Sábado, 30/10/2010 - › Introdução "Amarás... o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força"(Deuteronômio 6:5). Existem histórias em que Davi entra como o mocinho, como foi no caso da história anterior, em que Davi foi ultrajado pelo marido de Abigail. Ao final, acabou tendo a sua honra protegida por Abigail, que usou de sabedoria e partiu para a ação em favor da sua proteção e da sua família. Hoje, porém, Davi é o vilão da história. O relato bíblico do episódio de Urias apresenta uma narração não muito favorável a Davi. A sua participação na história de Urias revela informações sobre a conduta de Davi que, além de expor suas fraquezas, aponta para a gravidade da sua conduta antiética. Apresentar aspectos positivos e negativos sobre os heróis bíblicos é um dos fatores importantes na conduta bíblica e coloca em destaque a sua imparcialidade e autenticidade, o que fortalece a sua confiabilidade. Durante esta semana vamos confrontar os procedimentos de Davi com o de Urias. Quem era Urias, como a vida dele significou uma verdadeira lição de moral e de ética para Davi, considerado o maior dos reis de Israel. No Brasil, há tempos atrás, ainda quando eu estudava, nos quatro estágios da escola formal – primário, ginasial, 2º grau e faculdade – ensinava-se pelo menos um ano, em cada etapa destas, alguma disciplina ligada à ética. Essa disciplina poderia ter diversos nomes como Educação Moral, Moral e Cívica, ou algum nome ligado à formação religiosa cristã. Hoje não é mais assim. Esse não é um conteúdo obrigatório, no formato como era antes. Porém, como cristãos, tudo o que aprendemos dessas histórias bíblicas é relacionado à ética. Do ponto de vista bíblico, é base dos dez mandamentos que, nos quatro primeiros mandamentos enaltece a importância de adorarmos unicamente a Deus, colocando-o em primeiro plano sempre, e reverenciando-O como o Criador do Universo. Nos últimos seis, são colocadas normas de conduta e relacionamento ético para com o nosso próximo. O significado do nome de Urias é "em Deus existe luz". Em meio à procura ansiosa e ambiciosa por satisfazer cada vez aos anseios que brotam incessantemente do coração humano, egoísta e insaciável como é sua natureza, precisamos diariamente renovar o nosso compromisso com a nossa meta maior. Nenhuma promessa humana de sucesso aos olhos humanos deve confundir nossa visão a ponto de desviá-la da meta eterna. Se a falta luz ameaçar distorcer nossa visão, lembremo-nos de que há luz na presença de Deus, e dEle podemos buscar luz e poder para vencer o nosso maior inimigo: nossa própria vontade. Pense: " A mente natural, egoísta, uma vez deixada a seus próprios e maus desejos, agirá sem motivos elevados, sem referência à glória de Deus ou ao benefício da humanidade. Os pensamentos serão maus, e só maus continuamente. ... O Espírito de Deus produz uma nova vida na pessoa, levando os pensamentos e os desejos à obediência da vontade de Cristo."Mente, Caráter e Personalidade, pág. 658. Desafio: "Os anjos de Deus estão procurando atrair a nossa atenção de nós mesmos e das coisas terrenas. Não os façais trabalhar em vão."A Ciência do Bom Viver, pág. 454. Domingo, 31/10/2010 - › Declive escorregadio Quanto tempo leva para edificar um imponente prédio? E para edificar o caráter? E para construir uma boa reputação? E quanto tempo leva para destruir tudo isso? Por que para construir se gasta muito mais tempo do que para destruir? O mundo todo, hoje, sabe o que foi o Word Trade Center, graças à forma como foi destruído. O complexo original foi projetado por Minoru Yamasaki na década de 1960. Não eram apenas dois, mas sete, o número de prédios que compunham este complexo. Dois deles, conhecidos como Torres Gêmeas, foram alvo de dois aviões, o que fez com que se tornassem um monturo de ferragens e entulho em apenas alguns minutos: "57 minutos após o impacto, a Torre Sul entrou em colapso e ruiu, seguida 29 minutos depois pela Torre Norte, resultando em 2.750 mortes"1. Um terceiro prédio que fazia parte do complexo também ruiu naquele mesmo dia, porém à tarde, às 17h20, depois que suas estruturas foram desestabilizadas pelo fogo que queimou durante praticamente todo o dia. Davi, um homem em quem os olhares de todo o povo encontravam uma referência de lealdade, que fora o autor de frases como aquela dita quando Saul, à procura de Davi para tirar-lhe a vida, estava entregue em suas mãos, na caverna em que ela estivera escondido: " O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor." I Sam. 24:6. Não parece que foi o mesmo Davi Entre um Davi e o outro, apesar de ser a mesma pessoa, a principal diferença estava na forma como utilizara o poder que tinha em suas mãos. Como rei, vencedor de todas as grandes batalhas travadas contra grandes inimigos, deixou que a tentação da satisfação própria assumisse o controle da sua vida. Veja como esse é um problema tão antigo, e é também tão atual. Para comprovar isso, vamos utilizar um texto escrito por Ellen White sobre o primeiro pecado cometido pela mãe de todos nós, Eva. Depois vamos parafrasear colocando o nome e o pecado de Davi no lugar de Eva e seu pecado (palavras sublinhadas). E, ainda, se você enfrenta algum conflito espiritual, com algum pecado encarando você de frente, parafraseie este texto colocando o seu nome e esse pecado no lugar das palavras sublinhadas do texto e veja como Deus pode falar pessoalmente com você, para ajudá-lo em sua luta. O texto está no livro Temperança, na página 15: "Eva foi intemperante em seus desejos quando estendeu a mão para apanhar o fruto da árvore proibida. A satisfação própria tem reinado quase suprema no coração de homens e mulheres desde a queda. Especialmente o apetite tem sido tratado com condescendência, e eles têm sido por ele regidos em lugar da razão. Por amor de satisfazer o paladar, Eva transgrediu o mandamento de Deus. Ele lhe dera tudo quanto suas necessidades requeriam, todavia ela não estava satisfeita." Veja como fica a paráfrase: "Davi foi intemperante em seus desejos quando estendeu a mão para tocar na mulher proibida. A satisfação própria tem reinado quase suprema no coração de homens e mulheres desde a queda. Especialmente a sensualidade tem sido tratada com condescendência, e eles têm sido por ele regidos em lugar da razão. Por amor de satisfazer desejo carnal, Davi transgrediu o mandamento de Deus. Ele lhe dera tudo quanto suas necessidades requeriam, todavia ela não estava satisfeita." Pense: A pessoa só encontra repouso ao cultivar a mansidão e humildade de coração. Jamais se encontrará a paz de Cristo onde reine o egoísmo. Não pode a pessoa crescer na graça se for egocêntrica e orgulhosa. Jesus assumiu a posição que o homem tem de ocupar para que a paz de Cristo possa habitar no coração. Os que se ofereceram a Cristo para tornar-se discípulos Seus, têm de negar-se a si mesmos diariamente, têm de erguer a cruz e andar nas pisadas de Jesus. Têm de ir aonde o Seu exemplo mostra o caminho. Carta 28, 1888." Mente, Caráter e Personalidade (Vol. 1), pág. 45. Desafio: O que é negar-se a si mesmo? Reflita sobre isso e coloque o seu ponto de vista no comentário abaixo. Isso poderá ajudar outras pessoas como você. Segunda-Feira, 1/11/2010 - › Ninguém é uma ilha Imagine qualquer pessoa normal. Qual é o ciclo natural de vida de um alguém temente a Deus, que tem saúde, tem disposição para o trabalho, é honesto e tem ambições sadias para o seu futuro. É natural que uma pessoa com este perfil ore a Deus para que lhe dê um bom trabalho, uma boa pessoa com quem se casar e formar a sua família. Que o mantenha com saúde para o trabalho e que seja feliz como esposo ou esposa e crie os filhos nos caminhos do Senhor. Mais à frente, que os filhos tenham uma adolescência normal, se tornem adultos e sigam o exemplo dos pais. Não existe nada de especial nisso. Por isso, não é difícil entender que Urias e Batseba tivessem esses ideais para o seu futuro. Não creio que Davi, ao pedir para trazer Batseba para o palácio, tivesse como objetivo destruir todos esses sonhos que certamente tinham se instalado no coração do casal Urias-Batseba. Fica bem claro que Urias era uma pessoa simples, que tinha lutas e planejava algum futuro melhor para si e para a sua família, quando tudo isso foi interrompido pelos impulsos irresponsáveis de Davi. Certamente não estava nos planos de Davi desencadear uma série de ocorrências que culminaria no assassinato de Urias, alguém fiel à sua esposa, aos seus companheiros de guerra, ao exército de Israel e ao próprio rei Davi. Essas coisas foram acontecendo, uma atrás da outra, porque Davi, pouco a pouco, foi cedendo à tentação que, a princípio, não era tão grave assim. É assim que o diabo atua no coração e na mente das pessoas. Em primeiro lugar, Davi optou por deixar os seus soldados irem para a guerra sem ele. Muita coisa mudou na vida de Davi, e essas mudanças foram ocupando espaço em sua vida pouco a pouco, centímetro a centímetro, sem que ele percebesse a gravidade daquilo que o esperava mais à frente. O resultado para Davi foi que a vida dele deixou de ser aquela tranqüilidade que tinha sido até então. Começaram a surgir problemas dentro e fora da sua casa. Tanto no aspecto pessoal, da sua vida familiar, como na sua vida como rei. Ele tinha dado um péssimo exemplo e, apesar do seu genuíno arrependimento, ele não ficou livre das graves consequências da atitude inconseqüente e irresponsável que ele tomara. Assim foi a sua vida a partir dali: " Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher." 2 Samuel 12:10 Pense: Você pode imaginar como seria o reinado de Davi se não tivesse cedido à primeira tentação? Davi também tinha um sonho! O que aconteceu com o sonho da Davi? Deus aceitou o arrependimento de Davi, e também continuou com ele. Deus manteve os seus planos com Davi, mas, para Davi, as coisas teriam sido diferentes, mais fáceis, se ele não tivesse cedido? Desafio: Como agir em momentos de forte tentação, para que a sua vida não se complique, e você consiga superar ainda mais os seus sonhos? Leia 2 Crônicas 16:9 e comente o que você entendeu. Terça-Feira, 2/11/2010 - › Um estrangeiro em Israel Não existe nenhuma evidência de que Urias era vítima de preconceito dos israelitas por ser estrangeiro em Israel. Ele era um heteu convertido ao judaísmo e que aceitara a Deus como o único Deus, Criador e Mantenedor da vida. Vivia em harmonia com o povo de Israel. Ele até tornou-se um soldado de elite, e era homem de confiança também de Joabe, o comandante do exército de Davi. Há diferentes formas de um estrangeiro tornar-se parte da nação e integrar-se a ela; para todas elas é necessário que se aceite e respeite os costumes e a cultura do país. Porém, para Deus somos todos irmãos. Quando Israel foi escolhido como representante de Deus na Terra, no passado, Deus tinha como propósito que esse povo fosse um referencial de conduta para que as outras nações fossem conduzidas a Ele através do seu exemplo e levados a reconhecê-Lo como o Criador e único Deus. Estrangeiros foram admitidos e era permitido que tomassem parte na adoração. Para Deus nunca houve separação racial que impedisse alguém de aproximar-se dEle e buscar as bênçãos da sua comunhão. Mesmo no Antigo Testamento, assim como nos tempos depois do nascimento de Jesus, todos os que foram gerados de Adão e Eva são candidatos à salvação, com os mesmos privilégios e oportunidades. Hoje, como Igreja, temos a responsabilidade de sermos a voz de Deus para os que ainda estão à procura da salvação. Também temos estrangeiros ao nosso redor. Jesus nos ensinou como tratá-los. "Dos dez leprosos que foram purificados, apenas um apreciou o dom recebido, e esse era estrangeiro e samaritano. Por amor daquele um, Cristo curou os dez." A Ciência do Bom Viver, pág. 134. Jesus nunca fez diferença, privilegiando um em detrimento do outro. Sempre tratou com igualdade tanto aos judeus como aos estrangeiros. Para Deus, todos são alvo do seu amor; todos são candidatos ao Seu reino e são objetos do sacrifício de Jesus. Quando Jesus receber os fiéis para morar eternamente com Ele, dirá as palavras descritas em Mateus 25:35 e 36 : " Tive fome e destes-Me de comer; tive sede, e destes-Me de beber; era estrangeiro e hospedastes-Me; estava nu, e vestistes-Me; adoeci, e visitastes-Me; estive na prisão, e fostes ver-Me." Pense: A aceitação e alcance do evangelho e da salvação estão mais do que claros na ordem de Jesus em Mateus 28:20: " Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo". Também há um registro semelhante no livro de Apocalipse 14:6, apontando a abrangência da três mensagens angélicas: " Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo ...". Desafio: Como igreja, existe ainda algo que esteja ao meu alcance fazer que justifique as palavras de Jesus em Mateus 25:35-36? Quarta-Feira, 3/11/2010 - › O que há em um nome? O que pode explicar o fato de o nome de Urias ser hebraico? Talvez, por ocasião da sua admissão como estrangeiro ele tivesse recebido esse nome. O seu significado é "em Deus existe luz". O nome é muito importante na formação da personalidade de alguém. Muitas vezes o nome pode representar algo que teve relevância para os pais na escolha. Pode representar a expectativa e, até, pode influenciar na formação da identidade de quem o recebe. Em uma sociedade em que os números são muito importantes, em algumas situações, mais do que o próprio nome. Vivemos em uma sociedade altamente informatizada, quando as pessoas são identificadas univocamente por número de CPF, RG e outros, porque o simples nome pode causar confusão. Ao identificar-se para alguma operação bancária, ou com alguma empresa que presta serviços em massa para a comunidade, em vez do nome, nos é perguntado o número do CPF, para escapar aos homônimos e evitar confusão. Isso tende a nivelar o tratamento das pessoas no campo da impessoalidade, tornando-nos meros números, como coisas inanimadas e controladas. No reino dos céus não é assim! " Ao que vencer darei Eu a comer do maná escondido e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe." Apoc. 2:17. É claro que vai existir tantas novidades no céu que tudo vai surpreender positivamente. Não está revelado por que as outras pessoas, além daquele que o receber, não vão conhecer o nome que estará escrito na pedrinha branca, mas o seu significado deverá estar ligado com a experiência de quem o carrega. E a experiência é única. Ninguém, mais do que você, poderá saber o real significado da sua experiência, por mais que você conte e que seja possível ver um filme a seu respeito. Isso demonstra como você é importante para Deus. Você recebe o nome único, que só você pode carregar, porque a sua experiência é única para Deus, e nenhum detalhe que tem significado para você será esquecido. Imagine o nome que terá Urias no céu. E você, que nome receberá? Pense: "Alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos Céus." Luc. 10:20. Paulo fala de seus fiéis cooperadores, "cujos nomes estão no livro da vida". Filip. 4:3. Daniel olhando através dos séculos para um "tempo de angústia qual nunca houve", declara que se livrará o povo de Deus, "todo aquele que se achar escrito no livro". E João, no Apocalipse, diz que apenas entrarão na cidade de Deus aqueles cujos nomes "estão inscritos no livro da vida do Cordeiro". Dan. 12:1; Apoc. 21:27. O Grande Conflito, pág. 481. Desafio: Quando você estiver em dúvida para tomar uma decisão, qualquer que seja ela, lembre-se de que o que importa é que seu nome esteja escrito nos Céus. Apenas isso! Quinta-Feira, 4/11/2010 - › Um homem de princípios O pecado de Davi fez-lhe muito mal (Salmo 51:12). O Davi que assassinou um homem justo, ético e de princípios rigorosos foi o mesmo Davi que não permitiu que seu servo perfurasse Saul, aquele que buscava matá-lo injustamente (1 Samuel 26). Esse fato mostra que a teologia que prega que "uma vez salvo, salvo para sempre" é falha. Se bem que a salvação de Cristo supera qualquer obstáculo, inclusive o tempo, não pode superar apenas uma coisa: a nossa própria vontade. Davi deixou-se levar pelas vibrações e desejos do seu coração. Foi como se tivesse perdido os sentidos, exatamente como o pecado trabalha no coração do homem e pode levá-lo, através da confiança em si mesmo, aos extremos da destruição. Daquilo que foi destruído pelos procedimentos de Davi neste episódio nebuloso da sua vida, nada foi pior do que o que ele tinha de valor em seu coração, os seus princípios. Por isso a sua oração no Salmo 51 apela para a misericórdia de Deus dizendo "Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável." Essas palavras brotaram do seu íntimo porque ele percebeu que o seu coração tinha sido corrompido, não estava mais puro, e o seu espírito que fora tão forte no passado, agora estava fraco e não conseguia mais sustentar os seus princípios que tanto valor tinham em sua prática da justiça. Como poderia um rei governar com um coração corrompido? E como poderia tomar decisões ao lado da justiça e vencer as pressões dos corruptos e mal intencionados que procurassem esmagar os menos favorecidos? Davi percebera que sem o Espírito de Deus ele nada faria, por isso pediu: " Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito." (Salmo 51:11) Agora, em vez da soberba, ele revela: " Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus." (Salmo 51:17) Pense: " Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar." 1 Coríntios 10:13 Desafio: " Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado. Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia." 1 Coríntios 10:11-12 Sexta-Feira, 5/11/2010 - › ESTUDO ADICIONAL Há algum tempo atrás li um livro que, na minha perspectiva, deveria ser lido por todos os que ocupam a liderança em qualquer situação, empresa ou na igreja. O seu título é "O Monge e o Executivo", escrito por James C. Hunter. É um pequeno livro no qual, através de uma narrativa, o autor coloca a importância da liderança participativa, aquela liderança em que o líder se preocupa com o bem estar dos seus liderados e os motiva a ponto de eles se comprometerem, por si mesmos, a serem cada vez mais leais. Considerando a trajetória de Davi, a forma como foi escolhido, como usou as suas habilidades, atribuindo sempre a Deus as suas vitórias, o homem de princípios e procedimentos éticos; e a profundidade do mal que ele praticou, uma coisa é certa: Não devemos confiar em nós mesmos, nem por um minuto sequer. Quanto maior a confiança em nossa força, habilidade e capacidade, tanto maior é o perigo que corremos nós e as pessoas que estão ao nosso redor! Por outro lado, no momento em que Davi reconheceu o seu pecado, resignou-se a ser corrigido pelas mãos de Deus, Ele realizou em Davi a obra de recuperação, conforme o grau do seu arrependimento. Existem lições que devem chamar a nossa atenção, tanto de um lado, desconfiando de nós mesmos, como de outro lado, reconhecendo a nossa pequenez e iniqüidade. Acontecendo isso, apesar das conseqüências materiais, devemos orar como fez Davi no Salmo 51. Releia esse salmo. Vale a pena! Ao falar sobre os critérios para a escolha de novos oficiais na Igreja, Ellen White recomenda: " Sem o amor e o temor de Deus, por mais brilhantes que sejam intelectualmente, haverá fracasso. Diz Jesus: "Sem Mim nada podeis fazer." João 15:5." Testemunhos Seletos, Vol 2, pág. 565. Assim como Saul foi escolhido para ser o primeiro rei de Israel, e demonstrara virtudes para cumprir devidamente o seu papel, Davi também o fora. A diferença que fez de Davi o maior herói da história de Israel em vez de Saul, foi exatamente a forma como os dois reagiram à correção de Deus. Saul não respeitou e não demonstrou real arrependimento pelos seus erros, e deixou que o desejo de exaltação lhe dominasse as decisões. Por outro lado Davi, certa ocasião em que sentiu o desejo de saber quão grande era o seu exército, o que lhe daria um sentimento de maior poder, pediu a Joabe que fizesse o censo de Israel. Apesar de Joabe ter resistido a este pedido, o rei insistiu, e Joabe comandou esse censo em todo o Israel. Porém, Deus lhe enviou uma mensagem de reprovação através do profeta Gade, e pediu que escolhesse entre três opções de punição. Em vez de rebelar-se contra Deus, Davi reconheceu a sua falta e respondeu da seguinte forma: " Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as Suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu." II Sam. 24:14. Pense: " Jesus não buscava a admiração ou o aplauso das pessoas. Não comandava um exército. Não governava algum reino terrestre. Não cortejava o favor dos ricos e honrados deste mundo. Não pretendia uma posição entre os dirigentes da nação. Habitou entre os humildes. Reduziu a nada as artificiais distinções da sociedade. A aristocracia do nascimento, da fortuna, do talento, do saber e da classe não existiam para Ele. Ele era o Príncipe do Céu, todavia não escolheu Seus discípulos dentre os instruídos doutores da lei, dos príncipes, dos escribas ou dos fariseus. Passou-os por alto, porque se orgulhavam de seu saber ou posição. " A Ciência do Bom Viver, pág. 197. Desafio: O texto acima quer dizer que ricos, talentosos, intelectuais não podem ser bons líderes? Reflita e ajude neste esclarecimento! |