Lição 11 | 6 a 13 de junho |
Mordomia |
Sábado à tarde | Ano Bíblico: Jó 15–17 |
VERSO PARA MEMORIZAR: "A todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância" (Mateus 25:29). |
LEITURAS PARA ESTA SEMANA: Dt 8:18; Sl 50:12; Mt 24:46; 25:14-30; Lc 4:16; 1Co 6:19, 20
A mordomia não está limitada à atenção aos recursos financeiros e a ter certeza de que Deus receba Seus dez por cento. Embora certamente essa seja uma parte da mordomia, muito mais está envolvido.
"A palavra mordomo é mal-entendida e até estranha à nossa sociedade. Em nosso moderno vocabulário, não temos expressão que revele a riqueza dessa palavra.Zelador deixa de capturar a responsabilidade atribuída ao mordomo. Gerente parece inadequado para descrever a relação entre o proprietário e o mordomo. Curador é um termo muito passivo. Agente,em nossos dias, é muito usada para o interesse próprio. Embaixador é muito político, e falta a essa palavra o aspecto de servidão.Administrador é muito empresarial e perde o senso do pessoal. Tutor está muito ligado às responsabilidades dos pais" (R. Scott Rodin, Stewards in the Kingdom, p. 27).
A semana em resumo: Como uso meus talentos, meu tempo, meus recursos materiais, todas as coisas sobre as quais Deus me deu mordomia? Como vivo verdadeiramente minhas responsabilidades em direção ao meu Criador e Redentor? Isso é que é mordomia.
Domingo | Ano Bíblico: Jó 18, 19 |
Talentos
Se fosse dado um prêmio para a explicação mais clara de um conceito profundo e abrangente, Jesus o teria ganho facilmente com Sua parábola dos talentos.1. Que mensagem básica sobre a mordomia existe nas palavras de Jesus? Mt 25:14-30
Realidade número um: Todos nós temos talentos. Note na parábola que todos os servos receberam um ou mais talentos. Ninguém foi deixado sem algum talento. Esta é a primeira verdade que Jesus quis transmitir aos Seus discípulos.
Realidade número dois: Nem todos temos o mesmo número de talentos. É um fato da vida que temos que aceitar. Alguns são talentosos de muitas formas enquanto outros não são dotados de tantos talentos. Os que têm vários talentos nunca devem olhar de cima para baixo aos que têm menos talentos. A lição de Jesus é clara: a quantidade de nossos talentos não é o mais importante; o que fazemos com os que recebemos é o que importa.
Realidade número três: Alguns recusam usar seus talentos. Outros nunca reconhecem os talentos que têm. Infelizmente, ninguém os lembrou a respeito de seus dons. Ou eles perceberam seus dons mas, por muitas razões, se recusaram a investir energia em seu desenvolvimento.
Realidade número quatro: não usar os talentos é coisa séria. O "servo mau" não teve segunda chance. Ele foi lançado "nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes" (Mt 25:30, NVI) – descrição simbólica do nada absoluto da morte eterna. A negligência no uso do que Deus nos confiou não só nos prejudica nesta vida como também põe em risco a vida eterna. Isso significa que a questão de ser mordomos fiéis não é algo que pertence à periferia da experiência cristã — é a característica vital do discipulado.
Quais são seus dons? Ainda mais importante: o que você está fazendo com eles? Você os está usando para servir só a si mesmo e seus desejos, ou os está dedicando também ao serviço do Senhor? Por que esta pergunta é tão importante? |
Segunda | Ano Bíblico: Jó 20, 21 |
Tempo
Existe abundância de livros e cursos sobre a questão da administração do tempo. Eles têm ajudado milhões de pessoas a fazer melhor uso do tempo. Muitos cristãos fariam bem em ler alguns desses livros ou assistir a um bom seminário. Mas existem aspectos para o uso cristão do tempo que só se aprende lendo a Bíblia e, em particular, estudando a vida de Jesus.
2. O que os Evangelhos ensinam sobre uso que Jesus fazia do tempo? Quais são alguns dos elementos a ser notados, além do Seu programa repleto de pregação e cura?
a) Mt 4:23 | b) Mc 1:29-31 | c) Lc 4:16 | d) Jo 2:1-11 | e) Jo 12:2 |
No mundo estressante de hoje, o exemplo de Jesus é tão refrescante quanto digno de ser imitado. Jesus trabalhava muito e estava completamente dedicado à Sua missão. Mas procurava não perder as bênçãos do sábado. Os Evangelhos deixam claro que Ele tinha tempo para Seu Pai, para Seus amigos, para lazer e para boa alimentação. Esse tipo de administração do tempo (ou mordomia do tempo) se provará uma bênção a todos os que o praticarem.
A Bíblia não elogia os que se sobrecarregam com o trabalho nem aplaude os que sempre "pegam leve". Como sempre, existe um equilíbrio, em que fazemos as coisas que precisam ser feitas e, ao mesmo tempo, não nos esgotamos emocional ou fisicamente. Deus tem a primazia de nosso tempo. Manifestamos isso pela guarda do sábado e ao tomar diariamente tempo para oração e adoração. Nossos queridos também devem ter uma parte adequada de nosso tempo. Então, existe tempo para trabalho, para lazer e para muitas outras coisas. A igreja também requer uma parte significativa de nosso tempo. Mas sempre deve haver equilíbrio, de forma que não caiamos em uma armadilha ou outra.
Qual é sua tendência: não fazer o suficiente ou fazer demais? Como você pode viver de maneira mais equilibrada com respeito à mordomia do tempo? Por que é importante fazer isso? |
Terça | Ano Bíblico: Jó 22–24 |
Mordomos do corpo
No mundo secular, a maioria das pessoas considera o corpo como propriedade pessoal. Julgam ter total direito sobre o que lhe aconteça. Isso se aplica não só ao grande número de mulheres que alegam ser livres para decidir se terão um aborto ou não, mas também a todos os que sentem ter o direito de prejudicar seu corpo pelo uso de substâncias frequentemente ilegais, de comer grandes quantidades de alimento prejudicial ou ter relações sexuais sempre que desejarem e com tantos parceiros quantos quiserem.3. Como o cristão deve usar seu corpo? 1Co 6:19, 20. De que maneiras práticas podemos pôr estas palavras em ação?
O contexto imediato indica que o apóstolo Paulo estava se referindo, em particular, ao abuso do corpo pela imoralidade sexual. Infelizmente, em muitas partes do mundo, isso se aplica hoje tanto quanto na Corinto antiga, uma cidade conhecida pela perversidade.
Mas a ideia básica é que não devemos "pecar contra nosso corpo" porque não somos de nós mesmos. Primeiramente, fomos criados por Deus por meio de Jesus Cristo. Ele é nosso Criador e, portanto, somos responsáveis diante dEle por tudo o que fazemos. Em segundo lugar, Ele é nosso Redentor, aquele que nos comprou "por preço".
A mordomia do corpo significa também que devemos tomar cuidado de nossa saúde. Isso se refere não apenas ao que comemos mas também ao descanso que fazemos e com a preservação da forma física mediante exercício adequado. E não pode haver dúvidas quanto ao uso de substâncias que criam dependência ou são prejudiciais de alguma forma.
No entanto, novamente, precisa haver equilíbrio. "A saúde em si não deve ser a preocupação. Deve ser parte do estilo de vida cristã e automática na aplicação. A preocupação excessiva com a saúde pode ser uma forma de idolatria que interfere na relação satisfatória com Deus. A saúde deve nos habilitar para o serviço a Deus, mas não é um fim em si mesma" (Leo R. Van Dolson e J. Robert Spangler, Healthy, Happy, Holy, p. 43).
Examine todos os seus hábitos de saúde, não apenas a alimentação. Em que você precisa melhorar? Que mudanças você pode e deve fazer? O que o impede de fazer o que sabe ser o certo? |
Quarta | Ano Bíblico: Jó 25–28 |
Nossas posses materiais
A mordomia cristã não trata só de dinheiro. Mas também trata do dinheiro. Este é parte essencial de nossa vida e desempenha um papel central na mordomia.4. Que orientações dá a Bíblia sobre a administração das posses materiais? Lv 27:30; Dt 8:18; Sl 50:12; Ml 3:8-10; Mt 6:31; Mt 23:23
Fato número um: Tudo tem seu início em Deus. Ele é o proprietário de tudo. Ele nos dá força para trabalhar e ganhar a vida. Os que dizem: "Tudo isso foi ganho pelo meu próprio trabalho" esquecem uma verdade vital: foi Deus que os habilitou a ganhar o que eles possuem.
Fato número dois: Deus tem o primeiro lugar em tudo o que temos e fazemos, inclusive no uso do dinheiro. Antes de gastar qualquer parte de seu dinheiro, certifique-se de reservar o dízimo e as ofertas. Então, gaste o restante de maneira responsável, sempre ciente de que a mordomia se estende ao uso de qualquer porção do dinheiro que lhe for confiado.
Fato número três: Deus espera que Seu povo Lhe devolva pelo menos dez por cento de sua riqueza. Essa era a regra no Antigo Testamento, e esse princípio nunca foi revogado. Nos tempos do Antigo Testamento, o dízimo era recebido pelos sacerdotes e usado para o apoio dos serviços do santuário. Da mesma forma, hoje, nossos dízimos são recebidos e usados para financiar a comissão evangélica mundial que Deus confiou à Sua igreja.
Fato número quatro: Quanto mais dermos, mais seremos abençoados. Experimente isso, e você verá, por si mesmo, a veracidade das palavras: "Mais bem-aventurado é dar que receber" (At 20:35).
Quinta | Ano Bíblico: Jó 29–31 |
Enquanto esperamos
Existe uma dimensão importante nas parábolas sobre os talentos que não devemos perder. Em Mateus 25:19, "o senhor" fez uma longa jornada e voltou depois de muito tempo para acertar as contas com seus servos. Em Lucas 19:12, somos informados de que o "homem nobre" foi para um país distante. Enquanto esteve em missão, ele foi tornado rei e, então, "voltou" (v. 15).
Jesus estava Se referindo claramente a Si mesmo. Ele queria que os discípulos soubessem que Ele iria embora e se passaria algum tempo antes que Ele voltasse. Mas quando retornar, Ele pedirá contas do que foi feito com o que nos foi dado.
5. O que deve caracterizar nossa espera pela segunda vinda de Cristo? Mt 24:42-46. O que esses versos significam para nós na vida prática?
Enquanto esperamos, vivemos com um propósito. Não se trata de uma espera ociosa mas como discípulos dedicados que são mordomos perspicazes sobre tudo o que nos foi dado. "Toca-nos estar atentos, vigiando quanto à vinda do Filho do homem; e precisamos também ser diligentes; requer-se que vigiemos tanto quanto nos é requerido que trabalhemos. Importa que haja uma união dessas duas coisas. Isto equilibrará o caráter cristão, fazendo-o bem desenvolvido, simétrico. Não devemos achar que podemos negligenciar tudo o mais e nos entregar à meditação, ao estudo ou à oração; também não devemos ser tumultuosos, apressados, ativos, com prejuízo da piedade pessoal. Devemos mesclar a espera, a vigilância e o trabalho. 'Não sejam vagarosos no cuidado; mas sim fervorosos no espírito, servindo ao Senhor'" (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 23).
Estamos esperando pela volta do proprietário de tudo. Logo, Ele virá e requererá contas do que fizemos com nossos dons: tempo, força física e recursos materiais. O fato de que Ele vem para inspecionar os resultados de nossa mordomia fiel não deve nos assustar de forma alguma. A acusação do servo que enterrou seu talento e se recusou a empregá-lo proveitosamente, de que o mestre era um "homem severo" que queria ceifar onde não havia semeado, era totalmente falsa. Note que os servos que foram mordomos fiéis não tinham essa mesma visão negativa. Todo esforço que eles aplicaram à tarefa de mordomia foi plenamente recompensado quando ouviram seu mestre dizer: "Venha e participe da alegria do seu senhor" (Mt 25:21, NVI).
Se Jesus voltasse na próxima semana, o que Ele diria a respeito do que você fez na última semana com as coisas que lhe confiou? |
Sexta | Ano Bíblico: Jó 32–34 |
Estudo adicional
Uma fonte de informações adicionais sobre o assunto da fidelidade é a compilação Conselhos Sobre Mordomia, em que foram reunidos comentários de Ellen G. White sobre esse assunto. Veja especialmente as páginas 195-206, que tratam dos motivos certos para dar.
"O Senhor não exigirá dos pobres o que eles não têm para dar; Ele não exigirá dos doentes as energias vitais que a fragilidade corporal impossibilita. Ninguém precisa se lamentar por não poder glorificar a Deus com talentos que nunca lhe foram confiados. Mas se você tiver só um talento, use-o bem, e ele crescerá. Se os talentos não forem enterrados, conquistarão ainda outros talentos" (Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 5, p. 1.100).
Perguntas para reflexão
1. Como devemos entender a questão da mordomia e responsabilidade diante de Deus no contexto da salvação unicamente pela fé? Somos salvos porque somos bons mordomos? Ou nossa mordomia revela a realidade de nossa fé? E mesmo que cometamos enganos aqui, por que não devemos nos desesperar?
2. O que está errado com o que tem sido chamado de "evangelho da saúde e da prosperidade", a ideia de que, se você viver de maneira correta, Deus lhe dará muito dinheiro e boa saúde? Como essa é uma perversão dos verdadeiros princípios da mordomia?
3. Comente a declaração a seguir: "Os maiores e mais talentosos cristãos serão inúteis se não estiverem dispostos a ser usados por Deus. Em resumo, a disponibilidade é mais importante que a habilidade" (Mike Nappa, The Courage to Be a Christian [A Coragem de ser Cristão], p. 164).
4. Que conselho você daria a um membro da igreja que, com difíceis problemas financeiros, dissesse que não tem condições de devolver o dízimo, muito menos dar ofertas? Que abordagens poderiam ou deveriam ser usadas com essa pessoa?
Resumo: Todos recebemos um ou mais talentos. Foram-nos confiados recursos. Como mordomos, espera-se que "administremos" esses recursos no melhor de nossa capacidade, em grato reconhecimento de que tudo que temos, de fato, vem de Deus. A mordomia não deve ser uma obrigação difícil mas uma alegre priorização de todos os aspectos de nossa vida.
Respostas Sugestivas:
Pergunta 1: Não somos de nós mesmos. Tudo o que somos e temos pertence ao Senhor.
Pergunta 2: a. Ensino; b. Cura; c. Leitura da Palavra; d. Atendimento às necessidades humanas; e. Serviço.
Pergunta 3: Para a glória de Deus.
Pergunta 4: Tudo pertence a Deus. Devo usá-lo de modo responsável.
Pergunta 5: Prontidão e vigilância.