sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Estudo nº 10 – Mulheres em missão - Comentário Sikberto Marks - 1a Parte

Estudos da Bíblia: Terceiro trimestre de 2008

Tema geral:  Mensageiros da esperança

Estudo nº 10   Mulheres em missão

Semana de    30 a 06/08/2008

Comentário auxiliar elaborado pelo prof. Sikberto Renaldo Marks

marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (0xx55) 3332.4868

Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

 

Comentário complementar ao estudo da lição da Escola Sabatina

Você pode encontrar esse comentário com 4 semanas de antecedência em: www.cristovoltara.com.br

 

Verso para memorizar: "Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama" (Lucas 7:47)

 

  1. Introdução – santo sábado, dia do Senhor, da vida e da felicidade

Há uma relação entre o amor e a salvação, entre o amor e o perdão, entre o amor e a fé. Quem ama quer mudar de vida e quer ser perdoado de seu passado. Quem ama quer que também outros pecadores mudem de vida, e quer perdoar as maldades feitas pelos outros, no passado. Quem ama quer ter as condições de amar, e de ser amado.

Quem não ama, nem quer ser perdoado, nem quer perdoar. Mas quanto mais amor, mais deseja mudar de vida e mais deseja ser perdoado, e mais quer que outros mudem de vida e que sejam perdoados.

Por quê o amor está tão intimamente ligado ao perdão? Por uma razão muito simples: o amor, que vem de DEUS, não se satisfaz com o sofrimento, nem seu, nem dos outros. E o sofrimento é conseqüência do pecado. Portanto, o pecado precisa ser resolvido, corrigido. E isto se faz pelo arrependimento e perdão, e conseqüente mudança de vida. O amor só se satisfaz com as condições nas quais haja possibilidade de felicidade e de vida abundante. O amor quer o bem. Quando uma coisa vai mal, o amor quer corrigir. Quando uma pessoa sofre, o amor quer resolver, e acabar com o sofrimento. É como diz em I Cor. 13, ali está o resumo do que é e do que quer o amor. E o verso de Lucas 7:47 é uma aplicação da natureza do amor.

Portanto, aquela mulher pecadora que amava JESUS, porque via n'Ele a fonte do amor, ela queria mudar de vida. Estava arrependida. Queria uma nova chance, um recomeço. E isso era difícil pois ela vivia numa sociedade machista, que não dava chance às mulheres que saiam da linha rígida estabelecida. Mulheres assim, como ela, eram severamente repudiadas, muitas vezes condenadas a morte. Ela precisava do perdão para que pudesse se libertar da dor de consciência de ser uma pecadora. Os pecados dela eram muitos, portanto, precisava envolver muito amor para superar a situação. Ela precisava amar muito para querer o perdão. E JESUS precisava amar muito para a perdoar.

Você perdoaria um estuprador cruel de seu ente-querido? Nesses casos, o perdão só se torna completo e eficaz quando, tanto você quanto o estuprador estiverem inundados de muito amor. Isto é, o estuprador deve estar muito afetado pelo amor a JESUS como seu novo Mestre, e assim, desejar ardentemente o perdão e a mudança de vida. E você, da mesma forma. Sem essas condições, para muitos casos o poderão eficaz é impossível. O que é o perdão eficaz? Exemplifiquemos: JESUS morreu por todos e perdoou a todos. Porém, nem todos querem o perdão porque estes não desejam arrepender-se para a mudança de vida. Nesses casos, embora houvesse o perdão, ele na vida dessas pessoas não fez nenhum efeito. JESUS ama tanto que é capaz de perdoar até aqueles que cruelmente O condenaram, O massacraram e O mataram. Mas muitos deles não O amam para sentir a necessidade desse perdão em suas vidas.

 

  1. Primeiro dia: Quebrando as regras

A sociedade judaica tornou-se muito parecida com as sociedades pagãs da época. Assimilaram muitas tradições, costumes e princípios dessas sociedades, embora as vissem como desprezíveis. Com relação as mulheres foi assim. Mesmo sendo o povo de DEUS, aboliram a ligação de amor entre um casal e o substituíram pelos frios formalismos legais, inventados por eles. Vide na lição uma relação dessas tradições, sobre como tratar as mulheres, como tratar uma esposa, e as obrigações das mulheres. Em poucas palavras, os judeus criaram uma sociedade machista, e uma sociedade assim não consegue proximidade com DEUS. Um homem que não sabe como amar nem mesmo a sua esposa, a ponto de saber o que deve fazer deixa-la feliz, é porque já se afastou de seu Criador, e não conhece a DEUS. Pode ser um grande pregador, pode ser até um pastor, talvez tenha levado muitos à conversão, mas ele mesmo está em débito com a esposa, e com a família, e se continuar assim se perderá para sempre. Ele se esqueceu que foi formado no ventre de sua mãe, e que sua esposa é a criatura que ele precisa para se tornar capaz de ser um verdadeiro filho de DEUS, ou seja, aprender a amar. Por quê isso? Porque JESUS nos ensinou que devemos amar nosso próximo. E para os casados, quem é mais próximo que o seu cônjuge? De onde veio essa forma de vida naquele tempo? Da cultura do paganismo, que os filhos de DEUS assimilaram. Não custa repetir: cuidado com a cultura da Terra.

"Louvado seja DEUS que não me fez mulher" dizem que assim muitos homens dos tempos de JESUS oravam. As mulheres eram discriminadas e isso era legal naquela sociedade. Em varias situações a mulher era inferior a um escravo. Para o homem, tudo, para a mulher, quase nada. Ela era considerada propriedade do marido. Tinha que cuidar da casa como se fosse uma empregada sem custo. E se não conseguisse ter filhos, que era sua principal função (afinal, isso um homem jamais conseguiria mesmo) ela era desprezada, e perdia seu valor que já era desprezível. (Mulheres de hoje, agradeçam a DEUS que não nasceram naquela época...) Se o marido arranjasse outros amores, nada acontecia, mas se uma mulher fizesse o mínimo de desagrado ao marido, podia ser mandada embora, isto é, repudiada. O sentimento de uma mulher, que é algo que os maridos precisam descobrir, por ser o que de mais belo existe na criação de DEUS, não valia nada naqueles tempos. Muitos daqueles homens sequer faziam idéia que o ponto forte de uma mulher não é a sua configuração física, mas sim, os seus sentimentos. A combinação dos dois é a obra prima do Criador. O amor entre um casal encontra-se no sentimento que um tem pelo outros. Um homem precisa saber cultivar o sentimento em sua esposa, e saber como isso pode deixá-lo feliz, e uma mulher precisa ser sensível para que seus sentimentos originais se expandam. A esposa sempre multiplica o que o marido promove nela, portanto, se ele a faz feliz, ela multiplicará a felicidade ao seu redor, e deixará o ambiente alegre e interessante. A esposa, para muitos, era um mero objeto de trabalho e de satisfações sensuais, quando necessários, mas isso o homem poderia procurar com outras mulheres, afinal, o sentimento de sua esposa não lhe valia nada mesmo! Pode-se dizer que numa sociedade assim, nem os homens sabem o que é ser feliz, pois a felicidade simplesmente não tem condições de se manifestar. A felicidade só pode ser máxima aqui na terra quando, no casamento, os dois a constroem um para o outro, e enquanto solteiros, se empenhem para fazer outros felizes. Assim como um solteiro deve se interessar para fazer os outros felizes, os casados devem fazer cada um o outro feliz, e juntos, devem fazer para que os outros sejam felizes. Ao menos essa é a lógica do mandamento do amor, servir, e não ser servido. Aprendemos isto de JESUS, que veio para cumprir a Lei, não para a abolir.

Se um homem poderia ter quantas mulheres quisesse, uma mulher não poderia ter dois ou mais maridos. Salomão, por exemplo, teve mil ao todo, para arredondar a conta. Até os patriarcas, com exceção de Isaque, tiveram mais de uma mulher, o que resultou em graves problemas, pois estava fora do plano de DEUS. Mas, enfim, era a tal da cultura da época. Cuidado com a cultura, ela serve de desculpa para se cometerem erros que mais tarde resultarão e arrependimento e dor, como foi a despedida dramática de Ismael (hoje os palestinos ainda indignados contra os judeus).

Na sinagoga, as mulheres sentavam num lugar separado, inferior. E podiam estar ali centenas de mulheres, enquanto não aparecessem ao menos dez homens, a cerimônia não se iniciava.

Uma mulher não podia ser testemunha num tribunal (veja só!). Não podia pedir divórcio. Se tivesse mesmo que sair de casa, precisava usar um véu na cabeça. Ninguém devia conversar em público com uma mulher casada, nem mesmo cumprimentá-la. Mas no interior do país, a situação não era tão dramática. Havia mais liberdade, mais tolerância e mais participação. Os mais pobres tinham o seu jeito próprio de ver e fazer as coisas, e nesse aspecto, viviam melhor. Uma das razões porque JESUS nasceu entre os pobres.

E como JESUS se relacionava com as mulheres? Bem diferente do que a cultura da época exigia! Ele as tratava como iguais aos homens, com a mesma deferência e respeito. Maria Madalena, Joana, Susana, eram algumas das mulheres que estavam sempre junto com JESUS. Havia outras, várias outras, escreve o evangelista Lucas. E quando Jesus foi pregado na cruz, lá estavam elas, as mulheres, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, Salomé e muitas outras mulheres, escreve Marcos. JESUS ensinava tanto as mulheres quanto os homens. E na sociedade judaica às meninas era proibido irem a escola, só os meninos podiam ser educados formalmente. Meninas tinham que aprender a fazer cosias de mulher. JESUS conversava com as mulheres onde as encontrasse e as ensinava do mesmo modo como aos homens. Assim foi o caso da prostituta arrependida, o caso as samaritana no poço de Jacó. Não é por menos que as mulheres se ligaram fortemente a JESUS. Ele era diferente.

Um episódio revela como até os apóstolos deveriam aprender que as mulheres não eram inferiores. Logo após a ressurreição de JESUS, um anjo havia falado a Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago, que JESUS não estava mais ali, mas que já havia ressuscitado. Elas lembraram das palavras de JESUS que Ele ressuscitaria, e correndo, foram contar aos discípulos. E os apóstolos creram nelas? Não, pois quem falava eram apenas mulheres. Depois que souberam que realmente Ele estava vivo, então, e só então se alegraram. Porém, as mulheres, se alegraram primeiro, porque acreditaram primeiro, e porque creram, anunciaram primeiro.

O episódio mais interessante ocorrido com JESUS em relação às mulheres, aconteceu quando uma ex. prostituta foi lavar os pés d'Ele, e Ele permitiu! Um murmúrio se formou pois estava ali acontecendo um escândalo, segundo as tradições da cultura judaica. Mas JESUS disse que a quem muito se perdoa, esse muito ama, e a quem pouco se perdoa, esse pouco ama. O perdão esta ligado ao amor de quem se perdoa! Aqui está o ensinamento fundamental: as mulheres, perante o Criador e Salvador tem o mesmo status de importância quanto os homens.

 

  1. Segunda-feira: A mulher junto ao poço - I

Os samaritanos e os judeus se detestavam mutuamente. Os judeus eram um povo, mas os samaritanos não. Estes foram formados de uma mistura de vários povos e línguas diferentes, inclusive de alguns israelitas que ficaram no lugar para onde esses povos foram levados: as ex. terras de Israel. No tempo da supremacia da Assíria, que eliminou o Reino de Israel, que ficava ao norte de Judá, os moradores israelitas, em sua maioria, ou foram mortos, ou deportados para a Assíria, de onde nunca mais retornaram. O rei da Assíria, para repovoar as terras antes ocupadas pelos israelitas, e para tornar definitiva a saída deles, tratou de levar para lá famílias de outros lugares. Ele levou para as terras de Israel gente da Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim. Eram todos pagãos. Assim se formou uma mistura de povos e mais os israelitas que ali ficaram formaram os samaritanos. O rei entendeu que agora eles deveriam adorar conforme era antes o modo de adoração dos israelitas. Acontece que os pagãos adoram assim mesmo, os deuses de cada região, ou seja, pagão vem de adoração dos deuses do pago, isto é, da região. Logo, esse misto de povos deveria ser ensinado a adorar como adoravam os anteriores habitantes. Eles aprenderam sobre a adoração ao DEUS de Israel, porém, nunca deixaram de adorar também os seus respectivos deuses. Ou seja, em realidade eles foram mal convertidos. Foi designado para ensinar esses povos todos apenas uma única pessoa.

Ao longo dos anos, e dos séculos, foi-se desenvolvendo uma antipatia entre os judeus e esses povos, que se tornaram nos samaritanos. Acontece que os samaritanos nem eram um povo puro, coisa que os judeus valorizavam muito. Os samaritanos não tinham origem numa família, mas eram fruto de uma mistura forçada e engendrada por outro rei, também pagão. E ocupavam um lugar dos anteriores irmãos dos judeus, que eram os israelitas. E ainda por cima, adoravam de um modo estranho, um pouco para o DEUS dos judeus, e outro pouco para seus próprios deuses. Isso era algo que os judeus não admitiam. Era, por assim dizer, uma adoração prostituída, misturada, como a maior parte do cristianismo faz hoje: pregam que JESUS morreu na cruz pelos nossos pecados, pois o salário do pecado é a morte, mas pregam também que a alma é imortal. Contradição esquisita!

Já antes da destruição do reino israelita, não havia boa relação destes com os judeus. Disputavam terras, poder político e formas de adoração. Um reino queria impor-se sobre o outro, com raras ocasiões de alianças. Israel tinha uma inclinação maior para o pecado que o os judeus. Aliás, em Israel a história bíblica não registra um rei que fosse temente a DEUS. A Enciclopédia Wikipédia diz que "Em 722 a.C., os Assírios conquistaram o reino de Israel, que transformaram numa província do seu império. O reino de Judá aceitou submeter-se à soberania dos Assírios como estado vassalo, tendo por isso sobrevivido mais algum tempo. Restabeleceu a sua independência durante o reinado de Josias, tendo sido destruído pelos Babilónios e a sua população deportada em 586-587 a.C."

Conforme a enciclopédia Wikipédia, "A religião dos Samaritanos baseia-se no Pentateuco, tal como o judaísmo. Contudo, ao contrário deste, o samaritanismo rejeita a importância religiosa de Jerusalém. Os samaritanos não possuem rabinos e não aceitam o Talmud dos judeus ortodoxos.

"Os samaritanos não se consideram judeus, mas descendentes dos antigos habitantes do antigo reino de Israel (ou reino da Samaria). Os judeus ortodoxos consideram-nos por sua vez descendentes de populações estrangeiras, que adoptaram uma versão adulterada da religião hebraica; como tal, recusam-se a reconhecê-los como judeus ou até mesmo como descendentes dos antigos israelitas. O Estado de Israel reconhece-os como judeus.

"Hoje há cerca de 700 samaritanos. Seu idioma de uso comum é o hebraico moderno e o árabe palestino, enquanto para atos litúrgicos utilizam o hebraico samaritano." Eles vivem no monte Herizim e em Holon.

"Os Samaritanos mantiveram uma população relativamente numerosa no norte da Palestina: estima-se o seu número em várias centenas de milhares até ao século VI; alguns autores apontam um valor de 1,2 milhões nos séculos IV e V. No entanto, nunca foram um povo independente, tendo passado pelo controlo dos impérios que sucederam ao império assírio."

Uma outra questão de divisão entre os samaritanos e os judeus era a arca do concerto. Ela estava com os judeus, e estes se sentiam assim superiores, orgulhosos, tornando os samaritanos inferiores. Atitudes assim são uma tragédia e sempre resultam em aproblemas. Essa questão já fora causa de problemas gravez entere judeus e israelitas.

Mas JESUS foi diferente com os samaritanos. Ele quebrou numa só vez o tabú de um homem não poder falar com uma mulher em público e ainda mais, sendo samaritana. Até os seus discípulos se admiraram ao verem Ele falando com a samaritana, junto ao poço de Jacó. Isto estudaremos melhor na parte de terça-feira.

 

Continua...



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