segunda-feira, 30 de junho de 2008

O ESPÍRITO SANTO NOS ÚLTIMOS DIAS

 

O ESPÍRITO SANTO NOS ÚLTIMOS DIAS

Ivanaudo B. Oliveira
Secretário da União Nordeste-Brasileira

Ivanaudo Barbosa de Oliveira nasceu em lar adventista. Formou-se em Teologia em 1976, e obteve o Mestrado em 1990. Atualmente, é aluno do Doutorado. É casado com a professora Magali Oliveira e tem dois filhos – Audrey e Edrey. Atualmente, é Secretário da União Nordeste Brasileira.

Objetivo deste estudo: Explicar o significado da chuva serôdia.

Verdade Central: O último apelo do Espírito Santo a um mundo prestes a perecer.

INTRODUÇÃO

No estudo desta semana, faremos uma análise comparativa entre dois textos bíblicos. A primeira comparação será entre Joel 2:23 a 32 e Atos 2:1-41. Após essa comparação, faremos uma segunda entre Joel 2:23 a 32 e Apocalipse 14:6 e 7 e 18:1-4.

Essas comparações serão feitas na moldura das duas chuvas que caem na Palestina – a temporã e a serôdia. Este simbolismo de chuva temporã e serôdia é emprestado pelos escritores bíblicos dos lavradores da Palestina. Ali, duas chuvas caem com regularidade cada ano. A primeira, conhecida como temporã, geralmente cai por volta de setembro e outubro.

Nesse período, os lavradores aram a terra, preparando-a para o plantio do trigo e da cevada. Após a germinação, o crescimento e o aparecimento dos grãos, é necessária nova chuva, para o amadurecimento dos grãos e posterior colheita. Essa segunda chuva, conhecida como serôdia, cai por volta dos meses de março e início de abril.

Tomando esses símbolos agrícolas, os escritores bíblicos dizem que Atos 2:1-41 foi o cumprimento da profecia de Joel 2 como chuva temporã. Esse foi o início da proclamação do evangelho eterno a todo o mundo. (Col. 2:23). Entretanto, os mesmos escritores afirmam que Joel 2 ainda se cumprirá como chuva serôdia em uma segunda manifestação do Espírito Santo, envolvendo todo o mundo, como prediz Apocalipse 14:6 e 7 e 18:1-4. Essa segunda e derradeira manifestação do Espírito Santo culminará com a pregação do evangelho a todo o mundo.

I – CUMPRIMENTO DA PROMESSA EM ATOS 2

Jesus dissera aos discípulos: 'Permanecei na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder' (Luc. 24:49). E eles permaneceram até que os dias do Pentecostes foram cumpridos e o Espírito Santo lhes foi dado em plenitude. Ao receberem o Espírito Santo como dotação especial, começaram a pregar que Jesus Cristo era o cumprimento de todas as promessas do Antigo Testamento referentes ao Messias que haveria de vir. Pregavam com ousadia, tanto na língua materna como em outras línguas, até então desconhecidas para eles.

Quando os acusadores colocaram em dúvida o fenômeno das línguas, Pedro se levantou corajosamente e disse que esse acontecimento era o cumprimento da profecia de Joel 2. Então, continuou sua defesa anunciando Jesus Cristo como o Messias (Atos 2:22 a 24). Usando o simbolismo mencionado acima, essa experiência foi comparada à chuva temporã.

Ellen White concorda com este pensamento ao afirmar: 'O derramamento do Espírito nos dias dos apóstolos foi o começo da primeira chuva ou temporã; e glorioso foi o seu resultado. Até o fim do tempo a presença do Espírito Santo deve ser encontrada com a verdadeira igreja.' – Atos dos Apóstolos, pág. 54. O resultado do derramamento da chuva temporã foi visto nos seguintes acontecimentos:

a.     Os apóstolos pregaram o evangelho em línguas que nunca haviam conhecido antes (Atos 2).

b.     Conduzido pelo Espírito Santo, Felipe ministrou ao etíope no caminho de Gaza (Atos 8:29).

c.     Conduzido pelo Espírito Santo, Pedro foi pregar na casa de Cornélio, (Atos 10:19 e 20).

d.     O Espírito Santo dirigiu a condução do concílio em Jerusalém (Atos 15:28).

e.     O Espírito Santo proibiu Paulo de entrar na Bitínia e o conduziu à Macedônia (Atos 16:6-9).

f.      O evangelho foi pregado a todo o mundo conhecido de então, em um período de apenas 30 anos (Ver Col. 1:23).

No contexto escatológico, este fato histórico do ano 31 d.C. é chamado de chuva temporã. Na vida de cada pessoa, há também um fato pessoal que pode ser chamado de chuva temporã. Este é o momento da conversão e do batismo, em que a pessoa aceita Jesus como seu Salvador pessoal.

Ellen White reconhece que, em nossa experiência pessoal, além da chuva temporã também necessitamos da chuva serôdia para terminar a boa obra que o Espírito Santo iniciou em nossa vida. 'Embora acariciemos as bênçãos da primeira chuva, não devemos, por outro lado, perder de vista o fato de que, sem a chuva serôdia para encher a espiga e amadurecer o grão, a colheita não estará pronta para a ceifa, e o trabalho do semeador não terá sido em vão.' – Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 507 e 508. Conclusão: Há uma chuva temporã para a igreja como um corpo coletivo, no âmbito escatológico, e há uma chuva temporã na vida de cada pessoa que aceita Jesus como seu Salvador.

II – O CUMPRIMENTO DA PROMESSA ANTES DO GRANDE DIA

Quando lemos cuidadosamente as frases de Pedro no dia do Pentecostes, descobrimos novos conceitos das duas chuvas. Pedro citou Joel quando disse: 'E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do Meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos...' (Atos 2:17). Pedro reconhece quatro pontos distintos em sua apresentação:

1.     Que eles estavam vivendo no período denominado de últimos dias.

2.     Que o dom de profecia estava ligado ao dom de línguas.

3.     Pedro aplicou a profecia de Joel à experiência deles no Pentecostes de Atos 2.

4.     Pedro também deixou em aberto um segundo cumprimento dessa profecia de Joel, ao afirmar que, antes do glorioso e grande dia do Senhor, as mesmas experiências seriam repetidas.

É desse segundo acontecimento que Tiago afirma: 'Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas' (Tiago 5:7). Note que, assim como houve o derramamento do Espírito Santo de maneira especial no começo da pregação do evangelho, nos dias da igreja primitiva, de maneira idêntica haverá a repetição daquela experiência de modo muito mais amplo, antes da volta de Jesus. Ellen White diz: 'Foi pela confissão e abandono do pecado, por fervente oração e consagração de si mesmos a Deus que, no dia de Pentecostes, os primeiros discípulos se prepararam para o derramamento do Espírito Santo. A mesma obra, mas em maior grau, deve ser feita agora.' – Advent Review and Sabbath Herald, 2 de março de 1897.

Se aquela experiência foi chamada de chuva temporã, a última é chamada de chuva serôdia. Pedro fala do cumprimento de Joel 2 nos últimos dias que precedem o grande e terrível dia do Senhor. Na escatologia adventista, há três pontos importantes, neste texto de Pedro:

a) O grande e terrível dia do Senhor é a segunda vinda de Jesus.
b) O tempo do fim começou a partir de 1798.
c) Antes do grande e terrível dia do Senhor, Joel mencionou acontecimentos grandiosos envolvendo o Sol e a Lua. Esses acontecimentos tiveram lugar depois de 1798 e antes da vinda de Jesus.

Assim como o evangelho foi proclamado a todo o mundo conhecido nos dias da igreja primitiva, com o derramamento da chuva temporã, também será assim nos dias que precedem a vinda de Jesus com a chuva serôdia. Veja alguns dados:

1.     Em 1910, havia um adventista para cada 13.600 não adventistas.

2.     Em 1969, havia um adventista para cada 2.200 não adventistas.

3.     Hoje (2006), há em média um adventista para cada 400 não adventistas.

Ao fazer um paralelo entre o crescimento da Igreja Primitiva, sob o período da chuva temporã, com o crescimento da igreja de hoje, sob o período da chuva serôdia concluímos:

1.     A igreja primitiva não tinha dinheiro, a igreja de hoje tem dinheiro. Eles cresceram sem dinheiro porque tinham a plenitude do Espírito Santo. Isso mostra que o dinheiro não é o fator mais importante. Mas também mostra que, se tivermos a plenitude do Espírito Santo, e ainda o dinheiro, podemos avançar mais rapidamente.

2.     Eles não tinham igrejas, hoje temos milhares de igrejas. Eles cresceram porque tinham a plenitude do Espírito Santo, embora não tivessem igrejas. Se tivermos a plenitude do Espírito Santo, e ainda as igrejas, podemos avançar mais rapidamente que eles.

3.     Eles não tinham escolas, hospitais e nem instituições, mas tinham a plenitude do Espírito Santo. O raciocínio é o mesmo. Podemos avançar mais rapidamente se tivermos a plenitude do Espírito Santo e ainda as facilidades e o prestígio das instituições. Conclusão: A parte mais importante para que a chuva serôdia produza seus grandiosos resultados não são dinheiro, igrejas ou instituições, mas a plenitude do Espírito Santo.

É por isso que Ellen White afirma: 'A ausência do Espírito é que torna tão impotente o ministério evangélico.' – Parábolas de Jesus, pág. 328. Oremos pela plenitude do Espírito Santo.

III – O CLÍMAX DA MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

Será um evento que encherá toda a Terra com a glória de Deus. Esse clímax está profetizado primeiro em Atos 3:19 e 20, quando Pedro disse: 'Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie Ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus.' Aqui, Pedro faz referência a três acontecimentos distintos.

1.     O derramamento da plenitude do Espírito Santo (Chuva Serôdia).

2.     A remoção final dos pecados dos justos que confiaram a vida a Jesus (A intercessão de Jesus no santuário celestial).

3.     O segundo advento de Cristo como clímax final.

Nesse contexto escatológico, os eventos finais ocorrem diante da apresentação das três mensagens angélicas de Apocalipse 14 ao mundo. É bom lembrar que Apocalipse 13 apresenta a obra do dragão, da besta e do falso profeta. O que eles querem é adoração. Diante do convite que a tríplice aliança faz ao mundo para adorá-los, Deus, por meio da mensagem de Apocalipse 14, convida todos a adorarem o Criador.

Com muito respeito às entidades religiosas, e sem vanglória, afirmamos que não somos melhores que ninguém, mas que somos diferentes. E nossa diferença está exatamente na mensagem de Apocalipse 14 que pregamos. Os grandes pregadores da atualidade têm uma linda mensagem, têm bons sermões, têm bons ensinamentos, mas não podem pregar Apocalipse 14.

Veja a quem a Sra. White coloca essa responsabilidade: 'Em sentido especial, foram os adventistas do sétimo dia postos no mundo como vigias e portadores de luz. A eles foi confiada a última mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incide maravilhosa luz da Palavra de Deus. Confiou-se-lhes uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância. Não devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção.' – Exaltai-O, pág. 358.

Diante dessa responsabilidade, a Igreja Adventista do Sétimo Dia está hoje presente na maioria dos países filiados à ONU. Mesmo com essa atrativa estatística, ainda temos desafios tão grandes, como a janela 10/40, [Faixa do globo terrestre entre os paralelos 10 e 40 do Hemisfério Norte, onde se concentra a maior população não evangelizada do mundo] mostrando que é impossível depormos as armas pensando que a guerra terminou. Além dessa região, temos o desafio de milhares de vilas na Índia, os milhões de chineses que nunca ouviram falar de Jesus, o mundo islamita, com mais de um bilhão de seguidores, e os milhares que nos cercam como vizinhos. Todo o nosso dinheiro, nossas instituições, nossas igrejas e esforços serão nada, se não tivermos a plenitude do Espírito Santo de Deus. Quando a Igreja estiver revestida desse poder, o Apocalipse 18 será realidade em nossa vida. Essa glória divina culminará com a pregação do evangelho a todo o mundo. Isso feito, haverá a ressurreição dos justos e a vinda de Jesus como clímax final.

CONCLUSÃO

Neste momento, o que cada um de nós deve saber é que a chuva temporã é um fato passado. Ele foi o cumprimento da profecia de Joel 2. O que devo perguntar é: Já recebi pessoalmente a chuva temporã em minha vida? Uma segunda preocupação que você e eu devemos ter é: Com certeza a igreja de Cristo receberá a chuva serôdia, porque está profetizado. Esta é uma certeza. A pergunta cruciante é: Como pessoa, estou pronto para receber a chuva serôdia? Estou pronto para participar da vitória e do clímax desta igreja? Se sua resposta for sim, então:

1 - Estaremos prontos a dar-Lhe as boas vindas.
2 - Estaremos prontos a seguir a voz e a orientação do Espírito Santo.
3 - Estaremos prontos a ser heróis de Cristo, se necessário for, como os heróis de Hebreus 11.
4 - Então, estaremos prontos para a trasladação. Oremos por isso. 

PARA DISCUSSÃO COM SUA CLASSE:

1 - Se alguém não está vivendo segundo a luz que conhece, poderá receber a bênção da chuva serôdia? (Veja este pensamento: 'Só os que estiverem à altura da luz que têm, receberão maior luz' – Advent Review and Sabbath Herald, 2 de março de 1897.
2 - Mencione algumas evidências de que a Igreja tem a direção do Espírito Santo.
3 - Dê alguns exemplos de coisas que estão acontecendo no mundo e na igreja, evidenciando que a crise final está às portas.
4 - A maneira de a igreja viver mostra que ela está pronta para o recebimento da chuva serôdia?


 

FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2006/com1322006.html



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