Outra resposta ao Pr. Helder Nozima – Parte 1
by leandro.quadros on 26/12/09 at 1:28 am

O pastor Nozima do blog "Reforma e Carisma" afirmou: "será o último texto que pretendo escrever ao professor Leandro Quadros, do "Na Mira da Verdade".". É uma pena que se desista tão facilmente de um bom debate pela falta de argumentos bíblicos. Como disse no meu blog um irmão que foi calvinista (e que hoje partilha da verdadeira alegria de saber que é salvo): "fui presbiteriano por mais de 50 anos de minha vida (estou com 56), e NUNCA VI DISCUTIREM ESSA TESE de uma forma ampla, aberta, e baseando-se na Bíblia. É uma pena.". Concordo com ele.
Mas, vamos aos comentários do pastor, que inclusive quis me dar aulas de jornalismo. Como jornalista que está concluindo uma pós-graduação em jornalismo científico JAMAIS irei me negar a aprender algo sobre o assunto. O problema é que o pastor escreveu com "ares doutorais" e com algumas técnicas de comunicação bem indutivas, que levam o leitor (não atento) a pensar que ele tem autoridade final sobre o assunto e direito de menosprezar um oponente.
A partir de agora, irei me dirigir diretamente a ele. Espero que o debate lhe ajude, amigo (a) leitor (a), a tirar suas próprias conclusões e ver (1) quem apresenta a Bíblia e (2) quais as intenções por trás de cada um de nós.
Pastor Nozima:
Também sou jornalista por formação e o senhor sabe – tanto quanto eu – que produzir textos grandes quanto pequenos é um talento. Compartilho da mesma ideia que o senhor de que textos curtos são mais fáceis de ser lidos (especialmente na Web) e sei que a escrita de ver sem ordem direta: sujeito + verbo + predicado. Uma das últimas matérias que estou cursando em minha pós-graduação trata exatamente disso (Oficina de Redação Jornalística e Multimídia II).
O tamanho dos textos muitas vezes expressa o grau de informação necessária para o público interessado no assunto. E, como o senhor respondeu ao meu artigo em cinco páginas de Word (seu texto também foi grande), decidi fazer o mesmo. Em matéria bíblica, nós jornalistas precisamos sim ser concisos quanto às palavras, mas JAMAIS quanto às Verdades. Jornalistas cristãos que se preocupam com a salvação de pessoas darão a elas todas as informações importantes – mesmo que a característica do veículo seja a sinterização. Se nos sites especializados em jornalismo científico esse princípio é seguido (não da forma religiosa, é claro), será que nós cristãos não devemos fazer o mesmo quando o assunto é a Verdade da Palavra de Deus e a salvação eterna dos outros? Reflita com carinho.
A quantidade de textos
Meu objetivo não foi querer assustar ninguém com o título do meu último artigo. Pelo contrário: quis passar às pessoas a ideia de que o calvinismo defendido pelo senhor e pelo irmão Clóvis não possui embasamento bíblico. E quem leu nossos artigos (veja opiniões no meu blog) percebeu que a doutrina defendida pelo irmão (com 12 textos descontextualizados) não tem cabimento. Os poucos textos bíblicos que apresentou (e li nos seus posts posteriores) são versos que falam da predestinação como eu aceito e NADA têm a ver com a predestinação determinista que, nas palavras do Desembargador Aldemiro, que entrou no blog para comentar sobre o assunto, é uma "doutrina tão absurda e indigna do caráter de Deus". Ele não escreveu isso com autoridade que tem de Desembargador, mas, como um fiel e profundo estudante da Bíblia.
Sua afirmação de que "O importante é a força do argumento, não a quantidade de textos ou o tamanho do artigo" é verdadeiro em parte. Isso por que vários textos bíblicos sobre um mesmo assunto precisam ser considerados para que cheguemos à conclusões corretas ao interpretarmos a Palavra de Deus.
Até o momento, o senhor, além de não refutar os textos bíblicos que apresentei, não respondeu a quase nenhuma das perguntas retóricas e argumentativas que lhe fiz.
Sobre o seu tom no artigo
Não creio que sua forma de me chamar de "ignorante" tenha levado em conta o outro significado do termo. Em suas palavras no restante de todo material isso é visível.
Seria melhor o senhor reconhecer que deixou levar-se pelos sentimentos do que tentar tapar o sol com a peneira. Eu reconheci que não me expressei corretamente em relação ao termo TULIP – tanto que lhe expliquei o que houve. Mas, nesta parte do material parece que o pastor ignorou isso para tentar deixar na mente do público que não conheço o calvinismo.
Conheço o calvinismo e muitos que o abandonaram.
Sobre a publicação de seu comentário, vejo desinformação de sua parte (não usarei o mesmo termo por ter duplo significado). Seu comentário fui publicado no meu blog. Basta conferir o link: http://www.novotempo.org.br/namiradaverdade/wp-admin/edit-comments.php?s=ignor%C3%A2ncia&mode=detail&comment_status=all&pagegen_timestamp=2009-11-11+11%3A49%3A17&_total=3014&_per_page=20&_page=1&action=-1&comment_type=all&action2=-1
Sem falar que divulguei o nome do blog de Clóvis para que todos lessem. Até tenho depoimentos de irmãos que acessaram lá e puderam conferir.
Em um post no Cinco Solas informei o porquê de não ter respondido suas considerações "na hora que o senhor queria": tenho no blog cerca de 1200 pessoas para atender no momento, 300 e-mails de dúvidas para responder, além de produzir programas de rádio e TV que sejam suficientes para os meses de janeiro e fevereiro. Além disso, faço uma pós-graduação, estou no projeto de elaboração de um livro… E começarei um mestrado no início do ano. Portanto, seu questionamento é totalmente sem fundamento. Como não tenho somente os seus textos para refutar, é claro que não poderei dar respostas instantâneas. Para eu, o mais importante é ler tudo o que escreve e responder biblicamente. Se rapidez em responder fosse um tipo de desrespeito, todos os meus internautas iriam se sentir assim porque não consigo atender todos – em um blog que, mesmo sendo novíssimo, está com mais de 1000 acessos por dias.
Espero contar com sua compreensão.
No seu parágrafo a seguir, o pastor tentou fazer o mesmo que os membros do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP) fazem para justificar a forma como tratam os que pensam diferente: argumentou com base nas atitudes de Paulo diante de hereges.
"Quanto à minha paciência, já a demonstro em me dispor a ler seus textos e respondê-los. Mas gostaria de ver o que o senhor acha da paciência de Paulo. Afinal, ao se referir a um grupo que ensinava aos gálatas inovações ao Evangelho, o apóstolo não hesitou em amaldiçoar os hereges…"
Isso me deixou claro duas coisas:
1) Que o senhor me considera um herege;
2) Que o apóstolo falava com todos da mesma forma.
Primeiro, não sou um herege. Compartilho das doutrinas fundamentais do cristianismo mesmo como adventista tendo doutrinas distintivas.
Segundo: Os textos que citou de Paulo demonstram a maneira dele lidar com pessoas que não aceitavam de forma algumas as exortações dEle ou que viessem pregar outro evangelho. A maneira como o apóstolo lidava com um errante ou membro da igreja que tivesse "no reino de satanás" (no mundo) era essa:
"Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um." Atos 20:31.
"Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados." 1 Coríntios 4:14.
"Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o como irmão." 2 Tessalonicenses 3:15.
Com toda a sinceridade, pastor Nozima: gostaria de ter sentido isso em suas palavras desde a primeira vez que me abordou. O senhor não pode usar Paulo para justificar a sua falta de respeito para comigo.
"O seu texto, de 12 páginas, já me pareceu enorme e confuso. Talvez seja uma limitação minha de leitura, mas essa impressão foi comum a outros blogueiros do lado calvinista".
Para eu, o seu texto não me pareceu confuso, mas, sem base bíblica, filosófica e com pouca argumentação. Esse também foi o comentário de vários blogueiros não-calvinistas (adventistas ou não).
Não vi uma boa "justificativa" em sua "não abordagem" de todos os pontos que apresentei. Primeiro porque não estou aqui para "ganhar uma discussão", como o pastor. Minha tarefa é mostrar a Bíblia como ela é independente de credos ou confissões. O senhor não abordou todos os pontos por falta de tempo (sei que a agenda de um pastor é cheia) ou por não ter argumentos para isso. Não irei o julgar, pois, isso não compete e mim, outro pecador. Deus sabe os reais motivos.
Uma "amostragem" só se torna sólida quando resiste ao argumento e apresenta evidências bíblicas contextualizadas na própria Escritura.