Verdades sobre a mentira
Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo. Levítico 19:11
Você tem certeza de que nunca mentiu? Nem mesmo para agradar à dona-de-casa, jurando que a sopa de jiló e a salada de berinjela estavam uma delícia? Ou afirmando a um doente terminal que a aparência dele está ótima e que ele logo vai ficar bom? Ou escondendo suas verdadeiras intenções?
Meias-verdades também são mentiras? E exagerar ou diminuir uma verdade? É lícito mentir para salvar a própria vida ou a de outra pessoa? E o que dizer da hipocrisia? Como se pode ver, a mentira tem muitas facetas, e as respostas nem sempre são fáceis. Vejamos alguns casos bíblicos.
Grandes homens de Deus, como Abraão, Isaque, Jacó, Davi, mentiram. E todos eles colheram nesta vida os seus frutos amargos. Ananias e Safira cometeram um delito mais grave, mentindo ao Espírito Santo. E "perderam esta vida e a futura" (Atos dos Apóstolos, p. 76).
Raabe, a meretriz de Jericó, mentiu para salvar os espias israelitas, e com isso salvou também a própria vida e a de seus familiares. Ela teve a honra de ser ancestral do Salvador do mundo, o seu nome figura na galeria da fé em Hebreus 11. No entanto, a Bíblia não a elogia porque mentiu; apenas relata o que aconteceu. Ela foi elogiada, não por sua mentira, mas por ter acolhido os espias israelitas, fazendo-os partir por outro caminho (Tg 2:25).
Um episódio curioso é o do profeta Samuel, que por ordem divina deveria ir a Belém com a missão primordial de ungir Davi como rei de Israel, enquanto Saul ainda era rei (1Sm 16). Samuel, entretanto, objetou, dizendo a Deus que Saul o mataria quando soubesse disso. Então Deus aliviou-lhe os temores, esclarecendo que a unção de Davi não seria pública, para não enraivecer Saul. Seria um ato doméstico, que não chamaria tanto a atenção. Para isso, Samuel deveria tomar um novilho para ser oferecido como sacrifício, mas sem revelar que, juntamente com o sacrifício, também ocorreria a unção de um novo rei. Não havia nada de errado em agir secretamente, pois Samuel não devia explicações a Saul, nem Deus lhe pediu que contasse a todos sobre a unção de Davi.
Jesus Cristo fez a mesma coisa com os discípulos ao recusar-Se a revelar tudo o que sabia: "Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora" (Jo 16:12).
Podemos adotar aqui o seguinte princípio: "Mas, embora a verdade não possa ser dita inteiramente em todas as ocasiões, nunca é necessário nem justificável enganar" (A Ciência do Bom Viver, p. 245).
Hoje é o Dia da Mentira, um dia para não ser comemorado pelos que amam a verdade.
Ele deu Sua vida
Por isso, o Pai Me ama, porque Eu dou a Minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de Mim; pelo contrário, Eu espontaneamente a dou. João 10:17, 18
William Barclay conta que durante a Primeira Guerra Mundial um jovem soldado francês foi gravemente ferido. O seu braço foi despedaçado e teve de ser amputado.
Ele era um moço bonito, em pleno vigor de sua masculinidade, e o cirurgião lamentou que o jovem tivesse de viver o restante de seus dias mutilado. O médico esperou ao lado do leito, até que o moço recuperasse a consciência, a fim de lhe dar a má notícia. Quando o rapaz abriu os olhos, o cirurgião lhe disse:
– Lamento dizer-lhe que você perdeu o braço!
– Senhor – respondeu ele –, eu não o perdi. Eu dei meu braço pela França!
Jesus Cristo também não perdeu a vida como vítima impotente da maldade humana. Ninguém poderia tirar-Lhe a vida se Ele não o permitisse. Ele poderia ter chamado em Sua defesa "mais de doze legiões de anjos" (Mt 26:53), mas não o fez, porque voluntariamente aceitou o plano divino de "dar a Sua vida em resgate por muitos" (Mt 20:28).
Ser maltratado e morto sem poder defender-se é uma coisa. Mas ser submetido aos maiores sofrimentos e humilhações tendo poder para libertar-se e destruir de uma só vez todos os agressores, e não o fazer, é outra bem diferente. Jesus poderia ter desistido, a qualquer momento, de morrer para nos salvar, mas cumpriu corajosamente Sua missão na Terra até o fim.
Por que Cristo precisou morrer para nos salvar? Porque "a rebelião de Adão resultou em pecado, condenação e morte para todos. Cristo inverteu a tendência descendente. Em Seu grande amor, submeteu-Se a Si próprio ao julgamento divino do pecado e tornou-Se o representante da humanidade. Sua morte substitutiva providenciou a libertação da penalidade do pecado e o dom da vida eterna para os pecadores arrependidos" (Nisto Cremos, p. 162).
Nosso Salvador tinha de ser plenamente Deus e plenamente homem – um mistério que escapa à nossa compreensão. Só Cristo poderia preencher essas condições. Como não podia morrer no Céu, onde tudo é vida, Ele veio à Terra, onde reina o "império da morte". Para isso, "o Verbo Se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1:14). Viveu aqui uma vida sem pecado, morreu e ressuscitou, estabelecendo para sempre uma ponte entre Deus e o ser humano. Devido à Sua vitória nós também podemos ser vencedores.
E esse sacrifício Ele o fez por amor, porque não deseja que ninguém se perca.
A rejeição do amor
Ditas estas coisas, angustiou-Se Jesus em espírito e afirmou: Em verdade, em verdade vos digo que um dentre vós me trairá. João 13:21
A malhação do Judas, no sábado de Aleluia, é uma brincadeira através da qual os católicos se vingam de Judas por ter traído Jesus.
Quais teriam sido os motivos que impeliram Judas a trair o Mestre?
A primeira razão pode ter sido a ganância por dinheiro. Judas recebeu trinta moedas de prata dos sacerdotes para trair Jesus. Além disso, João deixa claro que Judas era ladrão (Jo 12:5, 6). Sendo tesoureiro do grupo, e tendo a chave do cofre, ele tirava dali o que não lhe pertencia. Assim, muito antes de trair Jesus, ele traía seus amigos.
Entretanto, seria ingenuidade pensar que Judas traiu Jesus só pelo dinheiro, pois após a traição, vendo que Jesus fora condenado, ele devolveu as 30 moedas aos sacerdotes.
E se nos lembrarmos de quanto os judeus odiavam o domínio romano, não precisaremos gastar tempo procurando um segundo motivo. Talvez Judas fosse um desses judeus nacionalistas, que queriam se libertar do jugo romano pela força, e que considerasse Jesus, com Seus poderes miraculosos, como sendo o líder ideal de que precisavam para liderar a grande rebelião. Mas Jesus viera libertar os homens do pecado.
Às vezes nos perguntamos por que Judas foi aceito como discípulo. É que Jesus viu nele certas qualidades que poderiam tê-lo conduzido à grandeza espiritual: convicções fortes, emoções ardentes, e disposição para agir. É verdade que as convicções de Judas o levaram à traição, e o seu remorso ao suicídio. Mas o domínio de tais traços levaram outros homens à grandeza.
Jesus sabia que Judas O trairia, mas não o rejeitou. Antes, o manteve ao Seu lado, procurando contrabalançar a influência negativa exercida pelo diabo na vida desse apóstolo. Assim, Jesus não apenas aceita aqueles que o diabo traz para a igreja, a fim de prejudicá-la, mas também faz o que pode para ganhar essas pessoas para Si. É assim que funciona o reino de Deus. E Jesus quase conquistou Judas!
Infelizmente, porém, chegou o momento decisivo e terrível em que Jesus teve de admitir que Seu amor por Judas havia sido rejeitado, ao dizer: "O que pretendes fazer, faze-o depressa" (Jo 13:27). A sorte estava lançada. Não havia mais razão para demora.
A tragédia de Judas é a tragédia de um homem que pensava saber melhor do que Deus. Ele queria mudar Jesus. Mas Jesus não pode ser mudado por nós. Nós é que precisamos ser transformados por Ele.
A tumba vazia
Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Mateus 28:6
Alguns anos atrás tive a oportunidade de visitar a Tumba do Jardim, em Jerusalém, a cem metros de um monte semelhante a uma caveira. Há hoje ali um jardim bem cuidado, reservado à meditação. O sepulcro fica ali dentro e foi escavado na encosta de um monte. Muitos acreditam que esse era o sepulcro de José de Arimateia, em que Cristo foi sepultado e de onde ressuscitou.
Quer seja esse o local exato onde Cristo foi sepultado, ou não, a inscrição na porta de madeira que lhe dá entrada, está correta: "Ele não está aqui; ressuscitou. "
Essas palavras, ditas pelo anjo às mulheres, no domingo de manhã, são importantíssimas para nós, porque declaram, de modo inequívoco, que o poder da morte foi para sempre quebrado por Aquele que tem as chaves da morte e do inferno. O império da morte foi derrotado por Aquele que mergulhou nas profundezas do abismo e de lá retornou vitorioso.
Os incrédulos de todas as épocas, entretanto, têm procurado achar outras explicações para a tumba vazia. A primeira delas foi dada pelos escribas e fariseus, que subornaram os soldados em guarda no sepulcro, para que divulgassem a notícia de que os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus, enquanto dormiam. Mas como poderiam os soldados saber isso se estavam dormindo?
Segundo a lei, os soldados que fossem encontrados adormecidos eram condenados à morte. Mas a história não diz que aqueles que falharam na guarda do sepulcro foram executados. Além disso, seria ridículo admitir que um grupo de pescadores amedrontados, sem armas, perplexos e confusos, ousassem surpreender os soldados romanos, violando a tumba de Jesus. E como violar a tumba, se uma pesada pedra havia sido colocada à sua entrada?
Se os discípulos tivessem roubado o corpo de Jesus, teríamos de acreditar em algo muito mais difícil do que a própria ressurreição, isto é, que o fenômeno moral do cristianismo e a pregação do evangelho pelos apóstolos brotou da fraude e da hipocrisia. Teríamos de crer que os apóstolos, tendo ocultado o corpo de Jesus em algum lugar, saíram com incontido entusiasmo e ousadia, prontos a sofrer perseguição e morte por amor do evangelho, pregando o Cristo ressurreto, sabendo que era tudo mentira.
Não. A única explicação aceitável para a tumba vazia é a ressurreição. E porque Ele ressuscitou, nossa esperança não é vã.
Esperança para um povo desanimado
Então, profetizei segundo me fora ordenado; enquanto eu profetizava, houve um ruído, um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Ezequiel 37:7
Para os israelitas exilados em Babilônia, estava tudo acabado e eles não tinham mais esperança. Jerusalém e o Templo tinham sido destruídos e os nobres deportados. Israel não mais existia como nação.
Sua desesperança e pessimismo quanto ao futuro pode ser medida pela exclamação: "Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo exterminados" (Ez 37:11).
Mas Deus não os havia abandonado. E comissionou o profeta Ezequiel, um dos cativos, a infundir-lhes ânimo através de uma visão semelhante a um filme de terror. Ele devia contemplar um vale de ossos secos, que havia sido o cenário de uma batalha, e profetizar, fazendo-os reviver. E o que se segue é uma cena inusitada: os ossos, espalhados por esse vale da morte, começam a se juntar, reconstituindo os esqueletos, e em seguida surgem tendões, músculos e pele sobre eles. Agora os corpos estão reconstituídos, mas ainda sem vida.
A primeira parte da profecia surte efeito. E então vem a segunda, mais importante: Ezequiel deveria profetizar para que a respiração entrasse nesses corpos através do sopro do Espírito de Deus. O profeta obedeceu, e eles reviveram, formando um exército numeroso.
Esta visão não deve ser interpretada de modo literal. Deus não planejava ressuscitar os mortos de Israel, e sim, restaurar a nação como um organismo vivo. Esta era apenas uma amostra do que Deus poderia fazer se fosse necessário. Mas não há dúvida de que esta visão de uma ressurreição simbólica deve ter plantado na mente de muitos daqueles cativos desesperançados a fé, não só na restauração de Israel, mas também na ressurreição literal dos mortos no fim dos tempos. Sem uma ressurreição final, nossa existência neste mundo não teria sentido.
Pela fé, porém, podemos contemplar o dia da volta de Cristo, quando, pela poderosa palavra do Espírito de Deus, os mortos ressuscitarão. Os ossos secos tornarão a viver. Todos nós, que aceitamos pela fé a salvação em Jesus, podemos ter a certeza de que, porque Ele vive, nós também viveremos.
Anistia geral
Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniquidade e Te esqueces da transgressão do restante da Tua herança? Miqueias 7:18
Alguns soldados japoneses ainda se encontravam em uma ilha do Oceano Pacífico muito tempo depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Tendo ficado isolados de seu regimento e das comunicações exteriores, pouco antes de findar a guerra, não ouviram a notícia de que ela havia terminado.
Os soldados se esconderam por muitos anos, vivendo de modo bem primitivo. Quando as pessoas se aproximavam de seu esconderijo, eles atiravam nelas. Embora a guerra houvesse terminado havia bastante tempo, ainda estavam combatendo inimigos imaginários.
Quando foram informados de que a guerra tinha acabado, pensaram, a princípio, que a mensagem era uma armadilha para levá-los a se renderem. Acreditavam que, para ser leais ao imperador, precisavam continuar pelejando. Desconheciam o fato de que a guerra findara e que havia sido declarada anistia geral. Seus "crimes" como soldados não seriam punidos. Não seriam torturados ou executados. Pelo contrário, estavam livres para ir para casa e levar uma vida normal. Não havia mais necessidade de serem hostis.
Obviamente, a anistia ou perdão, não tem valor enquanto não for aceita. Nosso mundo é um lugar de pecado e sofrimento, de pequenas ofensas e também de grandes holocaustos. Se não houver perdão para o que fizemos e continuamos fazendo, não haverá esperança. Cristo veio nos revelar o poder do perdão divino e nos ensinar como ser perdoados e como perdoar.
Por meio da morte de Cristo na cruz, Deus transmitiu ao homem a mensagem de que a graça triunfara sobre o mal e de que Deus estava reconciliando o mundo consigo mesmo . Em outras palavras, declarava anistia geral – perdão para todos. Esta foi a parte que Deus fez para reconciliar consigo o ser humano.
Entretanto, para que esse perdão seja eficaz para nós, é preciso que façamos a nossa parte – reconhecer nossa condição pecaminosa, arrepender-nos, confessar os pecados, e aceitar o perdão oferecido gratuitamente por Deus.
Em Cristo, Deus anunciou o perdão para todos os povos. Os perdidos estarão realmente perdidos, não porque Deus deixou de lhe oferecer perdão, mas porque não aceitaram Seu oferecimento.
Se você se arrependeu, Deus já o perdoou. Aceite esse perdão e perdoe a si mesmo e aos outros também.
Rasgando as vestes
Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! Que necessidade temos de testemunhas? Mateus 26:65
Não me lembro de ter ouvido falar que alguém, ao receber uma péssima notícia, tenha rasgado a própria roupa em sinal de dor, perda ou indignação. Essa não é uma reação típica em nossos dias, mesmo porque o preço das roupas desestimula esse tipo de atitude. Em nossa sociedade a reação mais comum é a pessoa contristada ou contrariada levar as mãos à cabeça, esconder o rosto entre as mãos, dar murros na mesa, gritar, chorar ou se escabelar. Outros dizem palavrões, blasfemam, saem andando sem rumo ou vão a um bar afogar as mágoas na bebida. São poucos os que, em ocasiões de extremo pesar, ira ou dor conseguem se controlar sem demonstrar suas emoções publicamente.
Nos tempos bíblicos, porém, a primeira coisa que a pessoa fazia, em tais situações, era rasgar as vestes. Isso era a prática normal. Mas podia ir além, para demonstrar a intensidade de suas emoções: vestia-se de pano de saco (Is 37:1), rapava a cabeça (Jó 1:20), assentava-se sobre cinza (Jn 3:6), jogava pó sobre a cabeça (Js 7:6) e até mesmo arrancava os cabelos da cabeça e da barba (Ed 9:3).
O ato era muitas vezes espontâneo e podia, realmente, demonstrar uma emoção muito forte. Mas, com o tempo, foi se formalizando, como quando o sumo sacerdote Caifás se fingiu horrorizado ao ouvir a suposta blasfêmia de Jesus. Os demais membros do Sinédrio esperavam esse ato teatral de Caifás, e ficariam surpresos se ele não o fizesse. Havia leis regulamentando o rasgar das vestes, as quais estipulavam que "se deveria rasgar a roupa do pescoço para baixo, cerca de um palmo. As roupas íntimas e a túnica eram deixadas intactas" (R. N. Champlin).
Cristo nunca deu valor a demonstrações artificiais de qualquer espécie, fosse o rasgar das vestes, o jejuar ou dar esmolas em público para serem vistos pelos homens. Ele sempre condenou o exibicionismo, a hipocrisia e o orgulho.
Através do profeta Joel, Deus disse ao povo de Israel: "Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes" (Jl 2:13). Ele não estava proibindo aqui a demonstração externa de tristeza. Estava insistindo na coerência, na autenticidade.
Demonstrar tristeza pelo pecado, sem sentir essa tristeza no íntimo, pode enganar os homens, mas nunca a Deus. Porque Ele olha para o coração.
A insistência do espírito
Então, disse o Senhor: O Meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos. Gênesis 6:3
Gakwandi nasceu em Ruanda, África, na virada do século 20. Em 1921, ouviu a mensagem adventista, juntamente com seus irmãos e irmãs, que logo se batizaram. Ele, porém, não se deixou tocar pela graça de Deus.
Em 1925, casou-se e, como resultado dessa união, nasceram 82 descendentes seus: 11 filhos, 40 netos e 31 bisnetos. Todos haviam se tornado adventistas, exceto Gakwandi e a esposa, que eram honestos, e não se opunham ao cristianismo, mas não haviam aceito a Jesus como seu Salvador pessoal.
Os anos foram passando, e parecia não haver esperança de que eles se convertessem. Mas dois irmãos de Gakwandi, pastores aposentados, não desistiram. Em 1987, o Pastor Mokotsi, um de seus irmãos, enviou-lhe uma carta dizendo: "Lamento que você vá morrer antes de aceitar a Deus, enquanto a família de nosso pai Rukundo aceitou a verdade."
Gakwandi e a esposa sentiram que deviam tomar uma decisão. Embora gostasse muito de fumar o seu cachimbo, pela graça de Deus ele venceu o hábito, e foi batizado com a esposa, em 1987. Foi uma festa maravilhosa, parecida com um casamento. Todos os seus 82 descendentes compareceram, regozijando- se com este verdadeiro milagre de conversão, após 66 anos de resistência ao Espírito de Deus.
Que paciência Deus tem! O Seu Espírito intercedeu com os antediluvianos durante 120 anos, até se fechar a porta da arca. Intercedeu com os cananeus durante 400 anos, e somente após ter-lhes dado, em vão, todas as oportunidades possíveis de arrependimento, é que decretou a destruição deles.
Assim opera o Espírito de Deus ainda hoje. Sabendo que somos tardos para atender à Sua voz, Ele intercede conosco não uma só vez e vai embora, mas momento após momento, hora após hora, dia após dia, mês após mês, ano após ano, até que nos rendamos definitivamente aos Seus gemidos inexprimíveis, ou O rejeitemos também em caráter definitivo. Mas, para cansar o Espírito de Deus é preciso muito esforço, muita dureza de coração.
Deus esperou 400 anos pela conversão dos cananeus, 120 anos pela conversão dos antediluvianos, e 66 pela conversão de Gakwandi.
Quanto tempo ainda terá de esperar por você? (Se estiver em paz com Ele, desconsidere a pergunta.)
O orgulho precede a queda
O orgulho leva a pessoa à destruição, e a vaidade faz cair na desgraça. Provérbios 16:18, NTLH
A Segunda Guerra Mundial havia acabado. Como Hitler era dado como morto, Heinrich Himmler, chefe da Gestapo, se tornou o líder nazista mais caçado pelos aliados.
Após a queda da Alemanha, ele e dois de seus assistentes fizeram o que puderam para sumir do mapa, disfarçando-se como membros da Polícia Secreta. O disfarce de Himmler era muito bom – ele rapou o bigode e usava um tapa-olho preto. Mas não admitiu usar o uniforme de um simples soldado, preferindo o de um sargento.
Ocorre que os aliados haviam recebido ordens para prender todos os membros da Polícia Secreta, de sargento para cima. Himmler poderia ter escapado se não fosse seu orgulho. Ele não aceitou ser soldado. Mas quando a vida está em jogo, que diferença faz se você é soldado ou sargento? Pessoas como Himmler, entretanto, podem perder tudo, mas não a pose.
O resultado final geralmente é trágico, como foi o de Himmler: reconhecido e capturado por uma unidade do exército britânico, em 22 de maio de 1945, foi marcada uma data para o seu julgamento, junto com outros criminosos de guerra. Mas antes do interrogatório ele engoliu uma cápsula de cianeto, suicidando-se. Seu orgulho, literalmente o levou à destruição.
"O orgulho de coração é um terrível traço de caráter. `A soberba precede a ruína' (Pv 16:18). Isso é verdade na família, na igreja e na nação" (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 377).
A pessoa pode se orgulhar por uma infinidade de motivos: filhos, beleza física, inteligência, riqueza, habilidade, saúde e longevidade, esquecendo-se de que recebeu tudo isso das mãos de Deus: "Quem é que fez você superior aos outros? Por acaso não foi Deus quem lhe deu tudo o que você tem? Então por que é que você fica todo orgulhoso como se o que você tem não fosse dado por Deus?" (1Co 4:7, NTLH).
O cristão precisa se guardar contra o orgulho em todas as suas formas, especialmente de suas realizações espirituais. Somente Deus deve ser glorificado e exaltado, pois dEle procedem todos os nossos dons e a Ele devemos todas as nossas conquistas.
"Salomão nunca foi tão rico ou tão sábio ou tão verdadeiramente grande como quando confessou: `Não passo de uma criança, não sei como conduzir-me' (1Rs 3:7)" (Profetas e Reis, p. 30).
Boas notícias
Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação. Isaías 52:7
Nos dias finais em que vivemos, chegamos a ficar surpresos quando nos deparamos com uma boa notícia nos jornais ou na televisão. Só se ouve falar de acidentes, homicídios, sequestros, atentados terroristas, enchentes, desabrigados e toda sorte de calamidades, tanto em nosso país como no estrangeiro.
Em primeiro lugar, porque quase não há boas notícias a publicar, pois o mundo vai de mal a pior. Em segundo, porque para a imprensa secular, a má notícia é que é a boa. É a que faz manchete e vende. O povo de Deus, porém, não precisa se abeberar dessas cisternas rotas. Não precisa e não deve ouvir programas de rádio ou televisão em que homicídios, assaltos e outras ocorrências violentas são dramatizadas com sensacionalismo e até com ironia, procurando tornar a tragédia "engraçada". Não precisa e não deve ler jornais que destilam sangue e exploram o que há de pior na sociedade.
O profeta Isaías, seis séculos antes de Cristo, disse: "O que tapa os ouvidos, para não ouvir falar de homicídios, e fecha os olhos, para não ver o mal, este habitará nas alturas" (Is 33:15, 16).
Há mais de cem anos, quando a situação do mundo era provavelmente cem vezes melhor do que a de hoje, Ellen White repetiu o mesmo conselho: "Quando os jornais chegam em casa, quase desejo escondê-los, para que as coisas ridículas e sensacionais não sejam vistas [...] Os que desejam ter a sabedoria que vem de Deus devem tornar-se néscios no pecaminoso conhecimento deste século, para serem sábios. Devem fechar os olhos, para não verem nem aprenderem o mal. Devem fechar os ouvidos, para que não ouçam o que é mau e não obtenham o conhecimento que lhes mancharia a pureza de pensamentos e de ação" (O Lar Adventista, p. 404).
Obviamente, a alienação ou a desinformação não despontam como respostas ideais. Entretanto, é muito mais alienatório o conhecimento dos problemas sem nada poder ou nada querer fazer para solucioná-los.
Ao cristão compete gerar boas notícias, pois o evangelho (que significa boas novas), se traduz em atos de amor e bondade para com os necessitados.
Hoje, ajude alguém, com o pão material e com as boas novas da salvação em Cristo.