A questão está ligada ao episódio da usurpação do trono de Israel por Adonias, mencionado em I Reis 1:5-10. Comentários bíblicos falam do sacrifício de Adonias como uma oferta pacífica oferecida em ocasiões de agradecimento, para a qual muitos eram convidados.
Se era um sacrifício em Israel e ainda mais com a presença de um sacerdote (no caso, Abiatar), podemos pressupor que, de modo algum, os ofertantes fossem contrários ao exposto em Levítico capítulo 11.
As versões antigas mencionam realmente "bestas cevadas". Mas as versões mais modernas, entre elas a Edição revista e Atualizada no Brasil, de João Ferreira de Almeida, falam em "bois e animais cevados".
Segundo um comentário bíblico espanhol (Enciclopédia de la Bíblia, Ediciones Carriga S.A. Barcelona), na Bíblia, a palavra besta oferece três acepções: a primeira delas é que todo animal, que não seja o homem, seja qual for o meio no qual se move, é uma besta.
A segunda: qualquer mamífero, com exceção do ser humano, diferente das aves e dos répteis. A Bíblia discerne perfeitamente entre as selvagens e as domésticas ou reses (Você pode conferir em Gênesis 1:29 e 30; Isaías 13:21 e 22; Jeremias 50:39).
E o terceiro significado ou relação para a palavra besta tem a ver com as "quatro grandes bestas" mencionadas em Daniel capítulo 7. Elas simbolizam quatro impérios sucessivos, de grande forma destruidora, o primeiro dos quais é Babilônia.
Portanto, a conclusão a que podemos chegar é que essas "bestas cevadas" eram animais limpos. Com o decorrer do tempo a tradução foi aperfeiçoada.
FONTE: http://www.novotempo.org.br/radio/interno.asp?ARS=vocepergunta_perguntasok&VCP_Codigo=00000972