É... o estudo de genealogias é árduo e freqüentemente conduz a impasses. Talvez por isso Paulo tenha enviado Timóteo a Éfeso com instruções para desestimular o estudo e a discussão de genealogias! I Timóteo 1:3 e 4. Mateus iniciou o seu evangelho no melhor estilo judeu, com uma apresentação genealógica de Cristo. Não era, no entanto, seu propósito, nem o de Lucas, produzir uma biografia de Cristo, mas apenas dar ênfase à realidade do nascimento humano do Messias e a afirmar a Sua origem divina.
Mateus divide a genealogia em três grupos de 14 nomes, dentro deste princípio: patriarcal, monarquia e sob a dominação de vários poderes estrangeiros. Já Lucas dá 77 nomes de ancestrais de Jesus, sem nenhuma ordem. Mateus tomou as genealogias tais como as encontrou nos registros públicos judaicos. Quanto ao fato de ter reduzido de 17 gerações de Davi a Jeconias para 14, Mateus seguiu uma prática comum que era a de eliminar nomes, e ele eliminou exatamente aqueles que considerou indignos de um lugar na genealogia de Jesus.
Outro objetivo de Mateus deve ter sido poético, ou seja, igualar o número das do segundo período com as do período de Abraão a Davi. Outro cuidado a ter no estudo das genealogias bíblicas é que as palavras "filho", "pai", etc., podem designar também parentesco de segundo grau, ou por adoção, ou até mesmo por levirato. Veja o caso de Mateus 1:11 onde diz: "Josias gerou a Jeconias", e na realidade Josias foi o avô de Jeconias.
Uma última distinção entre as genealogias de Mateus e de Lucas: Mateus dá a genealogia de Jesus através de José, no sentido legal. Jesus, tomado como filho legal de José, era da descendência de Davi e Abraão. Já Lucas fornece a genealogia através de Maria, preocupando-se com o problema sanguíneo. Jesus, sendo filho de Maria, era descendente de Davi e Abraão.
FONTE: http://www.novotempo.org.br/radio/interno.asp?ARS=vocepergunta_perguntasok&VCP_Codigo=00000941