quinta-feira, 9 de junho de 2011

Lição 10 - As roupas novas do pródigo - Lição - Auxiliar - Comentários Vários Autores

Lição 10

28 maio a 4 de junho


As roupas novas do pródigo

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A Lição em resumo


Texto-chave: Lucas 15:11-31

O aluno deverá...
Conhecer: (1) A resposta do pai ao pedido do filho pródigo para sair de casa, e (2) sua atitude à volta do rapaz, em comparação com a do filho mais velho.
Sentir: A compaixão que o Pai mostra quando o pecador retorna, permitindo-lhe que abra os mananciais de seu próprio coração.
Fazer: Amar a si mesmo e aos outros com o perdão e compaixão que nos foram dados por Deus.

Esboço
I. Conhecer: Pai perdoador
A. Como o pai respondeu ao pedido do filho de tomar metade da sua riqueza e sair de casa?
B. Qual foi a atitude do pai para com o filho enquanto ele esteve longe?
C. Como o pai reagiu à volta do filho? Como o irmão reagiu?

II. Sentir: Coração aberto
A. Deus recebe de braços abertos os pecadores arrependidos. Como essa resposta afeta nossas atitudes em relação a nós mesmos e a outras pessoas que caíram?

III. Fazer: Amar com o amor de Deus
A. Que devemos fazer a fim de oferecer aos outros amor e compaixão, em lugar da fria recepção do irmão mais velho?
B. Quem é a pessoa em nossa família ou igreja que precisa de um ambiente aconchegante, acolhedor e amigo, e como podemos ser esses amigos?

Resumo: O pai deu ao filho a liberdade de sair de casa, mas manteve uma constante atenção para sua volta. O pai encobriu as vestes sujas e maltrapilhas do filho com os próprios trajes ricos e se alegrou com ele como alguém que tinha estado morto, mas vivia.


Sábado à tarde

Ano Bíblico: Ne 12, 13

VERSO PARA MEMORIZAR: "Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado" (Lc 15:32).

Leitura para o estudo desta semana: Gn 4:1-8; 25:25-34; Lc 15:4-32; Jo 11:9, 10; Rm 5:12-20

W. Somerset Maugham escreveu um conto chamado "Chuva", sobre um missionário nos Mares do Sul que "converteu" uma prostituta ao evangelho. Lançou-se de coração e mente na busca de conquistá-la, embora às vezes seus métodos parecessem rudes e insensíveis. Na verdade, ele insistiu para que ela voltasse para os Estados Unidos (de onde ela estava fugindo), a fim de terminar a pena de prisão. Apesar de todos os seus apelos desesperados para que fosse poupada da tortura, degradação e humilhação que ali a aguardavam, o missionário insistia em que cumprir seu tempo na prisão era parte do processo de arrependimento pelo qual ela precisava passar. Por isso ela devia voltar.

A história terminou, porém, inesperadamente. O missionário se matou, e seu corpo mutilado, que havia sido impelido pelas águas, foi encontrado na praia.

O que havia acontecido? Aparentemente, ao passar tanto tempo com a prostituta, ele caiu em pecado com ela e, incapaz de perdoar a si mesmo, suicidou-se.

O que os personagens necessitavam era o que todos nós, como pecadores, necessitamos: uma experiência pessoal da graça e da certeza que Jesus revelou na parábola do filho pródigo.


Domingo

Ano Bíblico: Et 1–4

Os mesmos pais, o mesmo alimento

Certo homem tinha dois filhos" (Lc 15:11). Nessa parábola, os dois filhos, nascidos ao mesmo pai, representam dois traços de caráter. O filho mais velho aparentemente demonstrava lealdade, perseverança e diligência. O mais novo, sem dúvida, não tinha disposição para trabalhar, não queria ter responsabildades, e não queria assumir sua parte nas obrigações. Ambos eram da mesma herança. Ambos provavelmente tivessem recebido idêntico amor e igual dedicação do mesmo pai. Parecia que o filho mais velho era fiel, e o mais novo, desobediente. O que causou a diferença?

1. Que outras histórias isso traz à sua memória? Gn 4:1-8; 25:25-34

1: Caim e Abel; Esaú e Jacó.

É um fenômeno estranho, visto o tempo todo, não é? Dois (ou mais) irmãos dos mesmos pais, que vivem no mesmo lar, que recebem os mesmos ensinamentos, o mesmo amor, e até o mesmo alimento. Um deles se torna religioso, fiel e determinado a servir ao Senhor, enquanto o outro, por alguma razão, vai na direção oposta. Por mais difícil que seja entender, isso nos mostra a realidade poderosa do livre-arbítrio. Alguns poderiam ver algo significativo no fato de que foi o mais novo dos dois irmãos que se rebelou, mas quem sabe a razão pela qual ele fez isso?

2. O que podemos aprender da reação do pai ao pedido do filho? O que isso nos diz sobre o modo de Deus Se relacionar conosco? Lc 15:12

2: Não impediu que ele gastasse a herança; Deus respeita nossa liberdade.

O texto não diz que tipo de diálogo se seguiu entre o pai e o filho, ou se o pai o censurou, pedindo que reconsiderasse, que não fosse tão precipitado, e que refletisse bastante em suas ações. Muito provavelmente ele tivesse refletido, mas no fim, o filho recebeu "a parte dos bens" que era dele, e foi embora. Em toda a Bíblia, podemos ver esse mesmo princípio: Deus concede liberdade aos seres humanos, para que façam suas próprias escolhas, para seguir seu próprio caminho, e para viver como quiserem. Naturalmente, como sabemos tão bem, nossas escolhas trazem consequências, as quais nem sempre imaginamos ou prevemos.

Quais foram os resultados de algumas de suas próprias escolhas livres ultimamente? Não é tão fácil voltar ao passado, não é?


Segunda

Ano Bíblico: Et 5–7

Abrindo as asas

Imagine o pai, observando seu corajoso filho colocar as coisas na mochila, preparando-se para deixar o lar. Talvez ele tenha perguntado ao filho aonde ele iria, em que trabalharia, quais eram seus sonhos para o futuro. Não sabemos quais foram as respostas do filho. É possível que não tenham sido animadoras, pelo menos para o pai. O filho, entretanto, muito provavelmente estivesse pronto para os bons tempos à frente.

Afinal, por que não? Ele era jovem, aventureiro, tinha dinheiro para gastar e um mundo para conhecer. A vida na fazenda da família aparentemente lhe era enfadonha e desagradável, em contraste com todas as possibilidades que o mundo lhe apresentava.

3. Que tipo de arrependimento ocorreu com o filho? Ele estava realmente arrependido, triste pelo que fez, ou estava infeliz somente pelas consequências do que fez? Que indícios poderiam nos dar a resposta? Lc 15:13-19

3: Ele estava arrependido porque sua falta de sabedoria e as consequências disso, desonraram a Deus e ao seu pai.

É difícil saber como essa história terminaria se as coisas tivessem dado certo para o filho pródigo. Suponha que ele encontrasse formas de ganhar dinheiro e de fazer com que os bons tempos continuassem? Não é provável, pelo menos tendo em vista o texto, que ele voltasse "ajoelhado", não é mesmo? Quantos, entre nós, às vezes, têm ficado realmente tristes, não tanto por causa dos pecados, mas pelas consequências, principalmente quando somos descobertos? Mesmo o pagão mais insensível se arrependerá do adultério se, em resultado, ele pegar herpes, gonorreia, ou alguma outra doença sexualmente transmissível. Não há nada de cristão na tristeza pela dor que vem de nossas escolhas erradas, não é mesmo?

O que dizer, então, sobre esse rapaz? Não há dúvida de que a situação terrível em que ele se encontrava tenha causado uma atitude diferente, que poderia não ter ocorrido sob outras circunstâncias. Mas, os pensamentos de seu coração, como revelados nos textos, demonstram um sentimento de verdadeira humildade e a compreensão de que ele havia pecado contra seu pai e contra Deus. O discurso que ele preparou em seu coração parecia mostrar a sinceridade de seu arrependimento.

Às vezes é preciso que más consequências de nossas ações nos despertem para a realidade de nossos pecados, não é? Ou seja, somente depois que nossas ações resultam em sofrimento é que verdadeiramente nos arrependemos dessas ações, e não apenas dos resultados. O que dizer de você e das situações que está enfrentando? Por que não decidir evitar o pecado e poupar a si mesmo de todo sofrimento e do arrependimento que (se espera) resultarão?


Terça

Ano Bíblico: Et 8–10

Você pode voltar para casa

No início do século XX, o romancista Thomas Wolfe escreveu um clássico literário, You Can't Go Home Again [Você não Pode Voltar para Casa], sobre um homem que deixa sua família de origem humilde no sul, vai para Nova York, faz sucesso como escritor, e depois procura retornar às suas raízes. Não foi uma transição fácil; daí o título do livro.

4. Na história do filho pródigo, quem é que faz a longa viagem para buscar a reconciliação? Compare com a parábola da ovelha perdida e da moeda perdida. Qual é a diferença importante? Lc 15:4-10

4: O filho procurou o pai; o pastor procurou a ovelha, e a mulher procurou a moeda. Precisamos buscar a Deus.

Talvez nas duas outras parábolas, os objetos perdidos nem mesmo soubessem que estavam perdidos (no caso da moeda, certamente), e não poderiam voltar, mesmo que tentassem. No caso do filho pródigo, ele se afastou da "verdade", por assim dizer, e somente depois que se encontrava nas trevas (Jo 11:9, 10) percebeu quão perdido estava. Ao longo da história da salvação, Deus teve que lidar com os que, tendo luz, propositadamente se afastaram dessa luz e seguiram seu próprio caminho. A boa notícia dessa parábola é que, no caso dessas pessoas, mesmo as que viraram as costas para Deus, mesmo depois de ter conhecido Sua bondade e amor, o Senhor ainda estava disposto a restaurá-las à posição que tiveram antes, em Sua família da aliança. Porém, assim como o jovem escolheu sair de casa por sua própria livre vontade, ele teve que escolher voltar, por sua própria livre vontade. Conosco funciona da mesma forma.

O que é igualmente interessante sobre essas parábolas é o contexto em que foram ditas. Leia Lucas 15:1, 2. Observe as diferentes pessoas que estavam ouvindo o que Jesus dizia. Que mensagem poderosa deveria ser para nós o fato de que, em vez de apresentar advertências sobre eventos apocalípticos do tempo do fim ou sobre juízo e condenação sobre os impenitentes, Jesus falou por parábolas, mostrando o intenso amor e cuidado do Pai por todos os perdidos, independentemente do que os levou a essa condição.

Você conhece pessoas que se afastaram de Deus? Que esperança você pode tirar dessa história de que nem tudo está perdido? Qual é a importância da oração pelos que ainda não aprenderam a lição que o filho pródigo aprendeu de forma tão dolorosa?


Quarta

Ano Bíblico: Jó 1, 2

A melhor roupa

Como vimos, o próprio filho teve que tomar a decisão de retornar. Não houve coação da parte do pai. Deus não força ninguém a obedecer. Se Ele não forçou Satanás a obedecer no Céu, nem Adão e Eva a obedecer no Éden, por que o faria então, muito tempo depois que as consequências da desobediência causaram estragos sobre a humanidade? (Rm 5:12-21).

5. Como o pai reagiu à confissão do filho? Quanta penitência, quantas obras e quantas ações de restituição foram exigidas dele antes que o pai o aceitasse? Qual é a mensagem para nós? Lc 15:20-24; Jr 31:17-20

5: Recebeu o filho com alegria e festa, como se ele não tivesse pecado. Deus nos acolhe imediatamente e com amor.

O filho confessou ao pai, mas, lendo o texto, você pode ter a impressão de que o pai quase não ouviu. Perceba a ordem: o pai correu ao encontro do filho, lançou-se sobre ele e o beijou. Claro, a confissão foi bonita, e provavelmente fez mais bem ao filho do que ao pai, mas naquele momento as ações do filho falavam mais alto que suas palavras.

O pai, também, ordenou aos empregados que trouxessem "a melhor roupa" e a colocassem sobre o filho. A palavra grega traduzida como "melhor", nesse texto, vem de protos, que significa muitas vezes "primeiro" ou "principal". O pai estava lhe dando o melhor que tinha para oferecer.


Pense também no contexto: o filho tinha vivido na pobreza não se sabe por quanto tempo. Provavelmente ele não tenha ido para casa vestido com as melhores roupas (para não dizer outra coisa!). Afinal, ele havia alimentado porcos até então. O contraste, sem dúvida, entre o que ele estava usando quando foi abraçado pelo pai (note, também, que o pai não esperou até que ele estivesse limpo para abraçá-lo) e o manto que foi colocado sobre ele não poderia ter sido mais completo.

O que isso mostra, entre outras coisas, é que a restauração, pelo menos entre o pai e o filho, naquele momento foi completa. Se vermos "a melhor roupa" como o manto da justiça de Cristo, então tudo que era necessário foi provido naquele momento e naquele local. O filho pródigo se arrependeu, confessou, e se converteu de seus caminhos. O pai supriu o restante. Se isso não é um símbolo da salvação, o que seria?

O que é fascinante ali, também, é que da parte do pai, não houve censura do tipo "eu avisei". Não havia necessidade disso, não é mesmo? O pecado recebe seu próprio salário. Ao lidar com pessoas que voltam ao Senhor, depois de terem se afastado, como podemos aprender a não lançar seus pecados diante deles?


Quinta

Ano Bíblico: Jó 3–5

As roupas do pai

Ellen G. White, em Parábolas de Jesus, páginas 203, 204, acrescenta à história um detalhe interessante, que não é encontrado no próprio texto. Descrevendo a cena do pai se aproximando do filho enquanto ele humildemente voltava para casa, ela escreveu: "O pai não permitiu que olhos desdenhosos zombassem da miséria e vestes esfarrapadas do filho. Tomou de seus próprios ombros o manto amplo e valioso, e envolveu o corpo combalido do filho. O jovem soluçou seu arrependimento, dizendo: "Pai, pequei contra o Céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho" (Lc 15:21). O pai tomou-o consigo e o levou para casa. Não lhe foi dada a oportunidade de pedir a posição do trabalhador. Era um filho que devia ser honrado com o melhor que a casa podia oferecer, e ser servido e respeitado pelos criados e criadas.

"Mas o pai disse aos seus servos: 'Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar. Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado'. E começaram a festejar" (Lc 15:22-24, NVI).

6. Que ideias essa referência nos dá sobre a história como um todo e sobre o caráter de Deus?

6: O Pai troca nossas vestes esfarrapadas por Seu traje novo; o filho não recebeu a posição de empregado, mas de filho amado.

O desejo do pai era cobrir imediatamente a vergonha dos erros do filho. Que mensagem para nós, sobre esquecer o passado, e não ficar pensando nos erros cometidos, tanto os nossos quanto os dos outros! Alguns dos piores pecados não são conhecidos agora, mas um dia serão (1Co 4:5). Como Paulo, precisamos esquecer o passado e avançar para o que está diante de nós (Fp 3:13, 14).

7. Qual era o sentido das palavras do pai, ao dizer que seu filho estava morto e reviveu? Como essas palavras, tão fortes, devem ser compreendidas? Lc 15:24

7: O pai não tinha esperança de rever o filho. Era como se estivesse morto. Sem Cristo, estamos espiritualmente mortos.

No fim, não há meio-termo nas questões definitivas da salvação. Quando tudo finalmente acabar (Ap 21:5), e o grande conflito terminar, cada ser humano receberá vida eterna ou morte. Não há outra opção.

Certamente precisamos pensar em nossas escolhas diárias, tanto boas quanto más, como fez o filho pródigo.


Sexta

Ano Bíblico: Jó 6, 7

Estudo adicional

Leia de Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 198-211: "A Reabilitação do Homem" e p. 260: "Como é Decidido Nosso Destino"; O Desejado de Todas as Nações, p. 495, 496: "A Última Jornada da Galileia"; Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 100-104: "Parábolas dos Perdidos".

Note quão terno e piedoso é o Senhor em Seu trato com Suas criaturas. Ele ama o filho perdido, e suplica-lhe que volte. O braço do Pai enlaça o filho arrependido; Suas vestes cobrem-lhe os andrajos; o anel é colocado no dedo, como símbolo de sua realeza. E todavia, quantos há que olham para o pródigo, não somente com indiferença, mas desdenhosamente! Como o fariseu, dizem: 'Deus, graças Te dou porque não sou como os demais homens' (Lc 18:11). Como, porém, podemos pensar que Deus olhará os que, embora pretendem ser coobreiros de Cristo, enquanto uma pessoa está lutando contra a enchente da tentação, ficam à parte, como o irmão mais velho da parábola, obstinados, caprichosos e egoístas?" (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 140).

"Força e graça foram providas por meio de Cristo, sendo levadas pelos anjos ministradores a toda pessoa crente. Ninguém é tão pecaminoso que não possa encontrar força, pureza e justiça em Jesus, que por ele morreu. (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 53).

Perguntas para reflexão
1. Que esperança podemos levar aos que querem deixar o passado para trás e não conseguem, por causa dos resultados presentes de escolhas do passado?
2. O que dizer dos que "saíram da casa de seu Pai", por assim dizer, e as coisas estão indo muito bem para eles? Sejamos honestos: nem todos os que deixam o Senhor terminam cuidando de porcos. Alguns acabam sendo proprietários das fazendas de porcos! O que podemos fazer para ajudá-los a entender que, apesar das condições, eles fizeram uma escolha fatal?

Respostas sugestivas:
1: Caim e Abel; Esaú e Jacó.
2: Não impediu que ele gastasse a herança; Deus respeita nossa liberdade.
3: Ele estava arrependido porque sua falta de sabedoria e as consequências disso, desonraram a Deus e ao seu pai.
4: O filho procurou o pai; o pastor procurou a ovelha, e a mulher procurou a moeda. Precisamos buscar a Deus.
5: Recebeu o filho com alegria e festa, como se ele não tivesse pecado. Deus nos acolhe imediatamente e com amor.
6: O Pai troca nossas vestes esfarrapadas por Seu traje novo; o filho não recebeu a posição de empregado, mas de filho amado.
7: O pai não tinha esperança de rever o filho. Era como se estivesse morto. Sem Cristo, estamos espiritualmente mortos.


FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/li1022011.html


Ciclo do aprendizado

Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: A parábola do filho pródigo ilustra a compreensão da atitude misericordiosa de Deus para com Seus filhos perdidos. Deus não apenas aceita ansiosamente de volta para Si os pecadores arrependidos, mas também os aguarda, vai ao seu encontro enquanto eles ainda estão longe de casa e os "veste" com Seu perdão e amor.
Só para o professor: A parábola do filho pródigo é a terceira em Lucas 15. Jesus usou essas três parábolas para ilustrar os três tipos diferentes de "perdidos". Na parábola da ovelha perdida, aquela que se perde é incapaz de voltar ao redil sem ajuda. Na parábola da moeda perdida, a que está perdida não tem noção da busca frenética. Está perdida e não tem conhecimento de seu estado. Na parábola do filho pródigo, porém, aquele que está perdido não só sabe que está perdido, mas também sabe como voltar para casa.

Atividade de abertura: Use uma pequena caixa de papelão para representar um chiqueiro, ou faça uma com palitos de sorvete. Recorte várias formas de porcos em papel rosa para simbolizar os suínos.

Peça que os alunos deem sugestões quanto a diversos pecados que levaram o filho pródigo ao chiqueiro. Escreva cada pecado em um porco e coloque-o no chiqueiro. Alguns dos pecados podem incluir ganância, egoísmo, rebelião, desperdício, negligência e estupidez. Não importa quantas "pecados" você ponha no chiqueiro, mas quanto mais, melhor.

Discussão: Peça que a classe pense no que está em seu chiqueiro. Assim como o pai dessa parábola perdoou todos os pecados que levaram o filho ao chiqueiro, também nosso Pai nos perdoa quando voltamos a Ele.

Compreensão
Texto da Bíblia: "Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado" (Lc 15:24).
Só para o professor: Se for para ler apenas casualmente a parábola do filho pródigo, sem tempo para digeri-la, a história é breve e simples. O filho era privilegiado, vivia do dinheiro do pai, tornou-se a personificação do ditado "um tolo e seu dinheiro logo se separam". Ele ficou pobre, e só depois que o alimento que os porcos comiam se tornou atraente foi que ele caiu em si e retornou para casa.
Nessa história muito simples são encontrados profundos conceitos para a compreensão da graça e do perdão maravilhoso que se estendem a nós por nosso amoroso Deus.

Comentário Bíblico


A parábola do filho pródigo pode ser dividida em quatro fases principais, que correspondem à viagem de volta dos cristãos a Deus:

I. A perda do filho pródigo
(Recapitule com a classe
Lc 15:11-32.)

Na verdade, a perda é mútua. Deus perdeu um filho. João 3:16 diz que o Pai ama tanto Seus filhos que essa perda é insuportável, e assim, Jesus foi enviado para morrer em nosso lugar.

O filho perdeu o pai. O pecado nos separa de Deus. Isaías diz assim: "Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus" (Is 59:2,). Na parábola do filho pródigo, o filho se perdeu por vontade própria. A vontade própria faz com que hoje desperdicemos a vida nas coisas deste mundo, centrando-nos no que é material em detrimento do que é espiritual.

Pense nisto: Qual é a diferença entre o "verdadeiro" item perdido nesta parábola e o item perdido na parábola da ovelha perdida (Lc 15:4-7) e da moeda perdida (Lc 15:8-10)?

II. Colher as consequências do pecado
Financiado pelo dinheiro de seu pai, o filho pródigo caiu no prazer e "pulou de cabeça" numa vida de pecado desmedido, esbanjando toda a herança em uma vida (podemos supor) desregrada, bebidas e prostitutas. Por fim, ele estava colhendo as consequências. As consequências dos pecados do filho foram muitas. Seus pecados lhe custaram não só a estabilidade financeira e uma casa confortável, mas dignidade, respeito próprio, reputação, pureza e boa consciência. "O que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna" (Gl 6:7, 8, NVI).

Observe que, quando o filho entrou em problemas naquele país distante, ele procurou a ajuda de "um dos cidadãos daquela terra" em vez de procurar a ajuda do pai. O "cidadão" não o amava. Explorou-o como mão de obra barata durante uma recessão econômica, oferecendo-lhe o humilhante trabalho manual de um chiqueiro. Talvez o cidadão tenha sido um dos "amigos" que se haviam beneficiado dos gastos perdulários do filho. E quando o dinheiro acabou, talvez o filho esperasse que esse "amigo" se lembrasse de sua generosidade e de todos os bons momentos que o dinheiro havia proporcionado. É muito possível que o cidadão sequer soubesse de quem esse rapaz era filho. Talvez o filho ainda esperasse trocar o conceito do nome de seu pai por uma esmola. Mas havia fome na terra e, de repente, não importava quem ele era – nem quem era seu pai. O filho ficou com uma escolha difícil: comer a lavagem servida a uma manada de porcos ou morrer de fome. E assim, o filho do homem rico, nascido com uma vida de facilidades e privilégios, com empregados para atender a cada uma de suas necessidades da infância, encontrava-se em uma existência miserável, catando restos em um chiqueiro e dormindo com os porcos. Como as coisas na vida podem mudar tão depressa, especialmente quando estamos fazendo o que sabemos ser errado!

III. A jornada para casa
A viagem de volta para casa foi constituída de várias etapas preliminares. No entanto, antes que o filho pródigo pudesse dar até mesmo esses passos, foi necessário um catalisador. Algo precisou despertar o filho antes que ele decidisse voltar para casa. A Bíblia diz que ele caiu em si, outra maneira de dizer que ele chegou ao fundo do poço. Ou, no seu caso, o fundo imundo de um chiqueiro.

Nesse marco zero emocional, ele (1) olhou honestamente a si mesmo, fazendo um balanço das diferenças entre sua vida atual e a vida na casa de seu pai. Como podemos realmente ir a um lugar melhor se nem somos capazes de olhar a nós mesmos com honestidade e ver quem realmente somos?

Ele (2) admitiu que havia cometido um grande erro, um pecado contra Deus e contra seu pai. Muito frequentemente, não percebemos um erro a menos que as consequências estejam à frente de nossa vida.

Ele (3) percebeu como era indigno, e isso o ajudou a perceber quanto precisava do pai. Da mesma forma, devemos compreender nossa necessidade do Pai celestial.

Finalmente, ele (4) agiu. Pensar na situação e ter brilhantes revelações de Deus não foi suficiente. Isso não leva a lugar nenhum se não houver ação. Você tem que começar a sair do chiqueiro. O filho se levantou e começou a viagem de volta para casa.

Inicialmente, pode-se argumentar que seus motivos para ir para casa eram puramente materialistas. Ele estava pensando no que poderia obter. Afinal, ele afirmava que mesmo os criados na casa de seu pai comiam melhor do que ele. Mas uma coisa gradual e dramática, teve lugar no caminho para casa. Mudaram os motivos que o puseram a caminho de casa. Até o momento em que chegou a casa, ele não se considerava herdeiro, mas servo. Na verdade, ele nem sequer se sentia digno de ser chamado filho de seu pai. Como aconteceu ao pródigo, assim acontece conosco. Nossas razões e motivos para ir a Deus mudam, tornando-se altruístas, quando nos aproximamos dEle em nossa jornada para casa.

Pense nisto: Por que é necessário e fundamental dar os passos preliminares para voltar ao Pai? O que a mudança de atitude do filho pródigo a respeito de si mesmo e dos motivos para voltar nos indica sobre a importância da humildade em ir ao Pai? Por que nossas atitudes e autoconceitos mudam à medida que caminhamos para o Pai? O que existe na jornada em Sua direção que tem o poder de nos transformar?

IV. Reencontro com o Pai
Enquanto o filho ainda estava longe, à distância, o pai o viu. Ele não esperou que o filho fizesse todo o caminho até a casa. O pai saiu correndo em direção ao filho.

As ações do pai nesta história são uma bela imagem de como Deus nos acolhe de volta ao redil. Deus não espera que andemos todo o caminho, Ele vem ao nosso encontro como somos, onde estamos. Nosso passado é totalmente limpo. Deus não nos põe em liberdade condicional quando vamos a Ele com coração contrito, tristes por nossos pecados. A restauração é imediata. Deus nos restaura instantaneamente ao lugar de Seus filhos. Não há nenhuma pergunta, não há culpa, não há nenhum "bem que eu avisei!"

Pense nisto: Como você se sente quando perde algo valioso e, em seguida, o encontra novamente? Como essa pode ser uma pequena parte daquilo que Deus sente quando volta para casa um filho que estava perdido? Como isso deve nos inspirar a voltar a Ele quando caímos?

Aplicação
Só para o professor: Embora a parábola do filho pródigo trate principalmente do filho mais novo, o filho mais velho desempenha um papel importante. Ele sempre havia sido obediente e submisso, e nunca havia desrespeitado publicamente o pai. No entanto, ele ficou furioso quando o irmão mais novo foi recebido como herói.

Perguntas para reflexão e aplicação:
1. A parábola do filho pródigo também ilustra que nem todos ficam felizes ao ver o filho pródigo se arrependendo e voltando para casa. Que podemos fazer para ter para com os pecadores a mesma atitude que o pai tinha em relação ao filho?
2. No fim da história, quem é o filho que parece perdido? Por quê?
3. Como podemos ter mais cuidado em não julgar os outros quando retornam para Deus?

Criatividade
Só para o professor: Há muitas lições valiosas a ser aprendidas nesta parábola:
• Deus procura e recebe os pecadores.
• Somos responsáveis pelas nossas escolhas erradas.
• Um pecador pode chegar a Deus, se assim o desejar.
• A separação de Deus traz sofrimento.
• Sem Deus, a vida é ,desperdiçada.
• Devemos ser humildes em espírito para voltar a Deus.
• Até mesmo uma "boa" família pode ter filhos que se desviam.
• Decisões tolas enquanto somos jovens podem trazer dores e problemas.
• Há muitos "chiqueiros" nesta vida que precisamos evitar.
Atividade: Voltando à atividade de abertura, desafie os membros de sua classe a fazer um balanço do que seria escrito sobre seus "porcos no chiqueiro", se esse fosse o seu próprio porco, e não o do filho pródigo.


FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/aux1022011.html


Lição 10 – As roupas novas do pródigo

 

Wendel Lima
Graduado em Jornalismo e Teologia
Editor da revista Conexão JA

 

Nesta semana estudamos a parábola que tem sido chamada de "o evangelho nos evangelhos", em virtude da tamanha clareza com que o amor de Deus é pintado neste trecho da Bíblia. O relato tem inspirado a produção de sermões, cantatas, desenhos animados, livros e filmes. Mais do que isso, tem intrigado as mentes mais exigentes e tocado os corações mais resistentes.

 

Até mesmo parábolas contemporâneas foram elaboradas tendo como base a lição principal do relato de Lucas 15 (vou terminar esse comentário com uma história que ilustra isso). Dessa maneira, por mais que você tenha lido ou escutado essa história incontáveis vezes, ela não se esgota, a ponto de mais uma vez um novo aspecto do texto saltar diante dos seus olhos.

 

Introdução
A introdução da lição toca a necessidade de se experimentar a graça de Deus. Esse é um ponto importante para os adventistas do sétimo dia. Historicamente, nosso movimento teve dificuldades de relacionar a graça com a lei. A Assembleia da Associação Geral de 1888, em Minneapólis (EUA), é uma prova disso. Nessa época, Ellen G. White destacou: "como um povo, pregamos a lei até nos tornarmos tão áridos como os montes de Gilboa que não tinham nem orvalho nem chuva" (Review and Herald, 11 de março de 1890). Essa data é tida como uma das mais importantes da história da denominação e George R. Knight chega a afirmar que nessa ocasião a Igreja Adventista foi "rebatizada"1.


É verdade que boa parte dos pioneiros tinha uma visão equilibrada sobre a lei e a graça, especialmente Ellen G. White2, mas o "ranço do legalismo" sempre existiu. Assim, penso que nossa fama de legalistas não é só responsabilidade dos nossos irmãos evangélicos – que acreditam equivocadamente que colocamos a guarda do sábado em substituição à fé em Cristo – mas é uma herança histórica, com a qual devemos nos policiar.3


De modo prático, a lição de sábado é uma advertência àqueles que vivem um cristianismo nominal ou meramente intelectual. Em tempos em que as instituições e a mensagem cristã enfrentam muito descrédito, principalmente por causa dos cristãos e de suas igrejas, a fé deve ser testemunhada mais por atos do que por palavras. Entendo que a humanidade não está resistente ao evangelho; está resistente à propaganda enganosa das religiões institucionalizadas que, por meio de suas estratégias proselitistas, oferecem o mais fantástico dos produtos, o cristianismo, mas não o entregam, porque deixaram de experimentá-lo.


Portanto, o clamor de nosso tempo é testemunhar o cristianismo autêntico, aquele que muda valores, prioridades e comportamentos; aquele que não aliena culturalmente seus fiéis, mas os torna mais social e ecologicamente responsáveis; aquele que transforma igrejas, de clubes sociais fechados em comunidades inclusivas e relevantes para seu contexto; aquele que inspira os fiéis a uma adoração contagiante e transformadora e que resgata nas famílias e congregações a intimidade e beleza dos relacionamentos.


O risco da liberdade 4
Escolhi fazer um comentário panorâmico, que contemplasse os principais pontos da lição, em vez de me deter à divisão do assunto adotada pelos autores. O estudo desta semana aborda primeiramente a questão do risco da liberdade. Não sou pai, mas a partir de comparações, vou tentar ilustrar esse princípio.


Depois de um tempo de graduado, parei para somar quanto minhas duas faculdades com pensionato haviam custado (sem levar em conta livros, estágios, viagens e outros). Levei um susto! Essa brincadeira deu em torno de 70 mil reais. Foram seis anos de investimento da minha família, nove férias dedicadas à colportagem e alguns anos como aluno-bolsita no colégio interno. Se nessa fase da minha vida eu já estava assumindo a independência financeira, imaginei o quanto eu tinha custado para meus pais até a maioridade. Acho que eles nunca pensaram nisso e penso que poucos pais, antes de ter seus filhos, colocam na ponta do lápis tudo que irão gastar com eles pelo resto da vida. Se o fazem, penso que isso não é um fator impeditivo para que realizem o sonho de ter filhos.


Com Deus, ocorre de maneira semelhante. Ao criar os anjos, seres que habitam os outros rincões do Universo e a humanidade, Ele não pôs na balança o risco da liberdade. Não porque fosse ingênuo ou não soubesse o futuro, mas por que criar faz parte de Sua natureza, e criar seres livres. Ao que parece, o pai da parábola deu a melhor educação possível aos filhos, porém, ambos se perderam: um dentro de casa e o outro fora. As reações foram diferentes, porque os filhos eram diferentes (como são diferentes todos os integrantes de uma família), mas ambos não usaram prudentemente a educação amorosa e coerente que receberam do mesmo pai.


No seu livro Decepcionados com Deus, o consagrado autor Philip Yancey, ilustra essa vulnerabilidade de quem ama5. Quando Yancey trata da encarnação de Jesus, na noite de Natal, ele diz que a divindade deu tremenda demonstração de amor naquela manjedoura em Belém. Cristo, Aquele que era eterno (Jo 1:1-3), que havia criado tudo, Se tornou uma frágil criança (Jo 1:14). O Senhor do Universo passou a depender de pais humanos para aquecê-Lo, alimentá-Lo, limpá-Lo e ensinar-Lhe as primeiras palavras e os primeiros passos. Em Belém, o Todo-poderoso Se fez frágil para salvar. Portanto, na parábola fica claro que Deus não Se vale de outros recursos além da liberdade e do amor. A liberdade pode ter um alto preço, mas é a única opção para um Deus justo e amoroso.


As intenções
Numa leitura superficial, por mais insensível que fosse o pedido do filho mais novo, a petição dele pelo menos parecia "justa": o garoto estava pedindo algo que era dele, a metade da fazenda (v. 12). Porém, o verso seguinte já mostra as intenções rebeldes e imaturas do filho. Ele não tinha falado para o pai como usaria o dinheiro, mas assim que pôs a mão na grana, ajuntou tudo e foi para a cidade grande. Ele pegou todos os seus pertences e foi para longe. Isso mostra que ele não mais queria vínculos com o pai; queria distância. O verso 13 diz que ele desperdiçou seus bens, porque viveu dissolutamente. As duas expressões em destaque na frase anterior mostram que ele tinha rompido com seu passado, pensou apenas no presente e não fez provisões para seu futuro. Ele esbanjou seu dinheiro, tempo, força, valores e pureza: um retrato em cores vivas de nossa condição de afastamento de Deus.


Não demorou muito para que o filho ingrato se deparasse com duas desgraças. A primeira foi ficar sem nenhum tostão furado. Isso teria sido perfeitamente evitável, se ele tivesse economizado. A segunda desgraça foi a fome que assolou aquela terra e, com esse contratempo talvez ninguém contasse: foi inevitável. Diante dessa situação só lhe restou cuidar de porcos e, conforme o texto sugere, comer com eles. Para os ouvintes judeus, a mensagem era muito clara: ele havia chegado ao fundo do poço. Nada poderia ser mais repugnante do que isso. Nesse momento da parábola, a degradação era completa. O garoto estava na miséria, fisicamente debilitado, humilhado, com a autoestima e moral atrofiadas. Se o filho queria ficar distante do pai e não se parecer em nada com o garoto que foi criado no lar rico e aconchegante, ele conseguiu.


A verdadeira conversão
Na sarjeta, ele decidiu voltar para casa. À primeira vista, pode parecer que ele retornou apenas por necessidade: estava com fome. Bom, pensar assim é bem razoável, já que era optar entre voltar e viver, ou morrer por ali. Afinal, o filho se lembrou de que até os servos de seu pai viviam melhor do que ele. No entanto, foi mais do que uma necessidade física que o conduziu para os braços do pai. Quando o filho teve a oportunidade de dirigir as primeiras palavras ao velho fazendeiro, confessou que havia pecado contra ele e contra Deus (v. 21). Seu arrependimento não era pelas consequências, mas por algo mais profundo: pelo que tinha feito. As consequências o levaram a refletir sobre a intenção de suas ações; o relacionamento com o pai se havia rompido.


A partir dessa nova visão, o filho se sentiu indigno e disposto a aceitar qualquer condição para ser reintegrado. Entendeu que qualquer reação negativa do pai seria mais do que razoável. Essa é a marca do verdadeiro arrependimento: tristeza pelo que fez e não por ter sido pego. É como o mentiroso que se arrepende independentemente de ter sido desmascarado; como o ladrão que põe a mão na consciência independentemente de ser preso; ou como o promíscuo que abandona seu estilo de vida independentemente de ter se contaminado com uma doença venérea.


O filho reconheceu sua loucura e foi impelido a voltar por causa do amor do pai. Ao contrário da ovelha (Lc 15:3-7) e da dracma (Lc 15:8-10), o filho teve a consciência de que estava perdido. Ele é um símbolo daqueles que voluntariamente se afastam do Pai mesmo depois de terem experimentado Seu amor.


Que mudança de visão! No mais claro sentido, o filho mais novo passou por uma conversão, uma mudança de rumo. O mesmo pai que no passado lhe parecera autoritário e injusto, agora lhe parecia o ser mais amoroso do Universo. Pelo caminho da dor, o filho aprendeu as duas percepções possíveis sobre a lei de Deus: para os rebeldes, ela parece limitadora; mas para os obedientes, ela é protetora. Ao se iludir com a "liberdade", o filho viu que poderia tê-la apenas onde pudesse também encontrar proteção: na casa do pai.


A reação do pai é espetacular, um ícone da postura de Deus em relação ao pecador. Diz a Bíblia que o pai enxergou o filho de longe. O tempo poderia ter passado, as roupas estavam gastas e o rosto sujo, mas esse pai não se havia esquecido do jeito de andar nem da fisionomia de seu filho. Antes que o rapaz terminasse de se explicar, o pai o abraçou. O que havia de melhor no pai se encontrou com o que havia de pior no filho: perfume x fedor; limpeza x sujeira; riqueza x sujeira; e dignidade x humilhação. O pai trocou as roupas do filho, deu-lhe um anel e sapatos, símbolos de que era um homem livre, não um escravo. Ele fez questão de não expor o filho, cobriu sua imundície, seu passado. As novas roupas deram ao filho um novo status; ele estava novamente identificado com o pai. A alegria do pai foi contagiante. Ele organizou uma festa. Mandou matar um novilho cevado, animal reservado para uma ocasião especial. O filho que estava morto reviveu!


O filho mais velho
Talvez tão trágica quanto a rebeldia inicial do filho mais novo, foi a reação final do filho mais velho. Quando ele voltou do trabalho e viu que a festa era para o irmão que havia desperdiçado tudo, ficou indignado (v. 28). Nem sequer entrou em casa. A alegria do filho mais velho não foi a mesma do pai. Ele nem considerou mais o pródigo como seu irmão: "este teu filho" (v. 30). O amor do pai para com o filho que desperdiçou tudo no vício e com as prostitutas foi um insulto para ele. Sua linha de raciocínio parece justa: ele havia renunciado o prazer, trabalhara duro e nunca fora reconhecido. O pai nunca tinha matado um bezerro para comer com ele e seus amigos. Numa frase-chave, porém, o filho mais velho denunciou sua motivação: "todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens" (v. 29, NVI).


O filho mais velho não havia entendido o que era ser filho. Ele se havia comportado como um jornaleiro, um servo. O pai carinhosamente explicou que ele, assim como o pródigo, não precisava comprar seu direito de filho; ele já era filho: "tudo o que tenho é seu" (v. 31). A justiça própria leva o homem a distorcer o caráter de Deus e a criticar o próximo. O mais velho se sentia digno. Pensava que ele, sim, merecia a herança, em lugar do mais novo. Que tragédia! Os dois filhos estavam perdidos!


A parábola termina falando sobre o destino, a salvação do filho mais novo, mas deixa uma incógnita em relação ao filho mais velho. Jesus não disse como os filhos se comportaram depois. Para entender a lição que Cristo queria ensinar é importante identificar o público para o qual ele contou a história. Nos versos 1 e 2 do capítulo 15, Lucas diz que se aproximaram de Jesus três grupos: publicanos, pecadores e fariseus/escribas. Os publicanos eram os odiados; os pecadores eram os imorais; e os fariseus/escribas eram os críticos. Esses três grupos que atenderam o convite de Cristo para ouvi-Lo (Lc 14:35), tinham lições a aprender com aquela história.


Jesus queria que seu público terminasse o enredo. Cada um de Seus ouvintes precisava se identificar com um dos irmãos e escolher seu destino. Fica fácil perceber o que Cristo quis insinuar: o filho mais novo representava os publicanos (odiados) e os pecadores (imorais); já o filho mais velho simbolizava os fariseus/escribas daquela e de todas as épocas.


Conclusão
No livro Maravilhosa Graça, Philip Yancey conta uma história que serve de parábola contemporânea do filho pródigo. No capítulo 4, intitulado "O pai cego de amor", ele relata a história da garota do interior que se revoltou contra os pais, fugiu e foi morar nas ruas de Detroit (EUA). Depois de consumir sua vida nas drogas e prostituição, ela não  mais tinha saúde e foi dispensada do seu "serviço". Um dia, mendigando, ela decidiu ligar para os pais. Mil perguntas lhe vieram à sua mente. A principal foi: eles vão me aceitar de volta? Para sua frustração, quando ligou para casa, ninguém atendeu, mas ela deixou um recado na secretária eletrônica. O recado foi: se os pais ainda a aceitassem, que pendurassem um lençol branco na janela de seu quarto, porque assim que ela passasse de ônibus na frente de sua casa saberia se poderia descer ou não na rodoviária local. Caso não visse nada na janela, seguiria até o destino final daquela linha, em outra cidade.


A viagem de volta foi longa para ela, que não conseguiu pregar os olhos. Um videotape de sua vida passava em sua mente. Ao chegar à cidade natal, passou pelas ruas que lhe foram muito familiares na infância, mas seu coração bateu mais forte mesmo quando dobrou a esquina da rua da casa dos seus pais. Teriam eles deixado o lençol na janela? Para sua surpresa, não havia apenas um lençol na janela, mas vários, inclusive alguns panos espalhados pelo jardim e nas demais janelas. Na rodoviária local, munidos de cartazes e bexigas, vários familiares, além dos pais, a aguardavam. Assim como na parábola contada há dois mil anos, houve festa, porque a filha que estava morta reviveu!


A lição de Lucas 15 é simples, clara, profunda, desafiadora e confortadora. Que ela abençoe você e sua igreja!

 


 

1. Knight, George R. Visão Apocalíptica e a Neutralização do Adventismo (CPB: 2010), p. 48.

2. Ver Dorneles, Vanderlei, em "A centralidade de Cristo", Revista Adventista, novembro de 2010, p. 8-11. Disponível em www.revistaadventista.com.br.

3. Ver Stencel, Renato, em "Minneapólis 120 anos depois", Revista Adventista, novembro de 2008, p. 8-10. Disponível em www.revistaadventista.com.br.

4. Os comentários deste tópico até a conclusão foram extraídos de Morris, Leon L. Lucas: Introdução e Comentário (Vida Nova: São Paulo, 1983), p. 223-230.

5. Yancey, Philip D. Decepcionados com Deus (Mundo Cristão, São Paulo: 2004), p. 103-136.

 


 

FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2011/com1022011.html


COMENTÁRIOS SIKBERTO MARKS

 

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Segundo Trimestre de 2011

Tema geral do trimestre: Vestes da Graça

Estudo nº 10 – As Roupas Novas do Pródigo

Semana de   28 de maio a 04 de junho

Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)

Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original

www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868

Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

 

Verso para memorizar: "Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado" (Lucas 15:32).

Introdução de sábado à tarde

Hoje temos muitos filhos pródigos. O mundo está produzindo, por meio de atrativos que no início se parecem interessantes mas que no fim dão em desgraça, muitos jovens sem lar e sem futuro. O filho pródigo de hoje poderia ser um moço, ou uma moça, que caiu nas drogas e não consegue mais se libertar. Vive de pequenos furtos para manter o vício. Morador de rua, sem ter onde ir, sujeito ao sol e à chuva, a ser maltratado, sofrendo o desprezo da sociedade, que quase não se importa com sua condição.

É bem frequente um pai ou uma mãe acorrentar um filho para segurá-lo longe dos vícios. Já soube de casos em que o filho pediu para ser acorrentado. Que situação! Já vi uma cena de um pai visitando seu filho quando preso. Os dois se encontraram, um dentro da cela, o outro do lado de fora, e desandaram a chorar. Os pais querem seus filhos em casa, sob sua proteção, para com eles terem momentos de alegria.

É bem pouco frequente isso acontecer, mas acontece, de um filho resolver voltar para casa, e pedir ajuda dos pais. Quando já não há mais esperança do retorno, e quando isso acontece, como os pais se alegram! É motivo de emoções, de alegria, um filho nessas condições retornar. Só quem passou por uma situação assim sabe o que sentiu.

Quanta falta faz um lar! Um lugar onde uma família cultiva a felicidade. E como os lares estão sofrendo degeneração! A vida moderna, os costumes atuais, a falta de preparo para a vida leva as pessoas a separações, e a vida já não é mais autêntica felicidade. São filhos saindo de casa por conflitos, são pais se separando. E o mundo está pronto para receber, principalmente jovens, e torná-los escravos de vícios, festas mundanas e vida libertina. Esse é o presente século. Como devem ser felizes os pais cujos filhos se mantêm em casa, e que buscam casamento conforme os ensinamentos bíblicos. Por isso nós somos felizes. Temos uma filha casada com um rapaz digno do nome de cristão. E como são felizes aqueles pais, cujos filhos se afastaram do lar, que se tenham atirado no mundo, mas que voltaram. Aliás, como são raras essas experiências! E como DEUS Se sente feliz, quando alguém resolve ir até Ele e entregar-se de todo o coração, para ser salvo para a vida eterna.

  1. Primeiro dia: Os mesmos pais, o mesmo alimento

É impressionante como dois filhos de mesmo pai e mãe podem ser tão diferentes como o filho pródigo, o mais novo, e o filho trabalhador, o mais velho. Essa situação é bem frequente. Na Bíblia encontramos vários casos extremos, como o de Caim e Abel e os irmãos gêmeos Jacó e Esaú.

O que pode ter influenciado Jacó e Esaú a serem tão diferentes? Eram filhos dos mesmos pais, e até eram gêmeos. Mas um era bem peludo, o outro liso; um se tornou caçador, o outro caseiro; um gostava das coisas do mundo, o outro era dedicado às coisas de DEUS, embora também fosse um enganador, o que o outro não foi. Os dois puderam também falar com o avô Abraão, que faleceu aos 175 anos, tendo eles 15 anos. Mesmo com toda essa influência, a diferença entre os dois foi como entre a noite e o dia.

Mas há outra situação ainda mais intrigante. É o caso de Lúcifer, e os outros anjos. Eles não eram filhos de pai e mãe, eles todos foram criados por DEUS. E no entanto, Lúcifer dirigiu uma revolta contra DEUS e contou com a adesão de um terço dos anjos. Outro grupo, de dois terços, manteve-se fiel a DEUS. Como pode ocorrer tanta diferença entre seres de uma mesma origem?

Uma explicação é o livre-arbítrio. Outra pode ser a carga genética herdada que difere de um filho a outro. Mesmo tendo os mesmos pais, mesmo sendo gêmeos, mesmo sendo criados por DEUS, todo ser racional é moralmente livre para fazer escolhas. Gêmeos, por exemplo, não recebem um mesmo programa de comportamento. Podem ser fisicamente quase iguais, e no comportamento também, mas são diferentes, e tomam decisões diferentes. Seguem caminhos de vida diferentes. Isso mostra que todos os seres são criados ou nascem com a capacidade de serem livres quanto ao que decidem.

O filho mais novo do fazendeiro rico, de alguma forma desenvolveu o desejo de se divertir sem trabalhar. Ele não percebia a necessidade de fazer alguma coisa pelo sustento. É bem comum isso hoje em dia. O que esse moço queria era prazer o tempo todo. Por certo, na casa dos pais isso não seria tão fácil, pois o pai orientava para ser mais sensato, sofria com isso. A mãe certamente fazia o mesmo, e o irmão mais velho, que ajudava os pais, não gostava da atitude libertina do irmão mais moço. Então ele teve uma idéia: pedir antecipadamente a sua parte na herança, e se livrar daquelas restrições.

Mas que idéia! Como pode um filho desejar desfrutar da herança estando os pais ainda vivos? Esse moço realmente perdeu a cabeça. Pode-se deduzir que ele não se importava com os pais, nem com o irmão; focava só em si e nos seus interesses. Só lhe interessava fazer festa com os amigos. Ele vivia fora da realidade da vida, e não imaginava a que futuro sua atitude insensata o levaria. Ele imaginava: vou pegar o dinheiro do velho, que é muito, e posso viver até o final da vida só festejando. Ou talvez a sua cabecinha insensata nem chegasse a tanto; só via festa em seu dia a dia. Ele não sabia fazer cálculo, de quanto tempo viveria com essa riqueza.

Pelo visto, o dinheiro não durou por muito tempo. Em festas se pode gastar muito, ainda mais se aparecem amigos sedentos por gastos e um bobo orgulhoso disposto a pagar a conta. Ele deve ter arrumado muitos amigos aproveitadores.

O dinheiro terminou. Ele foi procurar emprego. Mas era tempo de crise, e não havia emprego, exceto um criador de porcos, que lhe permitiu cuidar da criação. Da casa do pai fazendeiro, com muitos tipos de animais, para um campo ou chiqueiro de porcos, e ainda, sem remuneração, comendo do que davam aos animais. Que queda livre!

Decidiu voltar para a casa do pai. Pela primeira vez na vida raciocinou de modo coerente e inteligente. Voltaria para junto do pai e lhe pediria um emprego qualquer, pois nessa situação certamente teria ao menos alimento, como os outros trabalhadores, ou jornaleiros (os que trabalham por jornada, não são fixos). Direitos de filho ele agora sabia que não tinha mais, pois já havia recebido a herança, e havia gasto tudo. Que mais poderia ele requisitar como filho? Nada! Mas poderia se apresentar perante o pai, arrependido, e pedir um emprego para obter o sustento. Para fazer essa proposta ao pai, diante dos conhecidos, ele precisava estar em uma situação dramática e ser muito, mas muito humilde, pois teria que demonstrar arrependimento sincero. Como empregado do pai, confrontando com sua situação atual, até que viveria muito bem. Se ao menos se tornasse como um daqueles empregados, já estaria bom; não precisaria comer alimento imundo de porcos, ou passar fome. E ainda estaria em casa.

Mas o que o pai fez? Vendo o filho, que esperava há tempos, todos os dias, correu em sua direção e o abraçou. Que impacto deve ter dado ao filho aquele abraço! Ele estava mal vestido, imundo de sujeira, fedido e magro! Outros se afastariam de alguém assim. Mas o pai o envolveu com a sua própria capa, para esconder a imagem miserável do filho, que ainda amava. E o pai nada questionou sobre o que fizera com a herança, nem mencionou o assunto, nada, nada, nada. O que o pai disse foi que providenciassem roupas limpas, e que tratassem de fazer uma grande festa. Mas essa não era daquelas festas de devassidão, e sim, uma de alegria pelo retorno de um filho que havia se perdido. O pai estava feliz; ao que parece, talvez já fosse viúvo.

Alguém sem direito algum, que, se muito, só deveria ser recebido como um empregado para ganhar sustento por meio de seu trabalho duro, foi recebido, imerecidamente, como filho. É desse modo que todos nós somos recebidos por DEUS, ao nos arrependermos.

  1. Segunda: Abrindo as asas

Recebendo a herança, o moço foi embora. Queria divertir-se bem longe dos conhecidos. Ou então, foi para um centro urbano maior com mais opções de secularismo e mundanismo. Talvez as duas opções lhe influenciassem para sair de casa. Uma coisa é evidente: na fazenda a vida não lhe interessava, não havia ali as coisas que ele desejava. E por certo, ali havia o que não lhe agradava: trabalho duro. Agora possuía dinheiro; portanto, isso lhe deixou famoso, e logo atraiu muitos amigos com quem se ajuntou para farrear. Nos dias de hoje, talvez fosse para ir às baladas. Há pouco minha esposa e eu passávamos por uma rua onde a juventude passa a noite se divertindo, tomando bebidas com álcool, fumando e ouvindo som em alto volume. Paramos para falar com um homem que junta latinhas de cerveja para vender. Ele estava amassando uma por uma. Havia um monte bem grande, que dava para encher vários sacos. Ele disse que ali perto, em sua casinha, tinha muito mais, pois já as guardara. E eram só dessa noite.

É isso que muitos jovens querem. Mas também há aqueles que são fieis a bons princípios. Sempre há remanescentes, e devemos incentivá-los, reconhecendo o verdadeiro sacrifício que fazem, nadando contra a correnteza desse mundo. Esses DEUS busca para levá-los para a vida eterna. Antes disso, Ele os utiliza para influenciar outras pessoas para o bem, seja por seu testemunho, seja como instrumentos evangelísticos em ação.

O que aconteceu com o filho pródigo após terminado o dinheiro? Por acaso também apareceu uma crise naquela região, e houve fome. Não havia emprego. Agora ele precisava trabalhar, embora não quisesse fazer isso. Mas era trabalhar, ou morrer de fome. Voltar para casa, isso ele não queria. Seu orgulho não permitia. Então procurou alguma coisa para fazer, e ganhar a vida. Fez essa busca só depois de correr atrás daqueles amigos, mas sem êxito. Eles desapareceram, e não queriam mais nada com ele. Enquanto pagava as contas, eram todos amigos, mas agora ele não valia mais nada. O mundo é assim mesmo, muito traiçoeiro, e descobre-se a sua maldade quando se está no fundo do poço.

O último recurso antes da queda do orgulho foi trabalhar numa criação de porcos. Quem sabe logo a situação se mudasse, e ele conseguisse algo melhor. Mas não foi assim. A situação só piorava, e a tendência era trágica. Ele estava emagrecendo, sentindo-se humilhado, faminto, quem sabe sentindo dores físicas por desnutrição. Ninguém lhe dava alguma coisa, a roupa se desgastou, e o futuro era terrível. Tinha que fazer alguma coisa. Todas as alternativas se fecharam, mas uma única restava aberta: voltar para a casa do pai. Ele deve ter pensado muito nessa alternativa. O orgulho não queria que voltasse, estava envergonhado do que fez, era um fracassado. O que diria o seu pai? E o seu irmão? E o que diriam os demais empregados, ele voltando desse jeito, maltrapilho, sem nada, sujo, faminto e falido?

Ele foi aguentando mais um tempo. Mas de fato, não havia mais alternativa. Chegou ao limite do suportável. Era voltar para casa, ou morrer aos poucos. Ele decide humilhar-se. Ensaia as suas palavras, e decide voltar. Vejamos a descrição dos fatos que se seguiram:

"Viu que o sofrimento era consequência de sua própria loucura, e disse: "Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai." Luc. 15:17 e 18. Miserável como era, o pródigo achou esperança na convicção do amor do pai. Era aquele amor que o estava impelindo para o lar. Assim, a certeza do amor de Deus é que move o pecador a voltar para Ele. "A benignidade de Deus te leva ao arrependimento." Rom. 2:4. Uma cadeia dourada, a graça e compaixão do amor divino, é atada ao redor de toda pessoa em perigo. O Senhor declara: "Com amor eterno te amei; também com amorável benignidade te atraí." Jer. 31:3.

"O filho resolve confessar sua culpa. Quer ir ter com o pai e dizer-lhe: "Pai, pequei contra o Céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho." Mas, mostrando como é limitada a sua concepção do amor do pai, acrescenta: "Faze-me como um dos teus trabalhadores." Luc. 15:18 e 19.

O jovem volta-se da manada de porcos e das bolotas, e dirige o olhar para casa. Tremente de fraqueza e abatido pela fome, põe-se a caminho com diligência. Não tem uma capa para ocultar suas vestes esfarrapadas; mas sua miséria venceu o orgulho e apressa-se a suplicar a posição de trabalhador, onde outrora estava como filho.

"O jovem, alegre e despreocupado, quando abandonou a mansão paterna, pouco imaginou a dor e saudade deixadas no coração do pai. Quando dançava e folgava com os companheiros devassos, pouco meditava na sombra que caíra sobre a casa paterna. E agora, enquanto percorre o caminho de volta, com cansados e doloridos passos, não sabe que alguém aguarda a sua volta. Mas "quando ainda estava longe" o pai distingue o vulto. O amor tem bons olhos. Nem o definhamento causado pelos anos de pecados pode ocultar o filho aos olhos do pai. "E se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço" num abraço terno e amoroso. Luc. 15:20.

"O pai não permite que olhos desdenhosos vejam a miséria e as vestes esfarrapadas do filho. Toma de seus próprios ombros o manto amplo e valioso, e lança-o em volta do corpo combalido do filho, e o jovem soluça seu arrependimento, dizendo: "Pai, pequei contra o Céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho." Luc. 15:21. O pai toma-o consigo e leva-o para casa. Não lhe é dada a oportunidade de pedir a posição do trabalhador. É um filho que deve ser honrado com o melhor que a casa pode oferecer, e ser servido e respeitado pelos criados e criadas.

"O pai diz aos servos: "Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se." Luc. 15:22-24" (Parábolas de Jesus, 202 a 204).

  1. Terça: Você pode voltar para casa

Desde o início da humanidade, um curioso comportamento acompanha os lares. Muitos filhos têm um impulso por sair de casa. Referimo-nos às saídas para se livrar dos pais, não às saídas ordenadas por DEUS, para o casamento e formação de um novo lar. O primeiro filho que fez isso foi Caim, após matar Abel. Foi para longe fazer morada na terra de Node (Node significa fuga), a leste do Éden, para longe de DEUS (assim ele supunha, pois se acostumara a ouvir DEUS por perto de onde moravam seus pais). Depois dessa primeira fuga, até os nossos dias, abandonar a casa dos pais tem sido uma prática frequente.

Um filho ou filha, hoje, tem muitos motivos para fugir de casa, tais como: ser maltratado pelos próprios pais, já ter sido abandonado pelos pais, separação dos pais e problemas com padrasto ou madrasta, infelicidade no lar, e busca de uma liberdade que acha melhor fora do lar. Esta última causa sempre existiu, desde Caim.

Mas pais normais, ou seja, que amam seus filhos como DEUS também ama, só admitem a saída de casa para a formação de um novo lar. Isso, sim, é bonito e motivo de alegria a todos. Com um novo lar, haverá então dois lugares de cultivo do amor, o que aumenta a felicidade de todos.

Tal como o pai do filho pródigo, outros pais e mães em todos os lugares do mundo buscam por seus filhos que saíram de casa, que foram raptados, ou que desapareceram de alguma forma. Só no estado de São Paulo há 188 casos oficialmente registrados de pessoas procurando a família. São seres humanos que se perderam de alguma forma de seus familiares, e não têm nenhum contato com a família, não sabendo como encontrá-los, pois não têm consciência de onde estão. Parte dessas pessoas está em hospitais, doentes; e alguns deles perderam a memória, mas sentem saudades, e continuam sendo seres humanos. Em crianças e adolescentes, no mesmo estado, são 743 desaparecidos, nos registros oficiais da polícia, que estão sendo procurados. Deve haver mais aqueles que nem são procurados, como os moradores de rua, cuja família os abandonou, ou perdeu as esperanças de retorno.

No Brasil as estatísticas sobre desaparecidos não são confiáveis. Há uns tempos, em 1999 foi feita uma pesquisa e concluíram que desapareciam, por ano, em torno de 200.000 pessoas em nosso país (http://www.maesdase.org.br/layout.php?pagina=panorama ou http://www.labdnaforense.org/bd/oquee.php). Há quatro possibilidades de desaparecidos: (1) pessoas que desaparecem mas que voltam (não há informação de quantos retornam no Brasil, nos Estados Unidos a proporção é de 98%); (2) Pessoas que desaparecem e que nunca mais voltam, podendo estar mortas; (3) Pessoas que desaparecem e que nunca mais voltam, mas podendo estar vivas; (4) Familiares de desaparecidos que estão buscando seus parentes.

Estamos bastante acostumados com pessoas desaparecidas. Até parece algo normal. Muitos de nós já não sentimos mais emoções de ansiedade com alguma notícia de desaparecimento. Mas quem tem um filho ou filha desaparecida, esse sabe o quanto isso é sofrido. E se, com o passar dos anos, o desaparecimento não tiver solução, a dor só aumenta. Por isso não é de admirar que o pai do filho pródigo o esperasse por anos, e todos os dias olhasse para o caminho por onde o viu partir, para ver se retornava. O pai não sabia onde o filho estava, mas o filho sabia o caminho de volta. Ele precisava de algum impulso para retornar. O impulso que o fez tomar a iniciativa foi a fome, a miséria e a perspectiva da morte num estado de angústia e sofrimento.

Mas em nossos dias isso pode ser diferente. Nós, adventistas, somos o povo da família. É uma de nossas doutrinas. Valorizamos a família, ainda mantemos os seus princípios como um dos valores mais importantes do cristianismo. Sabemos que foi DEUS quem a instituiu. Portanto, a nós cabe educar o mundo nos valores da família, e como se pode ser feliz vivendo em família. Devemos ser exemplos vivos de famílias felizes, contrastando com o que acontece no mundo. Esse é um dos requisitos para se alcançar a vida eterna. Há um DEUS esperando que aqueles que se afastaram dEle, busquem retornar. Ele sabe onde se encontram os desaparecidos do lar celestial, e se algum deles desejar retornar, Ele não fica esperando, vai até ele, ou envia alguém, ou coloca em seu caminho alguma igreja Sua, e algo acontece, e a pessoa tem as condições de retorno propiciadas.

"Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Com amor eterno te amei; também com amável benignidade te atraí. Jer. 31:3.

"Os que não conhecem a Deus não podem, por sua erudição ou ciência, descobrir a Deus. Cristo não procura provar o grande mistério, mas revela um amor incomensurável. Não faz do poder e grandeza de Deus o tema principal de Seus discursos. Refere-Se a Ele mais frequentemente como nosso Pai. ... Ele deseja que nossa mente, enfraquecida pelo pecado, seja animada a apreender a ideia de que Deus é amor. Deseja inspirar-nos confiança. ...

"O pai do filho pródigo é o exemplo que Cristo escolhe para representar a Deus. Esse pai almeja ver e receber uma vez mais o filho que o deixou. Espera e vigia por ele, anelando vê-lo, esperando que volte. Quando vê aproximar-se um estranho, pobre e maltrapilho, vai-lhe ao encontro, para ver se porventura é seu filho. E alimenta-o e veste-o como se fosse de fato o filho. Mais tarde recebe a recompensa, pois volta o filho, trazendo nos lábios a suplicante confissão: "Pai, pequei contra o Céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho." E o pai ordena aos servos: "Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos." Luc. 15:21-23.

"Não há insulto, não há acusações ao pródigo, por motivo de seu mau procedimento. O filho sente que o passado lhe foi perdoado e esquecido, apagado para sempre. E assim Deus diz ao pecador: "Desfaço as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados, como a nuvem." Isa. 44:22. "... perdoarei a sua maldade e nunca mais Me lembrarei dos seus pecados." Jer. 31:34.

"O Céu aguarda e anela a volta dos pródigos que vagueiam longe do rebanho. Muitos dos que se extraviaram podem ser trazidos de volta, pelo amoroso serviço dos filhos de Deus. ...

"Pensai no Pai submetendo-Se à tristeza, e não poupando o próprio Filho, mas oferecendo-O espontaneamente por todos nós. ... Oh, que tivéssemos melhor compreensão de Seu amor! Manuscrito 76, 1903" (Nos lugares celestiais, MM 1968, p. 10).

  1. Quarta: A melhor roupa

O relato da história do filho pródigo diz que o pai o recebeu de braços abertos. Temos que analisar um ponto que pode passar desapercebido. Como foi que o filho se dirigiu ao pai? Ele pediu perdão, veio reconhecendo o seu erro. O filho veio diferente, e mostrou que estava bem diferente do que quando saiu; voltou arrependido. Ele saiu com um caráter que o pai não aprovava, ou seja, arrogante, cheio de confiança própria, só pensando em festa e folguedos. Mas quando voltou, ao experiente pai foi fácil perceber que estava mudado. O sofrimento do erro causou a mudança. Ele experimentou como é desperdiçar uma grande fortuna e cair na miséria, e ter que retornar ao ponto inicial, e sujeitar-se ao menos a ser um empregado, dos mais humildes, e ao menos ter o que comer e vestir e um teto para se abrigar, e uma esposa e filhos. Foi perceptível ao pai a autenticidade do arrependimento e a determinação de ser diferente. O filho aprendeu a lição de como viver da forma mais dramática. Por isso que o pai nem se referiu aos desperdícios, nem o repreendeu. O filho agora já estava arrependido, era o filho que o pai sempre queria. Por ser assim, o que o pai, sabiamente fez? Decidiu o que certamente já estava planejado em sua mente para tal situação: vamos festejar pelo filho que eu sempre desejei que fosse como ele voltou agora. É como se o filho estivesse fazendo algum curso muito sofrido para ter um bom caráter, e que tivesse chegado ao final desse curso, e se saído muito bem. Custou caro mas o resultado foi positivo, portanto, comemoremos. Esse filho não fez curso algum, mas sofreu ao limite da vida para aprender que devia mudar. E mudou! E o pai apoiou a mudança com festa.

Porém, e se o filho voltasse na mesma situação, pedisse mais dinheiro para voltar às festas? A Bíblia não se refere a essa possibilidade, mas podemos imaginar o que o pai faria. O que você como pai iria fazer? Por certo não o despediria de mãos vazias, mas também não daria mais dinheiro, pois não teria esse direito. Conhecendo o pouco dessa história, talvez esse pai o recebesse de volta para ser um jornaleiro mesmo. Assim, ao menos o teria por perto, e poderia, quem sabe, tentar mudar seu caráter.

Então vejamos bem essa história. Mudado como o filho mudou, o pai deu tudo a ele, que não merecia mais nada. Contudo, certamente o filho seria recebido como um empregado qualquer se retornasse do modo como havia partido porque assim ao menos teria alguma proteção, já que por falta de recursos o filho não poderia facilmente se aventurar outra vez mundo afora.

Felizmente o filho voltou arrependido. É assim que nós devemos ir em direção ao nosso DEUS. Ele nos receberá do mesmo modo como o pai de nossa história, sem nos repreender, nos aceitará de braços abertos, nos colocando na mesma condição dos outros filhos, de outros mundos, que nunca caíram.

  1. Quinta: As roupas do pai

O filho ao retornar preparou um pequeno discurso para fazer ao pai. Ele diria três coisas: (1ª) pediria perdão; (2ª) diria que não era mais digno de ser filho; (3ª) pediria para ser tratado como um empregado (ver Luc. 15:18 e 19). Mas quando se encontraram, ele só teve tempo de dizer as duas primeiras. O pai o interrompeu com um abraço fraternal, com boas vindas, e o cobriu com sua própria capa, antes que alguém o pudesse ver naquele estado deplorável. Ele não chegou a pedir para que o pai o tratasse como empregado, pois antes disso, o pai o declarou como um filho que havia morrido mas ressuscitou. Ao chegar mais perto da casa, chamou alguns empregados e ordenou que preparassem uma grande festa de recepção do retorno do filho que amava, e determinando que trouxessem roupas novas, sandálias e um anel.

O pai ficou feliz porque, durante o tempo em que o filho estava fora, ele não sabia onde havia ido, nem como ele estava, se bem ou se mal, se vivo ou se morto. O filho era um desaparecido! Mas no momento em que o avistou, e certificou ser seu filho, alegrou-se por descobrir que vivia, e estava retornando. E quando o filho demonstrou reconhecer sua atitude leviana, e pelo traje, as consequências podiam ser vistas, o pai não chegou a dar tempo do filho pedir para ser tratado como o empregado de menor importância. Declarou ser seu filho, como sempre fora.

É assim que somos tratados por DEUS, não importando o que tenhamos feito no passado. O Criador nos quer de volta, quer envolver-nos com Seu amor, e nos perdoar, dar a vida plena de felicidade, e um palácio maravilhoso para vivermos eternamente.

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

O ser humano é incoerente, ele despreza os pecadores extremos, dito os piores. Ele também despreza os que cometem pecados diferentes dos que ele comete. Mas, na verdade, estamos todos na mesma situação, pois pela Bíblia, pecado é sempre pecado, e o salário dele é sempre o mesmo, a morte eterna. Todos carecemos da misericórdia de DEUS. Se alguns de nós cometemos pecado que causa maior dano a sociedade, como um assalto a um banco, e outros apenas roubaram um pacote de bolachas num supermercado, nós fazemos distinção, mas para DEUS, cujo reino é de perfeição, ambos morrerão, se não se arrependerem. Portanto, devemos nos aculturar ao governo de DEUS, e deixar os conceitos distorcidos desse mundo. Por eles tendemos a interpretar as coisas de DEUS de forma errada, o que pode nos levar à perdição.

DEUS nos quer de volta ao lar. Essa é a questão fundamental. Ele fez de tudo para que pudéssemos voltar. O ponto alto do que Ele fez foi enviar Seu Filho para morrer por nós, e pagar a dívida que nos compete. Mas fez mais que isso: revelou-Se por meio de profetas e por meio de JESUS CRISTO; deixou-nos a Bíblia, o manual da salvação, e nos concedeu muitas profecias, tanto para conhecermos em que tempo vivemos quanto, e principalmente, para crermos quando elas se cumprirem. E JESUS CRISTO está nesse momento, como sumo sacerdote, disposto a aceitar o nosso arrependimento e pedido de perdão, como aquele pai da história dessa semana. E já está preparando a Sua segunda vinda para nos levar para a vida eterna. Portanto, DEUS fez muito para nos salvar.

E preste atenção: não existe pecado que supere o amor de DEUS; tudo pode ser perdoado, embora haja uma exceção, o pecado contra o ESPÍRITO SANTO. Mas essa exceção é muito lógica. É pecado contra o ESPÍRITO SANTO quando não aceitamos a Sua orientação de vida e de necessidade de arrependimento e perdão. Ou seja, quando uma pessoa chega à conclusão que não necessita do perdão, então, como seria ela perdoada? Só se fosse contra a vontade dela, mas isso DEUS não faz. Portanto, toda pessoa, como o filho pródigo, que sente desejo de perdão, será perdoada, e alcançará a vida eterna, e não interessa o seu passado. Para DEUS, o interesse está no futuro da pessoa, não no que ela fez de mal. Ele pode transformar qualquer situação. Aliás, se Ele pode criar do nada, então não há limite de algo que Ele não possa fazer, mas há limite do que Ele deve fazer. Ou seja, Ele pode perdoar todos os pecados, mas só perdoará aqueles cujas pessoas não desejem ser perdoadas.

escrito entre  20 e 26/04/2011 - revisado em  27/04/2011

corrigido por Jair Bezerra

 

Declaração do professor Sikberto R. Marks

O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

 

FONTE: http://www.cristovoltara.com.br/


COMENTÁRIOS BRUCE CAMERON

 

Vestes da Graça - Lição 10

As Roupas Novas do Pródigo
(Lucas 15)

Introdução: Jesus nos diz em Lucas 7:47 que aqueles a quem muito é perdoado, amam muito. Aqueles a quem pouco é perdoado, amam pouco. Você tem sido "bom" por toda a vida? Sempre foi obediente aos pais, às autoridades da escola e autoridades do Estado? Sempre esteve na igreja e ainda está? Se eu estou descrevendo você, então identificar um momento específico no qual você se converteu é difícil, não é? Se nada disso soa familiar, você estava sempre se metendo em encrenca? Se você foi "ruim", mas está na igreja agora, sem dúvida se lembra claramente da tua experiência de conversão. Agora que todos nós sabemos quem somos, o que aconteceria se Deus nos contasse uma história, cujo ponto principal é que as pessoas boas não vão entrar no Reino dos Céus? Vamos mergulhar em nosso estudo da Bíblia e aprender mais!

I. O Ambiente

A. Leia Lucas 15:1-2. Descreva o público que estava ouvindo Jesus.

1. Qual o grupo veio de bom grado e que qual grupo veio com críticas? (Jesus não tinha problemas para trazer pecadores declarados às suas reuniões. Porém, as pessoas "boas" estavam criticando.)

2. Pecadores declarados estão se reunindo na tua igreja a cada sábado?

a. Se não, você está ensinando como Jesus fez?

b. Considere se você estaria reclamando por causa da vinda de um grande número de pecadores.

B. Dê uma olhada em Lucas 15:3-10. Jesus narra duas histórias sobre algo que estava perdido e foi encontrado. Entendemos que estas sejam parábolas do "Reino dos Céus" – histórias sobre aqueles que estão perdidos e a atitude de Deus para dar-lhes a vida eterna.

II. O Filho Mais Novo

A. Leia Lucas 15:11-12. Observe este texto a partir do ponto de vista do pai. O que o filho mais novo quer? O que ele não quer? (Ele quer o teu dinheiro. Ele não quer você. Ele quer que a vida seja como se você estivesse morto.)

1. Pais, digam-me: como é esta sensação?

B. Como você acha que o pai conserva a sua riqueza? (O texto diz "parte da herança" e "propriedade". O vocábulo grego traduzido como "propriedade" é "bios", ou vida. Quando o agricultor reduz sua área cultivada em um terço (o filho mais jovem recebe um terço, veja Deuteronômio 21:17), sua vida, seu status na comunidade, é reduzido. A terra é sua vida.)

C. Leia Lucas 15:13-16. Se você fosse até o filho mais novo, e ele te pedisse um empréstimo, qual seria a história dele? Com base em que ele diria que iria te pagar de volta? (Seria natural que ele culpasse a severa fome. Não é "culpa dele!" Ele vai ter seu dinheiro de volta.)

D. Leia Lucas 15:17. O que significa dizer que ele "caiu em si?" (Ele percebeu que tinha fracassado. Qualquer que tenha sido o impacto da fome, ele não havia sobrevivido financeiramente.)

1. Às vezes é uma bênção fracassar?

E. Leia Lucas 15:18-19. Você acha que o filho ensaiou este discurso, enquanto voltava para casa?

1. Explique a posição inicial de negociação do filho. (O excelente livro de Tim Keller "O Deus Pródigo" (em que grande parte deste estudo se baseia) explica que o filho queria ser um empregado contratado, para que pudesse pagar de volta o que havia tirado do pai.)

III. O Pai

A. Leia Lucas 15:20. O pai, que foi constrangido e rejeitado por este filho egoísta, tratou o filho da mesma forma como o filho o tratou?

B. Leia Lucas 15.21-24. Quanto da posição inicial de negociação, que havia sido ensaiada pelo filho, consegue ser expressa? (Apenas a parte da confissão. A oferta de reembolso é abafada pela recepção do pai.)

1. O que uma festa representa nas histórias de Jesus sobre o Reino? (O Reino dos Céus: Mateus 22, Lucas 14. Ver também Apocalipse 19.)

2. Quando o filho mais novo é convidado para a festa como um filho de pleno direito, o que isso simboliza? (Ele está salvo. A salvação vem a ele como um dom gratuito quando: (a) Ele cai em si; e, (b) retorna, em confissão, ao seu pai. O Pai não está nem mesmo interessado em ouvir falar sobre reembolso.)

IV. O Filho Mais Velho

A. Leia Lucas 15:25-27. Acabamos de debater como a salvação é um dom gratuito para o filho mais novo. Foi realmente gratuito? Ou estava saindo do bolso do filho mais velho? (Sem dúvida, estava saindo do bolso do filho mais velho!)

B. Leia Lucas 15:28-30. Como o irmão mais velho reage à perda de sua propriedade para o filho mais novo?

1. Lembre-se que o filho mais novo se preocupava com a propriedade de seu pai, mas não com seu pai. Como você descreveria a atitude do filho mais velho para com seu pai? (Se ele amasse seu pai, gostaria de se alegrar juntamente com seu pai. Em vez disso, ele é muito desrespeitoso para com o pai e para com os desejos do pai. Ele via seu pai como sendo mesquinho com ele (nem "um cabrito", quanto mais um "novilho gordo"). Assim, a propriedade, e não o pai, era o que havia de mais importante em sua mente.)

2. Quão diferentes eram o filho mais jovem e o filho mais velho? Será que eles têm o mesmo objetivo (a propriedade, não o pai), mas só diferem quanto ao método para conseguir seu objetivo?

3. Se você é um membro fiel da igreja, quão importante para você são as bênçãos e a proteção de Deus?

a. Como você avalia a "propriedade" de Deus versus a presença de Deus?

b. Como isso funciona na tua vida: se você tiver menos "propriedade", você tem mais "presença" de Deus? Você é obrigado a confiar e depender mais de Deus se tiver menos?

4. O filho mais velho entra na festa? (Não.)

a. Por quê? Veja novamente o que o filho mais velho diz. ((a) Ele é muito bom para isso ("Eu tenho trabalhado como um escravo", enquanto o filho mais novo tem estado "com prostitutas"), e, (b) Ele está irritado com a natureza generosa do Pai ("Esse teu filho" para quem tu "matas um novilho gordo".))

b. O filho mais velho está perdido eternamente, e o filho mais novo, salvo eternamente? (O filho mais velho não entra festa do pai.)

(1) Leia Lucas 15:31-32. O que significa estar "sempre comigo?" (A questão é se ter as "coisas de Deus" e estar com Deus (aqui) é o mesmo que salvação. É uma questão discutível, e posso muito bem estar errado, mas defendo que recusar o convite de Deus para entrar na festa, porque você é muito bom e está muito preocupado com a propriedade é eternamente fatal.)

c. Pense novamente na audiência de Jesus. Como esta história se relaciona com esses dois grupos?

(1) Qual é o teu grupo?

V. A Pessoa que Falta

A. Quando você considera as duas primeiras histórias de Lucas 15, qual é o tema comum entre elas que está faltando na história dos dois irmãos? (Ninguém está tentando encontrar o irmão mais novo que está perdido.)

1. Na história dos dois irmãos, quem deveria naturalmente ser aquele que vai à procura? (O irmão mais velho.)

a. Por que ele não sai na busca? (Ele não queria que o irmão mais novo voltasse. Ele valorizava a sua propriedade acima de seu irmão e acima da alegria de seu pai.)

b. Antes de seu colapso financeiro, o irmão mais novo teria tido tempo de ir procurar pelo irmão mais velho? (Não. Ele estava muito ocupado desfrutando de sua propriedade. Estava concentrado em si mesmo).

B. Quem é o "irmão mais velho" que está faltando na nossa história? (Jesus. Ele veio nos encontrar.)

1. Alguém na história está procurando o filho perdido? (Note que em Lucas 15:20 o pai olha para o filho mais novo e corre para ele. Em Lucas 15:28 o pai deixa a festa para sair e insistir com seu filho mais velho.)

2. Se você está na igreja, está sendo um bom irmão mais velho para os pecadores e publicanos?

3. Até que ponto a tua preocupação em preservar a tua propriedade fica no caminho, impedindo você de ajudar os "irmãos mais novos" da tua igreja?

C. Amigo, se você estiver lendo isso, meu palpite é que você é um "irmão mais velho". Você vai pedir ao Espírito Santo para te dar um vislumbre do teu próprio coração para responder à pergunta: "Eu amo as bênçãos de servir a Deus mais do que eu amo a Deus que morreu para mim?" "Minhas boas obras minha preocupação comigo mesmo me impedem de entrar para a salvação?"

VI. Próxima Semana: As Vestes Nupciais

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Direito de Cópia de 2011, por Bruce N. Cameron, J.D. Todas as referências das Escrituras são da Bíblia de Estudo na Nova Versão Internacional (NVI), editada em 2003 pela Editora Vida – São Paulo, a menos que indicado de outra forma. As citações da NVI são usadas com permissão. As respostas sugestivas encontram-se entre parênteses.
Para receber semanalmente estes comentários diretamente no teu endereço de e-mail, acesse:http://br.groups.yahoo.com/subscribe/BruceCameron ou
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Postado por Levi de Paula Tavares às 14:00 0 comentários   

Marcadores: (2011-02) Vestes da GraçaVestes da Graça (2011-02)

 

FONTE: http://brucecameron.blogspot.com/


COMENTÁRIOS GILBERTO THEISS

 

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 10 – 1º Trimestre 2011 (28 de maio a 4 de junho)

 

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 10 – 1º Trimestre 2011 (28 de maio a 4 de junho)

 

Observação: Este comentário é provido de Leitura Adicional no fim de cada dia estudado. A leitura adicional é composta de citações do Espírito de Profecia. Caso considere-a muito grande, poderá optar em estudar apenas o comentário ou vice versa.

 

Comentário: Gilberto G. Theiss

 

SÁBADO, 28 DE MAIO - As roupas novas do pródigo - (Lc 15:32)

 

            "Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado" (Lc 15:32).

 

            Há uma linda história de um homem chamado Jonh Vastra. Este, era um grande missionário e sua vida foi pautada pelo seu intenso e profundo amor pelas pessoas. Em uma de suas histórias conta-se que, batendo nas portas das casas apresentando a salvação em Cristo, em uma dessas portas, uma senhora o atendeu e ao ele proferir algumas palavras da palavra de Deus ela o respondeu com palavras muito duras e bateu a porta em sua cara. Vastra ficou profundamente triste com a atitude daquela senhora. Ele sentou-se logo ali a frente da casa e chorou muito como se fosse uma criança. Inesperadamente a senhora que o havia tratado mal viu os seus choros compulsivos. Tocada por tal atitude abriu a porta novamente e convidou-o para terminar o que estava falando. Mais tarde esta senhora testemunha que o que a salvou foi o grande amor que Jonh Vastra havia demonstrado por ela no que diz respeito a sua salvação.

            Esta história é linda e real, e esta mulher representa um grande número de pessoas que estão longe de Deus ou se afastaram dEle. Muitos retornam ao braços de Jesus enquanto que outros se perdem pelo mundo e morrem com ele. A história do filho pródigo, que veremos nesta semana, é uma revelação surpreendente de como o amor possui poder para salvar e constranger os corações humanos.

 

Leitura Adicional

 

            "Qual era a alegria de Cristo? Era a alegria de salvar os perdidos. O profeta diz: 'Ele verá o fruto do penoso trabalho de Sua alma e ficará satisfeiro' (Is 53:11). Pela alegria que foi posta diante dEle, Ele suportou a cruz, desprezando a desonra. Seu sofrimento, Sua agonia, Sua morte, foram considerados como nada por Ele, desde que a humanidade fosse resgatada do pecado. Sempre que alguém se converte e é levado a Jesus Cristo, uma explosão de júbilo se faz sentir no Céu. Alguém está salvo, uma preciosa pessoa foi arrancada das garras de Satanás e entregue como precioso penhor a Jesus Cristo de que Ele não sofreu nem morreu em vão, e então, há alegria e júbilo no Céu. O perdido foi achado, aquele que estava morto em seus delitos e pecados está vivo; e Cristo ora para que essa alegria seja nossa – alegria rica, profunda, total e permanente, alegria que brota dos triunfos da cruz de Cristo" (Review and Herald, 21 de março de 1893).

 

            "Esta parábola foi dada por Cristo para representar como nosso Pai celestial recebe aquele que erra e se arrepende. Foi contra o pai que o filho pecou, mas, na compaixão de seu coração, cheio de piedade e perdão, ele recebe o filho pródigo e mostra grande alegria por ele. Ele acreditava que o filho estivesse morto para todo afeto filial, mas, na verdade, o filho se havia tornado sensível a seu grande pecado e negligência e havia voltado ao pai, valorizando seu amor e aceitando suas reivindicações. O pai sabia que o filho, que havia seguido um caminho de pecado e agora se havia arrependido, precisava de piedade e amor. Ele tinha sofrido. Sentiu sua necessidade e foi em busca do pai como o único que poderia suprir sua grande necessidade" (Panfleto 159: Testimony to the church [Testemunho para a Igreja], p. 128).

                       

DOMINGO, 29 DE MAIO - Os mesmos pais, o mesmo alimento - (Gn 4:1-8; 25:25-34)

 

            Esta é uma das narrativas mais complexas e difíceis de entender em toda a Bíblia. Assim como Caim, o filho mais jovem (filho pródigo) demonstra não ter sido um bom acolhedor dos cuidados, amor e bondade do pai. Mesmo recebendo todo o afeto como os demais na família, diferente de seu irmão, resolve abandonar sua casa, sua família e com sua parte da herança vai embora para o mundo.

            Esta narrativa é intrigante, pois, no dia a dia, quantas famílias passam pelo mesmo dilema com seus filhos? Quantos são os que, mesmo recebendo afeto, amor e carinho ainda encontram motivos para se rebelar? Quantos e quantos são os que sem motivo resolvem abandonar, além da família, a Deus e a igreja?

            A história do filho pródigo é esplendorosa e evidencia quão profundo é o amor de Deus pelos seres humanos. Muitos, como corcundas, viram as costas para Deus e vão embora. No entanto, o Senhor, compassivamente e cheio de terna bondade aguarda pacientemente o retorno dos que se afastam. A misericórdia de Deus é longa e perdura enquanto estivermos vivos. Como o ladrão da cruz, mesmo em últimos momentos, se houve arrependimento e clamor, rapidamente o Senhor estende seus braços para acolher, abraçar e salvar. Esta é uma verdade inegável e em toda a escritura encontramos essas gemas tão importantes que fundamentam o livre arbítrio e o amor de Deus pela humanidade caída. Assim como o filho pródigo, todos nós um dia estivemos desgarrados e longe de Deus. Mesmo sem motivos justificáveis, abandonamos tudo como se tivéssemos alguma justificativa plausível para tal.

 

Leitura Adicional

 

            "O filho mais novo cansara-se das restrições da casa paterna. Pensou que sua liberdade era reprimida. O amor e cuidado do pai foram mal-interpretados, e determinou seguir os ditames de sua própria inclinação. O jovem não reconhece qualquer obrigação para com o pai, e não exprime gratidão, contudo reclama o privilégio de filho para participar dos bens de seu pai. Deseja receber logo a herança que lhe caberia pela morte do pai. Pensa só na alegria presente, e não se preocupa com o futuro" (Parábolas de Jesus, p. 198, 199).

 

            "O pródigo não era um filho obediente, alguém que desejasse agradar o pai, mas que desejava viver à sua própria maneira. Queria seguir os ditames de sua própria inclinação e estava cansado dos conselhos e advertências do pai que o amava, e que só desejava que ele agisse de forma que sua felicidade estivesse assegurada. A terna simpatia e amor de seu pai foram mal interpretados, e quanto mais amável, paciente e benevolente o pai agisse, mais inquieto ficava o filho. Ele achava que sua liberdade estava sendo limitada, pois sua ideia de liberdade era de irrestrita licenciosidade e, no desejo de ser independente de toda autoridade, livrou-se de toda restrição da casa do pai e logo gastou sua fortuna numa vida desregrada. Surgiu uma grande fome no país em que ele estava habitando, e movido pela fome, ele teria de bom grado se alimentado com as alfarrobas que os porcos comiam" (Signs of the Times, 29 de janeiro de 1894).

 

            "O dever do pai para com seus filhos deve ser um de seus primeiros interesses. Não deve se subordinado à aquisição de fortuna nem à obtenção de uma posição elevada no mundo. Na verdade, essas mesmas condições de riqueza e honra frequentemente separa a pessoa de sua família e, mais do que qualquer outra coisa, afastam dela sua influência. Se for desejo do pai que seus filhos desenvolvam caráter harmonioso e sejam uma honra para ele e uma bênção para o mundo, ele tem uma obra especial a fazer. Deus o considera responsável por essa obra. No grande dia do acerto de contas ele ouvirá esta pergunta: Onde estão os filhos que confiei aos seus cuidados para educar para Mim, para que seus lábios que pronunciem Meu louvor, e sua vida seja como um diadema de beleza no mundo, e eles vivam para Me honrar por toda a eternidade?

            Em alguns filhos, as faculdades morais predominam fortemente. Têm força de vontade para controlar a mente e as ações. Em outros, as paixões animais são quase irresistíveis. A fim de atender a esses diferentes temperamentos, que frequentemente aparecem na mesma família, os pais, bem como as mãos, precisam ter paciência e sabedoria do divino Ajudador. Não se ganhará tanto pela punição das crianças por suas transgressões como pelo ensino, mostrando a loucura e a extrema malignidade do pecado, expondo as inclinações secretas e trabalhando para incliná-las para o que é certo. ...

            O pai deve reunir frequentemente seus filhos em torno de si e levar a mente para os canais de luz moral e religiosa. Deve estudar suas deferentes tendências e sensibilidades e alcança-los pelas avenidas mais amplas. Alguns podem ser mais influenciados pela adoração e temor de Deus, outros, pela manifestação de Sua benevolência e sábia providência, despertando sua profunda gratidão; outros podem ser impressionados mais profundamente quanto se abrem diante de si as maravilhas e os mistérios do mundo natural, com toda a sua harmonia e delicada beleza, que lhes falam sobre o Criador dos céus e da Terra, e de todas as velas coisas que existem" (Signs of the Times, 20 de dezembro de 1877).

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SEGUNDA, 30 DE MAIO - Abrindo as asas - (Lc 15:13-19)

           

            Certa vez conheci um jovem que apreciava estar na igreja, gastava uma boa parte de seu tempo com os seus irmãos e amigos da fé, e, principalmente, gostava muito de se isolar das coisas do mundo e ser transformado pelas coisas espirituais. Infelizmente, num certo tempo, tudo isto começou a passar por algumas mudanças. Gradativamente as atividades espirituais da igreja não mais preenchiam o seu coração e os companheiros de fé não eram tão companheiros aos seus olhos como antes. Aos poucos começou a se afastar e se envolver com amigos e atividades do mundo. Todo o colorido do mundo encheu seus olhos de brilho e suas paixões, das mais adormecidas foram despertadas. Resultado, abandonou totalmente a igreja e seus amigos cristãos. No mundo, parecia ser feliz a princípio até o momento em que as consequências começaram a bater na porta de sua vida. Passou por momentos críticos e muito sérios. Entrou em depressão e por não suportar as consequências, ao invés de voltar para Deus, colocou uma corda no pescoço e se suicidou. Seu corpo só foi encontrado 3 dias depois do enforcamento.

            A história do filho pródigo revela um final bem diferente. Era da intenção de Jesus que o final fosse feliz em sua narrativa, pois, pretendia Ele, mostrar que não existe nada que Deus não possa perdoar, regenerar ou reconstruir na vida humana. Deus, como o pai da história, entende nossos problemas e está prontamente aguardando que o pecador se arrependa e, independente do que tenha feito, retorne para seus braços. Foi proposital o retorno do filho pródigo ao lar para mostrar o infinito e imensurável amor de Deus. Alguns se deleitam em apresentar as pessoas ou a pregar sermões que falem especificamente em juízos, mas, como nesta narrativa, Deus procura se apresentar muitas vezes como Deus clemente e compassivo. A misericórdia de Deus é abundante quando há arrependimento e a relutância em permanecer longe de Deus é irracional.

 

Leitura Adicional

 

            "Depois de seu coração egoísta haver recebido o tesouro, que tão pouco merecia, retirou-se para longe, de seu pai, a fim de esquecer até que possuía um pai. Menosprezava a restrição, e estava inteiramente determinado a desfrutar por todos os meios e modos que quisesse. Havendo, com seus prazeres pecaminosos, gasto tudo quanto o pai lhe havia dado, a terra foi flagelada por uma fome, e ele veio a sofrer extrema miséria. Começou então a lamentar os pecaminosos caminhos de extravagantes prazeres em que andara; pois achava-se desamparado, carecido dos meios que esbanjara. Viu-se obrigado a descer da vida de pecaminosa satisfação em que vivia, ao baixo mister de guardador de porcos.

Havendo descido o mais baixo que era possível, pensou na bondade e no amor de seu pai. Sentiu então a necessidade que tinha dele. Trouxera sobre si a situação em que se encontrava, destituído de amigos e de todo recurso. Sua própria desobediência e pecado dera em resultado o separar-se de seu pai. Pensou nos privilégios e na abundância de que fruíam livremente os servos assalariados da casa paterna, ao passo que ele, que se alienara da mesma, perecia de fome. Humilhado pela adversidade, decidiu volver ao pai com humilde confissão. Era um mendigo, destituído de roupas confortáveis, ou decentes sequer. A falta de meios o reduzira a um estado miserável, e achava-se macilento por causa da fome" (Testemunhos Seletos, v.1, p. 308 e 309).

 

"A fome o ameaçou, e ele se juntou a um cidadão do lugar. Foi enviado para fazer o trabalho mais servil, o de alimentar os porcos. Embora, para um judeu, esse fosse o ofício mais degradante, ele estava disposto a fazer qualquer coisa, de tão grande que era sua necessidade. Infeliz e vitimado pelo sofrimento, ele se assentou nos campos, cumprindo sua tarefa. No passado, ele se havia recusado a se submeter às restrições de casa. Agora, ele ocupava a posição do mais vil dos servos. Havia saído de casa em busca de liberdade, mas onde estava agora seu júbilo desenfreado? Antes, emudecendo a consciência, amortecendo as sensibilidade, ele se considerava feliz nas cenas de orgia. Agora, com o dinheiro esgotado, com o orgulho humilhado, com a natureza moral diminuída, com a vontade fraca e de pouca valia, com os sentimentos mais sutis aparentemente mortos, ele era o mais infeliz dos mortais. Sofria de fome aguda e não podia satisfazer sua necessidade. Nessas circunstâncias, lembrando-se de que seu pai tinha pão de sobre, resolveu ir à sua procura. Ele disse: "Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o Céu e contra ti" (Lc 15:18; Signs of the Times, 29 de janeiro de 1894).

           

TERÇA, 31 DE MAIO - Você pode voltar para casa - (Lc 15:4-10)

 

            O desânimo e o orgulho podem ser os maiores inimigos que temos na vida. Alguns chamam isto de o próprio EU. Isto é fato, pois geralmente quando alguns se afastam de Deus indo para bem longe, possuem a tendência de tentar se desvencilhar da vergonha causada por ter partido. Neste caso em específico, o orgulho pode ser capaz de nos levar a crer que fomos longe demais para voltar. Foi assim com Satanás e seus anjos e é assim conosco já que o próprio inimigo nos inspira a também pensar desta forma. O orgulho é pode criar uma muralha psicológica em nós e ser capaz de nos proteger de qualquer evidência plausível de retorno aos braços de Deus. Por esta razão é que são poucos os que realmente e definitivamente voltam para a igreja ou para Deus quando se afastam. Na verdade, tudo isto dependerá do grau de afastamento e da vergonha enfrentada por ocasião do pecado cometido.

            Todos nós somos irrestritamente dependentes de Deus em todos os sentidos. Estando longe ou perto do Senhor, sentimos que nossa vida somente pode ter sentido quando estamos com Deus. Mesmo o mais cético ou duro de coração que possa existir, no fundo, sabem dizer que algo precisa ser restabelecido ou encontrado para que a vida seja completa. No caso bem específico do filho pródigo ou em qualquer experiência pessoal de cada um de nós semelhante desta narrativa, o vazio criado quando nos afastamos de Deus é tão grande que tentamos preencher com tudo que seja possível. Neste contexto podemos citar a pornografia, fornicação, drogas, bebidas, discotecas, etc. Estes são exemplos de coisas que, às vezes, as pessoas fazem uso para esquecer do vazio deixado ao se afastar de Jesus. O filho pródigo voltou, uma vez que foi ele mesmo que se retirou. No entanto, temos que ter em mente que, antes mesmo de o filho pródigo tomar a decisão de retornar, o Espírito Santo já atuava em seu coração mostrando-lhe que valia pena voltar para casa. Deus não nos abandona as nossas próprias situações ou circunstâncias. Ainda, mesmo longe Dele, continua tocando nossas vidas tentando-nos com a maravilhosa opção de retornar a seus braços de amor.

 

Leitura Adicional

 

            "Em sua irrequieta juventude, o filho pródigo considerava o pai inflexível e austero. Que diferente é sua concepção dele agora! Assim também os engodados por Satanás consideram Deus áspero e severo. Vêem-nO esperando para os denunciar e condenar, como se não tivesse vontade de receber o pecador enquanto houver uma desculpa legítima para não o auxiliar. Consideram Sua lei uma restrição à felicidade humana, jugo opressor de que se alegram em escapar. Todavia o homem cujos olhos foram abertos por Cristo, reconhecerá a Deus como cheio de compaixão. Não lhe parece um tirano inexorável, mas um pai ansioso por abraçar o filho arrependido. O pecador, com o salmista, exclamará: "Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor Se compadece daqueles que O temem." Sal. 103:13.

Na parábola não é acusada nem censurada a má conduta do filho pródigo. O filho sente que o passado está perdoado, esquecido e apagado para sempre. E assim fala Deus ao pecador: "Desfaço as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados, como a nuvem." Isa. 44:22. "Porque perdoarei a sua maldade e nunca mais Me lembrarei dos seus pecados." Jer. 31:34.

"Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que Se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar." Isa. 55:7. "Naqueles dias e naquele tempo, diz o Senhor, buscar-se-á a maldade de Israel e não será achada; e os pecados de Judá, mas não se acharão." Jer. 50:20.

Que segurança da voluntariedade de Deus em receber o pecador arrependido! Escolheste, caro leitor, teu próprio caminho? Vagaste longe de Deus? Aspiraste desfrutar os frutos da transgressão, só para vê-los desfazerem-se em cinzas nos lábios? E agora que os teus bens estão dissipados, teus planos malogrados e mortas as tuas esperanças, estás solitário e desolado? Agora, aquela voz que te falou longamente ao coração, mas para a qual não atentaste, chega a ti clara e distinta: "Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente." Miq. 2:10. Volta ao lar do Pai. Ele te convida, dizendo: "Torna-te para Mim, porque Eu te remi." Isa. 44:22.

Não dê ouvidos à sugestão do inimigo, de permanecer afastado de Cristo até que se faça melhor, até que você seja bastante bom para ir a Deus. Se esperar até lá, nunca você irá a Ele. Se Satanás te apontar as vestes imundas, repete a promessa de Jesus: "O que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora." João 6:37. Dize ao inimigo que o sangue de Cristo purifica de todo o pecado. Faze tua a oração de Davi: "Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve." Sal. 51:7.

Levante-se e vá ter com seu Pai. Ele irá ao seu encontro quando ainda estiver longe. Se aproximar-se um passo que seja, em arrependimento, Ele se apressará para cingi-lo com os braços de infinito amor. Seu ouvido está aberto ao clamor da alma contrita" (Parábolas de Jesus, p. 204 e 205).

           

QUARTA, 01 DE JUNHO - A melhor roupa - (Lc 15:20-24; Jr 31:17-20)

           

            Às vezes falhamos em oferecer a Deus o melhor do que temos. É claro que nem mesmo o melhor que temos será suficiente para oferecer com exatidão aquilo que Ele merece. No entanto, a questão é que, podemos oferecer algo melhor mas algumas vezes deixamos de oferecer o melhor. Caim podia ter oferecido mais do que o melhor fruto da terra, ele podia ter oferecido o que Deus havia pedido. Muitos vão à igreja para oferecer ao Senhor aquilo que ele quer e não o que Deus quer. Isto é terrível e uma verdadeira aberração. Acredito que Deus aceita muitas delas quando oferecidas com sinceridade, porém, para os que não são ignorantes, é bem possível que Deus rejeite como rejeitou a oferta de Caim.

            Embora sejamos tão falhos nesta questão, o paralelo entre nós e Deus é bem vindo, pois, pode mostrar a nós que, mesmo sem merecer, Ele (Deus) prepara e oferece para nós sempre o melhor. Nesta narrativa, o pai fica feliz pela chegada do filho rebelde, manda que seja trazido a melhor veste para trocar as suas roupas. Deus, como este pai da história, não se contenta em nos oferecer o que é bom, Ele quer nos dar o melhor. Esta história do filho pródigo é bela em todos os sentidos, pois, do começo ao fim podemos ver com clareza a graça salvadora de Jesus. Observe que o filho pródigo apenas voltou para casa, o resto, tudo foi o pai quem fez por ele. Isto nos diz alguma coisa importante? É assim que você age quando alguém muito importante retorna para a igreja e para Deus?

 

Leitura Adicional

 

            "Aquele que deseja tornar-se filho de Deus tem de receber a verdade de que o arrependimento e o perdão devem ser obtidos por meio de nada menos que a expiação de Cristo. Certo disto, o pecador tem de fazer um esforço em harmonia com a obra feita em seu favor, e com súplicas incansáveis recorrer ao trono da graça, para que o poder renovador de Deus possa vir a sua alma. Cristo não perdoa a ninguém senão ao penitente, mas àquele a quem Ele perdoa, primeiro faz penitente. A providência tomada é completa, e a eterna justiça de Cristo é colocada ao crédito de toda alma crente. As vestes, preciosas e sem mácula, tecidas nos teares do Céu, foram providas para o pecador arrependido e crente, e ele poderá dizer: "Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me vestiu de vestidos de salvação, me cobriu com o manto de justiça, como o noivo que se adorna com atavios, e como noiva que se enfeita com as suas jóias." Isa. 61:10.

Abundante graça foi provida para que o crente possa manter-se livre do pecado; pois todo o Céu, com seus recursos ilimitados, foi posto à nossa disposição. Devemos servir-nos da fonte da salvação. Cristo é o fim da lei, para justiça a todo aquele que crê. Em nós mesmos somos pecadores; mas em Cristo somos justos. Tendo-nos feito justos, mediante a imputada justiça de Cristo, Deus nos pronuncia justos e nos trata como justos. Considera-nos Seus filhos amados. Cristo atua contra o poder do pecado, e onde este abundava, muito mais abundante é a graça. (Rom. 5:20.) "Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus." Rom. 5:1 e 2" (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 393, 394).

 

QUINTA E SEXTA, 03 E 03 DE JUNHO - As roupas do pai - (Lc 15:24)

 

            Que pai maravilhoso era este da história. O filho pródigo é muito sortudo por ter um pai assim. Qualquer um de nós gostaria de ser filho de alguém tão amoroso e bondoso como este da narrativa. Na verdade, todos nós temos. Os textos que estudamos é uma clara revelação da natureza de Deus e do seu profundo e imensurável amor pela raça humana. Todos, incluindo eu e você somos filhos deste tão grandioso e maravilhoso Pai.

            Outro fato importantíssimo que devemos extrair é que, quando voltamos aos braços do Senhor, Ele não está preocupado com os erros que cometemos no passado, mas com a possibilidade de nos regenerar e nos oferecer um futuro melhor. Regeneração significa fazer de nós homens santos capazes de passar por cima de qualquer tentação ou motivos desta vida que venha nos trazer sofrimento. Deus também deseja que todos nós sejamos amoráveis e que venhamos esquecer os pecados e falhas dos que estão a nossa volta. Aliás, aqueles que vivem descriminando as falhas de outrem, isto pode significar que este coração ainda não foi convertido. De imediato, quando nos arrependemos e voltamos para Cristo, nossos pecados são apagados de nossas vidas e para Deus é como se jamais tivéssemos pecado. Isto é magnífico, pois mostra mais nitidamente qual é o verdadeiro interesse da divindade – nos redimir a qualquer custo sem nos cobrar nada por isto. É ai que entra as obras, pois, quem não ficaria tão grato a Deus por todos estes fatos que, por amor, não demonstraria gratidão em seus atos cumprindo Sua vontade na vida?

 

Leitura Adicional

 

            "Deus deseja unir Seus obreiros por uma simpatia comum, uma pura afeição. É a atmosfera de amor cristão que circunda a alma do crente, que o torna um cheiro de vida para a vida, e habilita Deus a abençoar-lhe os esforços. O cristianismo não cria muros de separação entre o homem e seus semelhantes, mas liga as criaturas humanas com Deus e umas com as outras.

Notai quão terno e piedoso é o Senhor em Seu trato com Suas criaturas. Ele ama o filho perdido, e suplica-lhe que volte. O braço do Pai enlaça o filho arrependido; Suas vestes cobrem-lhe os andrajos; coloca-se-lhe no dedo o anel, como penhor de sua realeza. E todavia quantos não há que olham para o pródigo, não somente com indiferença, mas desdenhosamente! Como o fariseu, dizem: "Deus, graças Te dou, porque não sou como os demais homens." Luc. 18:11. Como, porém, pensais, olhará Deus aqueles que, ao passo que pretendem ser coobreiros de Cristo, enquanto uma alma está sustendo uma luta contra a enchente da tentação, ficam à parte, como o irmão mais velho da parábola, obstinados, caprichosos e egoístas?" (Obreiros Evangélicos, p. 140)

 

            "Força e graça foram providas por meio de Cristo, sendo levadas pelos anjos ministradores a toda alma crente. Ninguém é tão pecaminoso que não possa encontrar força, pureza e justiça em Jesus, que por ele morreu. Cristo está desejoso de tirar-lhes as vestes manchadas e poluídas pelo pecado, e vestir-lhes os trajes brancos da justiça; Ele lhes ordena viver, e não morrer" (Caminho a Cristo, p. 53).

                                  

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro "Nisto Cremos" lançado pela "Casa Publicadora Brasileira". Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br

 

Postado por Gilberto Theiss às Sexta-feira, Maio 27, 2011 0 comentários Links para esta postagem

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