domingo, 18 de julho de 2010

Comentário da Lição 04 - Justificados pela fé - Escola no Ar

3º Trimestre de 2010 - A Redenção em Romanos
Comentário da Lição 04 - Justificados pela fé

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sábado, 17/7/2010 - › INTRODUÇÃO

"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independente das obras da lei". - Rm 3:28

"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé". A justificação pela fé é um ato que envolve o homem, a lei, a transgressão, o pecado, o Juiz, a condenação, o Substituto, a graça, o perdão, a fé, a aceitação e a justificação.

O homem recebeu a vida de Deus para desfrutá-la sob a condição de viver em harmonia com a Sua lei. O homem desobedeceu a Deus e transgrediu a lei. A lei acusou a transgressão como pecado e a sentença do Juiz é: "O salário do pecado é a morte". O homem deve morrer. Então entra em cena o Substituto, inocente, sem pecado. Assume a culpa do homem, transgressor, pecador, culpado. Ele morre em lugar do culpado que devia morrer, e num ato de graça, oferece o perdão. "Mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor". - Rm 6:31.

O Juiz que proclama a sentença, apresenta e oferece o Substituto. Ele mesmo, na pessoa de Seu Filho, Cristo Jesus. É uma oferta de perdão em dimensão eterna, infinita. É a manifestação sem limites da superabundância da graça. É um ato de Quem é amor eterno.

O transgressor culpado tem duas alternativas: aceitar a dádiva ou rejeitá-la. A aceitação envolve um ato de fé que é expresso sem nada oferecer em troca. A única coisa que pode e deve ser oferecida é a sua vida, a sua vontade. Aceitar a dádiva do Substituto, é a justificação pela fé. É uma dádiva por graça e uma aceitação por fé. Morre o Substituto inocente, cumprindo a justiça da lei, e recebe perdão e vida, o culpado transgressor, envolvido pela justiça do Substituto.

Pense: "Onde está, então, o motivo de vanglória? É excluído. Baseado em que princípio? No da obediência da lei? Não, mas no princípio da fé". – Rm 3:27 – Nova Versão Internacional.

Desafio: "Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: O justo viverá pela fé". – Rm 1:17 – Nova Versão Internacional.



domingo, 18/7/2010 - › AS OBRAS DA LEI

Qual a função da lei moral no processo de justificação? Como funcionou o processo no Velho Testamento? A lei moral revelava o caráter de Deus, orientava a conduta, acusava o pecado, condenava à morte e logo a seguir oferecia perdão, perdoava e justificava? A lei moral possuía as funções de condenar à morte e de conceder graça e vida? Inconcebível por ser incoerente! Um código nunca pode exercer as funções de acusar e perdoar, porque não tem consciência para ajuizar. Orientar, sim. As leis são estabelecidas para dizer o que pode e o que não pode ser feito. São estabelecidas por alguém que pensa, avalia e determina o que deve orientar a conduta. A lei moral foi estabelecida por Deus para revelar o Seu caráter e orientar a conduta de Suas criaturas. Portanto, a função da lei moral é revelar o caráter de Deus, orientar a conduta, acusar e evidenciar o pecado, mas nunca, nunca justificar.

Como o pecador individual era perdoado e justificado no Velho Testamento? Pela lei moral ou pelo processo da graça? Adão quando pecou, colocou-se sob a sentença de morte da lei moral. Ele sabia da existência dessa sentença. Portanto, em harmonia com a lei moral ele devia morrer. Seria morrer para sempre, morte eterna. Porém, a morte substituta do cordeiro livrou Adão da condenação fatal. Mesmo sofrendo as conseqüências de seu pecado, já não desfrutando de vida abundante e morrer com quase mil anos, foi liberto da sentença de morte eterna. O cordeiro tipificava a graça para Adão sob o domínio do pecado. A lei moral não tem nenhuma participação no ato de perdoar, justificar e salvar.

Pense: "Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência da Lei, pois é mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado". - Rm 3:20 – Nova Versão Internacional.

Desafio: "Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" . – At 4:12 – Nova Versão Internacional



segunda-feira, 19/7/2010 - › FÉ E JUSTIÇA

"Mas agora se manifestou uma ... justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem" . - Rm 3:21 e 22 – Nova versão Internacional.

Pela fé aceitamos a morte substituta de Cristo, confessamos os nossos pecados e o sangue de Jesus nos purifica de toda injustiça. "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" . – 1Jo 1:9 – Almeida Revista e Atualizada.

O ser lavados no sangue de Jesus, significa, que Ele assumiu a nossa culpa, o nosso pecado e sofreu a morte que nós merecíamos. Lavados no sangue de Sua morte, somos envolvidos em Sua justiça e considerados como nunca havendo pecado, porque Ele levou sobre Si o nosso pecado e Deus declara-nos justos. Portanto, a justificação é um ato de um ser consciente, um pronunciamento de Deus a favor do pecador, porque a sentença da culpa foi executada no substituto inocente. Frisamos: o sangue de Jesus remove os nossos pecados mediante a fé, e por graça, Deus declara-nos justos, isto é, em harmonia com a Justiça - Ele mesmo - e consequentemente em harmonia com a Sua lei. "Sem derramamento de sangue não há perdão". – Hb 9:22

Precisamos entender o sangue de Jesus como a Sua morte substituta. A sentença da lei moral exigia a morte do pecador. No entanto, Jesus, o inocente, assumiu a culpa do pecado e morreu em lugar do pecador. Esta morte oferece graça ao pecador, liberta da condenação da sentença de morte proclamada pela lei moral, comunica justiça pela fé e concede vida eterna, uma dádiva do amor de Deus.

Pense: "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" . – Jo 3:16 - Nova Versão Internacional.

Desafio: "Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus" . – 2Co 5:21 – Nova Versão Internacional.



terça-feira, 20/7/2010 - › GRAÇA E JUSTIFICAÇÃO

Acusado de pecado pela lei moral, o homem ficou sob a condenação da lei que reclamava a sua morte e morte eterna. "Pois o salário do pecado é a morte". – Rm 6:31. Para escapar dessa sentença fatal por si mesmo o homem não encontraria saída. Estava irrecorrivelmente condenado. Quem unicamente poderia livrar o homem, perdoando-o, justificando-o e salvando-o? Paulo responde em Romanos 3:24: "Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus" . Logo, o pecador é justificado por um ato de graça da parte de Deus mediante Cristo Jesus nosso Senhor, a Quem o profeta Jeremias assim identifica: "Será este o seu nome, com que será chamado: o Senhor Justiça Nossa" . - Jr 23:6 – Almeida Revista e Atualizada.

Portanto, a justificação é um ato de graça independente de lei. A graça fundamenta-se no amor de Deus. "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito..." . – Jo 3:16 – Nova Versão Internacional. Logo, está correta a declaração de Paulo de que "por obras da lei ninguém será justificado" .

Este ponto não oferece dificuldade de compreensão. A dificuldade surge quando se levanta a questão de como fica o pecador perante a lei moral depois de ser justificado e liberto da sentença de morte, por graça. Interpreta-se a morte de Jesus em favor do pecador condenado, cumprindo em Si a sentença da lei moral, como o ato de graça e ao mesmo tempo abolindo a lei moral.

Sob essa interpretação, qual a necessidade da morte de Jesus? Se a lei é abolida, abolido não se torna o pecado? "E onde não há Lei, não há transgressão". – Rm, 4:15 – Nova Versão Internacional. Se não há transgressão, não há pecado. Por que morrer para oferecer graça, se não houve transgressão nem pecado?

Pense: "Pois é mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado" . – Rm 3:20 – Nova Versão Internacional.

Desafio: "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" . – Rm 5:1 – Nova Versão Internacional.



quarta-feira, 21/7/2010 - › SUA JUSTIÇA

Em romanos 3:25, Paulo vai ao âmago de todo o processo de graça, fé e justificação. Deus ofereceu a Jesus "como sacrifício para propiciação mediante a fé" . Somente pela fé em Jesus, a graça, tornamo-nos propícios, somos aceitos por Deus.

Nenhum mérito nosso, humano, pode ser invocado. Em verdade, nada pode fazer o pecador para justificar-se. Somente uma coisa o pecador pode e precisa fazer. É preciso decidir aceitar o amor e a oferta de graça e perdão do Pai. E preciso erguer-se e dizer: irei ter com meu Pai. Então ir e cair em seus braços de amor e dizer: Pai, pequei, perdoa o meu pecado. Ele o perdoará. Não por mérito, mas por graça. Então passamos a amar entranhavelmente nosso misericordioso Pai. Não de boca, mas de coração, fazendo a Sua vontade porque recebemos a Sua justiça.

Uma vez justificado por graça, o pecador desenvolverá conduta submissa à Justiça, Jesus, seu substituto na cadeira da condenação. Também desenvolverá conduta em harmonia com a norma de justiça, porque a justificação pela fé em Jesus lhe devolveu o relacionamento de amor com o seu Deus e Amigo, rompido pelo pecado.

Aceitar a Jesus como Salvador é a aceitação da graça e justificação pela fé; submeter-se a Jesus como Senhor, é a aceitação de Sua justiça expressa na submissão à Sua lei moral como norma de conduta para viver sob o processo transformador da santificação.

Todos os pecados cometidos antes da cruz, pelos pecadores que pela fé aceitaram a propiciação de Jesus, tipificada nos serviços do santuário, foram perdoados com a morte de Jesus.

Pense: "Há, pois, motivo de orgulhar-se? Está excluído! Em nome de quê? Das obras? De forma alguma, mas sim, em nome da fé" . – Rm 3:27 – Tradução Ecumênica da Bíblia.

Desafio: "Mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus". – Rm 3:26 – Nova Versão Internacional.



quinta-feira, 22/7/2010 - › FÉ E OBRAS

Para compreender de maneira correta o argumento de Paulo, é preciso entender mediante as obras de que lei os israelitas e agora, nos dias de Paulo os judaizantes, buscavam obter justificação. Tornando-se claro este ponto, todas as dúvidas são desfeitas.

O autor aos Hebreus, com muita probabilidade, Paulo, coloca a caducidade da lei cerimonial nestas palavras: "Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, purificará nossa consciência das obras mortas para servir ao Deus vivo" . Heb. 9:14 – Tradução Ecumênica da Bíblia. (leia em Pense).

Obras Mortas - Que obras mortas são estas? A fé no Redentor através dos símbolos e cerimônias antes da cruz? Ou a prática destes mesmos símbolos e cerimônias depois da cruz? Ou a conduta em harmonia com a lei moral? Se aceitarmos que "obras mortas", se refere ao cerimonialismo típico antes da cruz, então a compreensão do caráter de Deus está totalmente fora de prumo. Teríamos um Deus que aplicou tremenda farsa em nossos antepassados espirituais. Durante milênios praticaram uma experiência espiritual de símbolos e tipos, que não simbolizavam e não tipificavam nada. E todo este cerimonialismo vazio e sem sentido algum, foi passado com a maior seriedade de pai para filho, geração após geração. Teríamos um Deus que ensinou um paganismo teocrático, para de alguma forma ocupar o tempo e a mente dos adoradores. Esta idéia é sem dúvida ofensiva a um Deus amoroso e justo. As obras cerimoniais em si mesmas eram mortas, mas pela fé, tipificavam um Redentor vivo. Transmitiam e ensinavam lições vivas da graça para salvar.

No entanto, depois da cruz, tornaram-se "obras mortas" de verdade, porque então sim, não tipificavam mais nada, porque o Antítipo já havia vindo.

O argumento aos Hebreus traz o mesmo significado de Paulo aos romanos: as cerimônias típicas praticadas depois da cruz, são obras mortas ou cerimônias que não adiantam nada. Não justificam a ninguém. No entanto, o Justificador já assumiu o lugar do pecador e tornou-se o centro vivo em Quem se centraliza a fé. A fé dos que viveram antes da cruz e necessitaram das cerimônias. A fé dos que vivem depois da cruz e não precisam das cerimônias.

Pense: Coloquemos ao lado a tradução da "Bíblia na Linguagem de Hoje": "Se isso é assim, imaginem então quanto maior ainda é o poder do sangue de Cristo! Por meio do Espírito eterno ele se ofereceu a si mesmo como sacrifício perfeito a Deus. E o seu sangue nos purifica por dentro, tirando as nossas culpas; assim podemos servir ao Deus vivo, pois já não praticamos cerimônias que não adiantam nada" . – Hb 9:14.

Desafio: "Professam conhecer a Deus, mas negam isso com suas obras. São abomináveis, rebeldes, inaptos para qualquer boa obra... a fim de que todos os que depositaram sua fé em Deus se esforcem por serem exímios nas boas obras. Eis o que é bom e útil para os homens" . - Tt 1:16 e 3:8 – Tradução Ecumênica da Bíblia.



sexta-feira, 23/7/2010 - › ESTUDO ADICIONAL

O pecado feriu mortalmente a Adão e Eva, mas não separou-os da fonte da graça, Deus. Para ensinar a Adão e aos seus descendentes nascidos sob o pecado, que a graça continuava sendo motivo de vida e esperança de restauração, eles teriam um substituto típico, até novamente ter a manifestação da graça real mediante Cristo Jesus. (Gên. 3:15).

No período israelita, também resolviam o problema do pecado tipicamente, valendo-se da lei cerimonial. Entendendo claramente este detalhe, encontra-se facilidade em entender a argumentação de Paulo. Porque em suas Epístolas usa a palavra NOMIA = lei e se refere por meio desta palavra "tanto a lei moral… como a lei cerimonial". – SDABC, vol. 6 pág. 949. No entanto, NOMIA, não somente identifica estas duas leis, mas Paulo usa a mesma palavra para referir-se a outras leis, a todo o Pentateuco e mesmo ao conjunto de todos os escritos do Velho Testamento.

Quando Paulo fala da lei como instrumento que determina a conduta, ou coloca em evidência atos pecaminosos praticados contra Deus ou o próximo, está falando da lei moral. Quando fala da lei como instrumento que é usado para resolver o problema do pecado, como oferecer graça, perdão, justificação e reconciliação mediante um substituto, está falando da lei cerimonial.

O problema que gerou toda a luta entre Paulo e os judaizantes é que estes não compreendiam que o animal substituto e os ritos em si mesmos não justificavam ninguém. Eram apenas símbolos para de maneira dramática ensinar a malignidade do pecado e ao mesmo tempo revelar a provisão amorosa da graça perdoadora por meio de Jesus, tipificado nos símbolos. Não compreendiam que com a morte de Jesus, tornaram-se letra morta.

Pense: "Pois é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados" . – Hb 10:4 – Nova Versão Internacional.

Desafio: "Assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos". – Hb 9:28 – Nova Versão Internacional.



Conheça o autor
Pr. Albino Marks
Especialista em aconselhamento familiar e profundo estudioso da Bíblia, o pastor Albino Marks já atuou como preceptor (IAP, IACS, IAE-SP); capelão (IACS e Hospital do Pênfigo); diretor geral do IAP; departamental em várias associações e na UCB.

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