sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Lição 8 - A autoridade dos profetas - Lição da Escola Sabatina - Casa Publicadora Brasileira

Lição 8
14 a 21 de fevereiro


A autoridade dos profetas

Lição 812009


Sábado à tarde

Ano Bíblico: Nm 9–11


VERSO PARA MEMORIZAR: "Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom" (1 Tessalonicenses 5:20, 21).

Leituras da semana: Êx 4:10-16; 1Sm 12:1-14; 2Rs 22:10-13; Jr 36:22-31; Mc 1:21-27; At 16:25-34

Ao longo de toda a Bíblia, um tema ocorre periodicamente: Deus fala com o povo através de Seus profetas, e o povo aceita ou rejeita o que é dito. Evidentemente, ao rejeitar as palavras dos profetas, eles não estão rejeitando os profetas, mas aquele que os enviou.

Portanto, coisa muito séria é alguém afirmar que fala em nome de Deus. Se você afirmar isso, e for verdade, realmente você é porta-voz do Criador do Universo, uma grande responsabilidade. Existe gente que tem autoridade para falar em nome do presidente de uma empresa, ou do presidente ou primeiro-ministro – mas falar em nome do Senhor? Isso é pesado! Infelizmente, grande parte da história bíblica é a história de Deus falando por meio de Seus profetas e do povo rejeitando o que foi dito. Quão cuidadosos precisamos ser para não cometer o mesmo erro hoje!

Prévia da semana: Por que Moisés foi tão relutante em se tornar profeta de Deus? Que autoridade os profetas tinham em Israel, mesmo os que nunca escreveram um livro da Bíblia? Existe diferença entre a autoridade canônica e extracanônica de um profeta?


Domingo

Ano Bíblico: Nm 12–14

O profeta como porta-voz de Deus

1. No diálogo entre Deus e Moisés, que podemos aprender sobre a maneira de Deus Se comunicar com Seus profetas? Êx 4:10-16

Conforme o acordo que Deus fez com Moisés, este deveria literalmente "se tornar Deus" para Arão (veja Êx 4:16) Arão deveria se tornar o porta-voz ou "profeta" de Moisés (Êx 7:1). Isso define com precisão a íntima relação entre Deus e todos os Seus profetas; eles eram Seus porta-vozes. Além disso, como no caso de Moisés e Arão, Deus "ensinava" a todos os Seus profetas o que eles deveriam fazer com respeito a ser porta-vozes. Ainda assim, Moisés foi um profeta um tanto relutante.

De acordo com seu próprio testemunho, Ellen White também relutou quando o Senhor a chamou pela primeira vez. "Em minha segunda visão, cerca de uma semana depois da primeira, o Senhor me deu uma visão das provações pelas quais eu deveria passar, e me disse que eu devia contar aos outros o que Ele me revelasse. Foi-me mostrado que meus trabalhos encontrariam grande oposição, e que meu coração seria oprimido com angústia; mas que a graça de Deus seria suficiente para me suster em tudo. Depois que saí dessa visão, eu me senti extremamente atribulada, pois ela apontava meu dever de sair no meio do povo e apresentar a verdade. Minha saúde era tão fraca que eu estava em constante sofrimento físico, e por todas as aparências, eu tinha pouco tempo de vida. Eu só tinha dezessete anos de idade, pequena e frágil, desacostumada à sociedade e, naturalmente, tão tímida e retraída que me era doloroso encontrar-me com estranhos.

"Por vários dias e até altas horas da noite, orei para que esse fardo me fosse removido e colocado sobre alguém que fosse mais capaz de levá-lo. Mas a luz do dever não mudou, e as palavras do anjo soavam continuamente em meus ouvidos: 'Torne conhecido aos outros o que Eu lhe revelei'" (Life Sketches of Ellen G. White, p. 69).

Em que sentido cada um de nós, não importando nossa posição na Igreja, somos chamados a tornar conhecido aos outros o que nos é revelado? O que Deus lhe revelou? Como você pode partilhar melhor isso com os outros?


Segunda

Ano Bíblico: Nm 15, 16

A autoridade da Palavra encarnada

"Jesus, aproximando-Se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade Me foi dada no Céu e na Terra" (Mt 28:18).

Em Mateus 21:23, enquanto Jesus estava ensinando, os principais dos sacerdotes e os anciãos Lhe perguntaram: "Com que autoridade fazes estas coisas? E quem Te deu essa autoridade?". Jesus respondeu à pergunta conforme o costume rabínico, – com uma contra-pergunta: "Donde era o batismo de João, do Céu ou dos homens?" (v. 25; veja vs. 24-27). Nos debates rabínicos, a contra-pergunta era destinada a apontar o caminho para a resposta da pergunta original. Quando eles se recusaram a responder, por sua vez, Ele Se recusou a dar uma resposta clara, porque se não queriam reconhecer o poder de Deus no ministério de João, havia pouco proveito em discutir o Seu próprio – que também era de Deus.

2. O que os textos seguintes dizem sobre a autoridade de Jesus? Mt 7:28, 29; Mc 1:21-27; Lc 8:22-25; 9:1; Jo 5:25-27

A autoridade máxima pertence a Cristo como nosso Criador (Jo 1:3) e Redentor (Rm 3:24). Ele é, ao mesmo tempo, a última instância de apelação e a norma absoluta pela qual cada vida deve ser julgada. NEle a autoridade divina encontra seu centro e finalidade. Os Evangelhos, então, declaram que Seu ensino surpreendia porque Ele ensinava como quem tinha autoridade (Mt 7:29).

Ao longo dos Evangelhos, encontramos em Cristo uma autoridade mais que humana. Ele perdoava pecados (Mc 2:10), expulsava demônios (Mc 3:15), afirmava ter direito de julgar o coração dos homens (Jo 2:24, 25) e dava vida eterna (Jo 10:28). Mas a autoridade que Cristo exercia dentro de Sua comissão terrestre Lhe era concedida pelo Pai (Jo 17:2). Tudo o que Ele fazia, incluindo todos os milagres que operava, era sempre feito em dependência e cooperação com o Pai (Jo 5:19). Ao mesmo tempo, Ele tinha autoridade absoluta (Mt 28:18). Então, Ele podia delegar essa autoridade aos Seus discípulos (Mc 6:7) e, no dia final, julgará a todos (Jo 5:27).

Vivemos em uma época em que é moda questionar a autoridade. Como devemos nos relacionar com a autoridade? Que fatores devem determinar nossa resposta?


Terça

Ano Bíblico: Nm 17–19

A autoridade da Palavra escrita

3. Que duas reações básicas à Palavra escrita de Deus são mostradas nos textos a seguir? 2Rs 22:10-13; Jr 36:22-31

Alguém pode rejeitar a Palavra de Deus, hoje, sem queimá-la abertamente, como fez esse rei. Mas a Palavra pode ser ridicularizada, ignorada, acusada de ser antiquada, ou interpretada de maneira que seja privada de qualquer valor ou autoridade histórica.

Mas ninguém pode desconsiderar impunemente a autoridade das Escrituras. Cedo ou tarde, essa pessoa sofrerá as consequências dessa rejeição. Na Palavra escrita, o caráter e a vontade de Deus, o significado da existência humana e os propósitos de Deus para com a humanidade em todos os tempos são declaradas de forma que todos possam entender. Rejeitá-la pode não ter consequências imediatas, mas certamente resultará em perda eterna.

Ao longo de toda a sua vida, a Sra. White exaltava a Palavra de Deus. Com respeito à controvérsia entre a ciência e as Escrituras, ela escreveu: "Deve haver uma fé estabelecida na autoridade divina da santa Palavra de Deus. A Bíblia não deve ser provada pelas ideias científicas de homens. O saber humano é um guia indigno de confiança" (Patriarcas e Profetas, p. 114).

Em 1909, ela assistiu à última sessão da Conferência Geral antes de sua morte. No encerramento de seu último sermão, ela ergueu a Bíblia, abriu-a e a manteve com as mãos estendidas.

"Irmãos e irmãs", ela disse, "recomendo-lhes este livro" (Arthur L. White, Ellen G. White: The Later Elmshaven Years, p. 197).


Quarta

Ano Bíblico: Nm 20, 21

A autoridade da Palavra falada

4. Antigamente, quando o material de escrita era escasso e a maioria das pessoas não sabia ler, a palavra falada era muito importante. Nas passagens seguintes, qual foi o efeito da Palavra falada de Deus sobre o povo? Jr 38:1-4; Jo 3:1-10; 6:51-66; At 16:25-34

A Palavra de Deus, falada ou escrita, tem uma dupla função. É como uma espada de dois gumes, diz Paulo, que "penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração" (Hb 4:12). No contexto do que Paulo está dizendo, a palavra se refere às mensagens que foram pregadas tanto para o Israel antigo como para os cristãos (Hb 4:2).

Como o bisturi do cirurgião, a Palavra falada de Deus pode penetrar para curar e restaurar, ou pode dar a evidência de que uma doença mortal resultará em condenação eterna. A menos que a palavra pregada encontre fé por parte dos ouvintes, não pode beneficiá-los.

Embora nem todos na igreja estejam dispostos a aceitar a autoridade profética de Ellen White, a igreja em geral atenta para seu conselho e se beneficia com isso. Por exemplo, a organização da igreja entre 1863 (quando foi organizada a Associação Geral) e 1901 permaneceu basicamente inalterada. Conforme o trabalho em diferentes linhas se desenvolvia, várias associações (Médico-Missionária, Escola Sabatina, Liberdade Religiosa, Sociedade de Tratados, etc.) iam sendo formadas para alimentar esses ministérios. Por serem autônomas, todas essas organizações, representadas pelas corporações independentes mas sendo partes integrantes da organização da Associação Geral, às vezes entravam em competição umas com as outras. Por outro lado, todas as decisões importantes com respeito ao trabalho mundial eram tomadas por poucas pessoas na Associação Geral em Battle Creek.

Na véspera da sessão da Conferência Geral em 1901, Ellen G. White se encontrou com os líderes da igreja e insistiu com eles para que fizessem mudanças drásticas na administração da Igreja. Consequentemente, quando a conferência foi aberta, a ordem habitual dos procedimentos foi posta à parte e uma grande comissão (cerca de 75 pessoas) foi nomeada para trabalhar na reorganização da estrutura da Igreja. O resultado foi que a comissão da Associação Geral foi aumentada consideravelmente, as várias associações se tornaram departamentos da Associação Geral, e foram organizadas uniões para capacitar os líderes de campo a tomar decisões em sua própria região, sem precisar esperar pelas decisões de Battle Creek.

A reorganização da estrutura da igreja, dirigida pelo conselho divino, foi aceita unanimemente e resistiu à prova do tempo. Com algumas modificações e ampliações, essa ainda é a estrutura da Igreja Adventista do Sétimo Dia hoje.


Quinta

Ano Bíblico: Nm 22–24

Autoridade dos profetas não canônicos

5. Além dos profetas canônicos, como Isaías e Amós, achamos nas Escrituras vários profetas cujos livros não fizeram parte do cânon. O que dizem os textos seguintes sobre esses profetas e seus escritos? 1Cr 29:29; 2Cr 9:29; 12:15

Entre suas fontes, os livros de Crônicas se referem a pelo menos seis diferentes livros proféticos, escritos por profetas extracanônicos: Gade, Natã, Aías, Semaías e Ido.

6. Que autoridade tinham os profetas extracanônicos? 2Sm 12:1-4; 1Rs 11:29-39; 14:2-18; Lc 7:28

Nos tempos de Davi, as Escrituras eram os livros de Moisés, mas nem por um momento Davi questionou a autoridade de Natã. Ele sabia que Natã era profeta, e que sua palavra era autorizada, embora Natã não tivesse nenhum livro que fosse parte da Bíblia.

O cânon é simplesmente a coleção de livros que, sob a direção de Deus, foi reunida como regra de vida e fé para o povo de Deus e pelo qual tudo mais precisa ser conferido. Ele contém tudo o que uma pessoa precisa saber para ser salva. Porém, nem tudo que os profetas escreveram por inspiração está na Bíblia. Sabemos, por exemplo, que Paulo escreveu mais cartas inspiradas do que temos no Novo Testamento hoje (1Co 5:9; Col 4:16). Agora, se achássemos uma dessas cartas hoje, ela não se tornaria parte da Bíblia. Permaneceria sendo uma carta autorizada, inspirada, mas fora do cânon.

A autoridade de Ellen White pode ser comparada à autoridade dos profetas extracanônicos. As mensagens inspiradas que ela recebeu para a igreja não são um acréscimo ao cânon. Seus escritos não são outra Bíblia, nem levam o tipo de autoridade encontrada na Bíblia. No fim, a Bíblia, e a Bíblia só, é nossa autoridade máxima.


Sexta

Ano Bíblico: Nm 25–27

Estudo adicional

Em 1982, uma comissão ad hoc da Associação Geral preparou uma declaração sobre a relação entre a Bíblia e Ellen G. White. Ela diz, em parte:

"Afirmações: 1. Cremos que as Escrituras são a Palavra divinamente revelada por Deus e são inspiradas pelo Espírito Santo. 2. Cremos que o cânon das Escrituras é composto apenas pelos 66 livros do Antigo e do Novo Testamento. 3. Cremos que as Escrituras são o fundamento de fé e a autoridade final em todos os assuntos de doutrina e prática. 4. Cremos que as Escrituras são a Palavra de Deus em linguagem humana. 5. Cremos que as Escrituras ensinam que o dom de profecia será manifesto na igreja cristã depois dos tempos do Novo Testamento. 6. Cremos que o ministério e os escritos de Ellen G. White foram manifestação do dom de profecia. 7. Cremos que Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo e que seus escritos, produto dessa inspiração, são aplicáveis e autorizados, especialmente para os adventistas do sétimo dia. 8. Cremos que o propósito dos escritos de Ellen White inclui orientação para entender o ensino das Escrituras e a aplicação desses ensinos, com urgência profética, para a vida espiritual e moral. 9. Cremos que a aceitação do dom profético de Ellen White é importante para a nutrição e a unidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia. 10. Cremos que o uso de fontes e assistentes literários por parte de Ellen White tem paralelos em alguns dos escritos da Bíblia.

Negações: 1. Não cremos que a qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White seja diferente do das Escrituras. 2. Não cremos que os escritos de Ellen White sejam um acréscimo ao cânon das Escrituras Sagradas. 3. Não cremos que os escritos de Ellen White atuem como fundamento e autoridade final da fé cristã, em nível igual ao das Escrituras. 4. Não cremos que os escritos de Ellen White possam ser usados como base de doutrina. 5. Não cremos que o estudo dos escritos de Ellen White possa ser usado para substituir o estudo das Escrituras. 6. Não cremos que as Escrituras só podem ser entendidas por meio dos escritos de Ellen White. 7. Não cremos que os escritos de Ellen White esgotem o significado das Escrituras. 8. Não cremos que os escritos de Ellen White sejam essenciais para a proclamação das verdades das Escrituras à sociedade em geral. 9. Não cremos que os escritos de Ellen White sejam o produto de mera devoção cristã. 10. Não cremos que o uso de fontes e assistentes literários por parte de Ellen White negue a inspiração de seus escritos."

A conclusão, então, é que uma compreensão correta da inspiração e autoridade dos escritos de Ellen White evita dois extremos:

  1. Que esses escritos atuem em nível canônico idêntico ao das Escrituras;
  2. Que sejam considerados como uma literatura cristã comum.

Respostas sugestivas:

Pergunta 1: Deus dava conteúdo específico para ser transmitido. Não se tratava apenas de um impacto sobre a pessoa do profeta, mas conteúdo objetivo.
Pergunta 2: Jesus tinha autoridade sobre as pessoas, multidões e os elementos da natureza. Essa autoridade vinha de Deus.
Pergunta 3: Aceitação e rejeição.
Pergunta 4: Alguns puseram o profeta à morte, outros foram indiferentes; alguns aceitaram fielmente e outros a rejeitaram.
Pergunta 5: Natã, Gade, Aías, Ido e Semaías foram alguns dos escritores cujos livros não foram incluídos no cânon bíblico.
Pergunta 6: Autoridade igual à daqueles que escreveram a Bíblia.


FONTE: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic812009.html