sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Estudo nº 12 – Unidos a CRISTO - Comentário Sikberto Marks

Estudos da Bíblia: Quarto Trimestre de 2008

Tema geral:  A doutrina da Expiação

Estudo nº 12   Unidos a CRISTO

Semana de   13 a 20/12/2008

Comentário auxiliar elaborado pelo prof. Sikberto Renaldo Marks

marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (0xx55) 3332.4868

Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

 

Comentário complementar ao estudo da lição da Escola Sabatina

Com a atenção dos leitores: CRISTO está perto de voltar! Veja comentários sobre fatos proféticos em www.cristovoltara.com.br

 

Verso para memorizar: "E, assim, se alguém está em CRISTO, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Cor. 5:17).

 

  1. Introdução – santo sábado, dia da aliança entre criaturas e o Criador

Quem morreu no momento em que CRISTO entregou o Seu espírito a DEUS Pai? Ele, se diria, não é mesmo? Não foi só Ele. Todos nós ali morremos juntos, com Ele. Morremos aquela morte que Ele morreu, a segunda morte. Ou seja, ali foram pendurados na cruz, junto com Ele, os nossos pecados. Ali correu o sangue d'Ele, madeiro abaixo, carregando na vida desse sangue, os nossos pecados. E quando Ele foi sepultado, nós também fomos sepultados. É evidente que isso é simbólico, porém, tem repercussão real: a morte que nos cabia, a eterna morte, aconteceu ali na cruz. Ali todos os seres humanos morreram com JESUS. É no batismo que simbolizamos a nossa morte para o pecado, e ao emergirmos das águas, é que simbolizamos o novo nascimento. E na cruz, a morte de CRISTO foi tão real que Ele, no momento em que percebeu chegar a hora, permitiu que o Seu coração, que já quase não suportava mais, explodisse, desintegrando-se em Seu peito, assim, deixando de viver.

A morte de CRISTO é a nossa morte. É aquela morte que, se quisermos, não teremos que enfrentar, e se a enfrentássemos, jamais retornaríamos à vida. É a mesma morte que satanás está destinado.

Mas o que fazer para que isso se cumpra em nossa vida? Assim como os seres inteligentes antes do pecado criados à semelhança do CRIADOR são livres para decidir para entrar no pecado, assim somos nós livres para decidir por sair do pecado. Devemos aproveitar essa morte de JESUS por nós, e assumi-la para nós. Isso significa validar para o nosso caso o pagamento de tudo o que Ele pagou em nosso lugar, tratando-se dos pecados. Então sim, poderemos ser salvos, pois nesse caso, de fato, morremos com CRISTO para o pecado. Ou seja, temos que reconhecer que a Sua morte é também a nossa, caso contrário, teremos que morrer a segunda morte independente do que Ele já tenha feito por nós.

 

  1. Primeiro dia: As duas humanidades

Um dia desses nós nascemos. Foi um dia de felicidade em nossa casa. Todos comemoravam, só nós mesmos não sabíamos o que se passava. Então crescemos e nos tornamos crianças, adolescentes, jovens e adultos. Ou seja, seguimos o caminho em direção à velhice e à morte. Não há como evitar.

Mas por que não se pode evitar a morte? Porque somos mortais. E qual a razão de sermos mortais? Herdamos isso de nossos pais, desde os dois primeiros: Adão e Eva. E enquanto houver raça humana, nasceremos sempre pecadores, com tendência a cometer erros por que falhamos ou a cometer erros porque gostamos de errar. Ser pecador é ter uma natureza tal que tem desejo incontido por cometer pecados. Ser santo é ter uma natureza tal que tem desejo de não pecar, ou no caso dos seres humanos em transformação, de sentir cada vez menos desejo e atração pelo pecado.

Vamos a um exemplo. Nesse mundo temos a indústria do erro. Ela fatura muito. Mas porque a indústria de coisas erradas ganha tanto dinheiro? Porque o ser humano aprecia estas coisas. Experimente produzir, por exemplo, um filme bem planejado e elaborado sobre uma família cristã equilibrada. Pensa que vai vender muito? As poucas cópias que conseguirá vender ainda serão pirateadas até mesmo por aquelas pessoas que se dizem cristãs. Ou seja, até nas coisas boas se inserem problemas. O ser humano, ao natural, não consegue viver sem se envolver al algo errado, pois isso para ele não seria interessante. Os seres humanos precisam de emoções fascinantes, e para pecadores emoções só se originam em fazer algo errado. É uma espécie de deliciosa experiência em pecar, o pecado tem um sabor que se tornou agradável. Assim como tragar fumaça, beber álcool e comer produtos artificiais se tornou extremamente atraente. Os seres humanos se tornaram pecadores e são atraídos pelo pecado. É assim a tal ponto que até mesmo aqueles que já decidiram abandonar o pecado, muitos deles ainda apreciam alguns deles. O povo de DEUS selecionou alguns pecados que não deve ter, e esses via de regra são abandonados. Por exemplo, deixamos de beber cerveja, de fumar e de tomar café. Outros avançam e deixam a carne e a coca-cola. Um grupo menor avança mais, e na paralela deixa de assistir novelas e filmes violentos e os pornográficos.

Mas há outros pecados que descuidadamente não são considerados pecados. Esses aparentemente não apresentam problema algum. Entre eles temos: pinturas de cabelo (homens como mulheres); assistir futebol; piratear CDs, DVDs e programas de computador; trabalhar em excesso para ganhar mais; ser santo só nas horas de sábado, e nesse dia, pela manhã, e assim por diante. DEUS nos quer por inteiro, não proporcionalmente. Sei que isso é difícil, mas tem que ser assim. Seremos salvos inteiramente perdoados, tendo deixado por inteiro as coisas que nos atraem ao mundo, sejam coisas pequenas (assim por nós consideradas), sejam grandes. Creio que nessas lições que estudamos deveremos ser mais diretos, e menos temerosos de sofrermos oposição, e chamar o pecado pelo seu nome. Ou estaremos pintando um quadro irreal, e um dia desses, pessoas que não se salvaram nos condenarão, sendo que, porque demos o tom errado da trombeta, também estaremos, com eles, perdidos.

Essa é a velha natureza, sempre querendo adaptar a sua situação a DEUS e imaginando que Ele não atenta para certos pecados, exatamente aqueles que não queremos deixar para trás, e cada um age assim conforme as suas preferências pessoais naturais. É porque, senão for assim, a vida se torna muito monótona, sem atrativos. E um dos piores momentos de muitos servos de DEUS é o sábado à noite. De manhã se vai à igreja, à tarde na programação JÁ, e também se dão estudos bíblicos, e à noite, ou se promove jogos violentos e competitivos, às vezes até organizados em torneios, com torcida e tudo, de onde muitas vezes alguém sai machucado e ocorrem severos desentendimentos. Detalhe estranho: antes desses jogos, se faz uma oração, pedindo que DEUS esteja ali (para fazer o quê?). Imediatamente após a oração, vão medir forças para ver quem pode mais. Não muito depois, lá vem a briga, e ninguém mais lembra de ter orado. Adiantou orar por algo que jamais uma pessoa em processo de santificação se deveria envolver? E depois se assistem filmes noite adentro, madrugada a fora. Essa é a velha natureza. E se foi a bênção do sábado, tudo destruído nas primeiras horas do primeiro dia!

Como mudar isso? A nova natureza requer um novo nascimento. No nascimento natural nós não escolhemos qual será a nossa natureza. Nascemos e nem nos damos conta que existimos. Mas no novo nascimento nós decidimos que queremos ser diferentes. Para nascer de novo precisamos estar bem informados do que isso significa. Não se pode nascer de novo sem saber o que significa. Sabe o que é o novo nascimento? Ellen G. White pode responder: "Orai pelo novo nascimento. Se experimentardes este novo nascimento deleitar-vos-eis, não nos tortuosos caminhos de vossos próprios desejos, mas no Senhor. Desejareis estar sob Sua autoridade. Estareis de contínuo procurando alcançar norma mais alta. Sede não apenas leitores da Bíblia, mas ferventes estudiosos dela, para que possais saber o que Deus requer de vós. Necessitais do conhecimento experimental de como fazer a Sua vontade. Cristo é nosso Professor" (Educação, 147). "Haverá um novo nascimento, uma nova mente pela atuação do Espírito de Deus, que purifica a vida e enobrece o caráter. Essa ligação com Deus habilita o homem para o glorioso reino do Céu. Nenhuma invenção humana pode jamais encontrar um remédio para o pecador" (Cuidados de DEUS. MM 1995, p. 81). "A mudança do coração representada pelo novo nascimento somente poderá ser levada a efeito pela atuação efetiva do Espírito Santo. ... O orgulho e o amor-próprio resistem ao Espírito de Deus; toda inclinação natural do ser humano se opõe à transformação da altivez e soberba na mansidão e humildade de Cristo. Se quisermos, porém, andar no caminho de vida eterna, não devemos escutar as insinuações do eu. Com humildade e contrição devemos suplicar a nosso Pai celestial: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto." Sal. 51:10. À medida que recebemos a divina luz e cooperamos com a iniciativa do Céu, somos "nascidos de novo" e livres da mancha do pecado pelo poder de Cristo" (Cuidados de DEUS. MM 1995, p. 86).

É diferente, não é mesmo? Teremos que abrir mão de muita coisa, mas seremos recompensados. Só experimentar amar a DEUS e a JESUS já vale o inicial sacrifício de abandonar amarras ao mundo. Gradativamente essa pessoa descobrirá outras emoções, e não necessitará mais do pecado para dar colorido a sua vida.

 

  1. Segunda-feira: Uma nova humanidade

Muitas vezes nós pensamos assim: o Reino de DEUS se inicia quando JESUS voltar. Não é verdade. Aliás, pensar assim pode resultar em fracassos.

O Reino de DEUS se inicia em nós, quando decidimos mudar de rumo (conversão). Nesse mesmo instante se inicia um processo de transformação em nossa vida. Chamamos de santificação, que significa uma luta, de nossa parte, de querermos agora abandonar as coisas do mundo e nos apegar nas coisas do alto, e também de não mais cometermos pecados. Ou seja, do momento da conversão em diante ainda não somos perfeitos, continuamos com a natureza de pecadores com a qual nascemos. Mas algo mudou em nossa vida. O que foi? Mudamos o rumo de nossa vida (conversão) e temos o desejo de continuar sendo aperfeiçoados em CRISTO, pelo ESPÍRITO SANTO (santificação). O que é isso, ou o que somos agora? Somos novos seres, diferentes do que éramos antes. Somos uma "nova humanidade." Cada dia temos em nós menos porção da velha humanidade e mais porção da nova humanidade. Esse processo se completará no dia da transformação total, o dia da segunda vinda de CRISTO.

E o que é mesmo essa nova humanidade? Como a lição explica (mas aqui em outras palavras) é viver a vida de CRISTO, tendo-O como exemplo em tudo. Ou seja, Ele, CRISTO, em Sua vida era tanto DEUS como um ser humano. Um estava perfeitamente ligado ao outro. Havia harmonia absoluta.

Então veja o seguinte: quando nos convertemos acontece o que explicamos acima, ou seja, nos tornamos cada vez mais semelhantes a CRISTO. Isso quer dizer, é sermos o que CRISTO foi. Precisamos para isto do poder do ESPÍRITO SANTO. E isto acontecendo em nossa vida, estaremos unidos com CRISTO assim como Ele esteve e está unido com Seu Pai celeste. A nova humanidade é, portanto, pelo poder celeste, viver aqui, cada dia, uma vida mais próxima à que viveu o nosso Mestre e Salvador. E não é, dia após dia, viver sempre do mesmo modo como no dia anterior.

 

  1. Terça-feira: União com CRISTO

A salvação é uma questão de intimidade com nosso Salvador. Quanto mais formos próximos a Ele, mais estaremos resguardados dos ataques de satanás. Por exemplo, se você está num lugar escuro, onde também estejam criminosos, você estará em grave perigo, não é mesmo? Pois é, esse mundo está infestado de criminosos espirituais querendo tirar a vida daqueles que não se tornaram seus escravos. Por quê querem fazer isto? Eles vêem o povo santo como ameaça pela sua existência, uma vez que são pessoas protegidas de DEUS e tem a verdade que identifica os demônios como indignos de confiança. Mas imagine-se que ao seu redor estejam policiais fortemente armados. Você sentiria maior segurança, não é mesmo? Agora imagine que ao seu redor estejam alguns poderosos anjos que se tornaram visíveis a você. Agora sim, você "não teme mal algum". Por quê está tão seguro? Porque é amigo dos anjos, e daqueles policiais, e eles querem proteger você. Mas em que situação não seria íntimo deles? Sendo um fora da lei, um criminoso. Jamais um policial iria proteger um criminoso contra outros criminosos. E nem um anjo de DEUS iria proteger um anjo de satanás contra outro anjo de satanás.

Então veja o seguinte. CRISTO morreu na cruz, não é assim? E nós participamos dessa morte, por meio dos nossos pecados, que estiveram com Ele naquela ocasião. Mas de que maneira continuamos participando? É pelo batismo. Quando somos mergulhados na água, isso simboliza que estamos morrendo. Viu só, MORRENDO! Quando estamos em baixo da água, já estamos mortos, como um cadáver numa sepultura. E quando somos tirados da água, estamos renascendo. E quando saímos da água, somos um novo ser. Ocorreu o novo nascimento, somos agora outra criatura, ainda molhados de recém termos nascido.

Isso tudo é simbólico, porém, de repercussões reais em nossa vida. É que após o ressurgimento da água passamos a "andar em novidade de vida". E isso aconteceu porque a pessoa batizada tomou a decisão de ser uma nova pessoa. Ela agora inicia uma caminhada com CRISTO como seu Salvador. Iniciou-se o processo de santificação, na verdade uma luta diária contra a velha natureza, quando entra em cena o ESPÍRITO SANTO (que esteve presente na ressurreição de JESUS).

Então, pelo batismo fomos crucificados com JESUS e sepultados com Ele. Ao sairmos da água ressuscitamos com Ele. Ou seja, o que aconteceu mesmo? Como isso é simbólico, mas tem conseqüências reais, vejamos isso mais de perto. Imagine-se na cena da cruz. Lá está você pendurado nela, com todos os seus pecados. Esse você é na verdade JESUS. Depois de morto, tiram JESUS da cruz, e O sepultam na sepultura de José, era JESUS, mas você estava lá, ou seja, era representado por JESUS, portanto, era ali também você. No primeiro dia da semana bem cedo, JESUS ressuscita. Era você ressuscitando, ou seja, porque JESUS o representava. Portanto, ao ser sepultado no batismo e depois ao sair de novo da água, você estará seguindo a seqüência daqueles fatos que aconteceram com JESUS. Você estará dizendo que, assim como JESUS foi morto e ressuscitou, do mesmo modo você também está passando por esse caminho. Que assim como JESUS foi aceito pelo Pai e Se dirigiu ao Céu, do mesmo modo também você será salvo para vida eterna. Ou seja, você está mais que com JESUS, está em JESUS, como se fosse Ele. Assim, se viver como JESUS viveu, será salvo para a vida eterna.

 

  1. Quarta-feira: "Em CRISTO"

O estudo de hoje é uma continuidade do de ontem. Enfatizaremos a expressão "em CRISTO". O que ela quer dizer? Qual o significado? É importante entendermos essa expressão pois ela define como deve ser a vida de um cristão.

Poderemos ilustrar por meio do casamento. Sejam por exemplo dois casais. Um se ama muito, mas o outro não se ama. Esse segundo casal, embora os dois tenham desejos um pelo outro, trata-se apenas de paixão que é passageira e que se fragiliza diante de qualquer dificuldade. Imagine que esses dois casais tenham casado na mesma data. Agora, imagine os dois casais um ano após o casamento. O primeiro casal estará como dois pombinhos, amam-se mais do que no dia do casamento. O amor aumentou, e eles se ligaram ainda mais intensamente. Mas o segundo casal já enfrentou algumas crises sérias, e por vezes um tem feito o outro sofrer.

Agora imagine os dois casais cinco anos após o casamento. O primeiro casal já tem um filho e os três se amam em tal intensidade que o seu lar é um verdadeiro oásis de amor e felicidade. Eles sentem uma fortíssima atração um pelo outros. Mas, enquanto isso, o outro casal, também com um filho, praticamente se odeiam. Brigam entre eles e o filho assiste a tudo, a criança cresce em meio a conflitos, alguém que não entende nada do que se passa, e vai se tornando num ser incapaz de viver nesse mundo.

Dez anos depois, o primeiro casal, com dois filhos, se tornaram tão íntimos que as pessoas dizem, como são parecidos entre si. Eles despertam a atenção por parte de outras pessoas pela beleza de seu relacionamento. Buscam estar juntos o maior tempo possível, e sentem uma tão forte atração um pelo outro que precisam um da companhia do outro. Eles conhecem-se mutuamente tão bem que já não se contradizem. Eles não se ofendem, buscam evitar toda forma de mal estar entre eles. Gostam de estar juntos, e se pudessem, não se separariam nem sequer por um momento. A felicidade deles vem de estarem um com o outro. Eles fundiram seus desejos, gostos, emoções, de tal maneira que seus procedimentos automaticamente são sempre em favor da felicidade dos outros membros da família. E o segundo casal? Já se separaram após uma briga feia que quase resultou em morte. Seus dois filhos, um vive com o pai, outro com a mãe. De duas em duas semanas podem se visitar. A justiça estabeleceu como se faz isso. Os pais não querem mais nem se ver, e quando por acaso se encontram, evitam-se, e se isso não é possível, uma severa discussão é certa. Muitas vezes um fala mal do outro.

Que diferença, não é mesmo?

Pois bem, o primeiro casal nos serve de exemplo do que é estar em CRISTO. É cada dia conhecê-Lo mais a ponto de tornar-se dependente d'Ele, de se sentir feliz com Ele, por isso, despertando o desejo de fazer o que Ele gosta que façamos. É uma vida diária de entrega a Ele, ser um com Ele, fiéis a Ele, mortos para o mundo, vivos para Ele. Cada dia esses serão mais semelhantes a CRISTO, vivendo uma alegria indescritível com Ele, a tal ponto que o mundo não os atrai mais. Vivem uma nova motivação de intensa felicidade: estão em CRISTO porque vivem cada vez mais juntos com Ele. Não dependem mais das atrações 'fascinantes' do mundo, nem do mundanismo do qual muitos dependem como se fosse fonte de vida.

 

  1. Quinta-feira: Em CRISTO: o ESPÍRITO e a Igreja

Continuamos o assunto de ontem. Há uma pergunta interessante: porque a Bíblia diz "estar em CRISTO" e não "estar com CRISTO"? Há uma diferença entre um e outro que é significativa. Veremos no estudo de hoje.

Vejamos Romanos 8:9: "Vós, porém não estais na carne, mas no ESPÍRITO, se de fato O ESPÍRITO de DEUS habita em vós. E se alguém não tem O ESPÍRITO de CRISTO, esse tal não é dele."

O que Paulo quer dizer com "não estais na carne"? Bem, o que é estar na carne? É viver segundo a nossa natureza carnal, ou seja, a velha natureza, com a qual nascemos. Não estar na carne é ter nascido de novo, portanto, ter ingressado numa nova natureza. É fato, no entanto, que ainda permanecemos na carne, mas não só nela, também estamos no ESPÍRITO. Portanto, estamos numa vida em pleno conflito, a carne militando contra o ESPÍRITO. Um dos dois vencerá, e a vitória sempre é decidida pela pessoa, não por alguém outro (ver Rom. 7:18, e seguintes). Paulo em Romanos cap. 7 ilustra esse conflito.

Então estar na carne é não se ter convertido, é continuar totalmente submisso a natureza com que nasceu de sua mãe, com a herança que sempre tende a desejar os atrativos do pecado. É ter os seus interesses voltados aos atrativos dessa Terra, enquanto que estar no ESPÍRITO é, por livre escolha, ter nascido outra vez. Já estar no ESPÍRITO é a experiência de um novo nascimento, e embora ainda esteja também na carne, a nova natureza assume o controle da velha, e aos poucos vai se sobrepondo a esta, até que, no dia da transformação total, só reste a nova natureza, a que vem do ESPÍRITO, não mais a que vem da herança do pecado. Portanto, como a lição explica, estar no ESPÍRITO é pertencer a CRISTO, ou seja, estar na carne é pertencer a satanás. Por que podemos afirmar isto? porque o verso acima diz que "se alguém não tem O ESPÍRITO de CRISTO, esse tal não é dele."

E o que o texto quer dizer com: "mas no ESPÍRITO, se de fato O ESPÍRITO de DEUS habita em vós"? Pois bem, há duas expressões no mesmo verso. Uma diz "ESPÍRITO de DEUS" e a outra diz "ESPÍRITO de CRISTO". Há então aqui dois ESPÍRITO, é isto? Não é assim. Há um só ESPÍRITO, pois na Bíblia não há indicativo de que sejam dois. Portanto, esse ESPÍRITO é um terceiro Ser, que está tão intimamente ligado a DEUS Pai e a DEUS Filho que tanto é O ESPÍRITO de DEUS como é o ESPÍRITO de CRISTO, que é O Consolador, como já estudamos.

Então, o que é O ESPÍRITO habitar em nós? É o mesmo que Ele estar em nós. E requer que nós também estejamos n'Ele. Que história é essa? Vejamos como se explica isso, e é bem simples.

Entendemos que essas expressões do parágrafo acima referem-se ao amor. É a Lei de DEUS, ou seja, o princípio da vida e da felicidade, bem como da harmonia do Universo. O amor liga os seres uns aos outros, tanto os racionais como os irracionais. Até os animais se gostam, e querem estar perto um do outro. É o que significa a expressão de CRISTO em João 14:3, quando ali diz que "onde estou estejais vós também." Isso é, sempre juntos, unidos, e assim felizes pelo privilégio de estar junto com quem ama.

Pois sendo assim, O ESPÍRITO habitar em nós significa a mais intensa intimidade entre Ele e nós. Tanta intimidade que nos tornamos um com Ele, isto é, somos como Ele é, e deixamos de ser o que éramos antes. Estar com Ele, e Ele habitar em nós são forças de expressão que significam uma ligação tão intensa a ponto de fundirmos os gostos e desejos, a vontade nossas com os gostos e desejos e vontade d'Ele. É de fato uma nova natureza, ou talvez em outras palavras, um retorno á natureza original, a mesma na qual Adão e Eva foram criados.

Então, qual a diferença entre estar com CRISTO e estar em CRISTO? Pois, com CRISTO estão muitos, eles O conhecem, sabem o que Ele quer, mas estar n'Ele, é um número menos de pessoas. Estes também O conhecem, porém, a diferença é que vivem como Ele vive.

 

  1. Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

Estivemos estudando sobre a união a CRISTO nessa semana. Finalizando o estudo nos dedicaremos um pouco sobre a intercessão de CRISTO, por nós, junto a DEUS Pai. Que relação é essa? Como ela funciona?

A intercessão é diferente de tudo o que possamos imaginar aqui na Terra. DEUS não precisa ser convencido para Ele mudar de idéia em relação a nosso respeito. DESU não precisa ser persuadido a mudar de idéia, de nos condenar para concordar em nos salvar. Não é isso! Afinal, foi Ele quem enviou JESUS para morrer por nós, e JESUS também estava de acordo com esse desígnio. Tanto DEUS Pai como JESUS, o Filho, tem o mesmo interesse: que todos nós sejamos salvos. Portanto, quando JESUS intercede diante do Pai por um de nós que se tenha arrependido, faz isso não para que o Pai mude de idéia e finalmente concorde em que sejamos salvos.

O que JESUS faz então ao interceder por nós. Ele apresenta um nome que deseja mudar de vida, e como que proclama diante de todos que esse pode ser salvo. Então todos ali se rejubilam e festejam com hinos de louvor a DEUS pela felicidade de mais um que optou pela vida eterna. Ou seja, da Terra para fora, onde só existem seres santos, todos desejando que aqui ninguém se perca e que não sofra a morte eterna.

E como ocorre essa intercessão? Ora, é o seguinte. O ser humano, alcançado por alguma mensagem, muda de idéia em relação a sua vida. Então, chega o momento dele pedir perdão de seu passado, e quando o faz, JESUS, sem nenhuma demora, como que tendo pressa, inicia o processo de intercessão. No exato momento em que o coitado do pecador faz sua humilde súplica de socorro por perdão, a frágil voz dele recebe o acompanhamento da voz do Salvador, diante do Pai. Então se procede um ritual diante do trono do Universo de que a Lei está sendo satisfeita, e que ela não será ofendida. Solenemente JESUS proclama que sofreu por essa pessoa, sentiu a dor de seus pecados e por essa razão derramou o Seu sangue até a morte.

O que acontece no momento da intercessão? O nosso pedido não poderia ser respondido se ficasse só, sem intercessão. Sabe porquê? Acontece que não somos nem dignos de pensar sobre DEUS, muito menos de pedir-Lhe algo, seja o que for. Porém, por meio de JESUS tudo muda. Ele Se associa a nós, como sendo um de nós, e nos substitui diante do trono, pois Ele é digno (Apoc. 5:9). Logo, a petição parte de nós e JESUS Se associa a nós, para sermos perdoados. E somos perdoados.

Vamos imaginar uma cena para entender melhor a sublimidade da intercessão. Suponha que um dia desses você, que estava vivendo como o teu maior inimigo gosta, se volve a DEUS. Cai na real e deseja mudar de vida. Não faz nem idéia de o que deve fazer, porém, em seus pensamentos tem o desejo de mudar de vida. Isso é uma oração. Imediatamente sente que alguém está a seu lado. Essa pessoa é JESUS. Ele está com uma fisionomia muito feliz. Então, você que estava na fossa, desanimado, sentindo-se perdido e sem esperança de nada, é erguido por JESUS. Ele caminha com você, e o anima a prosseguir em seu propósito. Você sente como jamais sentiu, um intenso amor envolvê-lo, algo que lhe dá uma sensação indescritivelmente agradável. Chegam diante de um magnífico trono, diante de DEUS. Você aí sim, se vê como um trapo indigno e imundo. Não sabe nem o que falar, mas em seus pensamentos sente o desejo de ser salvo. JESUS traduz esses pensamentos, que são oração, e os pronuncia perante o Seu Pai, e mostra diante de todos as Sua feridas, causadas por você mesmo. Acrescenta que morreu por você e que o ama muito, e quer que seja salvo, pois a Lei assim está sendo cumprida. Ali está você que precisa ser condenado por ser um pecador, mas ali está JESUS que venceu o pecado, e já foi seu substituto na condenação agora deseja lhe oferecer, de graça, essa vitória.

Se não fosse JESUS, como você faria para seu desejo chegar diante do trono celeste? Nunca chegaria.

É algo assim que acontece, em palavras humanas. Um dia desses, e será bem logo, poderemos entender em plenitude o que de fato ali acontece quando um ser humano pecador se arrepende. Vale a pena chegar até lá.

 

escrito entre:   05/11/2008 a 14/11/008 - corrigido em   14/11/2008

 

Declaração do professor Sikberto R. Marks

O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos.

 

FONTE: www.cristovoltara.com.br