Lição 2 - A Palavra de Deus na vida em família
VERSO PARA MEMORIZAR: 'Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança' (Rom. 15:4).
Leituras da semana: Êxo. 20:12; Sal. 18:2; Cantares de Salomão; Isa. 54:5; 62:5; João 10:11; 15:5; Efés. 5:21-25
Os visitantes de um teatro de ciência recebiam lentes especiais. Na sala escurecida, em uma grande tela, as pessoas viam cenas dramáticas da natureza. Primeiro, olhavam para os quadros sem os óculos; mais tarde, punham os óculos, e então, a fotografia de um jardim completamente florescido arrancava suspiros da multidão: Oh, que lindo! Que diferença! Parecia que os galhos se estendiam para fora da tela acima das cabeças. Como esses óculos tridimensionais, uma mudança de perspectiva na maneira de entender as Escrituras pode nos ajudar a ver e apreciar antigas verdades de modo inteiramente novo. Nesta semana, vamos colocar os óculos da família e estudar as diferentes maneiras de Deus revelar as verdades em Sua Palavra sobre as famílias e a vida em família. Essa perspectiva transforma a Bíblia em um livro de texto contemporâneo para toda a vida em nossos lares, bem como na igreja, a família da fé.
Uma forma de as Escrituras apresentarem sua mensagem sobre a vida em família é por meio de ordenanças relacionais. Alguns desses mandamentos se aplicam amplamente a todas as relações; algumas se referem à vizinhança e à amizade; outras são dadas aos maridos, às esposas, aos pais e aos filhos.
1. A que tipos de relacionamentos a Bíblia se refere nos versos a seguir?
e. Efés. 5:21-25 f. Efés. 5:33
g. Efés. 6:4 h. Col. 3:20 i. I Ped. 3:7
A qualidade das relações matrimoniais e entre pais e filhos é importante para Deus. Três dos Dez Mandamentos se relacionam diretamente com a vida em família: 'Honra teu pai e tua mãe' (Êxo. 20:12), 'Não adulterarás' (v. 14) e 'Não cobiçarás a mulher do teu próximo' (v. 17). Outras diretivas específicas expressam as expectativas de Deus sobre o casamento, sobre as relações entre pais e filhos e sobre a vida em família. Diretivas gerais como 'amai os vossos inimigos'(Mat. 5:44), 'Tudo quanto... quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles' (Mat. 7:12), e 'que... vos ameis uns aos outros' (João 13:34), se aplicam igualmente às relações no lar.
Em que área(s) você precisa fazer mudanças no que respeita aos relacionamentos, e o que é necessário para que isso aconteça?
As histórias bíblicas oferecem uma visão sobre a vida das pessoas. Os relatos mostram como, no curso de sua vida, as pessoas colhem as conseqüências de suas escolhas e crescem apesar dos retrocessos. Nestas histórias, vemos como Deus habita com Seu povo, mesmo em ocasiões difíceis.
2. Perceba o sabor de uma narrativa bíblica lendo Rute capítulos 1 e 2 (você até poderá desejar ler toda a história). Que lições podemos aprender sobre a vida em família?
À semelhança de muitas famílias de hoje, essa família da Bíblia foi atingida por uma série de perdas que mudaram a sua vida. A chegada da fome, juntamente com a mudança para outro país e a morte do marido e dos dois filhos deixaram Noemi perplexa. Com o desenrolar da história, ela se sentiu desesperada, zangada com Deus e sozinha, incapaz de imaginar que alguém realmente se importaria com ela. Porém, como este livro mostra tão bem, família significa companheirismo e compromisso. Significa ajuda mútua em tempos de dificuldade e atenção aos desamparados. Rute, a nora moabita de Noemi, demonstrou extraordinária fé em Deus. Ela mostrou isso por sua lealdade e serviço à desesperada Noemi. Enfrentando sofrimento incrível, essas duas criaturas infelizes finalmente conseguiram a ajuda verdadeira de um parente rico e sensível – Boaz. Cumprindo sua responsabilidade legal (e também, obviamente, agindo por amor), Boaz se casou com Rute. Os que gostam de histórias são contemplados com um exemplo do amor dAquele que, com amor eterno, não descansa até que, como Boaz, alcance o objeto de Seu amor. Finalmente, o bebê nascido de Boaz e de Rute abrandou as lembranças dolorosas e proveu alegria para o presente e esperança para o futuro.
Histórias como esta existem na Bíblia com um propósito: instruir, inspirar, corrigir e educar o povo de Deus na vida correta (Rom. 15:4; II Tim. 3:16). Os leitores se identificam com elas e recebem conforto no fato de que não estão sozinhos nas provas, tentações e retrocessos. A franqueza das Escrituras sobre as fragilidades e enganos de outros revela as armadilhas e como evitá-las. Além disso, vemos boas qualidades que desejamos copiar para nós mesmos. O sofrimento e a misericórdia de Deus inspiram nosso coração com a coragem e esperança de que Aquele que nunca muda também estará conosco hoje.
Uma categoria bem diferente de instrução bíblica sobre os relacionamentos são os princípios relacionais. O livro de Provérbios tem a maior coleção desse material.
3. Que verdades estes exemplos de princípios relacionais nos ensinam? Como o escritor chegou a essas conclusões inspiradas?
Prov. 15:1 Prov. 17:9 Prov. 17:22
Salomão era um observador arguto da natureza, e porque a capital, Jerusalém, estava situada no entroncamento das diversas rotas de comércio, ele tinha contato com pessoas de muitas partes do mundo. Inspirado pelo Espírito Santo, ele fez um estudo especial das pessoas; suas observações cuidadosas, espalhadas pelo livro de Provérbios, falam de princípios universais que governam os sentimentos e as reações humanas.
Princípios implantados pelo Criador. Os princípios universais das emoções e relações que Salomão observou refletem a verdade descrita por Ellen White quando escreveu: 'Os sentidos, as faculdades da mente... [foram] todos submetidos a uma lei.' – A Ciência do Bom Viver, pág. 415. Embora o pecado tenha danificado a criação de Deus, o comportamento humano nas relações ainda é formado pelas leis que Ele implantou dentro dos seres humanos. Estes princípios representam as chaves para uma vida familiar mais rica e abundante.
4. Como esses princípios relacionais foram afetados pelo pecado? Que diferença o evangelho pode fazer? Mat. 12:34 e 35; Filip. 2:2-11
Como um vírus de computador, o pecado corrompe os seres humanos, tornando-os egoístas e corrompendo o funcionamento de todos os seus processos físicos, mentais, sociais, emocionais e espirituais. Por meio de Cristo, o evangelho harmoniza as pessoas com Deus e umas com as outras (II Cor. 5:18 e 19).
Outros princípios que governam as relações, especialmente a vida íntima dentro do casamento, são encontrados na poesia divinamente inspirada de Cantares de Salomão.
5. Relacione os versos listados na coluna A com as características das relações íntimas descritas na Coluna B.
a. Cantares 1:14 e 16; 2:3; 4:1, 3 e 7; 5:10-16; 6:9; 7:1
b. Cant. 1:15; 2:14; 4:9; 5:12; 6:5.
__ Ser totalmente honesto, aberto, vulnerável um com o outro
__ Usar termos de estima, expressar apreciação, dar afirmação e elogios honestos.
__ Comunicar-se pessoalmente, fazer contato visual.
e. Cant. 2:10-13 e 17; 7:11 e 12
__Tratar-se mutuamente como amigos.
__ Passar tempo juntos, brincar juntos.
__ Mostrar sentimentos através do toque.
Cantares de Salomão explora o amor entre Salomão e uma mulher chamada Sulamita que, evidentemente, foi seu primeiro amor verdadeiro e sua principal rainha (Cant. 6:9 e 13). O poema enfatiza aspectos do seu amor, e não tanto a história cronológica da relação.
Deus afasta a cortina da intimidade matrimonial. Pelas experiências desse casal, a Bíblia apresenta os princípios de relacionamento que estabelecem amizades íntimas e molda o amor íntimo e o compromisso do casamento.
O divino Pai e parceiro do casamento
6. Que termos e imagens de família são aplicados a Deus nos conjuntos de textos a seguir?
Isa. 54:5; 62:5; Jer. 31:32 Isa. 66:12 e 13; Jer. 31:9; Osé. 11:1
Deus Se refere a Si mesmo como marido de Israel. A imagem é repetida no Novo Testamento, onde Cristo é o noivo, e Sua noiva é a Igreja. Deus também é representado na Bíblia como pai, embora algumas comparações sejam maternas; por exemplo: 'como a parturiente' (Isa. 42:14) ou como uma 'galinha [que] ajunta os seus pintinhos debaixo das asas' (Mat. 23:37).
Observando o perfeito Cônjuge e Pai. A observação dos outros é uma das principais formas de aprendizado humano. Em Sua Palavra, Deus nos permite observá-Lo como expressão perfeita de amor no casamento e na educação dos filhos. As metáforas de família aplicadas a Deus mostram como nossas famílias podem ser. Também têm o efeito de nos atrair para mais perto dEle ao conhecê-Lo em termos de família.
Princípios para estudo. As comparações de Deus como marido ou pai contêm princípios valiosos para nosso estudo. Mas não têm o objetivo de que representem os papéis de cônjuges ou pais em todos os detalhes. A imagem bíblica freqüentemente está ligada a costumes locais. Por exemplo, em Ezequiel 16:6-14, a associação de Deus com Israel é comparada ao noivado e aos costumes matrimoniais do tempo em que os noivos lançavam seu manto sobre a noiva, e ela, por sua vez, era banhada, ungida e adornada na preparação para as festividades do casamento. E ainda mais: as analogias são limitadas porque somos humanos, e não Deus. Todas as tentativas humanas com respeito à intimidade perdem em significado quando são comparadas com a constância, fidelidade e proximidade que Deus demonstra para com aqueles a quem Ele ama. Mas temos esperança, pois Deus foi revelado em Jesus Cristo. Ele nos convida a amarmos como Ele amou e a sermos capacitados para esse amor pelo dom do Seu Espírito.
Que outras imagens bíblicas de Deus podem ser úteis para os que guardam lembranças ou experiências dolorosas a respeito do casamento ou dos pais? Veja, por exemplo, Sal. 18:2; João 10:11; 15:5.
Leia, de Ellen G. White, 'Biografias Bíblicas', em Testemunhos Para a Igreja, vol. 4, págs. 9-15; Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 19-22.
Selecionando textos bíblicos significativos. Embora as Escrituras sejam a base para se entender o plano de Deus para a vida familiar, nem toda declaração se aplica literalmente a todos em todos os tempos, como a sentença de morte para um filho rebelde (Deut. 21:18-21) ou à esposa que foi sexualmente promíscua antes do casamento (Deut. 22:20 e 21).
A determinação da vontade de Deus para com as famílias, conforme revelada nas Escrituras hoje inclui:
Estudar o contexto teológico e histórico da mensagem.
Determinar o significado original das palavras.
Comparar os textos de um tópico com outras passagens semelhantes, procurando a confirmação de outros autores bíblicos, e entendendo a aplicação e adaptação feita pelos autores do Novo Testamento sobre o material do Antigo Testamento.
Descobrir princípios amplos e mesmo detalhes aplicáveis hoje aos assuntos de família.
1. Como classe, comente esta pergunta: Se existe algum fator decisivo para se ter uma família saudável, qual é ele? Existe mais de um? Neste caso, quais são eles?
2. Examine com a classe as imagens usadas para descrever como Deus Se relaciona conosco. Quem na classe prefere quais imagens a outras, e por quê? O que essas diferentes preferências devem nos dizer sobre a maneira de Deus Se relacionar com diferentes pessoas?
Lição 2
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