|         Lição       9         |         |                
         20 a 27 de novembro         |         |                         Rispa:     A influência da fidelidade                   |                  Sábado à tarde         |         |                         Ano Bíblico: Rm 14–16         |         |                   VERSO PARA MEMORIZAR: "Ele     o cobrirá com as Suas penas, e sob as Suas asas você encontrará refúgio; a     fidelidade dEle será o seu escudo protetor" (Salmo 91:4, NVI).      Leituras da semana: Dt     30:19; 2Sm     3:6-11; 21:1-9; Mc     13:13      A história de Rispa mostra uma mulher estranha     desempenhando o papel de uma pessoa mais íntima. Só duas passagens bíblicas     a mencionam explicitamente, e as duas estão relacionadas com o início do     reinado de Davi, provavelmente antes de seu caso com Bate-Seba (2Sm     11). A maioria dos comentaristas da Bíblia concordam que 2     Samuel 21–24 não é uma sequência cronológica de 2     Samuel 20, mas traz informações adicionais que não se ajustam à     linha histórica geral da vida de Davi.      Rispa existiu à margem da história do rei Davi.     Sendo mulher e, ainda mais, sendo concubina de um rei anterior, poucas     opções lhe restavam. De fato, suas perspectivas pareciam desoladoras e     tristes. Seu dois filhos estavam mortos, a família estendida de seu     falecido "marido" estava à beira da extinção. Apesar disso, em vez de ficar     em um canto, lamentando sua má sorte, ela agiu com nobreza. Sua presença em     dois momentos cruciais da história de Davi a tornaram alguém que fez um rei     e edificou sua nação. Com Rispa, todos podemos aprender algo incrivelmente     importante: a fidelidade não é condicionada por circunstâncias nem por boa     (ou má) sorte. A fidelidade é o compromisso incondicional de fazer o que é     certo, não importando o custo.                                    |                  Domingo         |         |                         Ano Bíblico: 1Co 1–4         |         |                   A concubina do rei      1. No Antigo Testamento,     existem muitas referências a concubinas (Gn     25:5, 6; Jz     8:30, 31; 2Sm     5:13-16; 1Rs     11:2, 3). Que podemos aprender sobre elas?      Frequentemente, as concubinas eram tiradas de     entre as servas ou empregadas de uma família. Seu propósito expresso era     produzir herdeiros, e, se produziam descendentes masculinos, seu status e     posição social eram semelhantes às das esposas legítimas. Os homens eram     considerados maridos de suas concubinas (Jz     20:4), e seus filhos apareciam nas genealogias (Gn     22:24) e recebiam parte da herança (Gn     25:5, 6). É interessante notar que as concubinas apareciam     principalmente no período patriarcal. Durante a primeira monarquia, as     concubinas estavam relacionadas com as casas reais.      2. Que podemos aprender sobre     Rispa e sobre suas circunstâncias naquele tempo específico? 2Sm     3:6-11      Rispa, cujo nome significa "brasa viva" (veja Is     6:6), fazia parte da casa real de Isbosete ("homem de     vergonha"), o único filho restante de Saul, que, com a ajuda de Abner,     tinha sido feito rei sobre Israel e se mudara para o outro lado do Jordão,     em Maanaim (2Sm     2:8-10). O simples fato de que o autor bíblico incluiu informações     sobre o pai de Rispa ("filha de Aiá") sugere que a família dela deve ter     sido importante e que ela não era uma simples escrava. Ironicamente, o nome     do filho de Saul aparece com outra forma na genealogia de Saul, como     Esbaal, "homem de Baal" (1Cr     8:33).      A forma usada em 2Sm     2:8-10 parece ser um sutil insulto do autor bíblico: o     homem de Baal era um embaraço para a casa de Saul e, assim, um "homem de     vergonha".      As circunstâncias pessoais de Rispa estavam     longe do ideal. Ela pertencia à casa de Saul e, embora o hábil general     Abner estivesse sustentando Isbosete – o fraco descendente de Saul – sendo     concubina de Saul, Rispa não tinha segurança. Seu destino parecia     totalmente fora de suas mãos, determinado por forças e circunstâncias além     de sua autoridade ou controle.      Jesus nos disse que, se um homem cobiçar uma     mulher, em seu coração, já terá cometido adultério com ela (Mt     5:28). Porém, no Antigo Testamento, muitos homens de Deus     tiveram concubinas. Como reconciliar esse fato com o que Jesus disse?     (Enquanto pensa em uma resposta, lembre-se de que só porque a Bíblia     menciona que algo era praticado não significa que Deus aprovava nem que era     o melhor caminho para se viver.)                                    |                  Segunda         |         |                         Ano Bíblico: 1Co 5–7         |         |                   A menção de seu nome      As coisas não estavam indo bem para Isbosete na     guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi (2Sm     3:1). Em contraste com a decadência na corte de Isbosete, o     texto bíblico insere nesse momento da história uma lista dos filhos de Davi     que nasceram em Hebrom (2Sm     3:2-5). A lista reflete a força crescente de Davi, visto que     filhos significam futuro e segurança.      Como vimos (2Sm     3:7-10), Isbosete, o "homem de vergonha," acusou seu general,     Abner, de ter dormido com a concubina de seu pai, Saul. A julgar pela forte     reação de Abner, essa foi uma ofensa muito séria.      3. Leia os versos seguintes e     explique o que significava dormir com a esposa ou concubina de um homem     poderoso nos tempos do Antigo Testamento. 2Sm     16:21, 22; 20:3; 1Rs     2:21, 22      Rispa não é muito ativa na história, que se     concentra em Abner e Isbosete. Afinal, ela era apenas uma concubina.     Parecia ser outro peão no jogo de poder entre dois homens. O texto bíblico     não esclarece se Abner realmente dormiu com Rispa a fim de tentar usurpar o     trono. O fato de que ele mudou tão depressa de lado sugere que esse foi só     um boato que circulou na improvisada corte real em Maanaim. Se realmente     quisesse ser rei de Israel, teria ele tanta disposição de se unir às forças     de Davi, o "ungido do Senhor"?      Abner cumpriu a ameaça de desertar para Davi (2Sm     3:9, 10, 12).     A acusação de Isbosete induziu o importante mantenedor do poder da casa de     Saul a jurar lealdade à casa de Davi, que assegurou o desaparecimento da     casa de Saul. Esse fato ocorreu logo depois (veja 2Sm     4). Foi realmente a menção do nome de Rispa que provocou essa     mudança. Embora Rispa não seja ativa no relato, ela é altamente     significativa.      Sem a reação de Abner à acusação de Isbosete,     provavelmente, a guerra entre as duas partes teria durado muito mais. Não     sabemos o que aconteceu a Rispa em seguida. Ela só reaparece nas lembranças     de Davi em 2     Samuel 21:1-14, onde ela desempenha um papel sutil mas     incrivelmente importante para reunir as tribos e facções.      Frequentemente, nos vemos apanhados por     circunstâncias que não podemos controlar. Ainda assim, o que sempre podemos     controlar, e por que, no fim, é isso o mais importante? Veja Dt     30:19; Mc     13:13.                                    |                  Terça         |         |                         Ano Bíblico: 1Co 8–10         |         |                   Olho por olho ou uma solução     conveniente?      Houve uma terrível fome em Israel. O texto     hebraico enfatiza o longo período sem nenhuma chuva ("por três anos     consecutivos"). Isso não era normal. O povo considerava que Deus era     diretamente responsável por dar chuva e reter chuva. Davi consultou ao     Senhor. Não sabemos por que meios ele recebeu a resposta de Deus, mas seu     conteúdo é muito claro: "Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa"     (2Sm     21:1).      4. Leia 2 Samuel 21:1-6.     Por que os descendentes de Saul deveriam sofrer pela culpa de seu     antepassado? Isso não contradiz Deuteronômio 24:16, Jeremias 31:29, 30 e Ezequiel 18:1-4?      Esse é um assunto difícil e provoca debates     entre os estudiosos. Onde está a justiça de Deus aqui? A justiça é algo     coletivo ou individual? Alguns comentaristas sugerem que Davi usou a fome     como desculpa conveniente para se livrar de possíveis rivais ao trono e que     a resposta do Senhor em 2     Samuel 21:1 tenha sido uma espécie de manipulação     inteligente das mensagens divinas para o interesse próprio de Davi; mas, no     texto bíblico, não existe nenhuma indicação de que essa tenha sido sua     motivação. O que o texto claramente afirma é que Saul procurou aniquilar os     gibeonitas, que estavam ligados com os "amorreus", os habitantes originais     de Canaã antes de Israel tomar posse da Palestina.      O texto destaca um princípio muito importante     das Escrituras: embora a salvação dependa de nossas decisões, nossas ações     e escolhas afetam muitos ao nosso redor e nunca ocorrem em isolamento.     Quando reis fiéis reinavam em Jerusalém, Judá seguia a lei de Deus e     buscava viver de acordo com a vontade de Deus; por outro lado, reis infiéis     derrubavam muitos em Israel.      Nos textos históricos do Antigo Testamento, não     existe referência à tentativa de Saul de destruir os gibeonitas. Porém, o     exemplo de vingança de Saul na cidade sacerdotal de Nobe (1Sm     21) sugere que Saul era capaz disso. Aparentemente, o zelo de     Saul parece bom (afinal, os gibeonitas eram estrangeiros), mas a avaliação     divina desse ato destaca a elevada consideração de Deus para a fidelidade       (Js     9:15-21). espera que honremos nossas promessas. Como veremos,     Rispa nos dá (e ao rei Davi!) um exemplo de fidelidade.      Embora não entendamos completamente por que     deveria haver fome por causa dos pecados de Saul, devemos nos lembrar de     que nossas ações trazem consequências – sempre. Mas, como cristãos, devemos     evitar cometer erros, não pelas potenciais consequências do ato, mas pela     injustiça do ato em si. O que mantém você mais em linha: o medo das     consequências de suas ações erradas ou o desejo de não agir de forma     errada?                                    |                  Quarta         |         |                         Ano Bíblico: 1Co 11–13         |         |                   Fidelidade é um estilo de     vida      Davi consentiu com o pedido dos gibeonitas, e     sete descendentes de Saul foram encontrados. É aqui que encontramos Rispa     novamente. Seus dois filhos com o rei Saul estavam entre os selecionados     para execução a fim de que fosse alcançada a "expiação". 2     Samuel 21:3 usa a palavra hebraica expiação, que aparece     também em contextos como o Dia de Expiação em Levítico     16. Em 2     Samuel 21:1-9 há um exemplo de textos nas Escrituras que não     conseguimos explicar completamente, mas ainda assim precisamos simplesmente     confiar no Senhor.      5. Que outros exemplos como     esse (de coisas que não entendemos completamente) você encontra em     situações na Bíblia em que, apesar de não compreendermos, precisamos     confiar na bondade e misericórdia de Deus, ainda assim? (Leia 2Sm     21:1-9.)      Davi se lembrou da promessa feita a seu amigo     Jônatas (1Sm     20:12-17, 42)     e, consequentemente, não entregou o filho de Jônatas, Mefibosete, aos     gibeonitas. Isso enfatiza um ponto importante no texto bíblico: embora Saul     houvesse quebrado um voto de Israel aos gibeonitas, Davi honrou seu voto a     Jônatas, mesmo depois de sua morte.      6. Que fez Rispa quando seus     filhos foram mortos? 2Sm     21:9, 10. O que isso nos diz sobre ela?      O autor enfatiza sua elevada consideração pelos     atos de Rispa mencionando novamente o nome do seu pai (cf. 2Sm     3:7), em contraste com Davi, que não é chamado de rei nem por     sua linhagem. Só podemos imaginar a dor e o pesar de Rispa ao vigiar os     corpos dos sete executados. Ela construiu uma cabana provisória de pano de     saco, e lá, a céu aberto, acampou perto dos corpos em decomposição e os     protegeu da profanação por pássaros e animais. Rispa não fez isso nem por     um nem por sete dias, mas parece que vigiou os corpos por muitas semanas,     até começarem as chuvas do outono. Rispa foi não apenas mãe dedicada, mas     se distinguiu como exemplo de fidelidade em uma história dominada por     homens que nem sempre foram fiéis.                                    |                  Quinta         |         |                         Ano Bíblico: 1Co 14–16         |         |                   Construindo uma nação      O exemplo de fidelidade de Rispa chamou a     atenção de Davi. O autor bíblico inclui novamente a genealogia completa de     Rispa quando Davi foi informado de sua ação. Ela não era uma mãe qualquer.     Ela era filha de Aiá e concubina de Saul. O fato de ela estar na montanha     "perante o Senhor" perto dos sete corpos, parece ter motivado Davi a     considerar isso um ato muito importante: ele ordenou o sepultamento     apropriado de Saul, de Jônatas e dos descendentes de Saul.      7. Como Davi foi afetado     pelas ações de Rispa? 2Sm     21:11-14      Muitos dos vizinhos de Israel consideravam que     um enterro apropriado era essencial para a habilidade do falecido de chegar     a um lugar em que os deuses distribuiriam justiça. As pirâmides do Egito     eram tumbas enormes, testemunhando sobre a importância do sepultamento na     cultura egípcia. Em contraste, as práticas de sepultamento de Israel não     eram elaboradas, porque os autores bíblicos consideravam que a morte era um     estado de inconsciência (Ec     9:5, 6). Esse enterro, porém, foi muito significativo, pois     marcou o fim das lutas entre as tribos e lançou o fundamento de um Israel     unido.      8. De acordo com o texto de     hoje, o que causou o fim da fome? 2Sm     21:1-14      A fome não terminou logo que os sete     descendentes de Saul foram executados. Deus respondeu ao apelo em favor da     terra só depois que Davi proveu um lugar respeitável de descanso para os     restos de Saul e seus descendentes. Em outras palavras, embora justiça e     retidão sejam elementos importantes de nossa interação uns com os outros,     requer-se também reconciliação. O exemplo de fidelidade de Rispa, mesmo sob     condições desesperadoras, parece ter provocado fidelidade e reconciliação     em escala muito maior, resultando em um Israel preparado para começar a     curar as feridas da guerra entre as tribos. O papel de Rispa nessa parte     crucial do reinado de Davi ensina uma lição importante que perdura ao longo     dos séculos: as circunstâncias, apenas, não fazem nem destroem um filho de     Deus; ao contrário, por nossas escolhas, para o bem ou para o mal,     determinamos se seremos um fator de pouca importância ou se nossa     fidelidade ainda influenciará poderosamente as pessoas ao nosso redor.     Mediante uma vida fiel, Rispa influenciou sutilmente a conduta de uma     nação.      Pense no poder do exemplo: por suas ações,     Rispa, a concubina de um inimigo, influenciou grandemente Davi. O que isso     deve nos dizer sobre o poder de nossa influência, não importando quem     somos? Pense naqueles a quem você está influenciando. Como você pode ser     uma influência melhor do que é atualmente?                                    |                  Sexta         |         |                         Ano Bíblico: 2Co 1–4         |         |                   Estudo adicional      O evangelho é uma mensagem de paz. O     cristianismo é um sistema religioso que, recebido e obedecido, espalha paz,     harmonia e felicidade por toda a Terra. A religião de Cristo liga em íntima     fraternidade todos os que lhe aceitam os ensinos. Foi missão de Jesus     reconciliar os homens com Deus, e assim, uns com os outros" (Ellen G.     White, O     Grande Conflito, p. 47).      "Uma coisa é ler e ensinar a Bíblia, e outra     coisa é ter gravados na mente, mediante a prática, seus princípios     vivificantes e santificantes. Deus está em Cristo, reconciliando o mundo     consigo mesmo. Se aqueles que afirmam ser Seus seguidores agem     independentemente, não mostrando interesse afetuoso ou compassivo de uns     para com os outros, é porque não são santificados para Deus. Não têm Seu     amor no coração" (Ellen G. White, Review and Herald, 17 de março de 1910).      Perguntas para consideração      1. Em sua classe de Escola Sabatina, pense em maneiras de demonstrar a     fidelidade de Deus às pessoas de sua comunidade que ainda não O conhecem     por experiência.      2. Que é fidelidade? Peça que diferentes membros da classe definam fidelidade,     usando personagens bíblicos como exemplos.      3. Muitas vezes, parece que somos impotentes e não temos escolha em nossas     dificuldades. Que podemos aprender de uma mulher como Rispa, que, apesar     das circunstâncias, agiu tão fielmente diante do Senhor?      4. Pense mais no poder do exemplo. Quem são os exemplos poderosos em sua     cultura e sociedade? São bons ou maus exemplos? Que dizer de seu próprio     exemplo? Que influência você acha que tem sobre os que observam seu     comportamento? Qual é a diferença entre seu exemplo em casa e em público ou     na igreja? Aqueles que admiram seu exemplo em público ficariam chocados se     vissem seu exemplo em casa?      Respostas sugestivas:      Pergunta 1: No tempo patriarcal, era um     aspecto cultural geralmente aceito. No tempo dos reis, eram estes que mais     frequentemente tomavam para si muitas mulheres.      Pergunta 2: Rispa estava inteiramente à     mercê de seus senhores, sem muito espaço próprio para decisões.      Pergunta 3: Quando alguém tomava o poder     em determinada cidade ou reino, para afirmar sua supremacia, tomava para si     as mulheres do governante anterior.      Pergunta 4: Leia a nota a seguir.      Pergunta 5: Resposta pessoal.      Pergunta 6: Protegeu os corpos de seus     filhos e dos outros cinco, para que não fossem consumidos pelas aves de     rapina nem por outros animais.      Pergunta 7: Davi mandou sepultar os ossos     de Saul e de Jônatas, juntamente com os dos sete que tinham sido     enforcados.      Pergunta 8: A reconciliação, simbolizada     pelo sepultamento dos restos de seus adversários.      
 
 Resumo     da Lição      Texto-Chave: 2     Samuel 21:10      O ALUNO DEVERÁ…      Saber: Reconhecer como a fidelidade     de Rispa, concubina relativamente insignificante de um rei fracassado,     influenciou eventos significativos na nação de Israel.      Sentir: Quão determinada estava Rispa     para fazer o pouco que pudesse para sua família, apesar de suas grandes     perdas e impotência.      Fazer: Empregar nossas energias para     ser fiéis em qualquer função na qual Deus nos colocar.      Esboço      I. Conhecer: Mãe desolada      A. Rispa foi a mãe de dois dos filhos de Saul que foram enforcados como     parte dos justos procedimentos que Deus requereu de Davi e Israel. Como     Rispa respondeu a essa sentença?      B. Que ação sua fidelidade despertou em Davi, e qual foi o resultado final     para Israel?      II. Sentir: Defensora     corajosa      A. Sozinha com seus mortos na montanha, essa mãe bravamente afastou aves e     animais dia e noite por muitas semanas. O que ela estava sentindo? O que     somos tentados a sentir e fazer sob tais circunstâncias sem esperança?      III. Fazer: Dever desanimador      A. Mesmo que nos sintamos impotentes e insignificantes, ainda podemos     reagir de forma leal, sejam quais forem nossas circunstâncias. Que desafios     enfrentamos hoje para os quais necessitamos cumprir nosso dever, embora a     perspectiva pareça sombria?      Resumo: Embora Rispa tenha sofrido     uma perda terrível, ela defendeu corajosamente dos animais de rapina os     corpos de seus filhos até que o rei Davi reagiu, sepultando os ossos de     Saul e seus filhos, trazendo igualmente justiça e paz para Israel.      
 
 Ciclo     do aprendizado      Motivação      Conceito-chave para o crescimento     espiritual: Fidelidade     é a verdadeira medida do compromisso espiritual de uma pessoa.      Só para os professores: Ajude os membros da classe a     aprender que fidelidade a Deus, mesmo nas coisas que consideramos     "pequenas", é mais importante do que o aplauso humano, reconhecimento     terreno ou realização pessoal.      Tem sido dito que Deus nos chama para a     fidelidade, não para o sucesso. William Carey, às vezes mencionado como o     "Pai das Missões Modernas", trabalhou por sete anos antes de ganhar seu     primeiro converso na Índia. Robert Morrison, na China, e Adoniram Judson,     em Mianmar, também esperaram mais de cinco anos para saudar seus primeiros     conversos. Histórias similares podem ser contadas sobre a obra em outros     lugares. Estivessem esses missionários mais preocupados com sinais de     sucesso aparente do que com a fidelidade, eles poderiam facilmente ter     desanimado de seu chamado. Desencorajador e frustrante como deve ter sido,     eles escolheram ser fiéis ao seu chamado e trabalho. Seu sucesso foi o     resultado final de sua fidelidade; poderíamos até dizer que sua fidelidade,     não seus conversos, foram a verdadeira medida de sucesso. Se eles não     houvessem sido fiéis em circunstâncias muito penosas e desafiadoras, nunca     teriam experimentado a alegria de ver o avanço do reino através de seu     esforço.      Atividade de abertura: Usando um bloco de folhas     sobre um cavalete, um quadro branco ou uma cartolina, peça que a classe     faça uma lista das coisas na natureza que são muito confiáveis. Exemplos     poderiam incluir certas coisas como, "o sol surge todos os dias", "a     gravidade faz as coisas descerem para a Terra", "as árvores produzem folhas     novas na primavera", etc. Comente quais seriam as consequências biológicas     e ecológicas se a natureza deixasse de ser confiável nessas áreas. Enquanto     a confiabilidade é uma medida de nossa fidedignidade com os outros, a     fidelidade expressa nosso desejo de ser confiáveis. Comente a importância     de nos tornarmos pessoas em quem Deus pode confiar, comparando nossa     confiabilidade com os exemplos da natureza.      Compreensão      Só para os professores: Em uma das parábolas de Mateus     25, três servos recebem variados graus de responsabilidade. Um     recebe cinco talentos, outro dois e outro ainda, um. Independentemente da     quantidade, era esperado que cada um fosse fiel. Os primeiros dois     permaneceram fiéis e foram reconhecidos pelo patrão quando ele retornou de     sua jornada. O último não foi. Humanamente falando, podemos ser tentados a     desculpar o último servo, pensando que ele recebeu responsabilidades     comparativamente pequenas. Isso deveria ter tanta importância, visto que     havia menos oportunidades para ele? Contudo, Deus não trabalha dessa     maneira. Fidelidade não é apenas esperada, mas requerida de todos que     participam das dádivas divinas. Rispa, uma figura pouco notada nas páginas das     Escrituras, oferece à nossa atual geração egocêntrica um sólido exemplo de     fidelidade, embora seja muito despercebido. Como a viúva no templo que     fielmente depositou sua oferta no tesouro do templo, Rispa inspirou futuras     gerações por meio de sua confiabilidade com relação ao terrestre e comum.      
 
 Comentário     bíblico      I. A concubina do rei      (Examine com a classe 2Sm     3:6-11.)      Talvez seja verdade que o instrumento mais     difícil de tocar é o "segundo violino". Essa foi a dificuldade das     concubinas nas antigas civilizações. Nunca totalmente aceitas como esposas,     avaliadas principalmente por sua capacidade de produzir filhos, essas     mulheres viviam como escravas, com poucas oportunidades e direitos     insignificantes. Frequentemente humilhadas pelas culturas dominadas pelos     homens, elas podiam esperar que seus filhos fossem desprezados em favor dos     filhos das esposas livres, que o relacionamento marital pleno fosse     perpetuamente negado a elas e que a "vida abundante" fosse reservada para     outra pessoa.      Falando de modo geral, essa foi a sorte de     Rispa na vida. Complicando sua situação, seu marido foi morto em desgraça,     ela foi envolvida em um relacionamento ilícito com o comandante militar e,     além disso, seus filhos – o principal meio de sustento para uma mulher     destituída de marido – foram executados por ordem de Davi. Raramente a     receita para o desânimo e mesmo o suicídio tem sido mais potente. Apesar     dessas circunstâncias que traziam mau pressentimento, Rispa é lembrada pela     fidelidade em meio ao desespero.      Pense nisto: Como minha fidelidade é     avaliada quando sou deixado de lado para posições de liderança da igreja,     embora minhas qualificações claramente excedem as das pessoas escolhidas     acima de mim? Ou, embora meu nível de importância dentro da sociedade seja     mínimo, como posso mostrar fidelidade? Ou, como uma "insignificante" garota     escrava influenciou a história, partilhando sua fé com Naamã, seu senhor? Ou,     como a civilização foi preservada por meio da fidelidade de um escravo     chamado José?      II. Fidelidade é um estilo de     vida      (Examine com a classe 2Sm     21:1-9.)      "No antigo Oriente Próximo, é comum que o rei     seja entendido como a personificação do Estado e representante do povo.     Durante o reinado do rei hitita Mursilis, foi determinado que uma praga de     vinte anos havia sido o resultado de infrações cometidas por seu     antecessor, e foram feitas tentativas para apaziguar e fazer a restituição"     — John H. Walton, Victor H. Matthews, e Mc W. Chavalas, The     IVP Bible Background Commentary (Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press,     2000), p. 350. Embora a mentalidade moderna possa se escandalizar,     classificando como barbaridade a tentativa de Davi de retificar a conduta     imprópria de Saul contra os gibeonitas, deve-se reconhecer que ele estava     tentando, dentro do seu ambiente cultural contemporâneo, reparar a quebra     da fidelidade causada por Saul. Embora possamos desprezar os meios de Davi     e questionar seus motivos, esta passagem sugere que os cristãos devem     considerar sua obrigação de ser fiéis ao que prometeram fazer como     indivíduos.      Além disso, a narrativa de 2     Samuel 21:1-9 sugere uma questão solene que os cristãos     também devem perguntar. Até que ponto as promessas feitas por seus     governos, cultura e antepassados os obrigam à fidelidade?      Pense nisto: Que responsabilidade temos de     ser fiéis às promessas de gerações passadas? Por que devemos ter cuidado     quanto a obrigar gerações futuras por promessas que fazemos?      Aplicação      Só para os professores: Quando Rispa protegeu os     corpos dos executados, isso foi trazido à atenção de Davi. Aparentemente,     ele ficou impressionado por suas ações nobres. Embora não desfrutemos de     status, celebridade ou notoriedade, podemos ser colocados por Deus em     posições nas quais devemos influenciar oficiais do governo e líderes da     sociedade. O povo de Deus pode não perceber que está sendo observado pela     elite da sociedade; sua fidelidade, entretanto, tem alterado o curso da     história muitas vezes.      Atividade: Uma pessoa despretensiosa que     influenciou profundamente sua nação foi Desmond Doss, o herói da Segunda     Guerra Mundial que foi condecorado com a Medalha de Honra do Congresso.     Reconhecido pela salvação de centenas de vidas durante as muitas batalhas     no Teatro do Pacífico, quase perdeu a vida na batalha de Okinawa. Embora     ridicularizado e atormentado por ser fiel a suas convicções a respeito da     não combatência e observância do sábado, todavia ganhou o respeito de seus     comandantes e companheiros.      Perguntas de aplicação      1. A mesma atitude que levou Doss a se recusar a disparar uma arma foi a     que o motivou a agir com tanta bravura em face do perigo. Que atitude foi     essa, e por que é tão importante? De que maneiras somos chamados a fazer     algo similar, não importando quão diferentes sejam as circunstâncias     imediatas?      Criatividade      Só para os professores: A fidelidade em coisas     consideradas pequenas frequentemente forma a base para a fidelidade nas     decisões maiores da vida. A fidelidade na questão simples de escolher uma     alimentação apropriada preparou Sadraque, Mesaque e Abede-Nego para a prova     final sobre adoração, na planície de Dura, que mudou a história. Preparou     também Daniel para permanecer firme com relação à adoração, sabendo que sua     decisão o levaria à cova dos leões. O exemplo de Rispa não é matéria para     manchetes de jornais, mas representa as centenas de decisões diárias que     fazemos e que, juntas, formam nosso caráter.      Atividade: Como classe, crie uma     montagem com fotos de simples atos de fidelidade repetidos a cada dia. Isto     pode ser feito utilizando fotos que aparecem em jornais e revistas de     notícias, ou tirando suas próprias fotos como um grupo de atividades.      O que essas ideias coletivamente esclarecem     sobre o que é ser fiel? O que a fidelidade nas pequenas coisas nos ensina     sobre a fidelidade nas grandes? Por que é difícil – ou mesmo impossível –     ter uma sem a outra?      Opção alternativa: Para fazer esta atividade sem     fotos, peça que os membros da classe imaginem os atos simples de fidelidade     pelos quais eles são gratos a cada dia. Peça que alguns membros da classe     partilhem, ou descrevam, sua imagem de fidelidade. Então, faça as perguntas     estipuladas acima.      
 
 Lição 9 – RISPA, A     INFLUÊNCIA DA FIDELIDADE      
 
 Ivanaudo Barbosa      
 
 Objetivo deste estudo: Mostrar que, mesmo em silêncio,     Rispa falou alto.      Verdade central: Atos falam mais alto que     palavras.      INTRODUÇÃO      Nesta apresentação, mencionamos quatro personagens: Rispa, que é a     principal figura em nosso estudo, e as demais grandiosas estrelas como     Davi, Isbosete e Abner, que, paradoxalmente, são apresentadas como     coadjuvantes no enredo. Para construir todo o enredo, apresentamos os     atores e seus papéis para formamos o quadro completo:      Davi – Este já é conhecido nos     dramas anteriores e não necessita de mais apresentação. Os papéis de Davi     neste estudo são os seguintes: Saul e Jônatas foram mortos, e Abner, o     general do exército de Saul, aclamou Isbosete, o filho sobrevivente de     Saul, rei em lugar do pai. A sede do governo de Isbosete foi transferida     para Manain, no lado leste do rio Jordão. Davi foi eleito rei de Judá, no     sul do país. Como era de se esperar, teve lugar uma guerra entre os dois     reinos. Enquanto Davi ia se fortalecendo, as coisas não andavam bem para     Isbosete, filho de Saul.      Abner – Aqui entra a figura do     general Abner. Ele era um brilhante defensor da continuidade do reino de     Saul com Isbosete, embora soubesse que Deus havia prometido o reino de todo     o Israel a Davi. Certo dia, o rei Isbosete acusou Abner de ter adulterado     com Rispa, a concubina de Saul, seu pai. Não sabemos se isso ocorreu ou     não, porque o texto bíblico não esclarece. O fato de alguém manter relações     com a mulher ou as concubinas de um rei indicava sua intenção de usurpar o     trono. Essa acusação deixou Abner transtornado, e ele decidiu abandonar o     barco de Isbosete e unir todas as tribos de Israel em torno de Davi.      Isbosete – Conforme já mencionado     acima, Isbosete era fraco na administração e liderança e não tinha como     sobreviver se fosse abandonado por Abner. Ele foi assassinado por dois de     seus servos, e todo o Israel passou a seguir Davi. A breve dinastia de Saul     terminou com a morte de seu filho Isbosete.      Rispa – Os papéis de Rispa são     secundários e, até certo ponto, passivos. Ela não aparece como uma mulher     ativa, com uma participação romântica e explícita com Abner. O autor     bíblico simplesmente menciona seu nome no drama entre os dois figurões –     Isbosete e Abner. Mas a simples menção do episódio provoca uma mudança de     rumo na história de Israel. Isbosete foi assassinado por seus servos, e     Abner foi friamente assassinado por Joabe. Formalmente, Davi unificou o     reino, mas o espírito de amargura, mal-estar e suspeitas permaneceu por     longo período.      Então, novamente aparece a figura de Rispa     dando proteção aos corpos de seus dois filhos e mais cinco netos de Saul,     mortos pelos gibeonitas como acerto de contas. Após esse ato de dedicação,     amor e fidelidade, Davi enterrou com dignidade os sete corpos e mais os     corpos de Saul e Jônatas. Esse ato de Davi trouxe finalmente tranquilidade     e aceitação aos descendentes de Saul. Com o envolvimento silencioso de     Rispa nesses dois episódios, a história de Israel foi mudada.      I. Uma apresentação de Rispa      Rispa era filha de "Aiá". A menção do nome de seu pai sugere que a família     dela deve ter sido importante e que ela não era uma simples es crava. Seu     nome significa: "brasa viva". Rispa foi concubina do rei Saul e teve dois     filhos com ele – Armoni e Mefibosete. Após a morte de Saul, Rispa ficou     viúva com dois filhos para criar. Como Isbosete perdeu o reino e foi morto,     tudo indicava que a vida de Rispa não lhe oferecia nenhuma perspectiva     alvissareira. Diante desse quadro desolador, a dor dela aumentou quando     Davi mandou entregar seus dois filhos aos gibeonitas, os quais os     enforcaram. Rispa, viúva, acusada de ter tido um caso com o general Abner,     agora estava sem filhos e parecia totalmente abandonada. Diante desse     quadro, seria normal que ela se julgasse vítima. Mas sua atitude foi nobre     e elevada. Ela não reclamou, não se queixou, mas agiu. Construiu uma     barraca improvisada com panos pretos e, por muitas semanas, cuidou dos sete     corpos em decomposição para que as aves de rapina e animais selvagens não     os devorassem, até Davi ordenar que eles fossem sepultados com dignidade.     Aqui cabe mencionar algumas características dessa nobre mulher:      1. Rispa deixou nos registros da história uma     atitude proativa.      2. Poucas de suas ações podem ser consideradas grandes atos. Mas ela "é". O     ponto forte aqui é SER.      3. Ao acusar Abner de adultério com Rispa, Isbosete nem sequer mencionou o     nome dela. Disse apenas: "Por que possuíste a concubina de meu pai? (2Sm 3:7) E     Abner, insensível e indignado, respondeu: "Você está me acusando pela     maldade de uma mulher" (2Sm 3:8). Embora fosse tão     desconsiderada pelos homens, a simples menção dela mudou a história de     Israel.      4. Ela foi uma mulher perseverante. Viveu com desconforto por um longo     período ao ar livre, suportando sereno e sol, dia e noite, até que seus     amados fossem tratados com respeito e dignidade.      5. Rispa não era uma pessoa pronta a reclamar de tudo e de todos. Viveu em     silêncio. Mas falou muito alto.      6. Ela manifestou amor e paixão pela vida. 7. Mãe digna de honra.8. Mãe     dedicada e fiel.      LIÇÃO – Comente com seus alunos a     seguinte frase: "Pessoas simples podem praticar atos poderosos que mudam a     história." Mencione outros exemplos de pessoas simples que marcaram a     história e afetaram positivamente sua vida.      II. O que era uma concubina?      "Modernamente, o concubinato é um termo jurídico que especifica uma união     não formalizada pelo casamento civil." Sendo que a sociedade ocidental em     que o Brasil se enquadra é baseada no princípio monogâmico do casamento,     como sociedade e como Igreja, não aceitamos o concubinato como praticado     nos tempos da monarquia em Israel e arredores. O autor da lição resume o     formato da concubina nas seguintes palavras: "Frequentemente, as concubinas     eram tiradas de entre as servas ou empregadas de uma família. Seu propósito     expresso era produzir herdeiros e, se produziam descendentes masculinos,     seu status e posição social eram semelhantes aos das esposas legítimas. Os     homens eram considerados maridos de suas concubinas (Jz 20:4). Seus filhos     apareciam nas genealogias (Gn 22:24) e recebiam parte da herança (Gn 25:5,     6).      É interessante notar que as concubinas apareciam     principalmente no período patriarcal. "Durante a primeira monarquia, as     concubinas estavam relacionadas com as casas reais" (Lição da Escola     Sabatina, 21 de novembro de 2010). Nos tempos bíblicos, uma concubina não     era simplesmente escrava ou, pior, escrava sexual. Ela era esposa com     direitos legais. No caso de Rispa, ela era concubina do rei Saul. Era uma     mãe dedicada e vivia no palácio real. Entretanto, com os rumos políticos     tomados após a morte de Saul, "Rispa não tinha segurança. Seu destino parecia     totalmente fora de suas mãos, determinado por forças e circunstâncias além     de sua autoridade ou controle."      III. Atos falam mais que     palavras      Houve três anos de fome em Israel. Foi um tempo difícil e com grandes     perdas para o povo e a nação. Então, o rei Davi consultou ao Senhor e veio     a resposta divina: "Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa,     porque ele matou os gibeonitas" (2Sm 21:1). Davi chamou os gibeonitas e     lhes perguntou: "O que quereis que vos faça? E que resgate vos darei, para     que abençoeis a herança do Senhor?" E a sua resposta foi: "Não é por prata     nem ouro que temos questão com Saul e com sua casa; nem tampouco     pretendemos matar pessoa alguma em Israel [...] Quanto ao homem que nos     destruiu e procurou que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em     limite algum de Israel, de seus filhos se nos deem sete homens, para que os     enforquemos ao Senhor, em Gibeá de Saul, o eleito do Senhor..." (2Sm     21:3-6). Nestes versos, notamos dois pensamentos distintos:      1. O delito que envolve vidas humanas não pode     ser pago com dinheiro.Como os gibeonitas eram servos, e não cidadãos, não     tinham direito legal de executar ninguém. Daí a interferência do monarca     Davi, que tomou a decisão irrevogável, entregando sete homens da família de     Saul para serem executados.      2. Nesse quadro desolador, aparece a figura silenciosa, mas atuante de     Rispa. Além da viuvez e perda de status social, ela foi obrigada a entregar     seus dois filhos para ser imolados como sacrifício pelos crimes de Saul.     Rispa aceitou tudo com resignação e, em silêncio, manifestou sua atitude de     carinho e respeito pelos mortos. Essa atitude mudou o rumo da história.     Leia a sequência do comentário.      DISCUTA COM SEUS ALUNOS: Muitas vezes, parece que     somos impotentes e não temos escolha em nossas dificuldades. O que podemos     aprender de uma mulher como Rispa, que, apesar das circunstâncias, agiu tão     fielmente diante do Senhor?      IV. A influência de Rispa na     unificação do reino      A história de Rispa está marcada por apenas dois incidentes:      1. No primeiro, ela não teve participação ativa     e envolvente. Mas se tornou figura decisiva. Simplesmente, ela foi o motivo     que levou Abner a abandonar seu posto de general de Isbosete e debandar     para o reino de Davi, abrindo caminho para que todo Israel seguisse o filho     de Jessé. Rispa foi a causa silenciosa. Pessoalmente, creio que Abner     estava procurando um pretexto para fazer o que fez. E viu na acusação de     Isbosete a áurea oportunidade que procurava. Embora Rispa não tivesse parte     ativa, ela foi decisiva no novo rumo que a história de Israel tomou. Gerald     Klingbeil diz: "Foi realmente a menção do nome de Rispa que provocou essa     mudança. Embora Rispa não seja ativa no relato, ela é altamente     significativa" (Lição, 22 de novembro de 2010). Rispa ficou no meio     do "tiroteio" entre Isbosete e Abner. Ambos saíram perdendo e foram mortos.     E ela ganhou a guerra sem dar nenhum "tiro".      2. No segundo incidente, a participação de     Rispa é silenciosa mas ativa e participativa. Depois de terem sido     enforcados os sete homens da família de Saul, incluindo seus dois filhos,     os executores gibeonitas os abandonaram ao ar livre, expostos às aves de     rapina e animais selvagens. Não tendo permissão para sepultar com dignidade     seus queridos, nem tendo a quem recorrer, Rispa fez o que podia. O relato     sagrado diz: "Então Rispa, filha de Aiá, tomou     um pano de cilício e estendeu-lho sobre uma penha, desde o princípio da     colheita, até que a água do céu caiu sobre eles. Ela não deixou as aves do     céu pousarem sobre eles durante o dia, nem os animais do campo durante a     noite"     (2Sam 21:10). Alguns comentaristas dizem que essa vigília de Rispa durou     dois meses. Outros chegam a mencionar seis meses (Chantal y Gerald     Klingbeil - Histórias Poco Contadas, p. 98). Não importa quanto     tempo ela ficou ali. O que nos impressiona é o idealismo, a garra, a     constância e a espera de Rispa. Cuidando noite e dia dos restos mortais de     seus amados e enxotando os animais e as aves. É interessante notar que a     chuva, como resposta de Deus, não caiu após a execução dos sete     descendentes de Saul. Mas somente após Davi ordenar o sepultamento deles     com dignidade. Alguns rabinos dizem que Davi fez uma grande procissão pelos     territórios de Israel para sepultar esses mortos (Chantal y Gerald     Klingbeil - Histórias Poco Contadas, p. 98).      Não temos prova disso pelos relatos bíblicos,     mas podemos comprovar alguns resultados importantes que a ação de Rispa     gerou:      1. O que entendemos pelo relato bíblico é que,     após o ato do sepultamento, toda a nação parecia estar satisfeita. Era como     se esse ato de Davi fosse um gesto de perdão e reconciliação com a família     de Saul.      2. Sobre a reposta divina, acrescentamos:     "Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas, seu filho, na terra de Benjamim,     em Zela, na sepultura de Quis, seu pai. Fizeram tudo o que o rei ordenara.     Depois disto, Deus Se tornou favorável para com a terra" (2Sm 21:14).      3. "Rispa desempenhou um papel sutil mas     incrivelmente importante para reunir as tribos e facções."      4. "Esse enterro [...] foi muito significativo,     pois marcou o fim das lutas entre as tribos e lançou o fundamento de um     Israel unido."      5. Um ato silencioso que mudou a história de     Israel.      6. O amor de uma mãe sofredora é capaz de gerar     uma reação em cadeia positiva.      PERGUNTE A SEUS ALUNOS: Na sepultura de Rispa, posso     escrever a frase: "Seus atos falaram mais alto que palavras". O que vão     escrever na minha, quando eu morrer?      Conclusão      Ao estudar a vida de Rispa, chegamos a algumas     conclusões. Gostaria de partilhar com você algumas delas. Comente-as com     seu grupo.      1. As circunstâncias não devem pautar nossa     vida, impedindo nossa participação, envolvimento e crescimento. Rispa nos     mostrou que, apesar de estar cercada pelas mais difíceis circunstâncias,     foi capaz de legar um exemplo que pode mudar a história.      2. Tenha em mente que a miséria do mundo não é     causada somente pelas ações perversas dos maus, mas pela indiferença dos     bons. É comum alguém dizer: "Não posso fazer nada". Outro sentencia: "Se     tivesse poder ou dinheiro, eu mudaria as coisas". Alguns são mais específicos     em seu pessimismo ao afirmar: "Que diferença fará se eu ajudar apenas um?"     Rispa não pensou assim. Ela fez o que estava ao seu alcance. E isso mudou a     história. Pense no que você pode fazer e não no que não pode mudar.      3. Como mulher, e ainda concubina, Rispa nem     sempre teve o direito e a oportunidade de fazer escolhas. Mas, quando pôde     escolher, escolheu fazer algo que ficasse marcado para toda a eternidade.      4. Rispa foi uma reconciliadora. Refletiu a     imagem de Jesus, que foi o maior reconciliador, e nós somos chamados para     isso também. "Foi missão de Jesus reconciliar os homens com Deus, e assim,     uns com os outros" (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 47).      Ivanaudo Barbosa Oliveira é Secretário e     Ministerial da União Nordeste-Brasileira.      
 
 Sikberto Marks      Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto Trimestre de 2010      Tema geral do trimestre: Figuras dos Bastidores      Estudo nº 09  –  Rispa: A influência da     fidelidade      Semana de   20 a 27 de novembro      Comentário auxiliar elaborado por Sikberto     Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da     Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ     (RS)      Este comentário é meramente complementar ao     estudo da lição original      www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868      Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil      
 
 Verso     para memorizar: "Ele o cobrirá com as Suas penas, e sob     as Suas asas você encontrará refúgio; a fidelidade dEle será o seu escudo     protetor" (Sal. 91:4, NVI).      
 
 Introdução de     sábado à tarde      A     história dessa mulher, Rispa, é difícil de entender. Pode-se perguntar se é     justo o seu sofrimento, bem como o sofrimento de outra mãe, Merabe.      Vamos     resumir o que aconteceu, como introdução. No tempo do reinado de Saul,     muita coisa errada se fez. Saul errava de modo vergonhoso. Quando líderes     erram, os efeitos muitas vezes caem também sobre os liderados. Aqui houve um     duplo efeito. Os israelitas haviam pedido um rei, e DEUS escolheu o melhor     de todos, mas, resultou em fracasso. O segundo rei, Davi, o homem segundo o     coração de DEUS, de cuja linhagem viria JESUS ao mundo, errou menos, mas     cometeu erros feios. A diferença radical entre Davi e Saul era o     arrependimento. Saul não se arrependia, e foi de mal a pior, até que morreu     derrotado na vida civil e na vida espiritual. Ele é um homem morto para     sempre.      Certa     vez Saul tomou uma de suas muitas decisões erradas, de consequências     desastrosas. Ele mandou matar os gibeonitas. Não matou todos, pois muitos     escaparam. Mas numa das loucuras desse rei, ouve um morticínio entre os     gibeonitas, feito por Saul. Acontece que esse povo, que era cananeu, havia     forjado um acordo com Josué. Na lista de DEUS os gibeonitas deviam ter sido     eliminados. Porém, por precipitação, Josué fez acordo com eles, e prometeu     proteção. Agora, feito a promessa, ela deveria ser cumprida. E Saul traiu     esse acordo.      Então     se deu uma grande seca em Israel, que já durava três anos. E Davi foi     consultar a DEUS sobre a razão dela. A resposta foi: "E houve     nos dias de Davi uma fome de três anos consecutivos; e Davi consultou ao     SENHOR, e o SENHOR lhe disse: É por causa de Saul e da sua casa     sanguinária, porque matou os gibeonitas" (2 Sam. 21:1).      Então     Davi chamou os gibeonitas que restaram, e lhe perguntou o que queriam. Veja     o diálogo que se deu entre davi e os gibeonitas. "Então o rei chamou os     gibeonitas e falou com eles {ora, os gibeonitas não eram dos filhos de     Israel, mas do restante dos amorreus; e os filhos de Israel tinham feito     pacto com eles; porém Saul, no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá,     procurou feri-los}; perguntou, pois, Davi aos gibeonitas: Que quereis que     eu vos faça, e como hei de fazer expiação, para que abençoeis a herança do     Senhor? Então os gibeonitas lhe disseram: Não é por prata nem ouro que temos     questão com Saul e com a sua casa; nem tampouco cabe a nós matar pessoa     alguma em Israel. Disse-lhes Davi: Que quereis que vos faça? Responderam ao     rei: Quanto ao homem que nos consumia, e procurava destruir-nos, de modo     que não pudéssemos subsistir em termo algum de Israel, de seus filhos se     nos deem sete homens, para que os enforquemos ao Senhor em Gibeá de Saul, o     eleito do Senhor. E o rei disse: Eu os darei." (2 Sam. 21: 2 a 6)      Davi     concordou com esse pedido. Ele atendeu o pedido de que se notabilizou pela     sua astúcia. Eles já enganaram Josué em tempos anteriores (cf. Js 9,3-27).     Os gibeonitas eram um povo astuto e dado a trapaça. Com Josué conseguiram     proteção por meio de artifício falso, dizendo ter vindo de terra distante,     quando na realidade eram cananeus. Davi deveria ter tido mais cuidado,     refletir sobre o pedido, ao menos aconselhar-se com seus sábios. Talvez na     pressa em resolver o problema da seca, Davi não tomou conselho. É de se     questionar se esse pedido era ao menos razoável. Não veio de DEUS, e mais     uma vez Davi não consultou a DEUS. É pelos pecados de um que outros devem     ser mortos? Jamais. Mas Davi mandou escolher sete homens descendentes de     Saul – cinco eram filhos de Merabe e dois de Rispa. E os gibeonitas foram     enforcá-los, e os deixaram pendurados nas forcas. Mais parece vingança de     ódio que justiça. E não é assim que DEUS faz justiça. Uma coisa são as     consequências do pecado. Por exemplo, alguém ingere álcool, assume o     volante de um automóvel, acelera em alta velocidade, e acaba ferindo e     matando pessoas. Houve vítimas inocentes. Mas outra coisa é tomar parentes     desse homem e em igual quantidade ferir e matar. Essa é a antiga Lei do     Talião, do Código de Hamurábi, "dente por dente, olho por olho", ou seja,     vingança na mesma medida. Tal conceito certamente fazia parte da vida dos     gibeonitas, e assim eles exigiram.      Coloque-se     no lugar de nossa personagem de hoje, a Sra Rispa. Ela perdeu seus dois     filhos. E o que ela fez? Acampou-se rusticamente próximo aos corpos deles,     que apodreciam, e os protegia dos corvos, até que veio a chuva. "Então     Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de cilício, e estendeu-lho sobre uma     penha, desde o princípio da colheita, até que a água do céu caiu sobre     eles. Ela não deixou as aves do céu pousarem sobre eles durante o dia, nem     os animais do campo durante a noite. " (2 Samuel, 21,10).      Que     mãe impressionante! Quem ela era? Era uma das concubinas de Saul, aquela     mesma que,depois da morte de Saul, foi abusada por Abner, e que resultou na     censura do novo rei entronizado pelo próprio Abner. Por causa dessa censura     (que estudamos na semana passada) Abner se revoltou contra Is-Bosete, e     resolveu propor seus serviços a Davi. Veja o relato bíblico sobre esses     fatos: "E tinha tido Saul uma     concubina, cujo nome era Rispa, filha de Aiá; e disse Is-Bosete a Abner:     Por que possuíste a concubina de meu pai? Então se irou muito Abner pelas     palavras de Is-Bosete, e disse: Sou eu cabeça de cão, que pertença a Judá?     Ainda hoje faço beneficência à casa de Saul, teu pai, a seus irmãos, e a     seus amigos, e não te entreguei nas mãos de Davi, e tu hoje buscas motivo     para me argüires por causa da maldade de uma mulher. Assim faça Deus a     Abner, e outro tanto, se, como o SENHOR jurou a Davi, assim eu não lhe     fizer, transferindo o reino da casa de Saul, e confirmando o trono de Davi     sobre Israel, e sobre Judá, desde Dã até Berseba. E nenhuma palavra podia     ele responder a Abner, porque o temia. Então enviou Abner da sua parte     mensageiros a Davi, dizendo: De quem é a terra? E disse mais: Comigo faze o     teu acordo, e eis que a minha mão será contigo, para tornar a ti todo o     Israel. (2 Sam. 3: 7 a 12). Como eles agiam por vingança naqueles tempos.     Abner também era um comandante que não aceitava conselho nem repreensão.     Precipitou-se em direção a Davi, que o aceitou sem consultar nem a Joabe,     nem seus conselheiros e nem a DEUS. Resultado, como estudamos na semana     passada, Joabe matou Abner. Esse trecho foi aqui inserido para deixar bem     claro onde, nessa história toda de injustiça, crueldades, vinganças e     abusos sexuais, se encaixa essa mulher, ao que tudo indica, humilde, fiel,     e boa mãe.      Rispa     tivera com Saul os dois filhos que agora foram mortos, para satisfazer a     sede de vingança dos gibeonitas expiando a crueldade de Saul contra eles.            - Primeiro          dia: A concubina do rei
            Nos tempos antigos os homens inventaram maneiras de transgredir a     lei de DEUS. Em relação ao casamento, sempre houve grande inclinação para     transgredir, até os nossos dias. Quando DEUS estabeleceu que um homem deve     se unir a uma mulher, os seres humanos logo buscaram transgredir nesse     ponto. Em nossos dias o matrimônio está perdendo o valor. Quando casam,     logo se separam. Mas aumenta o número de casos em que nem casam, só se     juntam para, quando for conveniente, separarem-se e se juntarem com outra     pessoa.      A poligamia surgiu antes do dilúvio. Os homens possuíam mais de uma     mulher. Isso se tornou algo normal, que fazia parte da cultura. E foi tão     forte que se tornou normal entre os filhos de DEUS. A Bíblia registra     vários casos de homens que se casaram com mais de uma mulher, como foi     Jacó. Abraão casou-se só com uma, mas teve Hagar como concubina, ao menos     por uma vez, para ter um filho que Sara não tinha. Depois de Sara morrer,     ele casou outra vez, legalmente, segundo o plano de DEUS. Mas Davi teve     várias mulheres, e Salomão foi o que mais exagerou: teve 700 esposas e 300     concubinas.      Em uma só palavra, isso se chama poligamia. E nunca foi o plano de     DEUS para a felicidade dos seres humanos.      O concubinato é a união de um homem com uma mulher mas sem se casar.     Essa mulher vive com esse homem no mesmo teto, tem intimidades, mas não é     casada com ele. O homem pode ter apenas ela, mas por não se terem casado,     ela é concubina dele, e não esposa.      É diferente da amante. Nesse caso, ela não vive com o homem, e sim,     encontra-se com ele de vez em quando para as intimidades. E em caso de     amante, geralmente ela é a segunda, tendo ele uma esposa que não sabe da     situação. Isso é emocionalmente trágico.      Geralmente os homens de posses tinham concubinas. Reis e poderosos     as tinham, e era um modo de estatus e demonstração de poder. Os povos     orientais tinham o que conhecemos por harém, ou várias mulheres exclusivas     de algum poderoso. Elas viviam em algum lugar separado, onde jamais outro     homem poderia entrar, exceto o eunuco. Esse era um homem castrado que     cuidava das mulheres do harém, pelo que ele nada fazia a elas, senão os     tratamentos de beleza, alimentação, etc. Essas mulheres eram escolhidas por     pessoas do rei, dentre as mais bonitas que encontrassem. Viviam nas     melhores condições possíveis, sempre prontas a servirem aos instintos     naturais de seu superior.      Portanto, nos tempos antigos, homens poderosos podiam ter várias     esposas e várias concubinas, estanto estas numa posição inferior ao das     esposas. As concubinas serviam para dar filhos. E se elas dessem mais     homens, eram também mais valorizadas. Veja bem que uma concubina era sempre     escolhida pelo rei ou por algum de seus funcionários; ela mesma não podia     fazer tal escolha. Quizesse ou não, sendo bonita e tendo boa saúde, podia     ser escohida como concubina e nem pensar em recusar. Ela não tinha essa     alternativa. E tinha que produzir filhos. Os grandes se orgulhavam de ter     dezenas de filhos, alguns, até centenas. Esse sim era um tempo de     afastamento dos princípios de DEUS. E naqueles tempos, ser mulher, não era     nada fácil. Além de elas não terem valor social, político e econômico, só     serviam para os instintos sexuais banalizados (hoje não é diferente, é até     pior), deviam gerar filhos.      Rispa era uma concubina de Saul. Ela teve dois filhos. Abner, o     grande comandante de Saul, após a morte desse rei, abusou de Rispa.     Portanto, esse Abner também não era homem de respeito. Trabalhava por     interesse, e fazia o que queria, não permitindo ser repreendido.      E Rispa? Ela era uma concubina, só isso. Coitada, não pôde escolher     seu futuro. Como era com as concubinas, ela foi escolhida e lhe foram     impostas leis, e tinha que sofrer sua vida. Sua função era satisfazer     sexualmente o rei Saul, certamente um homem muito bruto, pelo que se pode     deduzir. Ela teve dois filhos homens, o que lhe dava algum crédito. Mas     Davi, em outra de suas insanidades, mandou matar esses dois filhos, a     pedido dos gibeonitas.      Dê uma analisada. Que tempo de barbárie! Se era assim entre o povo     de DEUS, imagina além dele. Mas entre nós, no final dos tempos, deve ser     diferente. Devemos ser o povo mais puro de todos os tempos. Serão tão     puros, embora ainda em estado de pecadores, que eles serão aprovados vivos     no julgamento de DEUS, antes mesmo da porta da graça se fechar. Pense bem     sobre essa condição!            - Segunda: A          menção de seu nome
            Quem     era Abner? Quais os seus interesses? Por que ele se revoltou contra     Is-Bosete e foi se oferecer a Davi? Tinha ele boas intenções? Leiamos um     trecho do Espírito de Profecia sobre esse homem, e essas questões se     esclarecerão.      "Isbosete     não era senão um representante fraco e incompetente da casa de Saul, ao     passo que Davi estava preeminentemente qualificado para assumir as     responsabilidades do reino. Abner, o fator principal no levantamento de     Isbosete ao poder real, tinha sido comandante-geral do exército de Saul, e     era o homem mais distinto em Israel. Abner sabia que Davi tinha sido     designado pelo Senhor ao trono de Israel; mas tendo-o tanto tempo afligido     e perseguido, não estava agora disposto a que o filho de Jessé sucedesse no     reino em que governara Saul.      "As     circunstâncias sob as quais Abner foi posto, serviram para desenvolver seu     verdadeiro caráter, e mostraram ser ele ambicioso e sem escrúpulos. Tinha     estado intimamente ligado a Saul, e fora influenciado pelo espírito do rei     para desprezar o homem que Deus escolhera para reinar sobre Israel. Seu     ódio aumentara pela censura incisiva que Davi lhe fizera na ocasião em que     a bilha de água e a lança do rei foram tiradas de ao lado de Saul, enquanto     ele dormia no acampamento. Lembrava-se de como Davi tinha bradado aos     ouvidos do rei e do povo de Israel: "Porventura não és varão? E quem     há em Israel como tu, por que, pois, não guardaste tu o rei teu senhor ?     ... Não é bom isto, que fizeste; vive o Senhor, que sois dignos de morte,     vós que não guardastes a vosso senhor, o ungido do Senhor." I Sam.     26:15 e 16. Esta censura inflamara-se em seu peito, e resolveu executar seu     propósito de vingança, e criar divisão em Israel, por meio do que poderia     ele próprio exaltar-se. Empregou o representante da passada realeza para     promover suas ambições e intuitos egoístas. Sabia que o povo amava Jônatas.     Sua memória era acalentada, e as primeiras campanhas bem-sucedidas de Saul     não foram esquecidas pelo exército. Com decisão digna de melhor causa, este     líder revoltoso prosseguiu na execução de seus planos.      "Maanaim,     na outra margem do Jordão, foi escolhida para residência real, visto que     oferecia a máxima segurança contra ataques, quer de Davi quer dos     filisteus. Ali teve lugar a coroação de Isbosete. Seu reino foi     primeiramente aceito pelas tribos a leste do Jordão, e estendeu-se finalmente     por todo o Israel, com exceção de Judá. Durante dois anos o filho de Saul     fruiu as suas honras em sua segregada capital. Mas Abner, no intuito de     ampliar seu poder por todo o Israel, preparou-se para a guerra agressiva. E     "houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém     Davi se ia fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo".     II Sam. 3:1.      "Finalmente     a traição subverteu o trono que a malícia e a ambição estabeleceram. Abner,     enchendo-se de ira contra o fraco e incompetente Isbosete, desertou para o     lado de Davi, com o oferecimento de lhe trazer todas as tribos de Israel.     Suas propostas foram aceitas pelo rei, e ele foi despedido com honra para     cumprir o seu propósito. Mas a recepção favorável de tão valente e famoso guerreiro     provocou a inveja de Joabe, o comandante-geral do exército de Davi. Havia     uma dissensão mortal entre Abner e Joabe, tendo o primeiro morto a Asael,     irmão de Joabe, durante a guerra entre Israel e Judá. Agora Joabe, vendo     uma oportunidade para vingar a morte de seu irmão, e livrar-se de um que     seria seu rival, aproveitou-se vilmente da ocasião para armar cilada a     Abner e matá-lo. (Patriarcas e Profetas, 698-699).      Agora,     analise bem essa informações diante de um fato, aparentemente, de pouca     significância. Abner, traiu Is-Bosete, e foi se oferecer a Davi, porque foi     censurado por ter abusado de Rispa, uma das concubinas de Saul. Com o     histórico que Ellen G. White traça, diante de um fato assim, esse homem     merecia crédito por parte de Davi?      Foram     cometidos dois erros: um, Davi o recebeu bem, mas ele não era confiável;     outro, Joabe o matou à traição. Que situação entre o povo de DEUS, tudo,     por falta de quê? Faltava a eles o consultarem a DEUS. Eles se moviam por     interesses próprios. E sempre que fazemos as coisas por interesse próprio,     é evidente que não iremos consultar a DEUS, pois, se o fizermos, teremos     que mudar esses interesses.            - Terça: Olho          por olho ou uma solução conveniente?
            Saul     parece que resolveu fazer o que Josué deveria ter feito, mas não fez. Josué     deveria ter eliminado os gibeonitas, porém, fez uma aliança com eles. E os     gibeonitas também fizeram o que não deveriam ter feito. Se eles já sabiam     ser o DEUS de Israel o verdadeiro DEUS, e se sabiam ser por isso superior     aos seus deuses, e se por esse motivo desejassem ter participação com     Israel naquela terra, e fazer parte daquele povo de DEUS, deveriam ter     humildemente se apresentado aos israelitas. Se fizessem assim, teriam sido     aceitos, e não seriam destruídos. Isso foi o que aconteceu a Raabe e sua     família. Rute, mais tarde disse: "o teu povo é o meu povo, o teu DEUS é o     meu DEUS". E tanto Raabe quanto Rute fizeram parte da linha real de Davi e     de JESUS CRISTO, embora fossem estrangeiras. Sobre isso, leiamos o que     Ellen G. White escreveu.      "Ao     avançarem as multidões de Israel verificaram que o conhecimento das     poderosas obras do Deus dos hebreus tinha-os precedido, e que alguns entre     os pagãos tinham conhecimento de que Ele era o verdadeiro Deus. Na ímpia     Jericó o testemunho de uma mulher pagã foi: "O Senhor vosso Deus é     Deus em cima nos Céus, e embaixo na Terra." Jos. 2:11. O conhecimento     de Jeová que assim tinha vindo a ela, provou ser sua salvação. Pela fé     "Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos". Heb. 11:31. E     sua conversão não foi um caso isolado da misericórdia de Deus para com os     idólatras que reconheceram Sua divina autoridade. No meio da terra um povo     numeroso - os gibeonitas - renunciou ao seu paganismo, unindo-se com Israel     e partilhando as bênçãos do concerto. (Profetas e reis, 369).      "Mas     teria sido melhor aos gibeonitas se houvessem tratado honestamente com     Israel. Conquanto sua submissão a Jeová lhes tivesse conseguido a     conservação da vida, a fraude acarretou-lhes somente desgraça e servidão.     Deus havia tomado disposições para que todos os que renunciassem ao     paganismo, e se unissem a Israel, partilhassem das bênçãos do concerto.     Estavam incluídos na designação "o estrangeiro que peregrina entre     vós", e com poucas exceções essa classe deveria desfrutar de favores e     privilégios iguais aos de Israel. A instrução do Senhor foi: "E quando     o estrangeiro peregrinar contigo na vossa terra, não o oprimireis. Como um     natural entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; ama-lo-ás como     a ti mesmo." Lev. 19:33 e 34. ...      "Tal     era a posição em que os gibeonitas poderiam ter sido recebidos, não fora o     engano a que tinham recorrido. Não era pequena humilhação para aqueles     cidadãos de uma "cidade real", sendo "todos os seus homens     valentes", fazerem-se rachadores de lenha e carregadores de água por     todas as suas gerações. Haviam eles, porém, adotado a aparência de pobreza     com o fim de enganar, e esta se lhes fixou como distintivo de servidão     perpétua. Assim, em todas as suas gerações, sua condição servil     testificaria do ódio de Deus à falsidade" (Patriarcas e profetas, 505 e     507).      Os     gibeonitas usaram da astúcia que lhes era peculiar. Eram um povo pagão, e     sabiam usar dos meios pagãos para conseguir as coisas, ou seja, mentindo e     enganando. Assim tornaram-se rachadores de lenha e carregadores de água. E     Saul achou-se com o direto de, depois do acordo entre esses dois povos,     fazer justiça, eliminando-os dentre o povo de DEUS. Tal coisa já não era     justiça, havia um acordo entre os dois povos, e deveria ser respeitado,     principalmente pelo rei, o maior dentre o povo de DEUS. Se nem o rei     respeita os acordos, então a nação vai em direção a desordem e caos.      Então,     no tempo de Davi veio uma seca, que já durava três anos. Davi dessa vez     consultou a DEUS, pois para isso ele não possuía competência para discernir     o que era, e descobriu que havia culpa de sangue. Sim, a culpa estava na     casa de Saul, pelo que ele havia feito aos gibeonitas, quando já havia um     tratado com eles. Ele, o rei, deveria ter respeitado esse tratado, mas fez     o contrário, agiu pelo princípio da justiça pelas próprias mãos, do seu     jeito.      Agora     que vem o grande problema. Davi foi perguntar aos gibeonitas para saber o     que eles queriam que fosse feito, a fim de resolver o problema que DEUS lhe     identificou. Mas, por que Davi foi perguntar isso aos gibeonitas, e não a     DEUS quem diagnosticou a situação? Veja só que decisão trágica do rei:     primeiro, ele pergunta a DEUS qual a causa da situação. DEUS a identifica.     E agora ele vai aos gibeonitas, não mais a DEUS, para saber deles o que se     deve fazer. É obvio, eles estavam com sede de sangue, revoltados contra     Saul, e queria vingança, e foi o que pediram, que se matassem sete     descendentes de Saul. E no exato momento desse pedido, Davi o atendeu. Nem     perguntou nada a DEUS. Devemos ter sempre em mente que essas mortes nada     têm a ver com a vontade de DEUS. Isso foi mais uma das decisões     precipitadas de Davi. Erros, erros e mais erros, e suas respectivas     consequências. Aqui, erro dos gibeonitas ao se fazerem de pobres cidadãos     de muito longe; erro de Josué em fazer acordo com eles nessas condições,     sem perguntar a DEUS e sem respeitar uma ordem anterior de DEUS; erro de     Saul em querer eliminar os gibeonitas passando por cima de um acordo; erro     dos gibeonitas em querer vingança contra a casa de Saul; erro de Davi em     atender o pedido de vingança. Se descuidarmos, um erro atrai outro erro, e     se torna numa sucessão deles, que sempre vão a uma situação pior que a     anterior. Erros nunca tendem, ao natural, melhorar a situação.      Então     é que entra Rispa na história. Ela foi uma das concubinas de Saul. Teve     dois filhos com ele. E esses dois filhos entraram na conta das mortes     pedidas pelos gibeonitas. E a nós, muito interessa a atitude dessa mãe, que     nunca foi esposa. Ela nos ensina algo muito importante sobre fidelidade.     Isso é o que estudaremos amanhã.            - Quarta: Fidelidade          é um estilo de vida
            Hoje     enfatizaremos em Rispa, mas não sem antes contextualizar, mais uma vez. Os     gieonitas, que tempos anteriores, enganaram os israelitas, agora, pediam     sete descendentes de Saul para os matar. Não foi DEUS quem determinou tal     forma de expiação. Os gibeonitas pediram e Davi atendeu. Mas cabia a Davi     consultar a DEUS sobre essa questão, pois não se tratava de algo de menor     importância. Então Davi escolheu sete dos descendentes de Saul. Dois desses     eram filhos de Rispa. Ele os entregou aos gibeonitas, que os enforcaram num     mesmo dia.      É     agora que entra Rispa. Ela fez uma pequena cabana sobre uma pedra. Por     piso, colocou um pano rústico, e assim também por cobertura. Naquele lugar,     de dia é quente, e de noite, frio. E ela ficou ali vigiando os sete, tanto     os cinco filhos de Merabi (que era filha de Saul), quanto os dela. A outra     mãe não apareceu lá, não se sabe por qual razão. Talvez já estivesse até     morta. Mas Rispa cuidou de seus filhos e dos outros cinco. O que ela fazia     de fato? De dia ela espantava os corvos, que queriam devorar as carnes que     se iam degenerando, e de noite ela cuidava para que feras do campo não     viessem comer os restos mortais. Os corpos deles, por exigência dos     gibeonitas deveriam ficar ali estendidos.      Aqui,     em poucas linhas, se pode aprender muita coisa de uma mãe. Quanto ela não     deve ter sofrido por ter de entregar seus filhos a Davi, que os entregou     aos gibeonitas. E vê-se que ela não deve ter reclamado, mas submissa,     enfrentou, sozinha, a situação. Quão sofrida é a vida de muitas mulheres,     daqueles tempos e dos dias atuais. Elas são na realidade incompreendidas     por muitos homens, que muitas vezes, nelas só veem objetos de prazer e de     exploração. Hoje, muitas mulheres servem para vender de tudo o que se     imagina, mas principalmente roupa; servem para atrair a programas de     televisão, filmes e estórias de mau gosto; servem para homens de todas as     classes como satisfação sexual, e muitas outras bestialidades. Nada     melhorou nesse mundo de pecado, com relação aos maus tratos às mulheres.      Naqueles     tempos, Saul se beneficiou de Rispa para seus prazeres sexuais e para dela     obter filhos, e Davi se valeu dela, como tinha filhos, para satisfazer a     ganância de vingança dos gibeonitas. Nem Saul nem Davi perguntaram a Rispa     o que ela queria, quais eram seus sonhos, qual seria a sua vontade. Isso     naqueles tempos não valia. Felizes as mulheres (poucas) que hoje tem um     marido fiel e amável. Essas devem agradecer a DEUS, todos os dias, pois são     poucas.      Apesar     de tudo estar, sempre, contra Rispa (pois o que adiantava viver num     palácio, ter filhos, mas não ter um marido fiel?), ela foi uma mulher da     qual não se tem relato de ter desanimado nem de ter amaldiçoado a Davi, a DEUS,     ou aos gibeonitas. Ela parece que não se queixou, mas simplesmente foi     proteger seus filhos e os outros cinco rapazes também enforcados.      Nós,     hoje, necessitamos de pessoas assim. Não de pessoas cegas aos erros, e que     se conformam com eles, mas de pessoas que por causa da existência de erros     não desanimam da fé, nem se afastam de seu dever. Essa é a grande lição de     Rispa, do que dela dependia, cumpriu sua parte. Não pôde defender a vida de     seus filhos, pois um rei estava por trás da ordem, mas os protegeu o quanto     pôde, para que tivessem um mínimo de dignidade, mesmo após terem sido     vilmente mortos.      E     Davi? Bem, depois que começou a chover, lhe informaram sobre o que Rispa     fazia. Então ele mandou que buscassem os ossos de Saul, o pai deles, e de     Jônatas, seu filho, e junto com aqueles sete homens, o que deles ainda     restava, para os sepultarem. Só então Rispa se foi dali, para a sua casa.      Rispa,     um exemplo de esposa, embora fosse apenas uma concubina, um exemplo de mãe,     embora seu parido, e o pai de seus filhos não o fosse, um exemplo de filha     de DEUS, embora os demais lhe exigiam até seus filhos para seus modos de     justiça.            - Quinta: Construindo          uma nação
            O     texto que se estuda hoje é muito sutil. É de se crer que diz mais nas     entrelinhas que no texto. Ele está em 2 Sam. 21:10 a 14. Ali diz que Rispa     acampou-se humildemente perto dos corpos de seus dois filhos e dos outros     cinco netos de Saul, filhos de Merabi (2 Sam. 21:8) que não sabemos se     ainda estava viva, e os cuidou, de dia e de noite. Não se sabe por quanto     tempo ela fez isso, se alguns dias, se semanas, se meses. Ficou ali desde o     início da ceifa até que choveu. Sabemos é que ela teve uma atitude de mãe,     simplesmente. Ela cuidou dos descendetes insepultos de Saul. Ela não     reclamou dos gibeonitas nem de Davi, e nem das intrigas entre Israel e     Judá. Ela não se envolveu nas questões políticas. E as pessoas viam sua     atitude diária, e eram fortemente influenciadas.      Agora     tente imaginar se isso acontecesse hoje. Vamos visualizar, uma mulher, mãe,     atenta a seus filhos, dia e noite, num lugar ermo, cuidando de seus corpos.     Que impacto isso daria? Seria um potente fato midiático. O mundo todo o     saberia, em algumas horas. Todos comentariam. E o efeito da mulher seria     tremendamente positivo sobre os pensamentos das pessoas. Assim foi, por     exemplo, o resgate dos 33 mineiros no Chile.      Naqueles     tempos não havia televisão nem rádio. Mas uma coisa é certa, o inusitado do     fato, uma mulher só, desamparada, sem apoio de ninguém (nem do rei Davi),     em estado de extrema fragilidade, só com um pano no chão e outro por cima     como cobertura, correndo risco de ser assaltada ou atacada por alguma fera,     estava ali, silenciosamente, sem nenhuma ajuda, protegendo os corpos de     sete homens. Esse é o fato.      As     pessoas ficaram sabendo, menos o rei Davi, senão quando lhe contaram. Só     então ele tomou as providências que já deveria ter tomado no dia do     enforcamento. Aliás, o ter ele entregue esses homens aos gibeonitas, que     conquistaram o favor dos israelitas por meio de fraude, em si, é um grave     erro. Mas o ter abandonado seus corpos ao relento, com uma mãe sofrendo por     seus filhos, eis aí a maior tragédia produzida pela indiferença pelos     sentimentos dos outros.      Enfim,     Davi, que deveria ser o exemplo para a nação, só se deu conta do drama de     Rispa quando lhe contaram. Então toma uma atitude digna, e recolhe os ossos     de Saul, o pai desses homens; de Jonatas, o outro irmão deles, e os sepulta     todos juntos. Então "DEUS Se tornou favorável para com a terra" (2 Sam.     21:14, u.p.). Davi, tal como seu comandante Joabe, tal como Abner, era     homem de guerra, acostumado a mortes, e se havia tornado frio em relação     aos sentimentos humanos. Foi por esse motivo que DEUS não permitiu que ele     construísse o templo de Jerusalém. Tinha que ser uma pessoa sensível ao     toque do ESPÍRITO SANTO, uma pessoa que não havia desenvolvido o espírito     de matar. A diferença entre Davi e aqueles comandantes era uma: ele se     arrependia de seus atos, eles não. Por esse motivo DEUS amou a Davi. Aliás,     que pai e que mãe não ama um filho peralta mas que se arrepende?      O     final dessa história dá a entender que DEUS não aprovou as mortes, pois     mesmo com elas, continuava a seca. Ela só terminou quando Davi reuniu os     restos mortais da família e deu a eles uma sepultura digna.      O que     podemos aprender de tudo isso? De Rispa, a humildade e a fidelidade a seus     filhos. Ela nunca deixou de ser mãe. Mesmo havendo tremenda injustiça, ela     não perdeu tempo em reclamar da injustiça (e isso não quer dizer que não     devemos buscar a justiça). Ela fez o que era prioritário naqueles dias,     protegeu os corpos. Isso deve ter criado um efeito positivo nas mentes de     muitas pessoas. Será que alguém daquela nação não ficou sabendo sobre o que     ela fazia? A consternação e os sentimentos de compaixão para com ela fez que     refletissem sobre a bobeira de brigas entre as tribos, e que subissem a     pensamentos mais elevados, os da reconciliação. Fato é que daqueles dias em     diante, houve unidade entre as tribos, fizeram as pazes. Até que ponto a     atitude isolada e persistente daquela mulher influenciou nesse sentido, não     sabemos, mas a coincidência é impressionante. Desde pouco depois que vieram     a sua terra, passaram a brigar entre si, e a partir desse fato, pararam. Se     bem que voltaram nos tempos de Roboão, por motivos e culpa de Salomão e do     próprio Roboão.      Finalizando     o comentário de hoje. Quem são os personagens humanos ligados a esses     fatos? Josué, há muito já morto, e que fez o acordo com os fraudulentos     gibeonitas. Ele nem ficou sabendo do que aconteceu bem depois. Saul, que     decidiu fazer justiça pelas próprias mãos, tentando eliminar os gibeonitas.     Esse também nem ficou sabendo das consequências de seus atos. Davi, que     tomou a decisão de matar sete homens que não eram culpados do que seu pai     fez. Esse não se importou com os sentimentos da mãe de dois deles (a outra     mãe não temos informação do que fez, ou se ainda vivia) e também não     indagou a DEUS sobre o que deveria fazer, nem avaliou se era correto matar     os descendentes de Saul pelo que ele fez. E Rispa, dentro todos esses personagens,     a pessoa menos graduada, menos importante. No entanto, o escritor bíblico     fez questão de identificar essa mulher pelo nome de seu pai e de ser     concubina de Saul. E, dentre todos esses grandes nomes, foi ela quem, sem     usar poder nem de articulação política, somente cumprindo o seu dever, que     influenciou para a reconciliação de toda uma nação. Ela fez a sua parte, e     o resultado foi positivo e gigantesco. Agora, imagina, se cada um fizer a     sua. E se mais pessoas, hoje, fizerem a sua parte, para unir a igreja? Sabe     qual será o resultado? O derramamento do ESPÍRITO SANTO, a conclusão da     pregação e a volta de CRISTO.            - Aplicação          do estudo – Sexta-feira, dia da          preparação para o santo sábado:
            Nesta     semana estudamos sobre como a fidelidade de uma mulher sem grande expressão     mudou toda uma nação. Assim como o drama do resgate dos mineiros fez o     mundo pensar, a atitude de Rispa fez todo o povo de DEUS pensar. O     ponto central aqui é a fidelidade.      Mas     fidelidade a quê? Em que aspecto Rispa foi fiel?      Ela foi     uma mãe fiel. Uma     sociedade, para ser organizada, para haver respeito aos princípios e às     leis, precisa de mães e pais fiéis. As bases da educação numa sociedade     estão no pai e na mãe. E na sociedade degenerada que temos, mais na mãe que     no pai. Na realidade, o pai deveria ser o sacerdote do lar, aquele     que institui os princípios de vida. Mas quantos homens, mesmo na     igreja, desempenham esse papel? Raros! Ao homem, no lar, cabe fazer o papel     que JESUS CRISTO faz na igreja. É ele que deve manter e formar, na mulher e     nos filhos, o valor e a obediência a princípios de vida. Em geral, pela     natureza, as mulheres são atraídas para o mundo das vaidades, e o marido,     deveria ser a bússola norteadora nesse sentido para mantê-la no caminho     equilibrado. Isso hoje em dia nem mesmo grande parte dos pastores faz. O     que esperar dos maridos leigos? O que, na verdade, muitos homens desejam é     ver em sua esposa o mesmo objeto de desejo sensual que a televisão vai     fabricando, algo artificial, com exageros de formas, desenhos e cores,     destacando a sensualidade, envolucrado numa roupa que destaque isso tudo.     Parece que hoje grande parte dos homens, quando sai com sua esposa, diz     assim: olhem o objeto de desejos que eu tenho em casa. E isso existe na     igreja, e muito. Aliás, já não se prega mais sobre esse assunto, exceto um     ou outro corajoso ou corajosa. Mas no final do sermão, vem os puxões de     orelhas dos que se sentiram atingidos. Pastores que com suas esposas ainda     seguem a linha da modéstia e simplicidade, (e eles existem mesmo), já não     arriscam pregar sobre esse assunto, pois, muitas vezes o presidente dele, e     sua casa, já se voltou para o mundanismo. E agora, como alertar as humildes     ovelhas se o pastor está de mãos amarradas pelo mau testemunho de seu     presidente? São bem difíceis esses últimos dias na Terra. Não são só os     membros leigos que enfrentam crescentes dificuldades em suas atividades     profissionais, até mesmo os ministros conscientes correm ameaças e perigos,     se quiserem ser corretos com DEUS.      Pois,     se os homens estão renunciando ao seu papel de sacerdotes do lar, o que     vemos em nossos dias, é algo parecido à vida de Rispa e de Ana (a mulher de     Elcana). Lembram da fidelidade de Ana? Ela foi fiel a que ou a quem? Foi     fiel a DEUS. E Rispa foi fiel a que ou a quem? Ela foi fiel aos seus     filhos. Destaque-se que, para ela ser fiel a seus filhos teve que, acima de     tudo, ser também fiel a DEUS.      Se os     pais, e maridos, devem desempenhar o papel no lar que JESUS desempenha na     igreja, a mãe, e esposa, a ela caba desempenhar o papel que o ESPÍRITO     SANTO desempenha na igreja, isto é:ensinar e orientar, com amor,     para a obediência daqueles princípios que o marido deve sustentar. Ela     ensina a quem? Os filhos! E também o próprio marido. Nos lares onde é assim     que funciona, há salvação, e proteção contra o mundanismo.      Rispa,     quando mataram seus dois únicos filhos, como já estudamos, mesmo mortos,     não os abandonou. Ficou com eles, protegendo-os, até que fossem sepultados.     Isso é fidelidade. Mas não ficou nisso. Ela também cuidou dos cinco enforcados.     Ela protegeu os cinco filhos de Merabi também, e do mesmo modo como fez com     os seus dois filhos. Isso é amor, e não há outra explicação. Isso é o mesmo     amor que JESUS demonstrou na cruz, ao dar a Sua vida por todos, bons e     maus, amigos ou inimigos. Todos, se desejarem, poderão ser salvos. Aqui     está a demonstração de fidelidade de Rispa. Esse foi o seu ponto de     fidelidade. Ela agiu semelhantemente como JESUS agiria no futuro,     impulsionada pelos mesmos sentimentos.      Mas     como podemos entender esse ponto de fidelidade, que foi para com os filhos?     Ou seja, ela foi mãe de verdade. Aí temos que olhar um pouco para o     contexto maior.      Ela     teve esses filhos com o rei Saul. E Saul certamente não foi um grande pai,     certamente ele não servia de exemplo (como em muitos casos hoje em dia). Em     resumo, Saul foi um homem estúpido, que se afastava cada vez mais de DEUS.     E quando o marido não é um bom pai, nem um bom companheiro, nem um bom     exemplo, ocorre um fenômeno que podemos presenciar em muitas     mulheres. Elas assumem o papel do pai, adicionado ao da mãe, e     se sacrificam, e tratam de salvar os filhos da má influência do pai.     Isso é bem frequente. É uma mulher que ama seus filhos, que sente que eles     vieram de dentro dela, e fica ligada a eles, e faz tudo por eles. Esse faz     tudo por eles, no caso de uma mãe cristã, leva-a a ensiná-los e protegê-los     contra o mundo, buscando salvá-los da influência do mundo. Quando o marido     e pai falha, muitas mães fazem o papel duplo, de pai e de mãe. Elas então     buscam manter os princípios de fidelidade a DEUS e também buscam ensinar a     seus filhos.      Isso     foi o que Rispa fez. Mas o que ela fez, só se tornou destaque     nacional quando ocorreu uma tragédia. Quando tudo corria normalmente,     ninguém se deu conta, nem importância, sobre como Rispa cuidava de seus     dois filhos. É sempre assim: pessoas comuns só recebem destaque quando algo     que chama grande atenção acontece. Foi assim também com as mães dos     mineiros do Chile: elas fizeram plantão junto a boca da mina por mais de     dois meses, até que seus filhos saíram de lá; só então foram embora. E isso     o mundo viu, mas o mundo nem se importava como elas eram mães enquanto a     tragédia não aconteceu.      Rispa     nos faz lembrar o seguinte. No final dos tempos, quando vier o decreto     dominical, serão as pessoas comuns e simples, muitas com pouco estudo, que     se evidenciarão na pregação do evangelho. Essas pessoas que hoje são     humildes e muitas vezes desprezadas, mas que mantém fidelidade a DEUS e     seus princípios de vida, que atentam para os escritos da Bíblia e do     Espírito de Profecia, e os seguem pondo-os em prática, elas terão     capacidade de continuarem fiéis quando a oposição furiosa se levantar.     Quando a tempestade da opressão novamente se abater sobre o mundo, esses     homens e mulheres fiéis ficarão em pé, anunciando a verdade com o poder do     ESPÍRITO SANTO. Só eles ficarão em pé; os demais, fugirão da igreja, e até     se tornarão em seus maiores     inimigos.                Rispa     tem lições para nós hoje, quanto à questão da fidelidade. Ela pode nos     ensinar o caminho de como ficarmos em pé em tempos que só os fiéis poderão     suportar manter-se obedientes a DEUS.      escrito entre:  13/10 a 19/10/2010 - revisado     em  20/10/2010      corrigido por Jair Bezerra      Declaração     do professor Sikberto R. Marks      O Prof. Sikberto Renaldo     Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do     Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de     CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra.     Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que     denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas     sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na     integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia     como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS     apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a     verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos     religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as     igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos     por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.       |