Lição 8 | 15 a 22 de novembro |
Nascido de mulher – Expiação e Encarnação |
Sábado à tarde | Ano Bíblico: At 27 e 28 |
Verso para Memorizar: "Vocês sabem que Ele Se manifestou para tirar nossos pecados, e nEle não há pecado" (1Jo 3:5, NVI). |
Leituras da semana: Mt 1:18-25; 3:13-17; 4:1-11; 9:35; Mc 1:12, 13; Jo 1:1, 2, 14; Cl 2:9; Hb 1:3
Pensamento-chave: Mostrar que na pessoa e na obra de Cristo, Deus estava trazendo os seres humanos de volta à harmonia com Ele e uns com os outros.
Os cientistas admitem que não importa quanto aprendam, o Universo continua cheio de mistérios. A Bíblia, também, está cheia de mistérios – e o maior deles é a obra de Deus para nossa salvação. Nesta semana, vamos nos concentrar em um tema central desse trabalho: a encarnação do Filho de Deus, possivelmente o maior mistério em todo o cosmos. Que o Criador haja condescendido em Se tornar uma criatura em um mundo de pecado e morte deixa a mente pasmada. Como aconteceu esse evento surpreendente? Só a Divindade conhece! Uma coisa nós conhecemos, porém, é que, sem a encarnação, não haveria perdão dos pecados nem reconciliação com Deus. A encarnação do Filho de Deus foi um elemento indispensável no plano de Deus para a salvação da humanidade.
Domingo | Ano Bíblico: Rm 1–4 |
O mistério da encarnação
Quando lhe foi dito que teria um filho especial, Maria respondeu admirada. "Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?" Então, o anjo disse: "Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá" (Lc 1:34, 35). Essa Criança entrou na História pelo poder criativo do Espírito no ventre de Maria (Mt 1:18). A expressão verbal "envolverá com a Sua sombra" nos lembra Êxodo 40:35, onde encontramos uma descrição da glória do Senhor na nuvem que vinha habitar entre os homens no tabernáculo. O Senhor estava descendo de maneira misteriosa para ser concebido no ventre dessa mulher.
A vinda de Jesus à humanidade fala justamente da união do divino com o humano. Embora as duas naturezas permaneçam distintas, o que aconteceu não foi simplesmente a habitação do divino no humano, mas uma encarnação real. Isto é, Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. A Bíblia não diz o que aconteceu no momento em que as duas naturezas foram unidas no ventre de Maria. Na encarnação, Deus Se tornou humano, e a plenitude de Deus passou a habitar na humanidade. Foi justamente isso que Paulo disse.
1. De acordo com Paulo, quem era Jesus, realmente? Cl 2:9
A lição é que Jesus era completamente Deus! Caso um ou diversos dos atributos divinos se tivessem perdido durante a encarnação, teríamos tido algo menos que a encarnação de Deus. Paulo declara que o Cristo pré-encarnado "tinha a natureza de Deus" (Fp 2:6, NTLH), igual a Deus, mas, na encarnação, Ele "tomou a natureza de servo, tornando-Se assim igual aos seres humanos" (v. 7, NTLH).
Embora fosse plenamente Deus, Jesus colocou tudo o que tinha sob a autoridade do Pai. Ao fazer isso, Ele não Se despiu de Seus próprios atributos divinos. Durante a encarnação, houve um encobrimento do divino em Jesus, mas a Divindade estava sempre completamente presente. Para o propósito da expiação, era indispensável ter Deus em carne humana, porque só Deus nos poderia salvar.
Leia Mateus 1:18-25. Quantas coisas miraculosas aconteceram nesse momento, coisas que não podem ser explicadas a não ser pela intervenção sobrenatural de Deus? O que este fato deve nos dizer sobre nossas limitações, por nós mesmos, para entender as verdades mais importantes? Por que, só por não podermos entender alguma coisa, não devemos descartá-la automaticamente como algo inverídico? |
Segunda | Ano Bíblico: Rm 5–7 |
Deus e humanidade unidos
2. Que evidência temos de que Cristo era divino mas também humano? Mt 26:38; Lc 2:40; Gl 4:4
A antiga filosofia grega considerava que a carne humana era intrinsecamente má, uma prisão para a alma. Aceitando essa posição, alguns dos primeiros cristãos concluíram que o Filho de Deus não podia ter vindo em um corpo material, mas só parecia ter feito isso. No entanto, o Novo Testamento deixa indiscutivelmente claro que Jesus era um ser humano real. Ele nasceu de mulher, cresceu e Se desenvolveu como criança, aprendeu a obediência (Hb 5:8), sofreu e morreu (Mt 26:38; Lc 23:46). A Bíblia também é clara ao dizer que Jesus era divino, Deus em carne humana (Jo 1:1, 2, 14; Hb 1:3). A realidade da união do humano com o divino em Cristo é indispensável para a expiação.
Por quê? Porque, depois da queda, Adão, Eva e todos os seus descendentes foram separados de Deus, separação esta que ameaçou sua existência. Sendo impossível para os seres humanos por si mesmos se reunirem com Deus, o Senhor tomou a iniciativa e Se reuniu com a humanidade, e isso Ele fez com a encarnação, quando Deus Se tornou humano. Cristo Se tornou o "lugar" em que o divino cruzou o humano em uma reunificação permanente. Na encarnação, "divindade e humanidade foram combinadas misteriosamente, e homem e Deus se tornaram um" (Ellen G. White, Signs of the Times, 30 de julho de 1896). Essa unidade foi mais profunda que a unidade que havia originalmente entre Deus e os seres humanos.
3. Como Paulo se referiu a Jesus (1Co 15:45), e o que significa isso?
Em Jesus, houve um novo início para a raça humana, uma "nova" humanidade que foi unida a Deus. Ele foi o criador e cabeça dessa nova humanidade; Ele foi o novo Adão de quem foi trazida à existência uma nova raça humana. Fora dEle havia, e ainda há, a antiga humanidade, a do Adão caído, separado de Deus e condenada à extinção (1Co 15:22). A única esperança para essa humanidade era o Deus encarnado, em quem o divino e o humano se uniram em laços eternos de amor. Por Cristo, todo ser humano que o desejasse poderia ser levado à completa harmonia com Deus.
Olhe para as estrelas à noite. Por que a verdade incrível de que o poder que criou todas aquelas estrelas (e muitas mais) tomou sobre Si mesmo a humanidade (e nessa humanidade morreu por seus pecados!) deve mudar sua vida? |
Terça | Ano Bíblico: Rm 8–10 |
O batismo de Jesus
4. Que verdades importantes podemos aprender da história do batismo de Jesus por João? Mt 3:13-17
O significado do batismo de Cristo não pode ser superestimada. Primeiro, ao pedir o batismo, Jesus Se identificou com os pecadores. Aquele que não precisava de batismo, pediu – não para Si mesmo mas por nós, para nosso benefício e, assim fazendo, deixou um exemplo para os que querem segui-Lo. Mas Seu batismo foi mais que um exemplo; tornou possível para nos unirmos a Ele pelo batismo e receber os benefícios do Seu batismo às mãos de João.
Segundo, quando estava saindo da água, Jesus Se ajoelhou e orou ao Pai (Lc 3:21, 22). A Bíblia não registra o conteúdo dessa oração, mas a resposta dada pelo Pai nos dá uma idéia de seu conteúdo. Declarando: "Tu és o Meu Filho amado, em Ti me comprazo" (v. 22), Deus estava Lhe dizendo que Sua oração fora ouvida. E ainda mais, "para todos nós estas são palavras de esperança e misericórdia. Pela fé na provisão que Deus fez pelo homem, você é aceito no Amado – aceito pelos méritos de Jesus" (Ellen G. White, The Bible Echo and Signs of the Times, 12 de novembro de 1894).
5. Que grande esperança você pode achar nestas palavras de Ellen White?
Terceiro, a Divindade estava envolvida e presente no batismo de Jesus. A voz do Pai foi ouvida do Céu, e a presença do Espírito Santo se vez visível no símbolo de uma pomba. O amor de Deus estava fluindo sobre Seu Filho como membro da raça humana, aceitando-O como Seu representante. Os seres humanos não mais estavam separados do amor de Deus, porque, em Cristo, foi encontrado um canal pelo qual o amor divino poderia alcançá-los.
Quarta | Ano Bíblico: Rm 11–13 |
As tentações de Jesus
6. Resuma as três tentações que Jesus enfrentou no deserto depois de Seu batismo. Mt 4:1-11; Mc 1:12, 13
As tentações de Jesus revelam alguns paralelos contrastantes com as de Adão e Eva. Primeiro, o fato de que Adão foi tentado no Jardim do Éden, em um ambiente livre da realidade corruptora do pecado; Jesus foi tentado no deserto, em um ambiente sob a influência dos poderes do mal. Segundo, Adão tinha abundância de alimento, enquanto Jesus estava privado dele. Terceiro, Adão não estava jejuando; Jesus, sim. Quarto, tanto Adão quanto Jesus foram tentados para satisfazer seu desejo de alimento à parte da vontade de Deus; Adão cedeu, Jesus, não. Quinto, Adão foi tentado a questionar o que Deus dissera e mostrou falta de confiança na palavra de Deus. Jesus também foi tentado a questionar a confiabilidade da palavra de Deus, mas rejeitou a tentação. Sexta, Adão se ergueu abertamente contra o Senhor e se uniu a Satanás na rebelião contra Deus e Seu governo. Jesus teve a oferta dos reinos deste mundo se adorasse e Se unisse a Satanás na luta contra o reino de Deus. No entanto, Jesus permaneceu leal ao Pai.
Ao vencer Satanás nos pontos fundamentais em que Adão falhou, Jesus estava desfazendo o fracasso de Adão e tornando Sua vitória disponível a todos os que puserem nEle sua fé. A nova humanidade não receberá do representante da raça um espírito de desobediência e rebelião, como aconteceu com Adão, mas um espírito de humilde submissão à vontade de Deus.
7. O que a vitória de Jesus sobre cada pecado significa para nós e para o processo de expiação? 2Co 5:21
Aquele profundo laço de unidade entre o Pai e o Filho não foi rompido pelas tentações e ataques que Satanás lançou contra o Filho de Deus. Ele venceu a todos e continuou totalmente dependente do Pai. Nenhum outro ser humano foi, é ou será exatamente como Ele. Por natureza e por escolha pessoal, Ele foi sem pecado. É lá que achamos o próprio fundamento de Sua capacidade de nos salvar. Aquele que foi sem pecado Se tornou pecado por nós, para que recebêssemos pela fé a justiça que não era nossa, mas dEle. O perfeito Cordeiro sacrifical tomou sobre Si mesmo nosso pecado a fim de nos restaurar à unidade e harmonia com o Criador.
Quinta | Ano Bíblico: Rm 14–16 |
Ministério de cura
"E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades." (Mt 9:35).
No exercício de Seu ministério de cura, Jesus estava vencendo a incursão da morte em meio à humanidade sofredora. Sua vitória futura sobre o próprio reino da morte era antecipada em Seus milagres diários de cura. O poder da morte, que havia invadido o mundo pelo pecado, estava sendo derrotado. Este fato foi ilustrado particularmente nos casos das várias ressurreições, inclusive a ressurreição de alguém que estava morto havia quatro dias (Mc 5:35-43; Lc 7:11-17; Jo 11:38-44).
Seus milagres também serviam para derrubar as barreiras sociais. Os leprosos se sentiram aceitos por Ele (Mc 1:41), o samaritano voltou para agradecer (Lc 17:11–17), e Ele também atendeu uma mulher siro-fenícia e curou sua filha (Mc 7:29, 30). A alienação entre os seres humanos, criada pelo pecado, foi derrubada pelo ministério de reconciliação de Jesus. Ele estava criando uma nova humanidade que vivesse em paz.
Mas Seus milagres também serviam para restabelecer as pessoas à harmonia e comunhão com o Pai. Muito freqüentemente, Sua vitória sobre os poderes da morte levaram as pessoas a crer nEle (Jo 4:53; 20:30, 31).
8. Que outros métodos Jesus usou para restabelecer a harmonia na sociedade e entre esta e Deus? Mc 2:15-17; Jo 4:39-42
O abismo de separação entre Deus e o homem foi coberto não só em Sua própria pessoa – o Salvador divino-humano – mas também pelo poder das palavras de salvação pronunciadas por Cristo. Para os que O receberam, Ele "deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus" (Jo 1:12). Essas pessoas nasceram não da vontade da carne, mas de Deus (v. 13). O próprio Jesus estava reunindo uma nova humanidade reconciliada com Deus, nEle e por intermédio dEle. Ele buscava reconciliar a humanidade, não só com Deus, mas também uns com os outros, e o fez ao participar com eles de suas refeições em aberto companheirismo. Por meio desses encontros, Jesus proclamava que Deus aceita qualquer pessoa que a Ele venha e que Seus seguidores devem fazer do mesmo modo.
Examine suas relações e faça esta pergunta: De que formas práticas na vida diária minha reconciliação com Deus se reflete na forma de tratar e aceitar os outros? |
Sexta | Ano Bíblico: 1Co 1–4 |
Estudo adicional
Propósito da encarnação: "Em conselho com o Pai, Cristo traçou os planos para Sua vida na Terra. ... Ele vestiu a divindade com os trajes da humanidade, a fim de poder colocar-Se como cabeça da família humana, Sua humanidade entrou em contato com a humanidade da raça caída por causa da desobediência de Adão" (Ellen G. White, The Southern Work, p. 85).
"O trabalho de Cristo consistia em reconciliar o homem com Deus, através de Sua natureza humana, e Deus com o homem através de Sua natureza divina" (Ellen G. White, No Deserto da Tentação, p. 38).
Oração no batismo: "Ele recebeu o batismo das mãos de João e, ao sair da água, curvou-Se nas margens do Jordão e ofereceu uma oração aos Céus. ... Jesus foi aceito no Céu como representante da raça humana. Com todos os nossos pecados e debilidades, não somos rejeitados como seres desprezíveis; somos aceitos no Amado; pois o Céu foi aberto para as nossas petições pelo Filho de Deus. As portas estão abertas, e a luz do Céu brilhará em todos aqueles a quem Jesus veio salvar, se eles tão-somente entrarem no círculo dos raios do Sol da Justiça; pois foram tomadas amplas provisões pela salvação de todos" (Ellen G. White, Signs of the Times, 28 de julho de 1890).
Perguntas para consideração
- Como vimos na lição de domingo, existem muitos mistérios na encarnação de Jesus. Que outros mistérios existem, como referentes à natureza, e por que esses outros mistérios devem nos ajudar a entender o que significa viver pela fé?
- Como nós, como igreja, o corpo de Cristo, podemos seguir o ministério de cura e reconciliação de Cristo? O que sua igreja local faz? Que mais sua igreja pode e deve fazer? Mais importante ainda, como você pode se envolver mais?
Resumo: Na encarnação de Jesus, testemunhamos o único ser humano que nasceu neste planeta em completa e perfeita união com Deus. Embora fosse tentado pelo inimigo como ninguém mais foi e será tentado, Jesus permaneceu leal ao Pai e venceu onde Adão falhou, abrindo assim o caminho para a salvação de todos os que se renderem a Ele em fé e obediência.
Respostas sugestivas
Pergunta 1: Naquele corpo (humano) habitava toda a plenitude da Divindade.
Pergunta 2: Estava sujeito às dores, sofrimentos e necessidades humanas.
Pergunta 3: Cristo seria o último Adão.
Pergunta 4: Jesus foi batizado para nos dar o exemplo e também por aqueles que nunca tiveram a oportunidade de passar por essa cerimônia. Pelo batismo, somos unidos a Ele.
Pergunta 5: Somos aceitos por Deus.
Pergunta 6: Utilizar o poder divino para atender às próprias necessidades físicas; presunção; adorar Satanás, reconhecendo-o como o senhor deste mundo.
Pergunta 7: Jesus tem todo o poder de nos conceder Sua justiça e a salvação.
Pergunta 8: Associava-Se com os rejeitados: publicanos, mulheres, samaritanos e outros mais.
FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2008/frlic842008.html