou 365 d 05 h 48 m 45,3 s. É mais curto do que o ano sideral, devido à precessão dos equinócios, que faz retrogradar o ponto vernal de 50,24 segundos de arco por ano. É o ano trópico que regula o retorno das estações e que intervém nos calendários solares. Devido ao movimento de precessão da terra, o ano tropical é levemente menor do que o ano sideral. O calendário se baseia no ano tropical. O "ano tropical" é assim definido a partir do posicionamento do caminho diário do Sol no céu e equivale ao ciclo das estações. Atualmente corresponde a 365,242190 dias, mas ele varia. Em 1900 correspondia a 365,242196 dias e em 2100 corresponderá a 365,242184 dias.

 Esses números, entretanto, são médios. Devido à influência de forças gravitacionais de outros planetas, a duração de um ano tropical, em particular, pode variar por vários minutos em relação a essa média. O tempo decorrido entre duas Luas Novas é chamado de "mês sinódico" e atualmente corresponde a 29,5305889 dias; mas ele também varia. Em 1900 correspondia a 29,5305886 dias e em 2100 corresponderá a 29,5305891 dias.

Também aqui estamos falando de médias. O tempo decorrido entre duas Luas Novas pode variar por várias horas devido a uma série de fatores, tais como a inclinação orbital da Lua. Como o ano tropical não corresponde a um múltiplo inteiro do mês sinódico, não podemos ter um Calendário que mantenha uma relação intrínseca entre os seus dias e o posicionamento do Sol no céu (Calendário Solar) ao mesmo tempo em que mantém essa mesma relação entre os seus dias e o posicionamento da Lua no céu (Calendário Lunar).

 Entretanto, 19 anos tropicais correspondem a 234,997 meses sinódicos (quase um número inteiro). Assim sendo, em um Calendário Solar como o nosso (dito cristão), a cada 19 anos as fases da Lua se repetem nas mesmas datas.

Na atualidade existem aproximadamente 40 Calendários sem uso no mundo, que podem ser classificados em três tipos básicos:

1) O Calendário solar surgiu entre as populações agrícolas. É baseado no tempo real gasto pela Terra para completar uma volta completa ao redor do Sol (movimento de translação = movimento da Terra em torno do Sol). Os meses não têm conexão com o movimento da Lua. O ano solar, também chamado de tropical, tem 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. A soma das seis horas (arredondamento de 5h48m46s) que sobram a cada ano resulta no ano bissexto a cada quatro anos, quando o mês de fevereiro tem um dia a mais. Assim, possui anos de 365 ou 366 dias divididos em 12 meses. No calendário gregoriano, usado pelos governos da maioria dos países, não são bissextos os anos seculares, ou seja, o último de cada século. A exceção são os divisíveis por 400, como o ano 2000. Exemplo: Calendário "Cristão".

Os egípcios foram o primeiro povo a usar o calendário solar, embora os seus 12 meses, de trinta dias, fossem de origem lunar. O calendário instituído em Roma, por Júlio César, reformado mais tarde pelo papa Gregório XIII e atualmente adotado por quase todos os povos, é do tipo solar, e suas origens remontam ao Egito.

O calendário solar segue unicamente o curso aparente do Sol, fazendo coincidir, com maior ou menor precisão, o ano solar com o civil, de forma que as estações recaiam todos os anos nas mesmas datas.

2) O Calendário lunar nasceu entre os povos de vida nômade ou pastoril e os babilônicos foram os primeiros, na antiguidade, a utilizá-lo. Os hebreus, gregos e romanos também dele se serviram. Com Júlio César, Roma adotou um calendário solar que predominou entre as populações agrícolas.

A base do calendário lunar é o movimento da Lua (fases da Lua) em torno da Terra, isto é, o mês lunar sinódico, que é o intervalo de tempo entre duas conjunções da Lua e do Sol. O dia começa com o pôr-do-sol. O ano não tem conexão com o movimento da Terra em torno do Sol. O ano é composto de 12 lunações de 29 dias e 12 horas (ou seja, meses de 29 e 30 dias intercalados), num total de 354 ou 355 dias.

Como a sua duração é de 29 dias 12 horas 44 minutos e 2,8 segundos, o ano lunar (cuja denominação é imprópria) de 12 meses abrangerá 254 dias 8 horas 48 minutos e 36 segundos. Os anos lunares têm que ser regulados periodicamente, para que o início do ano corresponda sempre a uma lua nova. Como uma revolução sinódica da Lua não é igual a um número inteiro de dias, e os meses devem também começar com uma lua nova, esse momento inicial não se dá sempre numa mesma hora. Por sua vez, na antiguidade, e mesmo depois, houve freqüentes erros de observação desse início.

Para que os meses compreendessem números inteiros de dias, convencionou-se, desde cedo, o emprego de meses alternados de 29 e 30 dias. Mas como o mês lunar médio resultante é de 29 dias e 12 horas, isto é mais curto 44 minutos e 2,8 segundos do que o sinódico, adicionou-se, a partir de certo tempo, um dia a cada trinta meses, com a finalidade de evitar uma derivação das fases lunares. Por outro lado, como o ano lunar era de 354 dias, observou-se que havia uma defasagem rápida entre o início do mesmo e o das estações. Procurou-se eliminar essa diferença, intercalando-se periodicamente um mês complementar, o que originou os anos lunissolares.

O calendário muçulmano é o único puramente lunar ainda em uso. Note que os meses de um Calendário Lunar, como o Islâmico, sistematicamente vão se afastando dos meses de um Calendário Solar, como o nosso (dito Cristão).

3) Calendário Lunissolar. Os anos estão relacionados com o movimento da Terra em torno do Sol e os meses com o movimento da Lua em torno da Terra. Exemplo: Calendário Hebreu, judaico ou de Israel. O Calendário Hebreu possui uma seqüência de meses baseada nas fases da Lua, mas de tempos em tempos um mês inteiro é intercalado para o Calendário se manter em fase com o ano tropical.

Assim, baseia-se o calendário lunissolar no mês lunar, mas procura fazer concordar o ano lunar com o solar, por meio da intercalação periódica de um mês a mais. O mês é determinado em função da revolução sinódica da Lua, fazendo começar o ano com o início da lunação. Para que a entrada das estações se efetue em datas fixas, acrescenta-se um mês suplementar, no fim de certo número de anos, que formam um ciclo. Os babilônicos, chineses, assírios, gregos e hindus utilizaram calendários lunissolares. Atualmente, os judeus - que adotaram o calendário babilônico na época do exílio - e os cristãos se valem desse sistema para determinar a data da Páscoa.

O protótipo atual de calendário lunar é o calendário islâmico; do calendário solar é o calendário gregoriano (versão atual do dito calendário cristão); e o do calendário luni-solar é o calendário israelita.

Em suma, o calendário dito cristão é solar e o judaico lunar (Luach). Por ser solar, o calendário dito cristão torna-se bissexto a cada quatro anos. O calendário judaico, diferentemente do gregoriano, está baseado no movimento lunar, quando cada mês (com 29 ou 30 dias) se inicia com a lua nova. Se comparado com o calendário gregoriano, temos em um ano solar 12,4 meses lunares, ocorrendo uma diferença a cada ano de aproximadamente 11 dias. Para compensar essa diferença, a cada ciclo de 19 anos acrescenta-se um mês inteiro (Adar II), o ano de 13 meses ou embolísmico.

Definição e início do dia e da noite: Nos calendários lunares e lunissolares o dia tem sempre início com o pôr-do-sol, como ocorre ainda hoje, nos calendários judeu e muçulmano. No calendário solar, o dia começa com a saída do Sol, como no antigo Egito. Na Mesopotâmia o dia, para as observações astronômicas, começava à meia-noite, embora o calendário usual partisse do anoitecer. Os chineses e romanos adotaram também a meia-noite para o início do dia, uso que é seguido pelo calendário gregoriano (atual versão do dito calendário cristão).

Convém esclarecer que até 1925 o tempo solar médio era contado em astronomia a partir do meio-dia, para que as observações noturnas caíssem sempre dentro do mesmo dia e não a partir da meia-noite, como é usual no tempo civil. O dia solar médio era então chamado dia astronômico. A partir de 1925, por acordo internacional, os dias solares médios passaram a contar-se com início à meia-noite tanto em astronomia como na vida civil e a designação de dia astronômico caiu em desuso. Mas os dias do período juliano, que começaram a contar-se de meio-dia a meio-dia segundo o uso astronômico da época, continuam a contar-se da mesma maneira, por razões óbvias de continuidade da escala.

Paralelamente a esse sistema, flui o conceito de "semana", em que os dias estão agrupados em conjuntos de sete. Esses conjuntos vão se sucedendo sem manter relação direta com a Lua, o Sol ou qualquer outro astro. O conceito de semana surgiu da necessidade religiosa de se homenagear cada uma das sete divindades astronômicas então conhecidas (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) comum dia diferente para cada.

No Império Romano, a astrologia acabou introduzindo, no uso popular, a semana de sete dias (septimana, isto é, sete manhãs, de origem babilônica). Os nomes orientais foram substituídos pelos latinos, do Sol, da Lua e de deuses equiparados aos babilônicos. Por influência romana, os povos germânicos adotaram a semana, substituindo, por sua vez, os nomes das divindades latinas por aqueles das suas, com que mais se assemelhavam, exceção feita de Saturno, cujo nome se limitaram a adaptar.

Com a Igreja Católica, o nome do dia do Sol passou de Solis dies a Dominica (dia do Senhor, Dominus) e o Saturni dies (dia de Saturno) foi substituído por Sabbatum, dia do descanso (santificado). As línguas romanas, com exceção do português, conservaram as formas derivadas dos antigos nomes latinos, com essas alterações.

"A substituição do sábado pelo domingo, (em inglês sunday, isto é, dia do sol) foi feita para agradar aos pagãos adoradores do sol. E a influência do maniqueísmo, que identificava o Filho de Deus com o sol físico, proporcionou a esses pagãos do século 4º, agora convertidos em massa ao cristianismo, o pretexto necessário para chamar á sua festividade pagã de 25 de Dezembro o dia de nascimento do «filho de Deus»". (in Enciclopédica de Conhecimentos Religiosos. Schaff - Heazog). Assim quando dizem que "Domingo é dia de Deus ou do Senhor" não estão se referindo a Jesus Cristo, mas sim aos deuses pagãos, vez que as Escrituras dizem que o Sábado que é o dia do Senhor Jesus Cristo (Êxodo 16:23, Mateus 12:8).

O português adotou integralmente a nomenclatura hebdomadária do latim litúrgico cristão, que designou os dias compreendidos entre o domingo e o sábado por sua sucessão ordinal depois do primeiro dia da semana.

No grego moderno prevaleceu prática semelhante. Em várias línguas germânicas, a cristianização dos respectivos povos acarretou a substituição do dia de Saturno pelo de véspera do domingo (Sonnabend ou Samstag, alemão) ou, ainda, dia do Senhor (Lördag, sueco).

O domingo conservou o nome de dia do Sol. Em algumas línguas germânicas, o antigo dia de Odin tornou-se o de meio da semana (Mittwoch, alemão), que corresponde à quarta-feira.

Os similares germânicos de Marte, Mercúrio, Jove (Júpiter) e Vênus eram, respectivamente, Ziu ou Tiwaz ou Tyr; Wodan ou Odin; Thor ou Donar; Frija ou Frigg ou Freya.

Domingo: dia do Senhor. Dedicado ao Sol. O astro-rei era tudo para o homem primitivo: espantava as trevas, aquecia os corpos, amadurecia as colheitas. Enfim, o Sol era Deus; daí a designação de Dia do Senhor entre os latinos.

Segunda-feira: dia da Lua. Depois do Sol e sempre no céu, a Lua era a impressão mais forte recebida pelo homem. Influía nas marés, no plantio, no corte das madeiras, talvez mesmo no nascimento das crianças. Daí a atribuir-lhe um dia da semana.

Terça-feira: dia de Marte. Na escala dos poderes que governavam os céus, as trevas e os seres humanos, Marte pontificava. Era o senhor da guerra e, portanto, dos destinos das nações e dos povos. A sua influência era tão grande que, inclusive, no calendário romano lhe foi destinado um mês (Março).

Quarta-feira: dia de Mercúrio. Era o deus do comércio, dos viajantes e dos... ladrões! Mensageiro e arauto de Júpiter, protegia os comerciantes e os seus negócios; dada a importância que estas criaturas tiveram em todos os tempos e em todos os lugares, alcançaram para o seu deus a consagração de um dia da semana.

Quinta-feira: dia de Júpiter. Honraria conferida ao pai dos deuses pagãos, comandante dos ventos e das tempestades. Daí a idéia de lhe atribuir um dia da semana, talvez para aplacar a sua fúria.

Sexta-feira: dia de Vênus. Nascida da espuma do mar para distribuir belezas pelo mundo, Vênus representava para os pagãos os ideais da formosura, da harmonia e do amor carnal (sexo). Daí a razão de merecer a homenagem de um dia da semana.

Sábado: dia de Saturno. Saturno, deus especialmente querido dos Romanos, foi despojado, pelo uso e pelo tempo, da homenagem consistente em dar nome a um dia da semana. Em Roma eram celebrados grandes festejos em sua honra as Saturnais realizadas em Dezembro e que se prolongavam por vários dias. Mas a homenagem a Saturno, correspondente a um dia da semana, perdeu-se nas línguas latinas, em que se deu preferência ao termo hebraico Shabbath, que significa repouso, indicado na velha lei judaica como sendo o dia dedicado ao descanso e às orações. Mas a língua inglesa permaneceu fiei ao velho Saturno, chamando ainda ao seu sábado Saturday.

CONTINUA...