ESCOLA NO AR
2º Trimestre de 2009 - A Caminhada Cristã
Comentário da Lição 07 – Graça
Sábado, 9/5/2009 - › INTRODUÇÃO
"Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores". – Rom. 5:8.
INTRODUÇÃO – Falhou Deus com o Seu plano de uma nação-igreja para alcançar todos os povos? Certamente não. Foi durante os reinados de Davi e Salomão que Israel viveu o período mais glorioso das mensagens dos símbolos. O plano da salvação como uma dádiva da graça de Deus, inundava o coração dos israelitas e o brilho dessa glória deslumbrava a todos os povos. A rainha de Sabá quando compreendeu o significado da mensagem do "holocausto que oferecia na casa do Senhor ficou como fora de si". – I Reis 10:5.
"Que Deus é tão grande como o nosso Deus?" – Salmo 77:13 – ARC. A comunicação da mensagem de um Deus que perdoa por amor, oferecendo graça, justificação e reconciliação na gloriosa promessa de um substituto inocente, em contraste com a busca do favor de deuses irados, por meio de obras penitentes e angustiantes, tocava profundamente o pensamento pagão.
O concerto feito com Abraão tinha por base a fidelidade na observância da lei de Deus: "Porque Abraão obedeceu a Minha palavra, e guardou os Meus mandados, os Meus preceitos, os Meus estatutos e as Minhas leis". - Gên. 17:2; 18:19; 26:5. E também tinha por base, firme e decidida fé na graça e nas promessas divinas: "Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça". - Gên. 15:6.
Esta é a base que gera filhos espirituais a Abraão. Assim aconteceu enquanto a nação-igreja viveu e proclamou o plano divino de salvar pecadores por amor e por graça. Assim acontece com a igreja-nações, enquanto permanece leal em viver e proclamar a mesma verdade.
Pense: "Uma coisa falou Deus , duas são as que ouvi: que a Deus pertence o poder, e vossa, Senhor, é a graça; que vós retribuís a cada um segundo as suas obras…Porque a vossa graça é mais preciosa que a vida, meus lábios hão de louvar-vos". – Salmo 62:12 e 13 e 63:4 – PIBR.
Desafio: "Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti... As nações se encaminham para a tua luz, e os reis para o resplendor que te nasceu". - Is. 60:1 e 3 - ARA.
Domingo, 10/5/2009 - › Deus provê salvação
O evangelho da graça de Deus e da fé, fora anunciado a Abraão, e ele aceitara-o. Como, em verdade Abraão conheceu o evangelho, as Boas Novas da redenção em Cristo Jesus como dádiva da graça de Deus? O testemunho escriturístico a respeito da experiência espiritual de Abraão é muito concludente: "... ali edificou um altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor... e levantou ali um altar ao Senhor". - Gên. 12:8 e 13:18 - ARA.
Em sua peregrinação, onde quer que armasse a tenda, ali erigia Abraão o altar para oferecer o sacrifício da fé na graça e adorar. Creu Abraão na promessa do Redentor "e isso lhe foi imputado para justiça". - Gên. 15:6 - ARA.
A experiência capital da fé de Abraão foi revelada a seu filho no caminho ao cume do monte Moriá. Isaque pergunta: "Meu pai... eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto". - Gên. 22:7 e 8 - ARA.
"Deus proverá," foi a visão gloriosa da cruz no topo do Gólgota com a dádiva de Deus sobre ela. A visão do evangelho redentor. Conseqüentemente nele seriam abençoados todos os povos, como filhos espirituais de Abraão.
A oferta do perdão de Deus sempre foi pela fé na Sua graça, ainda que antes da morte de Cristo, através dos símbolos e ritos. Estes foram estabelecidos por Deus assim que nossos primeiros pais caíram na cilada de Satanás. Desde o primeiro cordeiro morto e sacrificado, para ensinar a Adão sobre a graça de Deus, o processo continuou com os patriarcas ante e pós-diluvianos. Cada cordeiro morto ensinava que no tempo oportuno viria o Salvador pagando com Sua morte o preço de resgate.
Pense: "Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniqüidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados". – Is. 53:5 – NVI.
Desafio: "Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra". – Jó 19:25 - NVI.
Segunda-Feira, 11/5/2009 - › IMAGENS DO MILAGRE DA GRAÇA
Para ensinar a Adão o processo de atuação da graça, Deus usou um método simples mas dramático. Ele muitas vezes transmite Seus ensinos através de cenas chocantes para evidenciar a malignidade do pecado e incutir e gravar as lições de Seu amor incomensurável na mente de Seus filhos. Perante Adão e Eva, o primeiro cordeiro foi morto. Sem dúvida uma cena dramática para nossos primeiros pais. Sangue derramado e o dócil animal morrendo. Tipificava o "seu Descendente", que viria como Redentor e sofreria o castigo da sentença de morte que passou a pesar sobre a raça humana, representada em Adão, em conseqüência do pecado. O Descendente era Cristo, o Cordeiro de Deus. "No dia seguinte, viu João a Jesus que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". - João 1:29 - ARA.
No animal morto como substituto, estava a revelação da graça de Deus para o problema do pecado. Pela graça, Adão teria desfrutado vida eterna e abundante se não pecasse; pela graça, seria liberto da condenação à morte eterna, se revelasse fé no Substituto. "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor". - Rom. 6:23 - ARA.
Para Adão, o plano da salvação foi revelado como um dom da graça de Deus. Adão seria justificado por graça pela fé no Remidor vindouro. O método era típico, usando como substituto um animal inocente em lugar do transgressor culpado. O ensinamento sobre a atuação da graça partia do conhecido para o desconhecido, do terreno para o celestial, do mortal para o eterno, do símbolo para a Realidade.
Pense: "Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo". – I Cor. 6:20 – NVI.
Desafio: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar". - Gên. 3:15 – ARA.
Terça-Feira, 12/5/2009 - › O QUE ACONTECEU NO CALVÁRIO?
Para tipificar a morte de Jesus, o símbolo escolhido por Deus foi o cordeiro.
Jesus não morreu a morte que todos os humanos morrem como conseqüência do pecado, porque Ele não foi vencido pelo pecado. Dentro do contexto de que o salário do pecado é a morte, Jesus não podia morrer, porque Ele viveu "sem pecado". – Heb. 4:15 - ARA
Então, o que aconteceu no Calvário? O profeta Isaias no capítulo 53:7 predisse que Jesus viveu todos os detalhes do símbolo que o tipificava, Ele nasceu em curral de ovelhas e seu primeiro leito foi uma manjedoura, porque Ele nasceu para morrer a morte substituta sem reações aos algozes. A Sua morte foi única, a morte-sacrifício, morrendo para pagar a culpa de pecados que não eram dEle e oferecer graça e perdão amorosos para salvar pecadores que são Seus.
Jesus declarou: "Ninguém me tira a vida". "Mas eu a dou livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de retomá-la". – João 10:18 – TEB e BJ. Jesus entregou-se a Si mesmo, por livre escolha e foi oferecido por Deus o Pai como o sacrifício substituto para expiar a culpa do pecado do homem caído. Para tipificar esta morte-sacrifício, Deus escolheu o símbolo mais perfeito existente – o cordeiro.
Nem o diabo nem o pecado tiveram poder sobre a vida de Cristo, porque Ele viveu sem pecar. Venceu o diabo e o pecado, portanto, venceu a segunda morte. Como vitorioso, Ele não podia ser aniquilado, mas aniquilou o diabo e a morte Esta vitória de Jesus sobre o diabo e a segunda morte, livra à todos que aceitam a Sua morte sacrifício, do poder do diabo e do poder da segunda morte.
Pense: "Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca". - Is. 53:7 - NVI.
Desafio: "Mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito". – I Ped. 1:19 – NVI.
Quarta-Feira, 13/5/2009 - › MUDANÇA DE CORAÇÃO
Paulo falando aos crentes vindos do paganismo diz-lhes que lá eram escravos, mas, pela fé em Cristo foram adotados e feitos filhos de Deus. Como filhos receberam a bênção da presença do Espírito Santo em suas vidas, para conduzi-los a Deus a quem são apresentados como filhos e Deus é apresentado a eles como Pai. Para os crentes vindos do paganismo, onde viviam sob a opressão da escravatura espiritual, receber a adoção de filhos espirituais do Deus Eterno, Criador do Universo, é uma mudança que opera profundas transformações na conduta. Libertos da opressão do falso sistema espiritual, passaram e passam a viver uma relação de amor, em harmonia com a vontade do Pai.
No capítulo dois aos Romanos, o apóstolo é claro em seu argumento sobre a mudança de vida e a responsabilidade de conduta em harmonia com a vontade de Deus. O raciocínio é bem à moda paulina: enfático, dramático e conclusivo. A argumentação é muito definida: se não houver mudança de conduta com a aceitação da graça, é porque em verdade este acontecimento não teve lugar na vida do pecador. A conduta se refletirá pelas obras em harmonia com o bem, a verdade e a justiça e a rejeição do mal e da injustiça. Naturalmente entende-se que estas obras não constituem apresentação de méritos para obter a salvação, mas é a frutificação natural que somente a graça de Deus pode produzir em vidas que Lhe rendem a vontade.
A aceitação da graça traz como resultado inevitável e conseqüente, "a fim conduzir à obediência da fé". – Rom. 1:5 – TEB. A mudança de conduta operada pela graça é uma realidade inquestionável revelada pela obediência e pela frutificação de boas obras que glorificam a Deus.
Pense: "Por teu endurecimento, por teu coração impenitente, acumulas contra ti um tesouro de cólera para o dia da cólera, no qual se revelará o justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo as suas obras: vida eterna para aqueles que, por sua perseverança em praticar o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade, mas cólera e indignação para aqueles que, por rebeldia, revoltam-se contra a verdade e se submetem à injustiça. Tribulação e angústia para todo ser humano que comete o mal, para o judeu primeiro e também para o grego; glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, para o judeu primeiro e também para o grego, pois em Deus não há parcialidade". - Rom. 2:5-11 - TEB.
Desafio: "Não são, com efeito, os que escutam a lei que são justos diante de Deus; justificados serão aqueles que a põem em prática... É o que aparecerá no dia em que, segundo o meu Evangelho, Deus julgará por Jesus Cristo o comportamento oculto dos homens". - Rom. 2:13 e 16 - TEB.
Quinta-Feira, 14/5/2009 - › CRISTO, NOSSA SALVAÇÃO
Somos salvos por méritos de obras nossas ou pela fé na graça de Deus? Somos salvos por viver em harmonia com a lei ou pela fé na morte substituta de Jesus? Qual a função da lei moral em todo nosso relacionamento espiritual com Deus? A lei moral foi estabelecida por Deus para orientar a conduta de Suas criaturas. Portanto, exerce a função de orientar a conduta, acusar e evidenciar o pecado, mas nunca, nunca salvar.
No Velho Testamento a lei moral orientava a conduta, acusava o pecado, condenava o pecador e logo a seguir oferecia perdão e concedia graça? Inconcebível por ser incoerente! Um código nunca pode exercer as funções de acusar e perdoar, porque não tem consciência para ajuizar. O perdão era obtido por graça pela fé na morte do substituo - o cordeiro, tipificando a morte de Jesus, manifestação da graça.
A verdade é esta: A lei moral condena e exige a morte do transgressor: "Porque o salário do pecado é a morte". - Rom. 6:23. Mas Cristo, o inocente, morre em lugar do condenado, "para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". - João 3:16. Este ato constitui-se na maravilha incompreensível e no mistério insondável do amor e da graça de Deus. O transgressor condenado pode obter perdão e justiça mediante a fé em Cristo Jesus. Declarado justo, o homem já não está sob a condenação da lei moral, mas em harmonia e em paz com Deus e em harmonia com a lei. A situação de inimizade foi transformada em relação de amizade, pelo restabelecimento da paz em um ato de Deus em favor do homem caído, fruto de Seu amor e de Sua graça.
Pense: "Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim". – Gál. 20 – NVI.
Desafio: "Pois nele vivemos, nos movemos e existimos". – At. 17:28 – NVI.
Sexta-Feira, 15/5/2009 - › ESTUDO ADICIONAL
Paulo declara: "Aquele que observar os seus preceitos, por eles viverá", Salomão faz declaração idêntica: "A justiça do íntegro acerta a sua conduta… a justiça dos retos os salva". – Prov. 11:5 e 6 - TEB.
Contrapondo estas declarações à do profeta Isaias de que: "todas as nossas justiças são como trapos de imundícia", (Is. 64:6), compreendemos que a justiça que confere rumo certo à conduta e salva, somente pode ser a que vem de Deus, por graça e pela fé.
Um sério problema na compreensão da graça, perdão e justificação, é crer que aceitando a Jesus, passamos a viver no reino da irresponsabilidade, que não há normas no reino da graça. Para Paulo, as normas de conduta em harmonia com a vontade de Deus sempre continuavam em pé e sempre colocou-as perante os seus ouvintes. O que ele defende como prática sem valor espiritual depois da cruz, são os ritos e as cerimônias tipificando a Cristo.
O plano da salvação pela graça é a provisão divina em favor do pecador. A provisão foi manifestada na morte expiatória de Jesus. Aceitar a Jesus como Salvador, inunda o pecador com a alegria do perdão, da justificação e da reconciliação e o impele a partilhar a provisão da graça, proclamando-a para outros pecadores. Esta tarefa não foi confiada a anjos não caídos. O poder que habilita o pecador perdoado, justificado e reconciliado para a proclamação da provisão da graça, é a atuação do Espírito Santo.
Tudo vem de Deus e o restaurado é o instrumento para partilhar esta Boa Nova. Se este testemunho não for proclamado pelo pecador alcançado pela graça, significa que a sua fé é morta, por não frutificar em obras em favor de tão grande dádiva. O testemunho mais eloqüente é a "obediência por fé". – Rom. 16:26 - ARA
Pense: "Por meio dele e por causa do seu nome, recebemos graça e apostolado para chamar dentre todas as nações um povo para a obediência que vem pela fé". – Rom. 1:5 – NVI.
Desafio: "Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis". - Rom. 8:26.
Conheça o autor
Pr. Albino Marks
Especialista em aconselhamento familiar e profundo estudioso da Bíblia, o pastor Albino Marks já atuou como preceptor (IAP, IACS, IAE-SP); capelão (IACS e Hospital do Pênfigo); diretor geral do IAP; departamental em várias associações e na UCB.
FONTE: http://www.escolanoar.org.br/Novo/impressao.asp?nivel=adultos_pt&data=15/5/2009