Cura para o perfeccionismo
Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Filipenses 3:12
O que há de errado em tentar ser perfeito? A Bíblia não diz que devemos fazer tudo segundo as nossas forças? (Ec 9:10). Sem dúvida. O que não é saudável é medir nosso valor como seres humanos através do desempenho pessoal. A Bíblia também diz que devemos fazer tudo para a glória de Deus (1Co 10:31). Se o meu mérito diante de Deus e dos homens depende de meu desempenho, a quem estou tentando glorificar?
E é aí que está o problema. Segundo os psicólogos, o perfeccionista baseia seu valor naquilo que os outros pensam dele. Como deseja ser tido em alta conta pelas pessoas, faz de tudo para parecer perfeito. E por isso, é extremamente exigente consigo e com os outros. Nada do que ele ou alguém faz é suficiente. Trabalha excessivamente para alcançar uma perfeição fugidia e não consegue relaxar.
Essa doença pode ter tido origem na infância, quando a criança procura obter inutilmente a aprovação dos pais, como exemplifica o Dr. David A. Seamans: Bill, por mais que tentasse, não conseguia satisfazer o pai. Trazia o boletim com notas 8 e 9, mas o pai dizia: "Bill, acho que se você se esforçar um pouco mais, poderá tirar 9 em tudo, não é?"
Então, Bill se pôs a estudar ainda mais, e certo dia trouxe o boletim com 9 em todas as matérias. Então o pai disse: "Mas sabe de uma coisa? Se você se esforçar um pouco mais, poderá tirar 10 em tudo."
E ele estudou e se esforçou durante vários meses, até que finalmente ganhou 10 em tudo. Agora o pai e a mãe certamente ficariam muito satisfeitos com ele. Mas o pai olhou o boletim e disse: "Ah, conheço esses professores. Eles dão 10 à-toa!" (Cura Para os Traumas Emocionais, p. 21).
É impossível satisfazer um pai assim. E a mesma imagem que a criança tem do seu pai, terá de Deus também. Parece que Deus está sempre lhe dizendo: "Ainda não está bom. Esforce-se um pouco mais."
A cura para o perfeccionismo não é você se tornar relapso. Não é desistir de tudo. Apenas humilhe-se diante de Deus, como o publicano da parábola (Lc 18:9-14), reconhecendo sua impotência para lutar corpo a corpo contra o pecado, e aceite a justificação divina. Deus o aceita com todos os defeitos e pecados. Lembre-se de que o fariseu da parábola, que se julgava perfeito, não foi justificado.
Brincando de esconder?
Até quando, Senhor? Esconder-Te-á s para sempre? Salmo 89:46
O poeta Castro Alves assim inicia seu poema Vozes da África: "Ó Deus! Onde estás que não respondes? Em que mundo, em que estrela Tu Te escondes, embuçado nos céus?"
Parece que Deus responde a essa pergunta de Castro Alves através do profeta Jeremias, dizendo: "Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso coração" (Jr 29:13). Deus Se deixar achar por aqueles que O buscam com o coração sincero. Essa deveria ser uma busca relativamente fácil, pois Paulo afirma que Ele "não está longe de cada um de nós" (At 17:27).
Na brincadeira infantil de esconde-esconde uma criança procura as que estão escondidas, e depois ela se esconde enquanto outra procura achá-la. Essa brincadeira ilustra o que ocorreu com Adão. Quando ele pecou, se escondeu, e Deus saiu à sua procura, chamando: "Onde estás?" (Gn 3:9).
A Bíblia compara Deus a uma mãe que procura os filhos, a uma galinha que ajunta os pintinhos debaixo das asas, a uma mulher que procura uma moeda perdida, a um pastor que sai em busca da ovelha perdida. Deus é quem procura Seus filhos, mas também é quem Se esconde.
Um dia o filho do rabino Schneur Zalman veio correndo ao seu encontro, chorando. Entre um soluço e outro, ele disse: "Pai, eu estava brincando de esconde-esconde com os outros meninos. Quando foi a minha vez de me esconder, encontrei um bom lugar no meio das árvores, e esperei lá por horas que eles me encontrassem. Mas não apareceu ninguém. Depois fiquei sabendo que eles haviam se cansado de brincar. Eles simplesmente me deixaram lá sozinho, sem me avisar nada."
O rabino pôs os braços em torno do filho e lhe disse: "Ah, filho, isso é o que acontece com Deus também. Ele está sempre Se escondendo, esperando que os Seus filhos venham procurá-Lo. Mas, muitas vezes, eles O deixam sozinho e chorando, desejando ser encontrado."
Deus Se esconde como um ato de amor, para que O busquemos. E a Sua promessa é que essa busca terminará com encontro maravilhoso com Ele, se O buscarmos de todo o coração.
Deus já achou você. Agora é a sua vez de procurá-Lo.
Deus inventou o sexo
Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Gênesis 2:24
A esposa de um alto funcionário do governo tenta seduzir o mordomo de sua casa. Como não consegue, acusa-o de tentativa de estupro e ele acaba preso.
O filho de um rei planeja seduzir uma bela jovem, mas ela o rejeita. Após forçá-la, ele a expulsa de casa. Essa atitude resulta em tragédia para ambos.
Os habitantes de uma grande cidade se tornam liberais e permissivos em matéria de sexo, e o homossexualismo é praticado abertamente.
Essas poderiam ser manchetes dos jornais modernos. Mas foram baseadas em relatos da Bíblia – um livro que não esconde os pecados sexuais de seu tempo e indica a atitude correta que se deve ter com relação ao sexo.
Essas orientações são extremamente proveitosas nos tempos confusos e permissivos em que vivemos. Nos últimos dois séculos o comportamento sexual da sociedade ocidental oscilou de um extremo a outro. A mentalidade vitoriana (1837-1901) acreditava no amor sem sexo. Hoje se acredita em sexo sem amor. A visão puritana do sexo como um "mal necessário" à procriação foi seguida da visão popular do sexo como recreação. Ambos os extremos são errados, segundo o propósito divino. E qual é esse propósito?
Os casais não precisam se sentir culpados ao praticarem o sexo dentro do matrimônio, como acontecia na era vitoriana, pois quando Deus disse ao primeiro casal: "Sede fecundos, multiplicai- vos" (Gn 1:28), indicou que a maneira de promover essa multiplicação seria através da união sexual e não por meio de provetas de laboratório. Isso não significa, porém, que o sexo entre os seres humanos tenha apenas função reprodutiva, pois isso seria nivelar o ser humano aos animais.
A expressão bíblica "tornando-se os dois uma só carne" (Gn 2:24) significa que o ato sexual entre marido e mulher, além de ser um meio reprodutivo, tem também uma função psicológica, isto é, deve preencher as necessidades emocionais e afetivas do casal.
Na Bíblia o sexo é apresentado como uma bênção divina que pode ser desfrutada de modo prazeroso e legítimo unicamente dentro dos sagrados laços do matrimônio. Leia Eclesiastes 9:7-9; Cantares 7:10-12; 1 Coríntios 7:2-5; Hebreus 13:4.
O amor tem o poder de reconciliar
Vai primeiro reconciliar- se com teu irmão. Mateus 5:24
Dois irmãos gêmeos residiam numa cidade do interior dos Estados Unidos. Quando o pai deles morreu, eles passaram a administrar a casa comercial que o pai lhes deixara.
Um dia um cliente veio fazer uma pequena compra e a pagou com uma nota de um dólar. O irmão que fez a venda colocou o dólar sobre a caixa registradora, e acompanhou o comprador até a porta, para se despedir. Ao voltar, a nota de um dólar havia desaparecido.
Então ele perguntou ao outro irmão:
– Você pegou o dólar que eu deixei aqui?
– Não, não peguei – respondeu o irmão.
– Como é que não? Não havia mais ninguém na loja! Você pegou, sim!
– Eu já disse que não peguei! – respondeu o irritado irmão.
Por causa desse pequeno incidente, os irmãos passaram a desconfiar um do outro, e finalmente não mais puderam trabalhar juntos. E puseram uma divisória no meio da loja, dividindo-a em duas metades, de modo que cada um dos irmãos passou a atender os fregueses na sua metade. Com raiva um do outro, eles não se falaram durante 20 anos. Tudo por causa de um dólar.
Mas um dia, um estranho estacionou o carro em frente, entrou numa das lojas e perguntou a um dos irmãos:
– Faz muito tempo que o senhor tem essa loja aqui?
– Uns 30 ou 40 anos – respondeu o dono.
– Olha – disse o estranho – há 20 anos eu cheguei a esta cidade num vagão de carga. Estava desempregado, sem dinheiro e não havia me alimentado por vários dias. Vim por aquela alameda ali, olhei pela janela de sua loja, e vi uma nota de um dólar sobre a caixa registradora. Entrei de mansinho, sem que ninguém me visse, e a apanhei.
Mas recentemente me tornei cristão. Eu me converti e aceitei Cristo como meu Salvador pessoal. E agora sei que cometi um erro ao pegar aquele dólar. Vim aqui para devolver-lhe o dinheiro com juros e pedir-lhe perdão.
Quando o homem terminou sua confissão, o velho dono da loja começou a chorar e lhe disse: "O senhor poderia me fazer um favor? Vá à loja aqui ao lado e conte essa história ao meu irmão!"
E quando o homem contou a mesma história ao segundo irmão, os dois gêmeos, que não se haviam falado durante 20 anos por causa disso, se abraçaram, choraram, pediram desculpas um ao outro, e se reconciliaram. Vinte anos de sofrimento e de laços cortados, baseados não em fatos, mas em desconfiança e desentendimento. E então veio a cura; veio a reconciliação entre eles, porque um estranho conheceu o amor de Cristo e se converteu.
Cobiça assassina
Não cobiçarás a casa do teu próximo. [...] nem coisa alguma que pertença ao teu próximo. Êxodo 20:17
O profeta Samuel tentou desencorajar o povo de Israel a ter um rei, usando o seguinte argumento, dentre outros: "Tomará o melhor das vossas lavouras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais e o dará aos seus servidores" (1Sm 8:14).
Suas palavras se cumpriram de modo trágico num dos crimes mais hediondos da história de Israel. O rei Acabe desejou possuir a vinha de Nabote, que ficava ao lado do palácio real, propondo dar-lhe outra melhor ou pagar o seu justo valor em dinheiro (1Rs 21). A oferta do rei era, aparentemente, razoável e Nabote tem sido às vezes criticado por não tê-la aceito.
Mas é preciso ter em mente que Nabote era um homem leal a Deus, e a lei divina, dada através de Moisés, estipulava que a herança paterna só poderia ser vendida em caso de extrema necessidade, e ainda assim sob a condição de poder ser recomprada a qualquer momento e, se não fosse, retornaria ao proprietário original no ano do jubileu (Lv 25:13-28). E foi baseado no código levítico que Nabote respondeu ao rei: "Guarde-me o Senhor de que eu dê a herança de meus pais" (1Rs 21:3).
Acabe não esperava essa recusa e voltou ao palácio desgostoso e indignado. Além de não poder ter a cobiçada vinha, ficara implícita a lição moral e espiritual que Nabote lhe dera: "Você, que é rei e devia ser o primeiro a cumprir a lei, quer desrespeitá-la?" E Acabe, vítima de sua própria imaturidade emocional, ficou de cama e não quis comer.
Então entra em cena Jezabel, aquela mesma que pôs o profeta Elias para correr. "Pode deixar que eu resolvo!", disse ela. E imediatamente se pôs a escrever cartas em nome do rei e as enviou aos anciãos e aos nobres da cidade, para que apregoassem um jejum, conseguissem dois homens malignos que testemunhassem contra Nabote, acusando-o de blasfêmia contra Deus e contra o rei, e então fosse apedrejado.
A magistratura corrupta da cidade fez exatamente o que Jezabel ordenara. E o fiel Nabote foi apedrejado junto com sua família. Morreu como mártir de sua fé e lealdade a Deus. Mas Acabe e Jezabel pagaram caro por isso (1Rs 21:19; 22:34-38, 2Rs 9:36).
A transgressão do décimo mandamento levou Acabe e Jezabel a quebrarem também o sexto, o oitavo e o nono, o que mostra que um pecado leva a outro. Que Deus nos ajude, hoje, a não condescendermos com o pecado, por mais inofensivo que pareça, "pois no fim ele morde como uma cobra venenosa" (Pv 23:32, NTLH).
Rir é o melhor remédio
O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos. Provérbios 17:22
Os médicos diagnosticaram que o jornalista e filósofo americano Norman Cousins estava sofrendo de uma dolorosa doença dos tecidos conectivos (colagenose) . Nódulos haviam aparecido em seu corpo e a certa altura seus maxilares haviam ficado quase totalmente travados. Disseram-lhe que ele teria apenas uma chance em quinhentas de viver. Um médico lhe disse que nunca havia visto alguém se recuperar dessa enfermidade.
Norman imediatamente começou a tomar enormes doses de vitamina C, combinadas com um programa de risadas diárias. Passou a assistir comédias em seu próprio projetor e descobriu que dez minutos de gargalhadas exerciam um efeito anestésico que lhe permitiam dormir durante duas horas sem sentir dor. Após alguns meses suas dores cessaram e ele pôde retornar ao trabalho, provando que, em seu caso, rir foi o melhor remédio.
Uma pesquisa conduzida na Universidade de Loma Linda, sobre os efeitos do humor, indica que as pessoas podem fortalecer o sistema imunológico utilizando o humor para combater o estresse e aliviar a tensão. E o psiquiatra William Fry, da Universidade de Stanford, compara o riso, em termos de benefícios cardiovasculares, ao exercício numa bicicleta ergométrica. Ele acredita que o humor, como tônico diário, pode prevenir a doença coronariana e reduzir a gravidade de ataques cardíacos (Signs of the Times, julho, 1997, p. 19).
Embora as Escrituras condenem "a risada do insensato" (Ec 7:6), deixam claro que o contentamento e a alegria são sinais distintivos do verdadeiro cristão, pois o evangelho significa boas-novas de salvação. É possível demonstrar contentamento mesmo sob provações, o que é exemplificado pela atitude de Paulo e Silas, que cantaram na prisão, mesmo tendo os pés presos no tronco. "Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo" (At 13:52).
Ellen White, embora desaprovasse os gracejos tolos, o riso tumultuoso e a frivolidade, opunha-se a um estilo de vida sem humor. Apesar de enfrentar problemas de saúde, ela manifestava uma alegre disposição. Mesmo em seus escritos ela deixou transparecer senso de humor: "As irmãs não devem, quando no trabalho, usar vestidos que as façam parecer espantalhos para afugentar os pássaros-pretos do milharal" (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 464).
Mas o nosso maior exemplo é Cristo, o qual foi ungido "com o óleo de alegria" (Hb 1:9). A alegria é o fruto do Espírito e um subproduto da vida espiritual bem vivida.
Quanto é que você tem?
E Ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver! E, sabendo-o eles, responderam: Cinco pães e dois peixes. Marcos 6:38
Um garoto de 13 anos leu sobre o trabalho do Dr. Albert Schweitzer na África, e sentiu o desejo de ajudar. Ele só tinha dinheiro suficiente para comprar um vidro de aspirina. Escreveu para a Força Aérea e perguntou se eles poderiam voar sobre o hospital do Dr. Schweitzer e lançar o vidro para ele. Uma estação de rádio transmitiu o interesse desse garoto em ajudar. Muitos ouvintes ficaram sensibilizados e também responderam.
Mais tarde o governo o levou de avião até o hospital do Dr. Schweitzer, junto com quatro toneladas e meia de remédios no valor de 400.000 dólares, doados por milhares de pessoas. Quando o Dr. Schweitzer ouviu a história, exclamou: "Nunca imaginei que uma criança pudesse fazer tanto!"
Quando Jesus disse aos discípulos que precisavam alimentar a multidão, pois já era tarde e o lugar era deserto, mandou-os verificar quantos pães havia. Um garoto tinha cinco pães e dois peixes, e isso era tudo, ou seja, quase nada. Do ponto de vista humano, não era suficiente nem para alimentar uma família, quanto mais cinco mil homens, mulheres e crianças. Mas nas mãos do Mestre o pouco se torna muito.
Ellen White diz: "O alimento multiplicava- se-Lhe nas mãos" (O Desejado de Todas as Nações, p. 369). Porém, não foi nas mãos dos discípulos nem nas mãos do povo, mas nas mãos de Jesus que se operou o milagre. Cristo não criou o alimento do nada, mas multiplicou o que havia. Cinco pães e dois peixes era pouca coisa, mas Ele não os desprezou, pois providenciaram a base para o seu milagre.
Muitas vezes consideramos nossa capacidade, nossos talentos, nossos meios, totalmente inadequados para realizar a obra que Deus nos deu. Mas se depositarmos nossos dons no altar, por pequenos que sejam, para que Ele os use, Ele os multiplicará e fará grandes coisas com eles.
"Grande erro é confiar em sabedoria humana, ou em números, na obra de Deus. O trabalho bem-sucedido para Cristo, não depende tanto de números ou de talentos, como da pureza de desígnio, da genuína simplicidade, da fervorosa e confiante fé" (O Desejado de Todas as Nações, p. 370).
A ordem de Jesus é: "Trazei-mos" (Mt 14:18). Precisamos trazer-Lhe nossas ofertas com fé, e Ele as aceitará. Cada um de nós recebeu pelo menos um talento. Todos temos alguns pães e peixes para oferecer ao Mestre.
Não enterremos nosso talento, por pequeno que seja.
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