sexta-feira, 23 de julho de 2010

Lição 05 - Justificação e a Lei - Lição da Escola Sabatina - Casa Publicadora Brasileira

Lição 5
24 a 31 de julho

 


 

Justificação e a Lei

 

Lição 532010

 


 

Sábado à tarde

Ano Bíblico: Is 5–7


Verso para Memorizar: "Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei" (Romanos 3:31).


Leituras da semana: Gn 15:6; 2Sm 11, 12; Rm 3:20-23, 31; 4:1-17; Gl 3:19; 1Jo 3:4

 

Sob muitos aspectos, Romanos 4 chega ao fundamento da doutrina bíblica da salvação unicamente pela fé. Usando Abraão – o modelo de santidade e virtude – como exemplo de alguém que precisou ser salvo pela graça, sem as obras da lei, Paulo não deixou aos leitores nenhum espaço para dúvida. Se a melhor observância da lei e as obras de uma pessoa não foram suficientes para justificá-lo diante de Deus, que esperança tem qualquer outra pessoa? Se para Abraão foi necessária a graça, precisa ser igual com todos os demais, judeus e gentios!


Em Romanos 4, Paulo revela três fases importantes no plano de salvação: (1) a promessa da bênção divina (a promessa de graça); (2) a resposta humana a essa promessa (a resposta da fé); e, finalmente, (3) o pronunciamento divino de justiça atribuída aos que creem (justificação). Foi assim que aconteceu com Abraão, e é assim que acontece conosco.


É crucial nos lembrarmos de que, para Paulo, a salvação é pela graça; é algo concedido a nós, por mais indignos que sejamos. Se a merecêssemos, ela nos seria devida, e se nos fosse devida, seria uma dívida, não um dom. E para os seres corruptos e caídos que somos, a salvação precisa ser um dom.


A fim de provar seu argumento sobre a salvação unicamente pela fé, Paulo faz enfática referência ao livro de Gênesis, citando Gênesis 15:6: "Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça" (NVI). Aqui está a justificação pela fé em umas das mais antigas páginas da Bíblia.

 


 

Domingo

Ano Bíblico: Is 8–10


A lei confirmada

 

1. Segundo Paulo, existe algum conflito entre a lei e a fé? Rom. 3:31. Por que essa questão é importante para nós, adventistas?

 

Nesta passagem, Paulo declara enfaticamente que a fé não anula a lei de Deus. Mesmo aqueles que guardavam a lei, ou seja, todo o corpo da lei do Antigo Testamento, nunca foram salvos por ela. A religião do Antigo Testamento, tanto como a do Novo, sempre foi da graça de Deus concedida aos pecadores pela fé.

 

2. Havia alguma diferença entre os métodos de salvação do Antigo Testamento e do Novo? Rm 4:1-8. Como esse texto mostra que, mesmo no Antigo Testamento, a salvação era pela fé e não pelas obras da lei?

 

De acordo com esta narrativa do Antigo Testamento, Abraão foi considerado justo porque "creu em Deus". Então, o próprio Antigo Testamento ensina a justificação pela fé. Consequentemente, qualquer sugestão de que a fé "anula" (grego katargeo, torna inútil, invalida) a lei é falsa; a salvação pela fé é parte inseparável do Antigo Testamento. A graça é ensinada ao longo de todo o seu curso. Por exemplo, o que significava todo o ritual do santuário se não uma representação de como são salvos os pecadores, não por suas próprias obras mas pela morte de um substituto em seu lugar?


Igualmente, o que mais pode explicar como Davi foi perdoado depois de seu relacionamento sórdido com Bate-Seba? Certamente, não foi a observância da lei que o salvou, pois ele violou tantos princípios da lei que esta o condenava em numerosos aspectos. Se Davi devesse ser salvo pela lei, certamente, ele não seria salvo.


Paulo credita a restauração de Davi ao favor divino como um exemplo de justificação pela fé. O perdão foi um ato de graça de Deus. Aqui, então, está outro exemplo de justificação pela fé no Antigo Testamento. De fato, por mais legalista que muitos do antigo Israel se tornassem, a religião judaica sempre foi uma religião de graça. O legalismo foi uma perversão dela, não seu fundamento.

 

Pense por alguns minutos no pecado e na restauração de Davi (2Sm 11, 12; Sl 51). Que esperança pode você obter dessa história triste? Existe uma lição aqui de como nós, na igreja, devemos tratar aqueles que caíram?

 



Segunda

Ano Bíblico: Is 11–14


Graça ou dívida

 

O assunto com o qual Paulo está lidando aqui é muito mais importante que apenas teologia. Chega ao cerne da salvação e de nossa relação para com Deus. Se alguém crê que deve obter aceitação, que deve alcançar certo padrão de santidade antes de ser justificado e perdoado, é natural que essa pessoa se volte para dentro e olhe a si mesma e suas ações! A religião pode se tornar sumamente egocêntrica, a última coisa de que alguém precisa.


Em contraste, se a pessoa entende a grande verdade de que a justificação é um dom de Deus, totalmente imerecido e indigno, como será mais fácil e mais natural para essa pessoa voltar sua atenção para o amor e a misericórdia de Deus em lugar do próprio eu?


E no fim, quem é mais provável que reflita o amor e o caráter de Deus – o que está envolvido com o próprio eu ou o que está absorvido com Deus?

 

3. Como Paulo expande o tema da justificação pela fé? Rm 4:6-8

 

"O pecador tem que ir a Cristo, com fé, apropriar-se de Seus méritos, depor seus pecados sobre o Portador dos pecados e receber Seu perdão. Foi por esta causa que Cristo veio ao mundo. Assim é imputada a justiça de Cristo ao pecador arrependido e crente. Torna-se então membro da família real" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 215).


Paulo continua explicando que a salvação pela fé não era só para os judeus, mas também para os gentios (Rm 4:9-12). De fato, a rigor, Abraão não era judeu; ele vinha de uma linhagem pagã (Js 24:2). A distinção entre gentio e judeu não existia em seu tempo. Quando Abraão foi justificado (Gn 15:6), ele não era nem circuncidado. Assim, Abraão se tornou pai tanto dos incircuncisos quanto dos circuncidados, além de ser um grande exemplo usado por Paulo a fim de construir seu argumento sobre a universalidade da salvação. A morte de Cristo foi para todos, não importando raça ou nacionalidade (Hb 2:9).

 

Pense por alguns minutos no pecado e na restauração de Davi (2Sm 11, 12; Sl 51). Que esperança pode você obter dessa história triste? Existe uma lição aqui de como nós, na igreja, devemos tratar aqueles que caíram?

 


 

Terça

Ano Bíblico: Is 15–19

 

Promessa e lei

 

Não foi mediante a lei que Abraão e a sua descendência receberam a promessa de que ele seria herdeiro do mundo, mas mediante a justiça que vem da fé" (Rm 4:13).


Neste verso, promessa e lei estão contrastadas. Paulo busca estabelecer uma base do Antigo Testamento para seu ensino de justificação pela fé. Ele encontra um exemplo em Abraão, a quem todos os judeus aceitavam como seu antepassado. A aceitação ou justificação vieram a Abraão à parte da lei. Deus fez uma promessa a Abraão de que ele seria "herdeiro do mundo". Abraão creu nessa promessa; isto é, ele aceitou o papel que lhe cabia. Como resultado, Deus o aceitou e operou através dele para salvar o mundo. Este é um exemplo poderoso de como a graça estava em operação no Antigo Testamento, e não resta dúvida de que foi por isso que Paulo o usou.

 

4. Que argumentos usa Paulo para demonstrar que a salvação pela fé é um ponto central do Antigo Testamento? Rm 4:14-17. Veja também Gl 3:7-9.

 

Como dissemos no princípio, é importante lembrar a quem Paulo estava escrevendo. Esses crentes judeus estavam submersos na lei do Antigo Testamento, e muitos chegaram a crer realmente que sua salvação dependia de uma perfeita observância da lei, embora não fosse esse o ensino do Antigo Testamento.


Na tentativa de corrigir esse conceito, Paulo argumentou que Abraão, muito antes de ter sido dada a lei no Sinai, recebeu as promessas, não pelas obras da lei (o que teria sido difícil, visto que a lei – toda a Torah e os sistemas cerimoniais – ainda não estava exposta) mas pela fé.


Se Paulo aqui estava se referindo exclusivamente à lei moral, que, em princípio, existia mesmo antes do Sinai, a questão permanece a mesma. Talvez ainda mais! Aquele que procura receber as promessas de Deus através da lei, ele disse, torna a fé nula ou inútil. Essas palavras são pesadas, mas seu significado é que a fé salva e a lei condena. Elas ensinam sobre a inutilidade de buscar a salvação pela mesma coisa que leva à condenação, porque todos nós, judeus e gentios, violamos a lei e, consequentemente, todos precisamos da mesma coisa de que Abraão necessitava: a justiça salvadora de Jesus atribuída a nós pela fé.

 



Quarta

Ano Bíblico: Is 20–23


Lei e fé

 

Como vimos ontem, Paulo mostrou que o trato de Deus com Abraão provou que a salvação vem por intermédio da promessa da graça e não pela lei. Então, se os judeus desejassem ser salvos, teriam que abandonar a confiança em suas obras para obter a salvação e aceitar a promessa de Abraão, agora cumprida na vinda do Messias. As condições são as mesmas, realmente, para todos, judeus ou gentios, que pensam que suas "boas" obras são tudo o que é necessário para os reconciliar com Deus.

 

5. "O princípio de que o homem se pode salvar por suas próprias obras... está na base de toda religião pagã. ... Onde quer que seja mantido, os homens não têm barreira contra o pecado" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 35, 36). Que significa isso? Por que a ideia de que podemos salvar a nós mesmos mediante nossas obras nos deixa tão expostos ao pecado?

 

6. Como Paulo explicou a relação entre a lei e a fé em Gálatas? Gl 3:21-23

 

Se existisse uma lei que pudesse dar vida, essa teria sido certamente a lei de Deus. Ainda assim, Paulo diz que nenhuma lei, nem mesmo a de Deus, pode dar vida, porque todos a violaram e, portanto, todos estão condenados por ela.


Mas a promessa da fé, revelada mais completamente em Cristo, livra todos os que creem de estar "sob a tutela da lei"; isto é, de ser condenados e sobrecarregados na tentativa de conseguir a salvação por meio dela. A lei se torna um fardo quando apresentada sem a fé, sem a graça – porque sem a fé, sem a graça, sem a justiça que vem pela fé, estar sob a lei significa estar sob o fardo e a condenação do pecado.

 


 

Quinta

Ano Bíblico: Is 24–26


Lei e pecado

 

Frequentemente, ouvimos pessoas dizendo que, na Nova Aliança, a lei foi abolida e, então, continuam citando textos que acreditam provar esse aspecto.


A lógica por trás da declaração, porém, não é sólida, nem sua teologia.

 

7. Qual é a relação entre a lei e o pecado? 1Jo 2:3-6; 3:4; Rm 3:20

 

Cerca de cem anos atrás, o escritor irlandês Jonathan Swift escreveu: "Mas será que alguém diria que se as palavras beber, enganar, mentir, roubar fossem extirpadas da língua e dos dicionários ingleses por um Ato do Parlamento, na manhã seguinte iríamos acordar temperantes, honrados, justos e amantes da verdade? Essa é uma consequência justa?" (Jonathan Swift, A Modest Proposal and Other Satires [Uma Proposta Modesta e Outras Sátiras], Nova Iorque: Prometheus Books, 1995, p. 205).


Da mesma forma, se a lei de Deus foi abolida, por que mentir, matar e roubar ainda são pecados? Se a lei de Deus tivesse sido mudada, a definição de pecado também deveria ser mudada. Ou se a lei de Deus tivesse perdido o valor, o pecado também deveria ter desaparecido. E quem acredita nisso? (Veja também 1Jo 1:7-10; Tg 1:14, 15.)


No Novo Testamento, estão presentes tanto a lei como o evangelho. A lei mostra o que é pecado; o evangelho indica o remédio para esse pecado, que é a morte e a ressurreição de Jesus. Se não houvesse lei, não haveria pecado, e então, de que seríamos salvos? Só no contexto da lei, e sua validade continuada, o evangelho faz algum sentido.


Frequentemente, ouvimos que a cruz anulou a lei. Isso é um tanto irônico, porque a cruz mostra exatamente que a lei não pode ser anulada nem mudada. Se Deus não revogou nem mudou a lei antes de Cristo morrer na cruz, por que faria isso depois? Por que não Se livrar da lei assim que a humanidade pecasse e, dessa forma, poupar a humanidade da punição provocada pela violação da lei? Assim, Jesus nunca teria precisado morrer. A morte de Jesus mostra que, se a lei pudesse ter sido mudada ou revogada, isso teria sido feito antes, não depois da cruz. Assim, nada mostra mais a validade contínua da lei que a morte de Jesus, ocorrida justamente porque a lei não pode ser mudada. Se a lei pudesse ter sido mudada para nos ajudar em nossa condição caída, não teria sido uma solução melhor para o problema de pecado do que Jesus ter que morrer?

 

Se não houvesse lei divina contra o adultério, esse ato provocaria menos dor e magoaria menos do que acontece agora aos que são vítimas dele? Como a resposta o ajuda a entender por que a lei de ­Deus ainda está em vigor? Qual foi sua experiência com as consequências de violar a lei de Deus?

 



Sexta

Ano Bíblico: Is 27–29


Estudo adicional

 

Leia Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 388: "Cristo, o Centro da Mensagem"; Patriarcas e Profetas, p. 125-127: "A Vocação de Abraão"; p. 363, 364: "A Lei e os Concertos"; O Desejado de Todas as Nações, p. 307, 308: "O Sermão da Montanha"; p. 608: "Conflito"; p. 762, 763: "Está consumado".

 

Naquele século de tantas diferenças sociais, quando os direitos dos homens não eram muitas vezes reconhecidos, Paulo expôs a grande verdade da fraternidade humana, declarando que Deus 'de um só fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da Terra'. À vista de Deus, todos são iguais" (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 238).


"Para o homem ser salvo, e para ser mantida a honra da lei, foi necessário que o Filho de Deus Se oferecesse como sacrifício pelo pecado. Aquele que não conheceu pecado tornou-Se pecado por amor de nós. Por nós morreu no Calvário. Sua morte demonstra o maravilhoso amor de Deus ao homem e a imutabilidade de Sua lei" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 240).


"Justiça é obediência à lei. A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas ele é incapaz de apresentá-la. A única maneira em que pode alcançar a justiça é pela fé. Pela fé ele pode apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 367).


"Se Satanás tiver sucesso em levar o ser humano a considerar meritórias e justas as próprias obras, ele sabe que pode vencê-lo em suas tentações, e torná-lo sua vítima e presa. ... Marque as ombreiras de suas portas com o sangue do Cordeiro do Calvário, e você estará seguro" (Ellen G. White, Review and Herald, 3 de setembro de 1889).

 

Perguntas para consideração


1. Por que é tão importante entender que a salvação se alcança unicamente pela fé, sem as obras da lei? De que erros esse conhecimento pode nos proteger? Que perigos aguardam os que perdem de vista esse ensino bíblico crucial?
2. Que outras razões você pode dar para a validade permanente da lei de Deus, mesmo quando entendemos que não é a lei e nem a obediência a ela que nos salva?
3. Pense mais nessa ideia de que, por causa da cruz, todos os seres humanos são iguais. Por que os cristãos, que têm a cruz diante de si, tão frequentemente parecem esquecer essa verdade importante e podem ser culpados de preconceito racial, étnico ou até nacional?
4. Como pecadores justificados, recebemos a graça e o favor imerecido de Deus, contra quem pecamos. Como esse fato deve afetar nossa maneira de lidar com os outros? Temos demonstrado graça e favor para com os que nos ofendem, que realmente não merecem nossa graça e favor?



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