Tudo por Jesus... nada sem Jesus.
Autor: Prof. Gilson MedeirosVocê já deve ter visto em alguns carros o seguinte adesivo:
"Tudo por Jesus, nada sem Maria".
Sabemos que trata-se de uma tentativa dos católicos romanos de valorizarem a figura de Maria, mãe de Jesus. Não quero aqui entrar no debate teológico sobre a Mariolatria (adoração a Maria), mas despertar a compreensão de que Jesus é o único centro de nossa salvação. Como coloquei no título da postagem: TUDO POR JESUS, NADA SEM JESUS.
Vou transcrever um texto extraído dos apontamentos das memoráveis aulas sobre Soterologia (doutrina da salvação) ministradas pelo Dr. Luiz Nunes, no Seminário do IAENE. Também há referência ao livro do Dr. La Rondelle, O que é salvação?.
CONSTANTE NECESSIDADE DA CRUZ
Sempre que a sociedade é "pacífica", alguns cristãos começam a perder de vista o fundamento de suas bênçãos e se perguntam: Por que a humanidade precisa de um sacrifício expiatório? Por que é necessário que nossos pecados sejam perdoados através do sangue de Cristo? Que diferença faz a cruz? Por que Deus não pode nos perdoar mediante Sua completa misericórdia, unicamente pela Sua graça, sem sacrifício de morte?
A pessoa moderna fala preferivelmente de crimes, fracassos da moral, e de sentimentos de inferioridade, do que de pecado e de culpa. Fracassos tais como "complexo de inferioridade" são usados como substitutos moralistas para a realidade do pecado. Secretamente, homens e mulheres encontram-se enfermos devido ao seu pecado indigno ou seus fracassos morais e, portanto, não se sentem satisfeitos; mas por não saberem resolver esta situação, reprimem-se impedindo desta forma qualquer esforço moral para começar novamente.
Repousa aí a raiz patológica do secularismo moderno. O fracasso moral não é trivial ou irreal, mas um mal sólido; não dando ouvidos às suas consciências, homens e mulheres têm traído seus ideais, contaminando seu caráter e perdido a batalha.
A técnica da psicanálise não pode ajudar aqui, porque o estímulo de atos perversos não pode ser alimentado. Não pode haver solução enquanto se permanece no nível unicamente moral. Um moralista tal nunca pode se perdoar a si mesmo. Não há salvação para o fracasso moral até que compreendamos que toda nossa vida deve ser transformada mediante seu direcionamento para Deus. O psiquiatra pode aliviar temporariamente uma alma enferma do pecado, procurando falar-lhe para eliminar o sentimento de culpa; mas nunca poderá eliminar a culpa. Somente Cristo pode apagar nossos pecados.
Enquanto o moralista é conduzido pela sua própria justiça, para sua própria desesperança, o crente em Cristo reconhece seu fracasso como o pecado contra Deus, como a transgressão de Sua santa vontade, como a rebelião contra o Seu amor. Isto o leva a uma total condenação própria. Mas, mediante a fé no Cordeiro que Deus proveu, ele pode confessar todas as suas faltas e aceitar o perdão que Jesus oferece. Cristo oferece o perdão do passado e uma oportunidade de vitória presente e futura.
O crente em Cristo fica tão plenamente direcionado para Deus a ponto de preocupar-se mais com Deus do que consigo mesmo. Ao aceitar o perdão de Deus, ele também aprende a perdoar e respeitar-se a si mesmo. O Credo antigo dos apóstolos conclui com este testemunho de fé: "Creio... no perdão dos pecados".
Os cristãos não vivem sob as sombras da cruz, mas em meio à sua luz salvadora
Da próxima vez que você for levado a sentir pena de si mesmo, ou achar que é uma pessoa "boa o suficiente" para merecer as bênçãos divinas, lembre-se que TODOS, SEM EXCEÇÃO, somos pecadores, carecidos da constante graça de Deus em nossas vidas.
Entregue a Cristo todos os seus temores e frustrações, bem como seu pseudo-moralismo ou arrogância farisáica, para que Ele molde seu caráter à semelhança do próprio caráter de Deus.
Quando eu e você compreendermos plenamente a grandeza do perdão, da justiça e da salvação que o Senhor nos outorgou através de Jesus Cristo, certamente nossa experiência religiosa será cheia de vida e alegria.
Talvez por isso muitos encarem a religião como um fardo pesado e angustiante... É exatamente porque não entenderam AINDA o significado daquele evento que ocorreu há quase 2000 anos... mas que começou a ser formulado desde a Eternidade.