Sábado, 2/10/2010 - › Introdução "Espero pelo Senhor mais do que as sentinelas pela manhã; sim, mais do que as sentinelas esperam pela manhã! Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, pois no Senhor há amor leal e plena redenção" (Salmo 130:6, 7, NVI). Calebe, embora não tenha se destacado como um protagonista principal na história de Israel, como foi Josué, existem algumas referências interessantes sobre ele na narrativa da história do povo de Israel, e algumas que despertam a nossa curiosidade. A Bíblia não traz detalhes da biografia de Calebe. O retrata como um homem com traços de caráter e de personalidade marcantes, a Bíblia não traz referências anteriores dele. Dos doze que foram escolhidos para espiar a terra de Canaã, ele era o representante da tribo de Judá, a tribo da qual sairiam Davi, Salomão, e Jesus. Das tribos de Israel, é a considerada a tribo mais nobre, e a Bíblia confirma isso com as palavras "O cetro não se apartará de Judá" (Gênesis 49:10). Um fato curioso na história de Calebe é a sua participação na narrativa dos espiões, depois que voltaram de espiar a terra de Canaã. Porque ele, e não Josué (que viria a se tornar o líder de Israel em substituição a Moisés) foi quem fez a intervenção no momento em que os outros espiões estavam dando sinais de fraqueza. O comentário bíblico sugere que talvez o motivo fosse que a natureza de Josué era mais para guerreiro do que orador. Mas, de qualquer forma, a iniciativa de Calebe foi de muita coragem. Nesta semana vamos ter a oportunidade de conhecer um pouco melhor este herói dos bastidores, da tribo de Judá.
Pense: Moisés não enviou os seus soldados para espiar a terra de Canaã com o objetivo de avaliar se era possível vencê-los. O objetivo era unicamente avaliar as condições para que se preparassem adequadamente, pois nenhum gigante pode colocar medo nos herdeiros de Canaã. Desafio: Existe algum gigante em sua vida? Compare-o com o tamanho de Deus!!!
Domingo, 3/10/2010 - › "Os fatos" Ao planejar enviar os soldados à Canaã, quais teriam sido os critérios para a seleção dos homens que para lá iriam? Considerando o grau de perigo desta missão, teriam que ser homens corajosos e habilidosos na guerra. Porém, mais do que perigosa, a missão previa quarenta dias de exploração na terra para levantar informações sobre diversos aspectos (Números 13:18-20). Com isso, é possível que outros critérios, além da coragem e da habilidade de guerra, fossem importantes para orientar a seleção. A ênfase não era saber unicamente características estratégicas de guerra. Informações sobre as condições e qualidade da terra eram muito importantes. Moisés até pedira que se esforçassem para trazer produtos da terra, o que poderia servir para confirmar o ânimo e a motivação do povo para a tomada da terra. Isso pode sugerir que a escolha dos soldados não fosse baseada na sua bravura. Teria que ser, além de bons guerreiros, pessoas que tivessem a sensibilidade para avaliar as condições da terra e elaborar relatórios fídedignos. Não havia, em nenhum momento, por parte de Moisés, o interesse de levantar informações comparativas do tamanho e da capacidade bélica daquele povo. Essas informações eram importantes sim, mas apenas para definir a estratégia de aproximação e abordagem. Não se tratava de avaliar se seria ou não viável o combate! A diferença marcante entre a disposição da dupla Josué e Calebe e a dos outros dez está na forma como eles estavam alinhados com Deus. Josué e Calebe estavam, pela comunhão que tinham com Deus, mas próximos dEle e podiam, através da sua experiência pessoal, ter a certeza de que para Deus tudo é possível. Como os outros dez não tinham esse conhecimento experimental, deixaram que o tamanho dos soldados que habitavam Canaã os amedrontassem e, pior do que isso, contaminaram o povo com seu negativismo. Portanto, a diferença está apenas no tamanho da fé! Pense: Qual o tamanho das dificuldades que você tem?
Desafio: Você conhece o tamanho do poder de Deus? A vitória aos olhos de Deus pode ser comparada com a vitória aos olhos humanos? Não se esqueça: Deus pode fazer de você um gigante!!!
Segunda-Feira, 4/10/2010 - › Permanecendo em pé quando é necessário Há um senso popular de que homem não chora. Isso está relacionado com a natureza de desejável coragem nos homens. O que é mesmo coragem? A coragem exclui, necessariamente, a sensibilidade, a mansidão e a bondade?
Porém, é diferente o choro motivado pelo medo e pela covardia! Foi isso o que ocorreu com o povo. Apesar de toda a disposição, confiança, bravura e coragem de Calebe e Josué, não foi suficiente a tentativa de anular a contaminação de medo, de covardia e da falta de fé e confiança, apesar do relatório ser positivo quanto à qualidade da terra e dos seus produtos (Números 13:27). Além da coragem, a fibra de firmeza nos ideais e de caráter incontaminável foi o que se percebeu nas atitudes de Calebe. Quando Deus anunciou que Josué e Calebe seriam os únicos daquela geração que haveriam de entrar na terra de Canaã, Deus se referiu a Calebe dando ênfase à sua conduta, "porquanto houve nele outro espírito, e perseverou em seguir-Me, eu o levarei à terra em que entrou, e a sua semente a possuirá" (Números 14:24). Deus apontou duas qualidades na conduta de Calebe: "nele houve outro espírito e perseverou em me seguir". Há momentos em que é difícil permanecer em pé. Para permanecer em pé é necessário ser perseverante. Jesus falou da perseverança quando apresentou alguns sinais da destruição de Jerusalém e, analogamente, os sinais do fim dos tempos (veja na seção Pense), o que significa que as condições de desafio e de prova de fé não são restritas a épocas e a pessoas especiais. O que Jesus disse está diretamente ligado ao tempo em que estamos vivendo. Pense: "Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas coisas, mas o fim não será logo. Então, lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino, contra reino; haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, coisas espantosas e também grandes sinais do céu. Antes, porém, de todas estas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome; e isto vos acontecerá para que deis testemunho. Assentai, pois, em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis de responder; porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem. E sereis entregues até por vossos pais, irmãos, parentes e amigos; e matarão alguns dentre vós. De todos sereis odiados por causa do meu nome. Contudo, não se perderá um só fio de cabelo da vossa cabeça. É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma. Lucas 21:9-21 (grifo acrescentado) Desafio: O apóstolo Paulo definiu bem o trajeto para a bendita esperança: "... sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança." Romanos 5:3-4. Então, o que é preciso para permanecermos em pé?
Terça-Feira, 5/10/2010 - › Reivindicando as promessas de Deus A promessa de Deus a Calebe fora feita havia quarenta e cinco anos. Não era necessário que Calebe fizesse uma cobrança para que essa promessa fosse cumprida. Tanto ele como Josué sabiam disso. O relato que é feito na Bíblia sobre essa conversa entre Calebe e Josué tem o propósito de colocar em evidência essa promessa. Também colocar em destaque a forma como Deus opera, pois não é um acontecimento corriqueiro um homem com 85 anos se dispor a por para correr a população de uma cidade na qual havia, além das pessoas comuns, três famílias de gigantes. A forma como Deus trabalha é sempre contando com o Seu poder. Deus não faz uso de pessoas poderosas para colocar em evidência o Seu poder. Ele transforma o impossível em fato consumado. Foi exatamente assim que Ele tirara o Seu povo do Egito. A começar com Moisés, o quase governador do Egito, que teve de desfazer-se da sua capacidade de influência e poder que desfrutava no Egito, e com os quais achava que faria algo pelo seu povo. Deus ainda mostrou ao povo de Israel o Seu poder abrindo o Mar Vermelho para o povo de Israel e fechando-o sobre os seus inimigos. Agora, depois de muitas demonstrações do Seu poder no deserto, abrira novamente as águas do Rio Jordão, exatamente na época das cheias, para que essa geração, que não tinha presenciado a divisão do Mar Vermelho, pudesse perceber o tamanho do poder de Deus. As formas como Deus opera em situações especiais eliminam todas as possibilidades e aparências que possam desviar a atenção do Seu poder para algum fenômeno humano. Pense: "...vossa fé é acanhada, muito pequena. ... Avançai! Deus operará com grande poder, se diante dele andardes com toda a humildade de espírito. Falar em impossibilidade não significa fé. Para Deus, nada é impossível. Ellen White, em Vida e Ensinos, pág. 216-217 Desafio: "Jesus, porém, fitando neles o olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível.! Marcos 10:27
Quarta-Feira, 6/10/2010 - › Passando adiante o legado Calebe, apesar de idoso, demonstrou ser pró-ativo, não deixando para os outros aquilo que era atribuição sua. Ele poderia ter pedido a Josué que providenciasse um exército para ajudá-lo em sua conquista da terra, afinal, Deus já lhe havia prometido aquela terra e Josué era testemunha disso. Mas, em vez disso, assumiu a sua posição e liderou a missão. Fez o que precisava ser feito. Na sua da sabedoria, também, criou motivação nos melhores do grupo, e acabou, além da conquista, tendo o benefício de atrair um bom genro, que se tornou em uma bênção para os seus descendentes também. Vivemos hoje a sociedade do descarte. Quase tudo é descartável, e, a cada dia, aumenta a quantidade e volume dos descartes. No Brasil ainda não, mas nos EUA, por exemplo, não é de incomum encontrar no lixo aparelhos eletrônicos em bom estado, com apenas uma peça acessória não significativa quebrada. Isso tende a se reproduzir nos países que estão sendo incluídos no 1º mundo. Existe todo um sistema que induz a esta cultura. Por exemplo, você compra um aparelho cuja peça precisa ser trocada para a sua atualização. Porém, essa peça não é mais fabricada e, compulsoriamente, é necessário o descarte. O UNASP-EC fez um vídeo, e foi ao ar pela TV Novo Tempo, em que mostra um senhor idoso (irmão Sukin) tendo um sonho. Ele presencia a neta perguntando para a mãe sobre o que fazer com algumas coisas que ainda eram úteis, porém, "velhas". À pergunta da filha a mãe (esposa do Pr. Amin Rodor) responde, do outro lado da casa: "joooga fooora", e a garota continua a fazer perguntas sobre várias outras coisas e a mãe repete a orientação "joooga fooora". Nisso, ainda no sonho, o seu netinho, sem entender muito da vida ainda, pergunta para a mãe – e o vovô? Esse vídeo desperta-nos para o assunto do que fazer com os velhos. Pois é, o que fazer com os velhos em mundo que tem projeção para um aumento gradativo na expectativa de vida. Pelos estudos da ONU, o mundo terá cada vez mais velhos. Os países estão envelhecendo na medida em que as famílias estão tendo cada vez menos filhos. Há uma previsão de que daqui a 40 anos haja em nosso planeta três vezes mais idosos, comparados ao número de hoje, que já bastante mais em relação ao que havia na virada do milênio, há apenas dez anos passados. Isso quer dizer que teremos três idosos onde temos hoje apenas um. Pense: Idade e experiência valem mais do que a adolescência. Provérbio popular.
Desafio: "Como é comovente ver a juventude e a velhice dependendo uma da outra, o jovem olhando ao idoso quanto aos conselhos e à sabedoria, e o ancião ao adolescente em busca de auxílio e simpatia! Assim é como devia ser. Deus quer que os jovens possuam tais atributos de caráter que encontrem prazer na amizade dos idosos, para se unirem nos queridos laços da afeição aos que se estão aproximando da sepultura. Filhos e Filhas de Deus". Ellen White, em Mente, caráter e personalidade, vol 2, pág. 746.
Quinta-Feira, 7/10/2010 - › Doando liberalmente A lição de hoje destaca o espírito liberal de Calebe. Esse é um sinal claro de comunhão e confiança em Deus. A ligação com o divino elimina qualquer apego às coisas materiais. Nesta vida estamos em contato permanente com dois níveis de relacionamento: com as coisas materiais e com as pessoas. Alguns dão maior importância para um do que para o outro. Precisamos dos dois, porém, ao nos apegarmos a um deles, poderemos ou não, como conseqüência, ter garantido o outro. Mas isso não ocorre igualmente com qualquer escolha que se faça como prioridade. Vejamos como isso ocorre: Se dermos prioridade para as pessoas, ou seja, para os relacionamentos, teremos garantida ajuda para quando precisarmos, pois aqueles a quem dedicamos o nosso genuíno amor nos darão, também, a sua atenção, se necessitarmos. Porém, se apegamo-nos às coisas materiais, os relacionamentos são comprometidos e colocados em segundo plano, ou, então, usados apenas para fazer crescer a nossa lista de bens materiais. Neste caso, quando precisarmos das pessoas, elas não estarão disponíveis para nos socorrer. É por isso que a Bíblia diz que "mais bem-aventurado é dar do que receber". A liberalidade depende de fé na promessa de Deus. Deus havia prometido a Israel que ele seria um provedor, e não dependeria de ninguém, a não ser do próprio Deus. Eles acreditavam nisso quando atendiam ao pedido de Deus que lhe dessem do melhor, das primícias. Esse era o fundamento da prosperidade do povo. Por que é tão difícil compreendemos isso? As duas moedinhas da viúva (Lucas 21:1-4) podem explicar o que é, realmente, ter fé em Deus e na Sua providência! Pense: "Ninguém precisa temer que sua liberalidade o leve à necessidade. A obediência aos mandamentos de Deus daria certamente em resultado a prosperidade. "Por esta causa", disse Deus, "te abençoará o Senhor, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo no que puseres a tua mão." Deut. 15:10. "Emprestarás a muitas nações, mas não tomarás empréstimos; e dominarás sobre muitas nações, mas elas não dominarão sobre ti." Deut. 15:6." Ellen White, em A Ciência do Bom Viver, pág. 187. Desafio: O desafio de Deus é colocado nas seguintes palavras: "Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida". Malaquias 3: 10. Será que este desafio inclui a mim também? Pode algum sentimento egoísta induzir-me à dúvida quanto ao provar mesmo a Deus? Ou será que o egoísmo pode, também, induzir-me a prová-Lo?
Sexta-Feira, 8/10/2010 - › Estudo Adicional Não deve ser sido fácil para Calebe passar os quarenta e cinco anos de espera pela sua entrada na terra que lhe foi prometida. Mais do que isso, cabia a Calebe fazer o trabalho de diminuir no povo a ansiedade por esta conquista. Como todas as pessoas normais, Calebe deve ter tido momentos em precisara de alguma motivação, e Deus, certamente, lhe providenciara o que era preciso. A sensibilidade de Calebe estava atenta para as coisas espirituais e jamais ele ousara dar liberdade a qualquer espírito de desânimo ou de falta de fé. A Bíblia não revela, mas é possível viajar no tempo e imaginar Calebe antes da saída do Egito. Deus estava revelando-Se ao povo de Israel como o seu Libertador, e algumas pessoas ainda insistiam em que as coisas estavam ficando mais duras para os hebreus e já teriam desistido lá mesmo no Egito, antes da saída. Procure imaginar a atuação de Calebe incentivando o povo a crer nas promessas de Deus e sendo instrumento nas mãos de Deus para que o Seu plano fosse concretizado. Muitas pessoas colocaram os olhos nas coisas materiais e no conforto momentâneo que iriam perder, ficaram preocupados com as coisas. Um aspecto do caráter de Calebe que vale a pena destacar, também, é o da humildade. Ele não se prevaleceu de estar certo e, por isso, exigir entrar na terra de Canaã antes dos 40 anos aos quais o povo de Israel fora condenado a rodear no deserto. Calebe aceitou sem reclamar esta situação e percebeu que Deus contava com ele para influenciar a nova geração que haveria de entrar, finalmente, em Canaã. A partir de uma vida de comunhão com Deus e real interesse no crescimento espiritual daqueles que nos circundam, poderemos tornar-nos um canal de poderosas bênçãos. Deus procura pessoas de coração sincero para nelas atuar com toda a força do Seu poder (2 Crônicas 16:9). Em vez de sermos palhas que voam ao sabor das circunstâncias, podemos atuar de forma pró-ativa, influenciando para o bem e não sendo influenciados por nada que possa nos afastar da nossa meta (Hebreus 12:1-4). Pense: "Todos são responsáveis por suas ações, enquanto são provados neste mundo. Todos terão poder para controlar suas ações se o quiserem. Se forem fracos na virtude, pureza de pensamentos e ações, poderão obter auxílio do Amigo do indefeso. Jesus está familiarizado com todas as fraquezas da natureza humana e, se Lhe rogarem, dará forças para vencer às mais poderosas tentações. Todos poderão obter essa força, se a buscarem com humildade". Orientação da Criança, pág. 466. Desafio: "Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes. Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos. O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na sua dignidade, e o rico, na sua insignificância, porque ele passará como a flor da erva." Tiago 1:4-10
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Conheça o autor |  | Wanderley Gazeta É professor no UNASP desde 1982. Casado com Sônia M. M. Gazeta, tem dois filhos, Jean Marcel e Marcus Fernando. |
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