Resumo da Lição
Texto-chave: Salmo 130:3, 4
O ALUNO DEVERÁ...
Saber: A diferença entre uma resposta doentia para a culpa e uma resposta saudável, cristocêntrica.
Sentir: Reconhecer um sentimento de humilde confissão e aceitação das disposições de Deus para lidar com nosso pecado.
Fazer: Confessar os pecados, aceitar o perdão de Cristo, e viver alegremente na liberdade de Seu amor.
Esboço do aprendizado
I. Saber: Bom para o coração
A. Uma consciência sadia nos alerta de erros cometidos. Como podemos cultivar esse tipo de consciência?
B. Qual é a melhor forma de se relacionar com a culpa pelo pecado? O que Deus faz por nós quando confessamos nossos pecados?
C. Que problemas podem ocorrer quando não confessamos nossos pecados?
D. Por que é importante perdoar os que pecam contra nós?
II. Sentir: Humildade e confiança
A. Que sentimentos podem atrapalhar o reconhecimento de nossos erros?
B. Que sentimentos devem acompanhar a confissão?
C. Como nos sentimos quando aceitamos o perdão de Deus?
III. Fazer: Vida abundante
A. Quais pecados necessitamos confessar?
B. Após termos confessado os pecados, o que precisamos contemplar, apreciar e aceitar a respeito do que Deus fez por nós?
C. O que seria preciso para vivermos de maneira livre e feliz em Cristo nesta semana? Como podemos partilhar a notícia dessa liberdade com os outros?
Resumo: O sentimento de culpa surge de um pecado não confessado, mas o reconhecimento e o perdão do pecado traz liberdade, paz, alegria e vida abundante que começa agora e se estende para a eternidade.
Ciclo do aprendizado
Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: A culpa é uma parte inevitável da condição humana, mas isso não deve ser o fim da história. E é por isso que Deus tem provido o remédio.
Só para os professores: A culpa pode ser esmagadora; pode ser debilitante emocional e fisicamente. Ao ensinar este assunto, planeje colocar a culpa no contexto do chamado de Cristo ao arrependimento e Seu desejo de oferecer perdão, uma força incrivelmente mais poderosa do que a da culpa.
Atividade de abertura: O Dr. Kent Kiehl, um professor associado de Psicologia na Universidade do Novo México, mergulha no intenso e frequentemente horripilante mundo dos criminosos psicopatas. Ele investiga a mente deles – literalmente – examinando o cérebro, procurando em sua estrutura semelhanças que possam dar um sinal físico que explique por que algumas pessoas têm uma incapacidade quase completa de experimentar culpa. Seu interesse em psicopatas foi despertado quando tinha oito anos de idade, e vivia em Tacoma, Washington. Seu pai, que trabalhava no jornal local, chegou em casa certo dia falando sobre Ted Bundy, um jovem aparentemente cativante, inteligente e bonito, que havia atacado e assassinado pelo menos trinta mulheres. "Esse rapaz havia crescido na rua", afirma Kiehl. "Eu disse que quero entender por que as pessoas fazem coisas más. Como alguém poderia chegar a ser como Ted Bundy? E quero estudar o cérebro." – John Seabrook, "Suffering Souls: The search for the Roots of Psychopathy" [Almas sofredoras: A Busca pelas Raízes da Psicopatia], revista New Yorker (10 de novembro de 2008).
Pense nisto: A "Psicopatia" é caracterizada por um estado de vazio moral – Uma incapacidade de experimentar empatia ou arrependimento. As pessoas costumeiramente veem a "culpa" em termos essencialmente negativos, o que implica falha, fazer algo errado. E ainda é horrível a idéia de um mundo em que as pessoas fazem coisas erradas sem a emoção da culpa. Peça que sua classe comente o papel positivo da culpa – para indivíduos e sociedade.
Compreensão
Só para os professores: Comente com a classe a complexidade que o pecado e a culpa trouxeram ao relacionamento entre criatura e Criador. 1. Condenação e morte são os efeitos do pecado. 2. O pecador tem medo da morte. 3. O medo levou à negação do pecado e tentativa de transferir a culpa para um terceiro. 4. O medo da morte criou uma visão distorcida do Deus de amor e apagou a visão do perdão e da restauração. O resultado foi separação de Deus. Até hoje as pessoas têm medo de encarar a realidade do pecado. Ignorando o pecado, elas pensam que não precisam do remédio.
Comentário bíblico
I. "Tenho culpa, portanto sou..."
(Recapitule com a classe Gn 3:8-13 e Rm 5:18,19.)
Pense nisto: Ao longo dos séculos a literatura e a arte testemunharam do caráter universal da culpa como parte inevitável da experiência humana. Por que essa emoção é parte tão essencial do ser humano?
"Perversão" original. A culpa não pode existir por si mesma. Ela é um subproduto de outra coisa – o pecado. Teólogos têm debatido há muito tempo o conceito de "pecado original". Eles têm perguntado: Quais foram exatamente as consequências de Adão e Eva terem desobedecido a vontade de Deus?
Leia o Salmo 51:5. A palavra pecado obviamente descreve atos específicos. Mas não descreve também um estado ou condição geral que os seres humanos herdam ao nascer? Ellen G. White claramente ligou o problema do pecado humano com a queda de Adão. Ela escreveu: "Há em sua natureza um pendor para o mal, uma força à qual, sem auxílio, ele não poderá resistir" (Educação, p. 29).
Gerhard Pfandl, teólogo Adventista do Sétimo Dia, sugere que a expressão "perversão original" descreve melhor o ensino de nossa igreja. Não herdamos a efetiva culpa do pecado de Adão (pecado original), mas herdamos a tendência humana para o pecado. Ele escreveu: "O estudo do pecado e corrupção originais deveria nos levar à maior consciência de nossa necessidade de justiça e de que necessitamos de um Salvador desde o dia em que nascemos, e não somente depois de transgredirmos a Lei de Deus…. O evangelho eterno de Jesus Cristo satisfaz nossa necessidade" – Gerhard Pfandl, Some Thoughts on Original Sin [Reflexões sobre o Pecado Original], p. 22.
Perguntas para reflexão:
Considere teorias alternativas para a origem da culpa. (Por exemplo, expectativas da sociedade, expectativas dos pais, um desejo inato de não prejudicar os outros e neurose psicológica.) Por que estas explicações não são adequadas? Pode a emoção da culpa existir sem um padrão objetivo de certo e errado?
II. Mea Culpa – "Sou culpado"
(Recapitule com a classe Sl 32:5 e Jo 16:7, 8.)
Antes dos modernos avanços na ventilação e maquinaria, a mineração de carvão era uma atividade extremamente perigosa. Uma técnica utilizada para verificar a segurança da qualidade do ar nas minas era manter canários – aves especialmente sensíveis ao metano e ao monóxido de carbono – na entrada das minas. Enquanto os pássaros permaneciam sadios, os mineradores sabiam que o ar estava seguro. Um canário morto era sinal para sair da mina imediatamente.
Pense nisto: De que maneiras nossa consciência age como um "canário em uma mina de carvão", "um sistema de advertência antecipada" dado por Deus? Sobre o que exatamente ela nos adverte?
III. Nossa escolha – paralisia ou transformação
(Recapitule com a classe o Sl 32.)
O que ocorre depois de sermos convencidos de nossa culpa diante de Deus? As Escrituras colocam diante de nós dois possíveis caminhos – um leva à paralisia espiritual, e o outro à transformação.
Paralisia. Leia Esdras 9:6 e Sl 38:4. Martinho Lutero, cujos ensinos sobre a graça de Deus dividiram o mundo político e religioso de seu tempo, escreveu sobre um período anterior de sua vida, como jovem monge, quando tentou com todas as forças expiar seu sentimento de culpa por meio de jejum e autopunições. Ele escreveu: "Eu perdi a ligação com o Cristo Salvador e Consolador e fiz dEle algoz e carrasco sobre meu pobre ser." – James Kittelson, Luther The Reformer [Lutero o Reformador] (Minneapolis: Augsburg Fortress Publishing House, 1986), p. 78, 79.
Comente a experiência de Lutero e descreva como um fardo de culpa não resolvida pode moldar: nossos pensamentos, escolhas e relacionamentos.
Perguntas para reflexão:
"Culpa católica"; "culpa judaica"; "culpa adventista". O que está por trás da ideia popular de que os que são educados dentro de sólidas comunidades de fé, com altas expectativas morais, inevitavelmente viverão arruinados pela culpa?
Transformação. Leia Mateus 26:75. A culpa "saudável" opera como um catalisador para o autoconhecimento, estimulando-nos ao arrependimento e aceitação do perdão divino.
O que é transformado? A autopercepção (reconhecemos não somente nossa culpa mas nosso imenso valor para Deus, que tem provido um remédio para a culpa); nosso relacionamento com Deus (arrependemo-nos e buscamos agir de acordo com Sua vontade); nossos relacionamentos (tentamos compensar, tanto quanto possível, as consequências de nossos pecados).
Pense nisto: Um dos temas mais bonitos das Escrituras é o de Cristo nos "reconciliando" com Deus. Peça que três pessoas leiam as seguintes passagens: Romanos 5:10, 11; 2 Coríntios 5:17-20; Colossenses 1:21, 22. Que emoções você sente ao saber dos esforços de Deus para nos aproximar dEle? Podem essas passagens colocar a emoção da culpa dentro do contexto do plano de Deus para nossa salvação?
Aplicação
Só para os professores: Quanto mais claramente vemos o pecado, mais intensamente sentimos o poder da culpa. Ajude a classe a definir como podemos destruir o poder negativo da culpa em nossa vida, sem deixar de levar a sério o poder devastador do pecado.
Perguntas de aplicação:
No romance The Scarlet Letter [A Carta Vermelha], de Nathaniel Hawthorne, um pastor puritano esconde seu caso com uma jovem enquanto dirige a punição dela pelo pecado de adultério. Ele esconde sua culpa até que surge o dramático momento de confissão. Alexander Solzhenitsyn, em The First Circle [O Primeiro Ciclo], descreve um prisioneiro que compulsivamente registra cada pensamento mau ou falta, marcando-os em uma folha de papel.
Como você normalmente lida com sentimentos de culpa? Tem a tendência de se preocupar com isso? É levado a tentar corrigir as coisas? É impelido à confissão – a Deus ou outras pessoas?
Pergunta para reflexão
Atividade: O estudioso político John S. Mill via a culpa como coisa boa, que provê uma restrição moral na sociedade e impede as pessoas de prejudicar os outros. O filósofo Friedrich Nietzsche via a culpa como sinal de fraqueza e repressão humanas. Sigmund Freud, fundador da psiquiatria moderna, considerava a culpa uma doença psicológica, produto de exigências impossíveis colocadas sobre as pessoas por uma consciência superdesenvolvida.
Como você descreveria a culpa e sua função? Como classe, desenvolvam sua própria definição de culpa com base no estudo das Escrituras.
Criatividade
Só para os professores: A culpa raramente chega desacompanhada em nossa vida. Ela também traz desespero, desesperança, depressão, baixa autoestima, ira e frustração. Termine a lição destacando Aquele que deseja nos envolver em Seus braços de perdão e cura.
Medo da separação de Deus, um esmagador sentimento de pavor, a solidão de carregar nos ombros um fardo de culpa – Cristo escolheu experimentar tudo isso. Ele sabe intimamente a angústia que a culpa traz.
Como isso muda nossa compreensão de tudo que temos estudado hoje? Quando se trata de entender o poder da culpa, Jesus, o Inocente, escolheu passar pelo caminho antes de nós.
Desafie a classe a tomar tempo a cada dia para meditar na identificação radical de Cristo com a humanidade; o fato de que Ele carregou nossa culpa a fim de que pudéssemos experimentar a vida livres do paralisante senso de culpa. Encerre a classe lendo Mateus 11:28-30.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/aux512011.html