4 º Trimestre de 2010 - PERSONAGENS DOS BASTIDORES
Comentário da Lição 10 - O homem de Deus – A obediência não é opcional
Sábado, 27/11/2010 - › Introdução
Comentário por Wanderley Gazeta
"Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:20, 21).
O povo de Deus, depois que saiu do Egito, conquistou a terra prometida e, a seu pedido, passou a ter reis como todas as nações vizinhas. Ao optar pela monarquia, o povo estava rejeitando a Deus como o seu Líder. Isto lhe custou muito caro, pois houve uma substituição do divino pelo mortal. Um homem, portanto, passou a dirigir o povo.
Com todas as suas limitações, ambições egoístas e tendências para a satisfação do desejo pessoal, esses reis trouxeram muitos problemas para Israel. E, infelizmente, o pior aconteceu: a fraqueza moral dos seus governantes contaminou também o campo espiritual, trazendo sérias consequências para o relacionamento do povo com Deus. Os reis misturaram os papéis e conduziram o povo à profanação e apostasia.
É esse o cenário de estudo desta semana, quando Jeroboão, governando sobre as dez tribos de Israel, pratica atos de irreverência religiosa e é reprovado por Deus. Vamos conhecer um pouco desta história que inclui um profeta cujo nome não é revelado no contexto em que a história é contada. Porém, no capítulo anterior (1 Reis 12:22), a Bíblia fala de um profeta chamado Semaías, o homem de Deus. Este poderia ser o anônimo homem de Deus citado no capítulo 13.
A história desse profeta surpreende-nos pela forma como enfrentou corajosamente o rei Jeroboão, mas acabou não resistindo à prova que viria depois. Assim, se confirma a verdade de que os inimigos declarados são menos perigosos do que os que se declaram amigos, mas agem enganosamente.
Pense: "A vida cristã é mais importante do que muitos crêem. Não consiste somente em delicadeza, paciência, doçura e bondade. São essenciais estas graças; mas há também necessidade de coragem, força, energia e perseverança. O caminho que Cristo nos traça é um caminho estreito e exige abnegação. Para entrar nesse caminho, e passar pelas dificuldades e desânimos, requerem-se homens fortes."A Ciência do Bom Viver, pág. 497.
Desafio: "Eles [todos os que desejam tornar-se coobreiros de Deus] terão poder para resistir ao mal, poder que nem a Terra, nem a morte, nem o inferno pode dominar; poder que os habilitará a vencer assim como Cristo venceu". Obreiros Evangélicos, pág. 39."
Domingo, 28/11/2010 - › A política da religião
Jeroboão ficou temeroso de que o povo fosse para prestar culto em Jerusalém. Ele temia que o povo fosse atraído para permanecer na terra de Judá. Com isso, ele tratou de criar em seu próprio território dois locais de culto, certamente por tratar-se de uma grande extensão territorial. Para isso, ele criou dois bezerros de ouro, um em Betel e outro em Dã, para representar a Deus. Embora não parecesse deliberado, ele passou por cima do segundo mandamento, que previne exatamente contra a idolatria. Nada pode tomar o lugar de Deus. Porém, ele considerou que o fim justificaria o meio.
Quando Jeroboão recebeu do profeta o anúncio que Deus lhe daria o reinado das dez tribos, ele ouviu do profeta também uma promessa de Deus, a mesma que fizera a Davi: de que ao seu reinado não faltaria sucessor se ele conduzisse o povo à fidelidade para com a aliança divina. O que ele fez, porém, foi exatamente o contrário. O seu procedimento aponta para uma desconfiança da promessa de Deus, pois ele estava tomando providências para prevenir que o povo voltasse para Roboão. Assim, exatamente o que ele deveria evitar, estava praticando. Se ele fosse fiel e o povo também, teria a garantia de que o povo não o abandonaria.
Você acha que essa foi uma atitude pouco inteligente de Jeroboão? Ou foi falta de fé e de confiança na fidelidade de Deus?
Pois é, nós podemos endereçar essas duas perguntas para nós mesmos, pois quantas vezes duvidamos das promessas de Deus e tentamos resolver as coisas do nosso próprio jeito? Será que isso nunca aconteceu com você também?
Pense: "Inútil fora o esforço de Jeroboão para revestir de solenidade a dedicação de um altar estranho, cujo respeito haveria levado ao desrespeito pelo culto de Jeová no templo de Jerusalém. Pela mensagem do profeta, o rei de Israel deveria ter sido levado ao arrependimento, a renunciar seus ímpios desígnios, os quais estavam desviando o povo do verdadeiro culto de Deus. Mas ele endureceu o coração, e decidiu seguir o caminho de sua própria escolha".
Desafio: Já lhe ocorreu alguma situação em que você resolveu "dar uma mãozinha" para Deus?
Será que o resultado foi bom? Ou teria sido bem melhor se tivesse deixado a questão inteiramente com Deus?
Segunda-feira, 29/11/2010 - › Deus intervém
Aqui há uma história espetacular! No momento em que Jeroboão está para iniciar o trabalho de adoração, ao qual pretendia imprimir um espírito de alta solenidade, talvez para ordenar os que, ele mesmo, "dos mais baixos do povo tornou a fazer sacerdotes dos lugares altos" (1 Reis 13:33). Ele chegou muito longe em sua idolatria e pecou, e, também, " fez o povo pecar" (verso 34).
Quando foi repreendido pelo profeta que veio de Jeusalém, Jeroboão poderia ter se retratado e reconhecido o seu erro, como fazia Davi quando era repreendido pelo profeta de Deus. Porém, o valente e corajoso Jeroboão não conseguiu assimilar a repreensão e, todo o seu temor de que poderia perder seu reino, estava confirmado pelo profeta, e todos ouviram que isso ocorreria exatamente para o reino de Israel.
Josias que, conforme a profecia do homem de Deus, profanaria aquele altar, nasceu séculos mais tarde. Com apenas 8 anos de idade foi colocado no trono de Judá (2 Reis 21:26) e com 12 anos determinou a eliminação de todas as formas de culto e acompanhou pessoalmente a destruição dos altares (2 Crônicas 34:3-8).
Infelizmente, Jeroboão, como Saul e outros reis depois dele, tanto de Judá como de Israel, começou bem e terminou mal. Ao receber a reprovação dos seus erros, ele irritou-se com a interferência de Deus. Ele só enxergava a si mesmo. Quando ele apontou para o profeta, ofendeu a Deus, por isso o seu braço ficou paralisado. Nessa providência, foi como receber a mensagem " de Deus não se zomba." Gálatas 6:7.
Jeroboão poderia ter sido uma bênção para o povo, mas deixou-se embriagar pelo poder e desejo de honras.
Pense: " A tarefa a que somos chamados não requer riquezas, posição social, nem grandes capacidades. O que se requer é um espírito bondoso e desprendido, e firmeza de propósito. Uma luz, por pequena que seja, se está sempre brilhando, pode servir para acender outras muitas." A Ciência do Bom Viver, pág. 355.
Desafio: Cada dia somos objeto da misericórdia de Deus e devemos estar conscientes da responsabilidade que temos diante dos dons que Deus nos dá. A humildade e a submissão são virtudes que nos capacitam para ser instrumentos nas mãos de Deus. Ele quer fazer brilhar a Sua luz através de nós.
Terça-feira, 30/11/2010 - › O Doador de dons
Poucas pessoas tiveram o privilégio de participar de uma demonstração tão singular do poder de Deus como essa que Jeroboão presenciou e foi parte. Esse milagre não teve nenhum efeito sobre ele. Ele não se dobrou à grandeza e ao poder de Deus visíveis ali.
Existem outros exemplos bíblicos de milagres espetaculares, mas vamos pensar sobre estes dois:
- as dez pragas do Egito, que também não foram capazes de mudar o coração do Faraó;
- a ressurreição de Lázaro, um corpo que jazia em estado avançado de decomposição, depois de quatro dias depositado na cova da rocha, retornou à vida. Apesar de a Bíblia mencionar que muitos creram em virtude desse milagre, ali havia muitos corações duros, de forma que por causa deste grande milagre foi convocado o Sinédrio, em cuja sessão decidiram pela morte de Jesus
Aqueles que têm o coração voltado para as coisas espirituais percebem os sinais de Deus. Nenhuma relação com Deus é possível sem a fé, e esta só é exercida na ausência de evidências. Tomé não teve fé até que Jesus lhe mostrasse os sinais em Suas mãos. Para ele disse Jesus: "bem-aventurados os que não viram e creram." João 20:29
Assim, os milagres não fazem nas pessoas descrentes nenhuma transformação. Eles podem confirmar algo que já existe no coração, mas não podem fazer com que alguém que esteja determinado a não crer tenha a sua vontade invadida.
Pense: "Não temos motivos para duvidar da Palavra de Deus, por não podermos compreender os mistérios de Sua providência. Achamo-nos, na Natureza, constantemente rodeados de maravilhas além de nossa compreensão. Deveríamos, pois, surpreender-nos ao encontrar também no mundo espiritual mistérios que não podemos sondar? A dificuldade jaz unicamente na fraqueza e estreiteza da mente humana."Educação, pág 170.
Desafio: "Não temos motivos para duvidar da Palavra de Deus, por não podermos compreender os mistérios de Sua providência. Achamo-nos, na Natureza, constantemente rodeados de maravilhas além de nossa compreensão. Deveríamos, pois, surpreender-nos ao encontrar também no mundo espiritual mistérios que não podemos sondar? A dificuldade jaz unicamente na fraqueza e estreiteza da mente humana. Educação, pág. 125
Quarta-feira, 1/12/2010 - › Mentiras tentadoras
Depois daquela situação bastante constrangedora para Jeroboão, cujo propósito era promover uma cerimônia bastante solene, e foi interrompido por alguém inesperado que, praticamente, anulou o propósito da cerimônia, surge a figura de outro profeta verdadeiro. Também deste profeta não aparece o nome. O curioso é que um é chamado de homem de Deus e o outro de profeta. Talvez exista alguma diferença entre estes tratamentos que se davam aos profetas. Em outros lugares eles são chamados de videntes.
Aqui fica claro como o perigo pode andar ao nosso redor. O homem de Deus estava descansando quando o profeta o alcançou e o convidou para ir à sua casa onde comeria e descansaria. Deveria haver algum motivo especial, pois o profeta fez um esforço especial para alcançar o homem de Deus e fez questão de trazê-lo para a sua casa. Mas a lição que fica aqui é que a tentação veio de dentro e não de fora. Isso revela uma artimanha do arquiinimigo que utiliza todos os seus recursos para enganar os mais próximos de Deus. O inimigo declarado e que se manifesta como tal é mais fácil de ser vencido do que um amigo que não revela a sua verdadeira intenção e apresenta-se de forma enganosa.
Na lição da semana passada também tivemos um caso de engano, em que os gibeonitas fizeram-se passar por gente de terra distante para fazer aliança com Israel e, porque Saul quebrara esta aliança, mesmo sendo conseguida de forma enganosa, os representantes de sua família tiveram que morrer por isso. Da mesma forma parece incoerente que o homem de Deus mencionado em nossa história tenha sido castigado por ter sido enganado.
Mas não é assim. Deus tinha sido claro com ele, e se houvesse alguma mudança nos planos, Deus teria falado diretamente com o ele, e não com o profeta. O homem de Deus tinha evidências disso, mas acabou cedendo à sua própria vontade de voltar com o profeta. Deus não é incoerente. Deus não foi injusto, conforme o próprio profeta reconhece em 1 Reis 13:26:"É o homem de Deus, que foi rebelde à palavra do SENHOR; por isso, o SENHOR o entregou ao leão, que o despedaçou e matou, segundo a palavra que o SENHOR lhe tinha dito". Ele é onisciente e sabe todas as coisas. O relato não entra em detalhes da conversa entre o profeta e o homem de Deus.
Tanto a lição dos gibeonitas como a história desta semana do homem de Deus tem o seu lugar na orientação de como nos relacionarmos com Deus.
Cada um de nós tem uma fraqueza que é explorada frequentemente pelo inimigo, mas os anjos e o Espírito de Deus estão conosco para não deixar que sejamos enganados. Deus não deixa, jamais, um coração sincero à mercê do inimigo.
Pense: " Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar." 1 Coríntios 10:13
Desafio: "Espere Israel no Senhor, porque no Senhor há misericórdia, e nEle há abundante redenção." Salmo 130:7
Quinta-feira, 2/12/2010 - › Tentações gêmeas
A tentação que o homem de Deus enfrentou foi recursiva. Ela se apresentou duas vezes em situações diferentes.
Por que foi mais difícil de resistir na segunda vez do que na primeira?
Ao enfrentar o rei e todo o povo que estava assistindo à cerimônia, é de se esperar que fossem requeridas muito mais coragem e ousadia, e logo, aparentemente, muito mais difícil de enfrentar. Mas o homem de Deus sucumbiu na segunda, onde não se apresentou nenhuma forma de dificuldade exterior. Isso conta que o perigo estava dentro dele mesmo.
Outra lição que se destaca aqui é que devemos ter maturidade espiritual para discernir e decidir racional e conscientemente a respeito da vontade de Deus. A Bíblia e a revelação estão à nossa disposição para que não estejamos à mercê da vontade e experiência de outras pessoas para determinar a direção de cada passo na vida espiritual. As mesmas palavras e recursos estão disponíveis para os líderes e os liderados. Acima de tudo, o que vale é a orientação do Espírito Santo para o entendimento da vontade de Deus para cada um. A vida cristã é algo pessoal e intransferível! A experiência com Deus não pode ser transferida de um para outro. A resposta que daremos ao chamado de Deus é pessoal. Não podemos nos valer da santificação do pai, da mãe, do pastor ou de quem quer que seja. Somente um pode administrar a minha vontade: eu mesmo. Deus respeita e considera a decisão de cada um, segundo as oportunidades que têm.
Pense: "Mas muitos sentem que lhes falta fé, e assim permanecem afastados de Cristo. Que essas almas, em sua impotente indignidade, se lancem sobre a misericórdia de seu compassivo Salvador. Não olheis a vós mesmos, mas a Cristo. Aquele que curara os enfermos e expulsara demônios quando andava entre os homens, é ainda o mesmo poderoso Redentor. Agarrai, pois, Suas promessas como folhas da árvore da vida: "O que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora." João 6:37. Ao irdes a Ele, crede que vos aceitará, porque vos tem prometido. Nunca podereis perecer enquanto assim fizerdes - nunca."A Ciência do Bom Viver, pág. 66.
Desafio: "Os habituados a satisfazer às tendências naturais devem ser levados a ver e a sentir que é mister grande renovação moral, se se querem tornar homens. Deus os convida a despertar e, na força de Cristo, reconquistar a varonilidade que Deus lhes dera, e que foi sacrificada em pecaminosas condescendências. [...] Mediante o devido exercício da vontade, uma completa mudança pode ser operada na vida. Entregando a vontade a Cristo, aliamo-nos com o divino poder. Recebemos força do alto para nos manter firmes. Uma vida nobre e pura, uma vida vitoriosa sobre o apetite e a concupiscência, é possível a todo aquele que quiser unir sua vontade humana, fraca e vacilante, à onipotente e inabalável vontade de Deus." A Ciência do Bom Viver, págs 174, 176.
FONTE: http://www.escolanoar.org.br/pt/
NOTA: VEJA O COMENTÁRIO DA SEXTA-FEIRA NO LINK ACIMA!!!