sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

LIÇÃO 4 - Paz - Auxiliar Para a Lição da Escola Sabatina - Casa Publicadora Brasileira

A lição em resumo

Texto-chave: Filipenses 4:7

O ALUNO DEVERÁ...

Saber: Ter a confiança de que a paz de Deus mantém e guarda nosso coração e mente.
Sentir: A paz que vem só de Deus.
Fazer: Demonstrar paz nas relações e situações difíceis.

ESBOÇO DO APRENDIZADO
I. Conhecer: A paz de Deus em Cristo

A. A paz que vem de Deus é encontrada na comunhão com Jesus, não no isolamento de Deus. Qual é a relação entre tomar sobre nós Seu jugo e ter paz com Deus?
B. Jesus nos convida a aprender dEle. Qual é a relação entre conhecer sobre Jesus e desfrutar Sua paz?
C. Como a paz em nós pode criar paz nos outros?
D. O texto-chave diz que a paz de Deus nos guarda. Como podemos entender o que significa ser guardado pela paz?

II. Sentir: Paz com Deus

A. Jesus nos deu a paz como uma herança para hoje. Como podemos tomar posse dela em nossas situações de conflito e provocação?

III. Fazer: Fazendo paz

A. Fazer a paz tem muitas dimensões. Como podemos fazer paz com Deus? Uns com os outros? Em nosso coração?
B. Por que a existência da paz em nossa vida é condição essencial para que isso também aconteça na vida de outras pessoas? 
C. Como você descreveria a falta de paz na vida de uma pessoa?

Resumo: Somos guardados e desfrutamos a paz unicamente mediante a comunhão com Jesus. A paz deve existir primeiro em nosso coração, antes de podermos criar a paz nas pessoas de nossos relacionamentos.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual:
 Quando estivermos em paz com Deus – o que se tornou possível por Seu sacrifício, e trouxe nossa reconciliação com Ele – estaremos em paz  com nós mesmos e com os que nos cercam.
Só para os professores: Enfatize que, embora não sejamos por natureza pacíficos, Deus nos deu a disposição de nos tornar pacificadores.

Alguns anos atrás, um dos mais antigos "vídeos virais", que hoje são onipresentes na internet, mostrou dois motoristas em posição de ataque no pátio de um estacionamento. Depois de uma série de manobras dignas das maiores corridas de demolição, o motorista derrotado, esgotado, fugiu, com as rodas guinchando. O quadro final do vídeo mostrava o parachoque traseiro ostentando um adesivo que dizia: "a guerra não é a resposta".

Embora, obviamente, seja um exagero, esse vídeo revela um fato desagradável. Todos queremos a paz, mas somos incapazes de alcançá-la, mesmo em nossas reações mais básicas no mundo ao nosso redor.

Não estamos em paz com nós mesmos nem com os outros porque não estamos em paz com Deus. As boas-novas (ou evangelho) são que, nos últimos dois mil anos, Deus esteve em paz conosco. Tudo o que precisamos fazer é reconhecer isso. Assim, podemos ser os pacificadores que Deus quer que sejamos, espalhando Sua mensagem de reconciliação mediante nossas palavras e exemplo.

Comente: O que significa estar em paz? Como Deus nos dá a paz? Por que temos que trabalhar para ser pacíficos? Comente se a paz é o resultado natural de estar reconciliado com Deus ou se é necessária alguma coisa mais.

Compreensão

Compreensão
Só para os professores:
 Enfatize que seja dentro de nós mesmos, seja em nossas relações com os outros, o que buscamos é descrito mais corretamente como paz. Mas a paz parece ser mais difícil de alcançar que outra coisa qualquer. De acordo com a Bíblia, o que está na raiz de deixarmos de estar em paz? Discuta.

Comentário bíblico

I. Paz no Antigo Testamento
(Recapitule com a classe Is 26:2-4Ez 37:26Dt 28.)

No Antigo Testamento, em quase todas as suas manifestações, a palavra paz é traduzida de shalom. Estapode se referir à paz na vida pessoal, nas relações dentro da sociedade e entre povos e nações e no relacionamento ideal com Deus. A paz era considerada necessária para a saúde e segurança individual e coletiva, bem como à prosperidade econômica, as quais eram consideradas resultado de um relacionamento correto com Deus.

Um exemplo disso pode ser visto em Deuteronômio 28, onde as bênçãos da obediência eram bênçãos essencialmente de paz, enquanto as maldições da desobediência envolviam guerra, rompimento da ordem pessoal, natural, social e caos.

A palavra shalom, e também seus cognatos em outros idiomas semitas da região, também implicava inteireza ou plenitude. Isso a ligava também à saúde, ou, literalmente, "salubridade". Estar em paz significava estar em harmonia consigo mesmo, com os outros e com o ambiente. Por exemplo, em sentido literal, de ausência de guerra, paz significava que a pessoa tinha que estar em "acordo" com seu oponente potencial. A inteireza ou paz corporal significava que o corpo estava "inteiro", que todas as partes trabalhavam juntas para garantir uma condição favorável de saúde e funcionamento.

O fato doloroso é que o povo do Antigo Testamento idealizava a paz e inteireza enquanto só a alcançava rara e transitoriamente. Entre outras coisas, a história de Adão e Eva em Gênesis pode ser considerada uma explicação dos motivos por que a paz era tão escassa e passageira. Naturalmente, era porque o estado original de inteireza e unidade que Deus pretendia para Sua criação foi interrompido pelo primeiro ato de desobediência.

Pense nisto: A ideia de paz está no centro das promessas do Antigo Testamento. Como essas promessas se cumpriram no Novo?

II. Paz no Novo Testamento
(Recapitule com a classe Rm 5:1-1112:18.)

A palavra grega para paz usada pelo Novo Testamento (e pelo Antigo Testamento grego, a Septuaginta) é eirene. Por ser uma palavra grega comum, tinha um significado muito mais limitado que a hebraica shalom, referindo-se apenas à ausência ou cessação literal da guerra ou hostilidade. Mas, na Septuaginta e no Novo Testamento, era usada com os mesmos sentidos da palavra hebraica.

Como no Antigo Testamento, a paz era considerada condição prévia de todas as boas coisas; assim, vemos Jesus seguindo o costume universal do tempo e lugar ao saudar discípulos, seguidores e outros com desejos de paz (Mc 5:34Lc 7:50Jo 20:19-21). Muitas das epístolas de Paulo e outras do Novo Testamento também começam com desejos de paz aos leitores ou ouvintes.

O Novo Testamento deixa explícito o que só está implícito no Antigo Testamento. O Antigo Testamento reconhece claramente que a presença de paz é sinal da presença de Deus (Nm 6:26, por exemplo). O Novo Testamento vai além e reconhece que a falta de paz, típica da experiência humana, é sinal de que a humanidade está literalmente em hostilidade ou guerra contra Deus, de onde se origina toda falta de paz. Vendo que a humanidade não está de maneira nenhuma pronta para tomar a iniciativa, Deus fez o primeiro movimento enviando Seu Filho (Rm 5:1-11). Fazendo paz conosco, Deus nos torna pacíficos e também pacificadores (Rm 12:18). (Adaptado de "Peace in the OT", "Peace in the NT", The Interpreter's Dictionary of the Bible [Nashville: Abingdon Press, 1962], v. 3, p. 704-707).

Pense nisto: Como o Novo Testamento expande e aprofunda o ideal de paz também encontrado no Antigo Testamento? (Veja Mt 5:43, 44.)

Aplicação

Aplicação
Só para os professores: 
Use estas perguntas para desafiar seus alunos a tomar posse do dom espiritual da paz que Deus nos dá e a ser veículos desse dom aos outros.

Perguntas para reflexão

1. Em João 14:27, Jesus diz que a paz que Ele deixa conosco é diferente do que o mundo chama de paz. Em que aspectos é diferente? Por que a paz concedida por Jesus é mais duradoura? Por que a paz concedida por Deus é mais que a ausência de discussão ou conflito?
2. O que significa o fato de que Jesus nos chama para ser pacificadores (Mt 5:9), levando em conta que a paz permanente quase certamente nunca será atingida deste lado do milênio? Como e com quem devemos fazer paz?
3. Como reconciliar essa missão de ser pacificadores com o que Jesus (Mt 10:34) disse especificamente de Si mesmo e de Sua mensagem, que não só seriam causa de conflito, divisão e discussão mas que essa era Sua intenção (por exemplo, Ele disse que não veio trazer paz, mas espada)? Que noção de paz Jesus espera perturbar, e como é diferente da paz que Ele espera nos dar?

Perguntas de aplicação

1. Filipenses 4:7 se refere à "paz de Deus, que excede todo o entendimento" que resulta de aceitarmos Cristo. Mas todos conhecemos pessoas que aceitaram Cristo mas não têm a certeza da salvação. Provavelmente, nós mesmos nos sentimos assim, pelo menos de vez em quando. Como você ajudaria essa pessoa a obter a certeza que traz essa paz?
2. Embora nos seja dito que devemos fazer "todo o possível para viver em paz com todos" (Rm 12:18) como reflexo da paz com Deus e que nos é dada por Ele, existem claramente situações em que não é possível estar em paz, ou pelo menos evitar o confronto com outras pessoas. Sob quais circunstâncias o cristão deve entrar em confronto, e como podemos confrontar e ainda assim continuar sendo pacíficos?

Transformação

Criatividade
Só para os professores:
 Como outros aspectos da vida cristã, o dom da paz é algo que existe dentro de nós; mas, se existir só dentro de nós, será irrelevante. A atividade a seguir pretende dar a seus alunos um meio prático de espalhar a paz e reconciliação em seu círculo imediato de amigos, conhecidos, colegas de trabalho, familiares, membros da igreja, etc.

1. Alguém, em algum lugar, disse: "A paz começa com você", e é verdade. Embora a atitude pacífica não é garantia de que nosso ambiente externo seja pacífico, a falta dessa atitude certamente garante que isso não acontecerá.
2. Peça que a classe mencione maneiras de facilitar a obtenção da paz que Deus tem para nós. Essas podem incluir técnicas proativas (começar o dia de certa maneira, por exemplo), maneiras de lidar com as pessoas ou situações que pressionam na direção contrária à natureza e às nossas inclinações, escolhas de música ou literatura, e assim por diante. Peça aos membros da classe que compartilhem experiências com alguns desses métodos.