sexta-feira, 6 de março de 2009

Lição 11 - Interpretando os escritos proféticos - Auxiliar da Lição da Escola Sabatina - Casa Publicadora Brasileira

Ciclo do aprendizado

Texto Chave: Lucas 24:27

O aluno deverá...

Conhecer: Como entender e aplicar a Bíblia e os escritos de Ellen G. White.
Sentir: O desejo de aprofundar e enriquecer o estudo pessoal da Bíblia.
Fazer: Dedicar-se a um estudo mais profundo da Bíblia.

Esboço

I. Exegese e homilética (1Co 6:19, 20)

A. Qual é o contexto original e o significado original dessa passagem? Como expandimos seu significado e aplicamos esse verso a outras coisas?
B. Você se lembra de alguns exemplos em que um pregador empregou um texto bíblico para extrair uma lição ou comunicar uma verdade importante que não estava incluída especificamente nas intenções do autor?

II. Tempo e lugar (Jr 4:23-26)

A. Que conotações estes versos têm para o povo no tempo do fim? O que Jeremias estava descrevendo nessa visão?
B. Você às vezes se sente distante do mundo da Bíblia? Como podemos nos identificar melhor com a experiência dos povos antigos?
C. Como uma compreensão de seu tempo e lugar nos ajuda a interpretar melhor os escritos de Ellen G. White?

III. Contexto (Is 65:17-20)

A. Como o contexto imediato nos ajuda a entender a melhor maneira de interpretar esta passagem? Como podemos aplicar esse princípio ao futuro?
B. Que perigos existem em tomar uma passagem de Ellen White fora do contexto? Por que é importante considerar tudo o que é dito sobre um assunto em particBular em lugar de tomar exemplos isolados?

Resumo: Assim como a interpretação das Escrituras exige o uso de métodos sólidos de interpretação, também os escritos de Ellen G. White precisam ser estudados cuidadosamente a fim de entendermos com precisão seu significado.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Motivação
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Deus designou os meios para interpretarmos corretamente Suas mensagens proféticas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a espionagem aliada interceptou numerosas mensagens. Esse fato oferecia um tremenda vantagem na frente de batalha. Mas havia um problema: Ter as mensagens não significava entendê-las. Sabendo que as mensagens poderiam ser interceptadas, os remetentes as o­cultavam em códigos. As equipes aliadas de decifradores de códigos foram reunidas para descobrir o significado das mensagens. Seu sucesso virou a maré em favor dos aliados.

Deus nos enviou mensagens. No entanto, elas serão inúteis, a menos que as entendamos. Visto que as mensagens foram dadas muitos sé­culos atrás em ambientes culturais diferentes dos nossos, em outras línguas e para diferentes personalidades, as mensagens de Deus podem ficar encobertas à nossa compreensão. Talvez isso explique por que existem tantas denominações cristãs, todas afirmando pregar mensagens bíblicas. Felizmente, existe um sistema de princípios que nos habilita a "decodificar" as mensagens. Duas palavras são importantes nesse sistema: (1) hermenêutica e (2) exegese.

"Hermenêutica é o campo de estudo da teologia que trata da interpretação das Escrituras. Com frequência, preo­cupa-se principalmente com a teoria ou as teorias de interpretação, e neste aspecto é diferente da exegese, que pode ser entendida como a aplicação prática dos princípios da hermenêutica" (The HarperCollins Bible Dictionary, p. 415).

Comentário Bíblico

Compreensão

Compreensão

I. Exegese (Rm 2:14-16; 10:12-17; Ez 3:17-19)

As palavras têm o significado que lhes dá o contexto. Fora do contexto, elas podem dizer algo bastante diferente do que se pretendia. Se ouvíssemos que alguém "trocou a pilha" de um relógio, pensaríamos em uma bateria, e não em um conjunto de caixas.

A lição é simples: Para entender as palavras ou unidades da fala, deve-se estudar o contexto, que inclui tempo, lugar, cultura, ambiente histórico, a estrutura mental do autor, o público a que se dirige, usos e costumes contemporâneos, e assim por diante. Guiados pelo Espírito de Deus e mediante atenção cuidadosa a estes fatores, podemos conhecer o significado das Escrituras; caso contrário, poderá haver interpretações fantasiosas.

Pense nisto: O que os textos sugerem sobre a importância da compreensão do contexto em um trecho particular da Bíblia? Qual é o perigo de não tomar em consideração o contexto de um texto particular? Como definimos o que é ou o que inclui aquele contexto?

II. Homilética (Mc 1:15, 17; Ec 7:29)

Pense nisto: Em 1 Coríntios 6:18-20, o contexto sugere que o corpo humano é o templo de Deus. Três capítulos antes (1Co 3:16, 17), Paulo chama o corpo de crentes, isto é, a igreja, de templo de Deus. No capítulo 3, Paulo adverte que, se os crentes destruírem o templo de Deus, a igreja, Deus os destruirá. Alguns pregadores usam de licença com esses versos, arrazoando: (1) o corpo humano é o templo de Deus (1Co 6); (2) Paulo diz que, se destruirmos o templo de Deus, Deus nos destruirá. O problema é que o templo de 1 Coríntios 3:16, 17 é claramente a igreja ("o corpo de Cristo"), não o corpo humano. (Se já destruímos nosso corpo humano, por que Deus o destruiria novamente?) A boa intenção do pregador é nos encorajar a cuidar do nosso corpo. Isso justifica a mistura desses versos fora do contexto? Explique. Que princípio maior de interpretação este fato nos dá?

III. Tempo e lugar (Jr 4:23-26)

Em Jeremias 10:3, 4, o Senhor reprova Israel: "Porque os costumes dos povos são vaidade; pois cortam do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, com machado; com prata e ouro o enfeitam, com pregos e martelos o fixam, para que não oscile".

Cristãos sinceros aplicavam esse texto ao costume de decorar árvores de Natal. Certamente, parecia uma condenação da prática – cortar a árvore, pregar a um suporte, decorá-la com enfeites – mas é essa a prática condenada por Deus? Quando consideramos tempo e lugar (o século 7 a.C., quando a idolatria era praticada em Israel, mas quando não havia nenhum registro de árvores de Natal), fica  claro que a prática reprovada aqui é a criação de ídolos. Não devemos manter este princípio em mente quando consideramos passagens que proíbem as mulheres de falar na igreja ou discutem o penteado apropriado?

IV. Contexto estrito e contexto amplo

Vamos examinar mais de perto a definição de uma palavra que já encontramos nesta lição:

Contexto: "1. As partes de uma declaração escrita ou falada que precedem ou seguem uma palavra ou passagem especificada e podem influenciar seu significado ou efeito. 2. Conjunto de circunstâncias ou fatos que cercam um evento particular, situação, etc" (Random House Webster's College Dictionary, p. 294).

Os cristãos costumam abordar Romanos 15 e Colossenses 2 de maneiras diferentes, resultando em interpretações diferentes. Alguns creem que todos os sábados foram abolidos sob a nova aliança. Outros discordam. O contexto ajuda a solucionar o dilema? No contexto restrito de Colossenses 2, o verso 17 especifica que os assuntos em questão eram uma "sombra das coisas que haviam de vir". A pergunta é: "todos os sábados (dias santos) eram "sombras"?

Estude a seguinte situação hipotética: Suponha que a Argentina conquistasse o Brasil. O novo governo anunciaria que os feriados nacionais do Brasil não seriam observados (por exemplo: o Dia da Independência, o Dia da Inconfidência, etc.) Significa isso que o Natal seria proibido? Não. Os argentinos também celebram o Natal, e a proibição seria especificamente contra os feriados nacionais, não todos os feriados. Por extensão, o contexto imediato de Colossenses 2 especifica os dias que eram "sombras", não todos os sábados. Conhecendo os sábados que eram sombras anuais (por exemplo, a Páscoa), os leitores de Paulo no primeiro século sabiam que ele estava se referindo aos feriados anuais. Em Romanos 15, o contexto imediato pouco explica esse assunto, levando o estudante a explorar o contexto amplo para descobrir a intenção do autor. As únicas controvérsias do Novo Testamento a respeito dos dias que deviam ser observados se referem às festas anuais. Então, esse é o contexto natural para compreendermos Romanos 15. (Veja Hb 8-10.)

Pense nisto: O sábado semanal veio do Éden, antes de serem estabelecidos os sábados da Antiga Aliança. Entendemos que uma nação vencedora elimine os feriados nacionais, mas não o Natal, porque é um feriado com base na religião. Igualmente, não nos surpreendemos que os "sábados-sombra" tenham sido abolidos pela vinda de Cristo, mas isso elimina também o sábado semanal?

Aplicação

Aplicação

Exercício de aplicação

Selecione um capítulo dos Evangelhos e responda às perguntas a seguir (responda a maioria lendo os capítulos antes de consultar os comentários):

a) Quem escreveu? Quando foi escrito?
b) Qual é o público a que se dirige?
c) Por que foi escrito? Qual é o significado aparente?
d) Por que a autoria era importante para o público original?
e) Existem costumes ou usos difíceis de entender? Mencione.
f) Existem grupos ou pessoas nos Evangelhos a respeito de quem eu deveria aprender mais? Que passos posso dar para fazer isso?
g) Como posso aplicar o que aprendi à minha casa, meu trabalho, minha família e minha vida pessoal?

Sugestões: Peça sempre a direção de Deus antes de começar. As indicações sobre autoria e datas frequentemente se encontram nos capítulos de abertura e encerramento. Não se apresse.

Transformação

Transformação

Pense nisto: Peça que os membros da classe escrevam três coisas que aprenderam nesta lição e que poderão usar em seu estudo da Bíblia nesta semana. Se o tempo permitir, compartilhe com a classe e comente.


FONTE: WWW.ADVIR.COM.BR