Lição 11 | 6 a 13 de março |
Justiça |
Sábado à tarde | Ano Bíblico: Dt 29–31 |
VERSO PARA MEMORIZAR: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos" (Mateus 5:6). |
Leituras para esta semana: Mt 23:25-28; Rm 3:28; 8:4; 10:3; Gl 3:6; 1Jo 2:3-6; 5:1-3
Na semana passada, terminamos nosso estudo sobre os nove ramos do fruto do Espírito (Gl 5:22, 23). Nas próximas duas semanas, vamos estudar mais dois: "Porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade" (Ef 5:9). Neste verso, Paulo repete a referência à "bondade" enquanto acrescenta justiça e verdade. Nesta semana, vamos examinar o que é essa "justiça".
Entendemos justiça de duas formas. Primeiramente, existe a justiça imputada de Cristo, que é o que Jesus fez para nós, a justiça que nos cobre e que é nosso título para o Céu. Em seguida, existe a justiça comunicada de Cristo, que é o que Ele faz em nós, por meio do Espírito Santo, para nos moldar à Sua imagem. Assim entendida, a justiça tem dois componentes inseparáveis, embora todas realmente sejam uma justiça – a justiça de Cristo, sem a qual não teríamos esperança de salvação.
Domingo | Ano Bíblico: Dt 32–34 |
A necessidade de justiça
"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei" (Rm 3:28). "Porque o Senhor é justo, Ele ama a justiça; os retos Lhe contemplarão a face" (Sl 11:7). "O caminho do perverso é abominação ao Senhor, mas este ama o que segue a justiça" (Pv 15:9). "Carregando Ele mesmo em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por Suas chagas, fostes sarados" (1Pe 2:24). "A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Rm 8:4). "Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6:33). "Se sabeis que Ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dEle" (1Jo 2:29).
Com base nos textos citados acima, responda às perguntas a seguir:
1. Se não podemos ser justificados pela lei, como somos justificados?
2. Embora saibamos que Deus odeia o pecado mas ama os pecadores, que conclusões erradas devemos evitar?
3. Como nossa vida deve ser mudada quando buscamos primeiramente o reino de Deus e Sua justiça?
4. Que significa "praticar a justiça"? Podemos ser justos sem praticar a justiça? Justifique sua resposta.
Segunda | Ano Bíblico: Js 1–4 |
Justiça "faça você mesmo"
5. "Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus" (Rm 10:3). A respeito de quem Paulo estava falando? Como alguém pode estabelecer sua "própria justiça"? Considerando a natureza humana, por que isso é impossível?
Uma atividade "faça você mesmo" é aquela em que uma pessoa faz algo (como trabalhar em madeira ou consertar a casa) sem treinamento nem ajuda profissional. Em seu sentido mais amplo, é uma atividade na qual alguém faz alguma coisa por iniciativa própria e sem ajuda. De acordo com a Bíblia, porém, é impossível uma justiça do tipo "faça você mesmo". Não existe nada que possamos fazer por nós mesmos, não importando o esforço que façamos, para ser justos diante de Deus. Nossa justiça é como "trapos da imundícia" (Is 64:6). De fato, procurar alcançar a justiça por nós mesmos frequentemente leva ao resultado oposto.6. Como Jesus define o problema daqueles que buscam tornar-se justos? Mt 5:20; 23:25-28
O ponto crucial que os cristãos devem entender é que somos totalmente dependentes de Cristo para obter justiça. O que nos torna santos diante de Deus é o que Cristo fez para nós, não o que fazemos. No momento em que perdemos de vista essa verdade, é muito fácil erguer-se o farisaísmo, juntamente com o orgulho e a corrupção interior. Os escribas e fariseus eram os principais exemplos de como acontece isso. Preocupados demais com suas ações exteriores de devoção, eles perderam de vista o que realmente importa.
Pense honestamente em seu cristianismo. Pode ser o caso de que você seja culpado do mesmo pecado dos escribas e fariseus? Como essa armadilha pode ser mais sutil do que pensamos? |
Terça | Ano Bíblico: Js 5–8 |
Cristo justiça nossa (Rm 5:17)
7. Que acontecimento no passado nos levou a ser condenados? Como podemos nos tornar justos? Rm 5:17-19
8. Se a justiça de Jesus é um dom, como podemos obtê-la? Gl 3:6; Tg 2:23
Em Romanos 5:19, note a ênfase na desobediência e na obediência. A desobediência de um homem, a de Adão, levou todos nós a ser pecadores. Esse é o ensino bíblico básico. O pecado de Adão levou à queda da humanidade. Cada um de nós, todos os dias de nossa vida, está vivendo com os resultados dessa desobediência. Ninguém está imune.
No entanto, o mesmo verso fala também sobre a obediência. Obediência de quem? Claro, a obediência de Cristo, o único que tem a justiça necessária para a salvação, a justiça dada a todos os que receberem a abundância da graça. Realmente, nesse mesmo verso, Paulo diz que aqueles que receberem essa graça "se tornarão justos". Note: é um dom. Como um dom, ele é imerecido. No momento em que fosse comprado, ou merecido, não mais seria graça (Rm 4:4).
Mas esse não é um dom "cobertor". A justiça de Cristo não é concedida automaticamente a todos (Rm 5:17). Paulo é claro: ela vem para os que a receberem; isto é, é dada aos que a reivindicarem pela fé – assim como Abraão, que creu em Deus, "e isso lhe foi imputado para justiça" (Gl 3:6).
Quarta | Ano Bíblico: Js 9–13 |
Justiça e obediência (1Jo 2:29)
Embora sejamos cobertos pela justiça de Cristo, essa justiça deve ser revelada em nossa vida. A justiça não é só uma declaração legal. Ela também se torna uma realidade na vida daquele que a possui. Devemos ouvir cuidadosamente as palavras de João: "Filhinhos, não deixem que ninguém os engane. Aquele que pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo" (1Jo 3:7, NVI).9. Que engano se propaga a respeito da salvação pela fé mediante a graça?
Justiça é o fruto do Espírito que está relacionado à obediência. Para alguns, a obediência é incompatível com a salvação pela fé. Ocasionalmente, pode-se ouvir: "Agora que você aceitou Jesus como seu Salvador, você não deseja aceitá-Lo como Senhor de sua vida?" A implicação parece ser de que a obediência à vontade de Deus e a salvação são assuntos separados. Essa é uma interpretação equivocada e radical do que é salvação. João escreveu que a vida justa é um indicador verificável dos que têm a salvação.
10. Qual é a evidência de que vivemos a salvação em Jesus Cristo? 1Jo 2:3-6
Quando se levanta a questão da obediência, não é incomum alguém assinalar que não somos salvos pelas obras. Embora não possa haver nenhuma dúvida de que a obediência de Lúcifer à vontade de Deus não o colocou no Céu, devemos ter em mente que foi sua desobediência que o levou a ser expulso. O mesmo se pode dizer de Adão e Eva. Sua obediência não os pôs no Jardim do Éden, mas foi a desobediência à vontade de Deus que resultou em sua expulsão do jardim.
"Justiça é fazer o bem, e é pelos atos que todos serão julgados. Nosso caráter é revelado pelo que fazemos. As obras mostram se a fé é genuína" (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 312).
Como você manifesta o fruto da justiça em sua vida? Que práticas você precisa abandonar porque estão dificultando o fruto da justiça em sua vida? (Seja cuidadoso para não tentar racionalizar o que não tem justificativa!) |
Quinta | Ano Bíblico: Js 14–17 |
A vida justa
"Todos aqueles que creem que Jesus é o Messias são filhos de Deus. E quem ama um pai ama também os filhos desse pai. Nós sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus e obedecemos aos Seus mandamentos. Pois amar a Deus é obedecer aos Seus mandamentos. E os Seus mandamentos não são difíceis de obedecer" (1Jo 5:1-3, NTLH).
11. Como João relaciona o amor de Deus com a guarda dos mandamentos? Por que ele juntou todos esses assuntos em uma só declaração?
"Aquele que tenta observar os mandamentos de Deus por um senso de obrigação apenas – porque é requerido que assim faça – jamais sentirá o prazer da obediência. Não obedece. Quando, por contrariarem a inclinação humana, os reclamos de Deus são considerados um fardo, podemos saber que a vida não é uma vida cristã. A verdadeira obediência é a expressão de um princípio interior. Origina-se do amor à justiça, o amor à lei de Deus. A essência de toda justiça é lealdade ao nosso Redentor. Isso nos levará a fazer o que é reto porque é reto, porque a justiça é agradável a Deus" (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 97, 98, ênfase fornecida).
E que melhor maneira de inspirar o desejo de ser leal a Deus do que através da contemplação de Seu incrível sacrifício por nós na cruz? Não existe poder em dizermos ao povo que é preciso guardar a lei. O poder está em apontarmos ao povo Jesus e Sua morte substituinte em nosso favor. O poder vem de permitirmos que os pecadores saibam que seus pecados podem ser perdoados em Jesus, e os pecadores podem ser perfeitos diante de Deus sob o manto da justiça de Cristo.
O amor de Deus, e não o medo do inferno e da condenação, deve ser o poder que motiva nossa vida, e nada nos fará amar a Deus mais do que meditar na cruz e nas riquezas e nas promessas que são nossas por meio dela.
Sexta | Ano Bíblico: Js 18–21 |
Estudo adicional
"Não é bastante crermos que Jesus não é um impostor, e a religião da Bíblia não é uma fábula artificialmente composta. Podemos crer que o nome de Jesus é o único debaixo dos Céus pelo qual devemos ser salvos, e contudo podemos não torná-Lo pela fé nosso Salvador pessoal. Não é bastante crer na teoria da verdade. Não é bastante fazer profissão de fé em Cristo, e ter nosso nome registrado no rol da igreja. 'Aquele que guarda os Seus mandamentos nEle está, e Ele nele. E nisto conhecemos que Ele está em nós: pelo Espírito que nos tem dado' (1Jo 3:24). 'E nisto sabemos que O conhecemos: se guardarmos os Seus mandamentos' (1Jo 2:3). Esta é a evidência genuína da conversão. Qualquer que seja nossa profissão, nada valerá se Cristo não for revelado em obras de justiça" (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 312, 313).
Perguntas para consideração
1. Como podemos evitar a armadilha do legalismo, de pensar que nossas obras nos salvarão, ou da graça barata, pensando que nossas obras não têm nada que ver com nossa salvação? Como podemos alcançar o correto equilíbrio? A qual dessas ideias você mais corre o risco de se dirigir: à graça barata ou ao legalismo?
2. Pense em alguém que você conhece e que pareça "justo". Como é essa pessoa? Como age? Como trata as pessoas? Sobre que essa pessoa fala? O que você pode aprender dessa pessoa?
3. Costumamos pensar na justiça em condições individuais, o que é correto. Mas não existe também um elemento de comunidade? Nossa comunidade da igreja pode ser "justa"? Nesse caso, como? Com que se pareceria nossa comunidade da igreja "justa"? Como sua igreja se parece com o ideal que você apresentou?
4. Se a salvação pela fé significa mais do que fazer somente uma profissão de fé em Cristo e ter os nomes registrados nos livros da igreja, o que realmente significa? Que é "fé" no sentido bíblico?
Respostas sugestivas:
Pergunta 1: Pela fé em Cristo.
Pergunta 2: Que precisamos ser salvos pela guarda da lei ou que Deus salvará a todos, independente das obras da lei.
Pergunta 3: Daremos prioridade às coisas de Deus.
Pergunta 4: Os justificados estarão dispostos a viver sob o conselho de Deus.
Pergunta 5: Dos que pretendiam alcançar a justiça mediante suas próprias obras. Porque somos por natureza propensos ao pecado e nossa culpa só pode ser resgatada pelo sangue de Jesus Cristo.
Pergunta 6: Tentam fazer o impossível, pois não há em nós poder nenhum que nos salve.
Pergunta 7: O pecado original. Pelo sangue de Jesus.
Pergunta 8: Pela fé.
Pergunta 9: Que ser salvo pela fé é independente de praticar a justiça.
Pergunta 10: O cumprimento da vontade de Deus.
Pergunta 11: O amor nos leva forçosamente a fazer a vontade daquele a quem amamos.