Ganhar a qualquer custo

Ao que se apurou, Briatore manipulou ilegalmente o resultado de uma corrida, quando, o ano passado, no Grande Prémio de Singapura, deu ordem ao segundo piloto da equipa, Nelsinho Piquet, para que este provocasse deliberadamente o despiste da sua viatura, para desta forma beneficiar a posição em pista do principal piloto da equipa, Fernando Alonso, que acabou por vencer essa corrida.
Fiz uma rápida pesquisa e rapidamente constatei que esta não foi a primeira vez que Flávio Briatore se viu envolvido em polémicas.
Em 1994, foi descoberto que ele dera ordem para retirar o filtro das máquinas de reabastecimento da sua equipa de então, uma manobra que acelerava o processo mas também o tornava muito inseguro. Também as sucessivas compras e vendas de equipas de Fórmula 1 nunca foram bem aceites pela generalidade dos agentes deste desporto.
No fundo, o que tratamos em todos estes casos, é a procura constante de obter vantagem de forma ilegal, ganhar à margem da lei.
Fico a pensar que Briatore não é assim uma espécie tão rara...
Ainda no desporto, quantos jogadores de futebol não passam o jogo atentos à primeira oportunidade de através de uma simulação enganarem o árbitro para conseguirem a marcação de um penalty, ou mesmo marcar disfarçadamente um golo com a mão, usufruindo assim de uma vantagem injusta e desonesta?
No mundo financeiro, há não muito tempo, o mundo inteiro ficou escandalizado com o caso Madoff, no qual através de uma fraude calculada em cerca de 64 mil milhões (!!!) de dólares, milhares de pessoas e empresas foram gravemente enganadas e lesadas nos seus interesses.
E o que dizer do marido ou da esposa que em busca de um suposto prazer, trai e engana a pessoa que prometeu amar e respeitar? Quanta mentira, engano e deceção são muitas vezes a nota tónica em milhares de lares, e quantas novas falsidades são inventadas na despudorada tentativa de encobrir outras anteriores?
E será que a inocência infanto-juvenil escapa? Ou será que revela o mesmo padrão de comportamento quando nos exames escolares se levam papéis escondidos para servirem de ajuda não permitida numa qualquer dificuldade de resposta?
A propósito, li há dias a notícia de uma criança chinesa que, em resposta à pergunta 'o que queres ser quando fores grande?', disse: 'quero ser uma funcionária corrupta'! E apresentando a razão desta tão estranha resposta, ela acrescentou: 'porque assim ganho mais dinheiro'...
Que conceitos tão degradantes este mundo passa para as crianças! Aquelas que deveriam ser educadas em métodos e propósitos justos e honestos, são, outrossim, arrastadas na corrente de más práticas que recebem dos adultos!
Na verdade, vivemos num mundo em que, por todo o lado, se nota a desonestidade como modus operandi. Não digo que todas as pessoas atuem assim; mas, após milénios de transgressão, parece que, genericamente, o ser humano se especializou e refinou na arte de usar meios onde a honra está ausente para atingir os seus objetivos.
Vejamos os conselhos que a Bíblia tem a dar sobre este assunto.
'Pesos diferentes são abomináveis ao Senhor, e balança enganosa não é boa' (Provérbios 20:23).
'Suave é ao homem o pão da mentira, mas depois a sua boca se encherá de cascalho'(Provérbios 20:17).
'Ajuntar tesouros com língua falsa é uma vaidade fugitiva; aqueles que os buscam, buscam a morte' (Provérbios 21:6).
Cá está uma boa oportunidade de marcar a diferença: sendo honesto, mesmo que em prejuízo próprio! Veja a benção que Deus tem preparada para estes:
'Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer-lhe sacrifício' (Provérbios 21:3).
'Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria' (Salmos 51:6).
Ah, e não esqueça da promessa divina que 'nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se' (Mateus 10:26).
Sim, Deus finalmente trará tudo ao ajuste de contas final. E que bom será quando na sua balança forem pesadas apenas ações de honestidade!