quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tempos de incoerência

Tempos de incoerência


No começo do mês, quando viajava com minha família para Santa Catarina, ao parar numa das serras do caminho, me vi obrigado a fotografar o automóvel acima. E não foi pelo saudosismo (meu primeiro carro foi um fusca). Não. O que me chamou a atenção foram os símbolos colados na lataria. Sem querer, o proprietário do veículo me forneceu clara ilustração dos tempos modernos - tempos de incoerência; de tentativas de misturar o imiscível. Enquanto hostenta o peixe-símbolo dos cristãos, no outro lado do capô traseiro, exibe o logotipo de uma revista masculina. De que são feitos os cristãos de nossos dias? O que significa, para esses, a palavra "cristianismo"? Seria uma religião de igreja, de fim de semana, que nada tem que ver com o dia a dia? Para mim, esse fusca é o símbolo da incoerência daqueles que acham que podem se dizer seguidores (na verdade, no máximo, admiradores a distância) de Jesus, enquanto frequentam locais de diversões reprováveis, ouvem músicas que exaltam a sensualidade e a carnalidade (misturadas com letras que supostamente louvam a Deus), leem obras e assistem a filmes que nublam a mente e incapacitam para a reflexão, etc. Enfim, o fusca da incoerência revela o que já deveria ser óbvio para todo cristão: "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro" (Mt 6:24). Naquele dia, segui viagem pedindo a Deus que me ajudasse a ser um cristão coerente. - Michelson Borges

Leia também: "Domesticaram Jesus"

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