sábado, 3/7/2010 - › INTRODUÇÃO "A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo". – Jo 1:17.
Com a vinda de Cristo e Sua morte vicária o cerimonialismo cedeu lugar para a realidade. "Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo". – Gl 3:14 – Almeida Revista e Atualizada. Depois da cruz, todos são justificados pela fé em Cristo, o Redentor realidade, segundo a promessa feita a Abraão. O cumprimento dessa promessa aconteceu quando Cristo assumiu a nossa culpa e morreu em nosso lugar. Sobre a cruz do Calvário, o Antitípico encontrou o típico; a Realidade tomou o lugar do esboço, a Luz desfez as sombras.
Quando Jesus veio no tempo pré-estabelecido, para dar cumprimento à promessa do Redentor, o sacrifício seria feito não somente em favor dos que foram escolhidos como povo espiritual, mas em favor dos gentios também. Os israelitas deixariam de viver sob a tutela das cerimônias e a fé que atuava através dos símbolos, encontraria seu verdadeiro centro, Jesus, o fim dos símbolos. Os gentios, que não estavam sob a tutela cerimonial, mas sob o domínio escravo do paganismo, também pela fé em Jesus, seriam adotados como filhos. Assim, os israelitas que eram filhos, mas estavam sob tutela e os gentios, que estavam sob a escravatura do paganismo, teriam a mesma oportunidade e as mesmas condições de salvação: pela fé na graça. É importante lembrar que antes da cruz a justificação e salvação, para israelitas e gentios também era obtida sob as mesmas condições: Fé no Redentor vindouro revelada na apresentação do sacrifício substituto.
Em Cristo, todos formam uma grande família espiritual, onde não há distinções de raça, posição social, cor...
Pense: "Ou então Deus seria somente o Deus dos judeus? Porventura não é Ele também o Deus dos pagãos? Sim! Ele é também o Deus dos pagãos, visto ser um só o Deus que justifica os circuncisos, pela fé, e os incircuncisos, pela fé". - Rm 3:29 e 30 – Tradução Ecumênica da Bíblia.
Desafio: "Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos". – Gl 4:4 e 5 – Almeida Revista e Atualizada.
domingo, 4/7/2010 - › SUPERIORES PROMESSAS A promessa da salvação é a mesma em todos os tempos, desde que foi feita para Adão e Eva, quando desobedeceram a Deus e pecaram. No entanto, Paulo estabelece um contraste entre o método do santuário, onde os ritos e símbolos apontavam para a promessa do Salvador e a revelação do Salvador na morte substituta de Jesus como a realidade da promessa.
Em tudo Jesus é superior. No sangue derramado é superior ao dos animais; este apontava para o Seu sangue, o sangue de Jesus tira o pecado; na morte, é superior ao dos animais; estes eram repetitivos e apontavam para a morte de Jesus, a morte de Jesus foi única e completa; no perdão, os ritos apontavam para a Promessa, Jesus é a certeza da promessa...
No entanto, a morte de Jesus não cancelou a obediência à lei moral. A lei moral foi estabelecida por Deus para orientar a conduta de Suas criaturas, acusar e evidenciar o pecado, mas nunca, nunca perdoar, justificar e prover salvação.
Tiago coloca este argumento de maneira muito clara: "Todavia, se estais cumprindo a lei real segundo a escritura: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem. Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela lei como transgressores". - Tg 2:8 e 9 – Imprensa Bíblica Brasileira.
Paulo também entende deste modo a função da lei moral: "Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Contudo, eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçaras". - Rm 7:7 – Imprensa Bíblica Brasileira.
A lei moral ilumina a mente do pecador para que possa compreender o que deve e o que não deve praticar, o que é e o que não é pecado, para viver em harmonia com o Autor da lei.
Pense: "Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Santo dos Santos, de uma vez por todas, e obteve eterna redenção". – Hb 9:12 – Nova Versão Internacional.
Desafio: "No dia seguinte João viu a Jesus aproximando-se e disse: 'Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo". – Jo 1:29 – Nova Versão Internacional.
segunda-feira, 5/7/2010 - › LEIS E REGULAMENTOS JUDAICOS O plano divino para Israel era de governo Teocrático. Quando Jesus declarou que da lei moral dependiam toda a lei e os profetas, exaltou-a e magnificou-a como o grande centro de toda a legislação israelita. A lei moral, os Dez Mandamentos, é a grande lei, em torno da qual gravitam todas as outras leis. Não somente isto, mas todo o ensino dos profetas centraliza-se nos dez preceitos morais.
Na economia israelita, a lei moral orientava sobre todas as questões espirituais e morais no relacionamento para com Deus e o próximo. As leis civis eram aplicadas em todas as questões de administração temporal, tal como hoje qualquer governo as possui. As leis de saúde e higiene orientavam todas as questões desde limpeza e saúde pública aos problemas de saúde pessoal.
As leis sacerdotais definiam desde quem participaria deste ministério até as responsabilidades de cada grupo. Também eram típicas. O sacerdócio e sumo-sacerdócio desempenhavam funções que tipificavam a intermediação de Cristo. "Ora, aqueles são feitos sacerdotes em maior número, porque são impedidos pela morte de continuar; Este, no entanto, porque continua para sempre, tem o Seu sacerdócio imutável". - Heb. 7:23 e 24.
Quando qualquer conjunto destas leis era desvirtuado, o passo seguinte era o desrespeito para com a lei moral e o conseqüente rompimento do relacionamento de amor e confiança com o Autor da lei. Sob o reinado de Acabe, desvirtuaram a lei sacerdotal, rejeitaram a liderança espiritual de Deus e se voltaram para Baal.
Pense: "Então, vos anunciou Ele a Sua aliança, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra. Também o Senhor me ordenou, ao mesmo tempo, que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os cumprísseis na terra a qual passais a possuir". - Dt 4:13 e 14 – Almeida Revista e Atualizada..
Desafio: "Mas não Se limitou a dar-lhes os preceitos do Decálogo... Ordenou-se a Moisés escrever, conforme Deus lhe mandasse, juízos e leis que davam minuciosas instruções quanto ao que era requerido". – Patriarcas e Profetas, pág. 364.
terça-feira, 6/7/2010 - › "QUE DEVO FAZER PARA SER SALVO" Atos 15, onde encontramos o relatório do Concílio de Jerusalém realizado no ano 50 AD, encontramos o problema da igreja apostólica e a solução. No verso primeiro lemos: "Se não vos circuncidardes... não podeis ser salvos". Os judaizantes insistiam na imposição do rito da circuncisão para os gentios. Constituíam-no praticamente o ponto central do plano da salvação.
É certo, o rito da circuncisão era de importância capital para o israelita. Se não fosse circuncidado era condenado e eliminado do povo. "O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança". - Gn 17:14. No entanto, em Cristo Jesus "nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura". - Gl 6:15. Quem nasce espiritualmente pela fé em Cristo Jesus já não está sob condenação, mesmo incircunciso. Isto lhes era muito difícil, quase impossível entender.
Todavia, o ensino judaizante não se limitava a este rito. Leiamos Atos 15:5: "É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés". Fazendo da circuncisão o centro de seus ensinos, insistiam na observância de grande parte da lei cerimonial de Moisés.
Depois de analisar o problema no contexto correto dos ensinos das cerimônias típicas do santuário, a decisão do Concílio foi: "Que se abstenham de comida sacrificada aos ídolos, do sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual". – At 15:29 – Nova Versão Internacional.
Pense: "Estes falsos ensinadores estavam misturando tradições judaicas com as verdades do evangelho. Desconsiderando a decisão do concílio geral de Jerusalém, impuseram aos crentes gentios a observância da lei cerimonial". - Atos dos Apóstolos, pág. 383.
Desafio: "Cremos que somos salvos pela graça de nosso Senhor Jesus, assim, como eles também". – At 15:11 – Nova Versão Internacional.
quarta-feira, 7/7/2010 - › "NÃO IMPOR MAIOR ENCARGO" É preciso compreender que grande parte dos conversos por Paulo era de gentios, que haviam abandonado as suas práticas rituais pagãs. Libertados por Cristo, da escravidão do pecado e do paganismo inútil, deviam permanecer firmes no reino da graça e não submeter-se novamente a um jugo de ritos vazios, referindo-se Pedro ao cerimonialismo israelita. Praticar ritos destituídos de seu valor espiritual, porque tudo o que tipificavam já se cumprira em Cristo, era em verdade sem nenhum valor porque não possuíam em si, poder para perdoar, justificar e comunicar vida ao pecador.
Cristo com a Sua morte libertou o pecador de um ritual de práticas repetitivas que tinham como objetivo ensinar para o pecador o método divino do perdão por graça e da reconciliação pela fé no Redentor prometido. Observar e praticar todos os ritos que apontavam para Cristo, tornou-se inócuo com a vinda e o sacrifício de Cristo. "O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações, agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória". - Col. 1:26 e 27. Nem mesmo Lúcifer, em rebelião no Céu, tomou conhecimento deste plano secreto da Trindade.
Lamentavelmente as lideranças espirituais do povo escolhido, perderam de vista este mistério. Mas é preciso também entender que sempre houve aqueles, ao longo dos séculos, que através dos ritos e cerimônias, vislumbravam o Redentor e com ansiedade aguardavam o grande dia da revelação do mistério. Simeão, com o Mistério em seus braços, exclama em cântico de glorificação: "Agora, Senhor, despede em paz o teu servo,... porque os meus olhos já viram a Tua salvação". - Luc. 2:29 e 30.
Pense: "Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados... mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos". - Is 53:5 e 6 – Almeida Revista e Atualizada.
Desafio: "Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra". – Jó 19:25 – Nova Versão Internacional.
quinta-feira, 8/7/2010 - › A HERESIA DOS GÁLATAS Para ter correta compreensão da heresia introduzida nas igrejas da Galácia, é preciso conhecer o tema central da Epístola aos Gálatas. Não é difícil descobrir o assunto visando o correspondente problema. Salta aos olhos com clareza insofismável, nos capítulos 2:3, 4:9-11, 5:1-6, 6:13 e 15, tratar a carta da transição do regime cerimonial, que ensinava a salvação pela graça, por meio de símbolos, apontando para o centro da graça - Cristo, para o regime da realidade da graça, manifesta no sacrifício do centro da graça - Cristo. Mais particularmente, a carta analisa o problema da imposição do rito da circuncisão aos gentios conversos.
Note-se, que este problema era geral nas igrejas apostólicas. Observe-se as constantes advertências do Apóstolo em seus escritos. (Rm 2:25-29, 1Co 7:18 e 19, Ef 2:11, Cl 3:11, Fp 3:2 e , Tt 1:10 e 11). A Tito, Paulo recomenda: "Especialmente aos da circuncisão. É preciso fazê-los calar...", provando ser uma questão muito debatida, por trazer compreensão errada em relação à graça redentora em Cristo.
O capítulo 1:6-8 traduz a admiração de Paulo pela falta de firmeza dos gálatas nas doutrinas evangélicas. Após a saída do apóstolo, visitas intrusas ensinaram doutrinas desnecessárias que de pronto foram aceitas pelos neófitos.
Em face dos falsos ensinos, Paulo demonstra a sua oposição de modo decisivo. Era um homem que sabia em Quem depositara fé, e cônscio da grandeza de sua tarefa. Ainda que anjos anunciassem algo novo além do evangelho por ele pregado, ou se ele mesmo o fizesse, devia ser rejeitado.
Pense: "Enquanto permanecia em Corinto, Paulo teve motivos para sérias apreensões com respeito a algumas das igrejas já estabelecidas. Através da influência de falsos ensinadores que se tinham levantado entre os crentes de Jerusalém, a divisão, heresia e sensualismo estavam rapidamente ganhando terreno entre os crentes da Galácia... A situação era critica... Imediatamente ele escreveu aos enganados crentes, expondo as falsas teorias que tinham aceitado, e com grande severidade repreendia a todos os que se estavam apartando da fé". - Atos dos Apóstolos, pág. 383.
Desafio: "Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo". - Gl 6:14 – Almeida Revista e Atualizada.
sexta-feira, 9/7/2010 - › ESTUDO ADICIONAL Como a liderança israelita desvirtuou os símbolos e transformou os serviços espirituais em fonte de lucro material, o povo, como adoradores, não recebia o ensino correto sobre o significado dos símbolos e ritos. Sem o ensino correto, não compreenderam as importantes lições espirituais de todo o seu culto e, por esta razão não reconheceram em Cristo o verdadeiro Cordeiro de Deus. O centro do plano da salvação foi desvirtuado e, portanto, não entendiam a mudança pregada por Paulo, o fim dos ritos e sacrifícios para a experiência espiritual centralizada diretamente em Cristo.
Paralelamente a Tora, os líderes israelitas criaram outro código, o Talmude, com inumeráveis normas que determinavam o modo de conduta para as mais variadas situações. Havia uma série de normas ditando o que podia ou não ser feito. Assim, por exemplo, em relação ao sábado, colher espigas de trigo ou outro produto qualquer das searas e comê-los, era violação do quarto mandamento. (Mat. 12:1 e 2). Tomar qualquer alimento sem lavar as mãos era quebra da tradição. (Mat. 15:2). Praticar jejuns, dar esmolas, orar nas esquinas das ruas e nas praças, tudo com o objetivo de aparentar espiritualidade e santidade contava pontos para a salvação. Todas estas práticas de origem humana, mesmo sendo uma parte delas aparentemente boas em si, Paulo condenou-as frontalmente como instrumento de salvação. A salvação é um dom da graça de Deus e nunca conquistada por méritos e práticas humanos.
Não corremos nós o mesmo risco de insistir em insignificantes práticas e costumes, e esquecer o centro do plano da salvação – Cristo?
Pense: "Estes falsos ensinadores estavam misturando tradições judaicas com as verdades do evangelho. Desconsiderando a decisão do concílio geral de Jerusalém, impuseram aos crentes gentios a observância da lei cerimonial". - Atos dos Apóstolos, pág. 383.
Desafio: "Em vão me adoram: seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens". – Mt. 15: - Nova Versão Internacional.
| Conheça o autor |  | Pr. Albino Marks Especialista em aconselhamento familiar e profundo estudioso da Bíblia, o pastor Albino Marks já atuou como preceptor (IAP, IACS, IAE-SP); capelão (IACS e Hospital do Pênfigo); diretor geral do IAP; departamental em várias associações e na UCB. | |