quarta-feira, 2 de junho de 2010

“Preparar… Apontar… Errou novamente!” – Parte 1

"Preparar… Apontar… Errou novamente!" – Parte 1

by leandro.quadros on 01/06/10 at 4:55 pm

Em um desejo quase doentio de provar que está certo, Clóvis chegou ao ponto de fugir do campo doutrinário e foi para o lado pessoal. Ao invés de procurar, de forma amistosa, encontrar o entendimento do que a Bíblia ensina sobre a predestinação, em seu blog começou a traçar um perfil de minha pessoa sem ao mesmo me conhecer. Ou seja: cometeu o pecado (do qual ninguém está livre) de Mateus 7:1, 2: "Não julguem os outros para vocês não serem julgados por Deus. Porque Deus julgará vocês do mesmo modo que vocês julgarem os outros e usará com vocês a mesma medida que vocês usarem para medir os outros." (Nova Tradução Na Linguagem de Hoje)

Ele julgou minha maneira de fazer apologia e não tirou a trave do olho dele para perceber que João Calvino é sua maior referência (ao invés da Bíblia) e que o tipo de abordagem dele é nada diplomático. Não funciona (pelo menos para pessoas inteligentes) pressionarmos a opinião pública a pensar como pensamos fazendo uso de técnicas apologéticas que visam desmerecer um oponente. Não precisa saber ler nas entrelinhas para constatar que o moderador do blog Cinco Solas é quem tenta se demonstrar superior e indisposto a imitar o exemplo de João Batista que afirmou: "Convém que ele cresça e que eu diminua." João 3:30. Aplicando o texto a nossa discussão, como um seguidor de Jesus Clóvis deveria pensar assim: "convém que pela apologética o Leandro cresça em conhecimento e que meus argumentos diminuam em importância".

Como tenho quase 3000 pessoas para atender (algo desconsiderado por Clóvis) apenas agora pude elaborar a presente resposta ao fraquíssimo artigo intitulado "Preparar… Apontar…". Mas, como o blog do programa "Na Mira da Verdade" discute ideias e não "pessoas" – vamos para o que interessa: a Bíblia.

Clóvis definiu predestinação apenas com uma Enciclopédia e não biblicamente.
Não sou contra o uso de materiais especializados – eu mesmo faço isso. Questiono sim é um estudioso da Bíblia não ser bíblico e deixar de comentar todos os versos bíblicos que postei. E o pior é que muitos internautas do blog dele (não todos, graças a Deus) veem o artigo de Clóvis como sendo autoridade no assunto…

Veja a que ponto Clóvis chegou: "O conceito de livre-arbítrio não pode ser extraído de termos escriturísticos, pelo simples fato de não ser uma palavra bíblica."

Então ele está dizendo que não existe Trindade? Sim: o termo não existe na Bíblia. Veja a fragilidade da argumentação do interlocutor que, inconscientemente, nega a doutrina da Trindade Divina. Na Bíblia não se buscam nomenclaturas, mas, fatos. A Trindade é um fato. O livre-arbítrio é um fato. Nada há de errado em usarmos termos teológicos para expressarmos verdades encontradas nas Escrituras.

Se o livre-arbítrio não existe, então qual a razão de existirem na Bíblia textos que chamam o pecador ao arrependimento? Espero que Clóvis leia os textos a seguir sem dizer que estou "arminianisando-os":

"Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis." Lucas 13:3.

"Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo." Atos 2:38.

E mais:

1) A Bíblia pede que os homens creiam"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16.

2) A Bíblia afirma que "até os incrédulos têm a habilidade de reagir à graça de Deus" (GEISLER, 2002, p. 503):

"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!"Mateus 23:37.

"Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo." João 7:17.

"Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim [por que foi regenerado pela graça]; não, porém, o efetuá-lo." Romanos 7:18.

"Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada." 1 Coríntios 9:17.

"Nada, porém, quis fazer sem o teu consentimento, para que a tua bondade não venha a ser como que por obrigação, mas de livre vontade." Filemon 1:14.

"Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade" 1 Pedro 5:2.

Não gostaria que o amigo fizesse como o Pr. Natanael Rinaldi: correr em volta do círculo para fugir do bom debate. Isso no sentido de escrever, escrever, sem antes concluir uma ideia bíblica. As pessoas estão cansadas de retórica. Elas precisam de Bíblia. Por isso, peço que faça uma exegese dos textos citados e não os ignore para que possamos prosseguir, dentro de nossas possibilidades.

O referido irmão me pediu uma definição de livre-arbítrio. Apresentarei a estabelecida pela Bíblia: "O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida." Apocalipse 22:17 (Grifo acrescentado)

A predestinação Calvinista é uma afronta a Deus

A doutrina na qual Clóvis acredita brinca com o Criador e os adeptos da mesma não ficarão impunes. Crer que na eternidade Deus determina quem irá se salvar é colocar a origem do mal como sendo responsabilidade do Eterno. A maldade se originou em um anjo criado perfeito (Ezequiel 28:13-15), e se Jesus excluiu da salvação pessoas que ainda não eram nascidas para decidirem qual caminho escolher(Jeremias 21:8; Mateus 7:13, 14), então Ele criou o pecado e, assim, a doutrina mórmon que ensina ser o pecado um "mal necessário" está correta.

Soberania não é sinônimo de tirania. O mal não habita com Deus (Salmo 5:4) e Ele não tenta ninguém ao erro (Tiago 1:13) – e muito menos induz (só me faltava usar como "argumento" o "endurecimento do coração de faraó" – um idiomatismo hebraico esclarecido pelo próprio contexto de Êxodo 7 e 8). A soberania do Senhor está em Seu plano supremo de Salvação para socorrer a humanidade "antes da fundação do mundo" (Apocalipse 13:8; ler Hebreus 9:14). Está no trabalho do Espírito Santo em atuar nos corações (João 16:8, 9) – obra essa que perderia o sentido se Deus limitasse a salvação a uns poucos.

Não é difícil enxergar que o determinismo rígido chega a ser diabólico. E, que não é condizente com o caráter de Deus e Seu plano eterno de disponibilizar a salvação a "quem quiser" (Apocalipse 22:17).

Qual a necessidade de o Espírito Santo atuar no coração dos pecadores se alguns já foram predeterminados para serem salvos e, outros, excluídos? Deus só atua no coração dos "predestinados"? No plano de Deus, "madeira que nasce torna não endireita mais?!" Não há sentido algum nisso e muito menos base bíblica.

Graça maravilhosa de Deus! Ela dá a todo pecador a oportunidade de arrependimento (Atos 2:38) e de começar uma nova vida (2 Coríntios 5:17).

Que Clóvis e seus demais leitores entendam e vivam isso plenamente. Essa é a minha oração.

Depois você verá a segunda parte da resposta. Enquanto isso deixe seu comentário e avalie a doutrina da predestinação calvinista á luz da doutrina do Grande Conflito entre o bem e o mal. Há implicações seríssimas nisso e não podemos permanecer neutros…

FONTE: http://www.novotempo.org.br/namiradaverdade/?p=727